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1º Seminário Interno do Projeto ENACIN é promovido pelo Ibict
“O que precisamos ter no horizonte para os estudos de informação no contexto brasileiro?” foi o tema do 1º Seminário Interno do Projeto da Escola Nacional de Informação (ENACIN), que tem como objetivo a elaboração de um modelo e a formalização de uma Escola Nacional de Informação, atendendo às demandas por inovação em face dos novos desafios informacionais presentes na sociedade contemporânea.
“O que precisamos ter no horizonte para os estudos de informação no contexto brasileiro?” foi o tema do 1º Seminário Interno do Projeto da Escola Nacional de Informação (ENACIN), que tem como objetivo a elaboração de um modelo e a formalização de uma Escola Nacional de Informação, atendendo às demandas por inovação em face dos novos desafios informacionais presentes na sociedade contemporânea. Uma das aplicações do projeto em modo piloto será inclusive na forma de um laboratório social de ensino e pesquisa em Ciência da Informação a partir de Brasília, no Distrito Federal.
O evento aconteceu no dia 14 de dezembro de 2023, no Rio de Janeiro. Neste primeiro seminário interno, os bolsistas/pesquisadores tiveram a oportunidade de falar sobre o andamento de suas pesquisas e seus primeiros resultados. Alguns, que iniciaram recentemente, falaram mais do método a ser empregado de forma que a coleta de dados e informações possa prover a equipe de maneira a elaborar a prototipagem da escola em adequação à realidade encontrada. Participaram o coordenador e pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Ricardo Medeiros Pimenta, os pesquisadores, professora Luciane de Fátima Beckman Cavalcante (UFRJ; Ibict); professor Josir Cardoso Gomes (FGV; Ibict); José Augusto da Costa Carvalho (Ibict); Renata Regina Gouvêa Barbatho (Arquivo Nacional; Ibict); Christine Alvarez (Ibict); Carlos Shigueki Oki (Doutorando PPGCI/Ibict-UFRJ) e Camila Mattos da Costa (Doutoranda PPGCI/Ibict-UFRJ).
Ricardo Pimenta, coordenador e responsável pela Coordenação de Ensino e Pesquisa, Ciência e Tecnologia da Informação (COEPI-Ibict) e pelo projeto ENACIN explicou que o projeto visa o desenvolvimento de teorias e métodos atualizados à cultura digital e informacional, aplicados ao ensino, pesquisa e extensão em Ciência da Informação a partir da prospecção de teorias, métodos e práticas de análise; de iniciativas de gestão e avaliação de fluxo de dados de eventos acadêmico-científicos; de práticas de pesquisa em ensino-aprendizagem em plataformas inovadoras, conteúdos emergentes para divulgação científica e para as novas formas possíveis de ensino-aprendizagem em plataformas.
Segundo Pimenta, para além do escopo principal do projeto, outros objetivos também são fundamentais para o estudo, como o mapeamento da produção científica de modelos de planos político-pedagógicos que tenham a questão da informação com vistas à inovação como elemento significante. Além disso, Pimenta destacou ainda “o pensar e conceituar o modelo político-pedagógico da ENACIN”, assim como constituir e viabilizar o modelo de sua respectiva plataforma de ensino e o planejamento do primeiro catálogo de cursos da Escola. Também citou a necessidade de modelar o diretório de especialistas em informação que estará incluso no sistema da ENACIN, além de idealizar e viabilizar o modelo de redes de parcerias institucionais, a partir das experiências já exitosas no âmbito da própria COEPI”. Outro ponto mencionado por Pimenta é a validação e o estabelecimento do modelo aplicado do laboratório social de ensino e pesquisa no Distrito Federal a partir de Brasília, enquanto uma experiência muito rica a se realizar.
Ricardo Pimenta explicou que “A Escola Nacional de Informação não é uma proposta de escola de governo, tampouco setorial. Ao menos não no momento”. Mas faz questão de destacar: “o pronome feminino para tratar da nossa escola, deve ser frisado em reconhecimento à jornada de tantas mulheres que formaram e ainda sustentam a Ciência da Informação”. E que a ENACIN “é, também, a concretização de um processo de individuação importante que ocorre no Ibict”.
