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Sugestão de leitura – Hipátia: modelo de preservação para repositórios arquivísticos digitais confiáveis
Em continuação à divulgação dos serviços e produtos lançados em comemoração aos 10 anos da Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital – Cariniana, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) apresenta o e-book Hipátia: modelo de preservação para repositórios arquivísticos digitais confiáveis, organizado pelo coordenador-geral de Tecnologias de Informação e Informática (CGTI) do Ibict, Tiago Emmanuel Nunes Braga e pelo coordenador da Rede Cariniana Miguel Ángel Márdero Arellano. A obra constitui o primeiro volume da coleção “Informação, Tecnologia e Inovação”, que trata de assuntos referentes a essas temáticas e que são fundamentais para a sociedade contemporânea.
Na apresentação do livro, a diretora do Ibict, Cecilia Leite, afirma que a reflexão sobre os aspectos que envolvem desde a criação de uma informação até sua preservação para a posteridade é um ponto chave para o Instituto. “Ao acreditar na pesquisa e na potência da informação, o Ibict, em parceria com o TJDFT, mergulhou em um trabalho de investigação sobre a preservação digital, a interoperabilidade entre sistemas de gestão documental e os Repositórios Arquivísticos Digitais Confiáveis (RDC-Arq). Dentre os frutos obtidos a partir do empenho de uma equipe de pesquisadores, obtivemos o Hipátia: modelo capaz de se adaptar a qualquer sistema que faça gestão de processos e objetos digitais, e que é apresentado no decorrer desta obra”.
Conforme Tiago Braga explica no prefácio do livro, o barramento Hipátia surgiu após o convite do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) para que fosse desenvolvida uma pesquisa sobre os Repositórios Arquivísticos Digitais Confiáveis (RDC-Arq). Durante o processo, a equipe se deparou com uma demanda informacional que tinha abrangência nacional e potencial de contribuição para diversos ramos da Administração Pública. A partir daí, com os avanços obtidos na pesquisa, outros aspectos passaram a ser incorporados ao entendimento da temática investigada e a interpretação sobre requisitos inicialmente estabelecidos pela resolução 43/2015 do Conarq foi acrescida de novos aspectos informacionais, levantados pela competente equipe de gestão documental do TJDFT. Além das demandas informacionais, o Tribunal levantou demandas computacionais relevantes para impulsionar a evolução da pesquisa. “A proposta inicial do Ibict era construir um barramento que pudesse, posteriormente, também ser utilizado em outros cenários e por outros órgãos públicos. Todavia, diante dos desafios identificados e da complexidade encontrada ao se avançar na pesquisa, percebeu-se que muito mais do que um barramento, era necessário estruturar um modelo capaz de apoiar a implementação dos sistemas utilizados no RDC-Arq”.
O livro, dividido em sete partes, apresenta um panorama da preservação digital a partir das pesquisas que o Ibict tem desenvolvido nos últimos anos e apresenta a atuação pioneira na busca de soluções possíveis e inovadoras para problemas informacionais levantados nos mais variados contextos. No primeiro capítulo, Miguel Arellano analisa ações de preservação que, em seu conjunto, formam sistemas de informação integrados, beneficiando a preparação e gestão dos conteúdos e coleções em cadeias de transferências entre repositórios e locais de arquivamento confiáveis. São apresentadas, ainda, algumas respostas sistêmicas para a padronização da prática de preservação digital que priorizam o uso da infraestrutura governamental e a aplicação de um financiamento contínuo. Já no segundo texto, Maria de Fátima Duarte Tavares e Miguel Arellano destacam a questão da memória científica, considerando a dimensão da longa duração e o impacto da obsolescência tecnológica sobre os objetos digitais não preservados.
No terceiro capítulo, Cristiano Menezes, Tatiana Canelhas Pignataro e Tiago Braga fazem um levantamento dos principais normativos relacionados aos Repositórios Arquivísticos Digitais Confiáveis, em especial no âmbito das instituições jurídicas a partir de um estudo exploratório e descritivo que identifica cinco tipos de normativos, entre os principais a serem considerados: normas ISO, normas arquivísticas, normas legais, modelos, relatórios e sistemas. No quarto artigo do livro, Tiago Braga mostra um estudo de caso que se propõe a apresentar o modelo Hipátia de preservação arquivística digital em que estrutura, de forma sistêmica, as etapas para implementação do modelo, de forma que outras instituições possam adotá-lo e, com isso, otimizar a difícil tarefa de preservar o conhecimento humano produzido e armazenado de forma digital.
Em seguida, Alexandre Faria de Oliveira e Milton Shintaku apresentam, no quinto artigo, a arquitetura do BarraPres, software desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), e que compõe o modelo Hipátia. No sexto capítulo, Alexandre Faria de Oliveira, Milton Shintaku e Marcos Sigismundo da Silva relatam os casos de sucesso de implementação do modelo Repositórios Digitais Arquivísticos Confiáveis (RDC-Arq) e Hipátia a partir do método de estudo de casos de natureza exploratória e explicativa. Por fim, Alexandre Faria de Oliveira, Miguel Arellano e Tiago Braga apresentam a visão de futuro do Ibict para os projetos de preservação digital e discorrem sobre as áreas de suporte à pesquisa na temática.
Para ter acesso ao livro, clique aqui.