De acordo com Ricardo Pimenta, há muitos pesquisadores, tecnologistas, analistas, colaboradores, bolsistas, que detém expertises, práticas, técnicas e saberes que são constantemente passados em atividades que ficam pulverizadas nas ações do nosso instituto. Na opinião do pesquisador, com a ENACIN a ideia é não mais pulverizar. É reconhecer, agregar, colimar tudo, todas e todos para um espaço único, um canal potente de produção, acesso, ensino e formação multidisciplinar. A COEPI será a coordenação responsável por essa estrutura. Mas ela extravasa a COEPI enquanto espaço de ensino. Ela será transversal às coordenações.
Conheça mais sobre as pesquisas e os primeiros resultados apresentados pelos bolsistas/pesquisadores
Luciane de Fátima Beckman Cavalcante (UFRJ; Ibict), responsável pelos levantamentos pedagógicos da escola, apresentou as relações que a Ciência da Informação trabalha com a sociedade por meio de um fluxo informacional dessas vertentes. O mapa apresentado reforça o conceito interdisciplinar que permeia toda a Ciência da Informação e precisa ser baliza fundacional da ENACIN e de seu respectivo plano político pedagógico, ainda em andamento.
Josir Cardoso Gomes (Ibict; FGV) é voluntário do projeto e até o presente momento atuou junto ao bolsista José Augusto nos projetos de back-end (servidores, máquinas virtuais e instalação de sistemas complexos). Com a atribuição de testar ferramentas para utilização na plataforma da escola, como foi o caso da videoteca já criada e em funcionamento, Josir defendeu o software aberto para a construção da arquitetura da informação e apresentou os primeiros vídeos que serão disponibilizados no site da escola.
José Augusto da Costa Carvalho (Ibict), responsável pela elaboração e montagem do servidor, do sistema de armazenamento complexo por meio de uma ferramenta aberta chamada MiniIO, e pelo possível Sistema de Informação que irá gerenciar a escola, demonstrou o quanto se pode avançar em termos de informação e conhecimento acadêmico assim como para a sociedade com a construção da estrutura da escola.
Renata Regina Gouvêa Barbatho (Arquivo Nacional; Ibict), que iniciou as atividades de pesquisa recentemente, tem a incumbência de prospectar e identificar cursos de especialização Lato Sensu, cuja temática da informação e campo disciplinar da Ciência da Informação, estejam contempladas. A ideia é que a ENACIN tenha um programa de especialização, visando o profissional mais técnico, os egressos da graduação que buscam o mercado e os interessados por formações complementares àquela da grade curricular recém cumprida. Em sua apresentação Renata declarou que as normativas sobre educação têm grande importância para o desenvolvimento da sua pesquisa. E que, nesse sentido, o levantamento de dados precisa ser ladeado com o estudo crítico das normas, portarias, leis que tratam da especialização e de sua avaliação pelos órgãos competentes.
Christine Alvarez (Ibict), responsável pelos contatos com outras unidades de pesquisa (UP) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), exibiu seu levantamento exploratório sobre os aspectos de estrutura e desenvolvimento de algumas dessas UPs, até então pesquisados, estarem ou não vinculados a uma universidade.
Carlos Shigueki Oki (Doutorando PPGCI/Ibict-UFRJ), responsável pela formalização de cooperação técnica com outros institutos, apresentou a estrutura do International Center for Information Ethics (ICIE), primeiro centro a ser oficializado como cooperador técnico da escola.
Camila Mattos da Costa (Doutoranda PPGCI/Ibict-UFRJ), que teve a atribuição de coletar dados sobre as atividades de ensino do Ibict em Brasília, apresentou as atividades mapeadas a partir de 2019, com a identificação de 135 atividades educacionais desenvolvidas entre treinamentos, capacitações, cursos livres, etc. Sua coleta permitirá identificar melhor a forma como essas atividades foram resolvidas e como poderemos agregá-las junto à um único espaço para tais ações.
Pimenta reconhece que a criação da ENACIN “é desafiadora e que os primeiros passos já foram dados”. Ele considera, no entanto, que o ano de 2024 será próspero para o desenvolvimento da escola e os avanços em informação e conhecimento para a academia e toda a sociedade”.
Saiba mais sobre a ENACIN no vídeo do seminário que pode ser acessado aqui: https://videoteca.ibict.br/w/mUzEsjDSgaUkLEbYYTt1pp