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Ibict comemora 68 anos na vanguarda da informação em ciência e tecnologia
No dia 27 de fevereiro é comemorado o aniversário de 68 anos do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Fundado em 1954, o Ibict é uma referência na disseminação da informação científica e tecnológica. A instituição tem como missão promover a competência, o desenvolvimento de recursos e infraestrutura de informação em ciência e tecnologia para a produção, a popularização e a integração do conhecimento científico-tecnológico.
Cecília Leite, diretora do Ibict, avalia que o aniversário do instituto marca a história de uma instituição que está consolidada. “Temos muito o que comemorar. Aos 68 anos, posso dizer que o Ibict está consolidado como uma instituição de ponta e de respeito. O Ibict cresceu bastante nos últimos anos e conquistou resultados positivos, fruto de um trabalho em equipe. Conseguimos ampliar e desenvolver novos produtos e serviços voltados para organização, armazenamento, disseminação, uso e análise da informação, que contribuem para o desenvolvimento do País”.
Sobre os próximos anos, a diretora acredita que o instituto deve continuar a buscar a inovação, sem esquecer o foco humano. “Hoje somos uma casa que trabalha com tecnologia mas que coloca acima de tudo o ser humano como peça mais importante do processo. Aliar tecnologia e humanidade é a nossa grande receita para os novos tempos. Parabenizo a todos que fizeram parte desta história tão bonita”, completa.
O início da história do Ibict
Na primeira metade do século 20, o Brasil iniciou a formação e a manutenção de uma infraestrutura científica e tecnológica, com a criação de universidades e institutos de ciência e pesquisa. Após a Segunda Guerra Mundial, o fluxo da informação mundial aumentou e a organização da informação científica tornou-se cada vez mais importante para o desenvolvimento. Nesse contexto, a recém-criada Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) buscou estimular a organização bibliográfica em nível mundial.
No início da década de 1950, a Unesco, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o CNPq começaram os preparativos para a criação de um centro bibliográfico no Brasil visando impulsionar as atividades científicas e tecnológicas nacionais. As bibliotecárias Lydia Sambaquy e Jannice Monte-Mor percorreram as principais bibliotecas e centros de documentação da Europa e dos Estados Unidos para buscar modelos de organização.
Em 1954, com o apoio do governo brasileiro, foi criado e instalado no Rio de Janeiro (RJ) o Instituto Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (IBBD), que passou a integrar a estrutura organizacional do CNPq. Entre os objetivos, o instituto buscou promover serviços bibliográficos e de documentação, estabelecer intercâmbio com instituições internacionais de documentação técnico-científica e o desenvolvimento de cursos de formação e aperfeiçoamento em Biblioteconomia e Documentação.
A primeira presidente foi Lydia Sambaquy, tendo sido diretora do IBBD por 11 anos. Em 1956, o IBBD deu início ao Curso de Documentação Científica. Em nível de especialização, o curso foi pioneiro na pós-graduação no campo da bibliografia e documentação no Brasil e na América Latina, tendo aberto um novo campo de ação profissional. O instituto buscou prover informação científica e tecnológica aos pesquisadores que a solicitassem e orientou bibliotecários de diferentes regiões do Brasil no fornecimento de serviços de informação científica para a comunidade acadêmica.
“A fundação do Ibict para aquela época foi muito importante porque havia um volume de informação enorme e essa informação estava dispersa e desorganizada. O IBBD passou a organizar o conhecimento científico por áreas e foi fundamental para o desenvolvimento científico e tecnológico daquele momento. Ele ajudou a fazer com que o Brasil fosse visto como um país que estava à frente na área, era vanguardista nessa questão. E a vanguarda passou a ser a tônica do Ibict”, pontua Cecília Leite.
Logo o IBDD se destacaria também pela inovação. A primeira máquina copiadora da Xerox do Brasil, empresa fundada em 1965, foi instalada no IBBD em dezembro de 1966. Em 1968, o IBBD foi o primeiro órgão da América Latina a ter sistemas de informação automatizados, assim como, a automatizar os seus serviços tradicionais. Neste ano, o instituto lança a primeira Bibliografia Brasileira formada por processo automatizado. Para alguns pensadores históricos do campo informacional no Brasil, este evento foi um marco fundador da Ciência da Informação no país.
Os anos de 1970 são marcados por uma reorganização das atividades de ciência e tecnologia no país, com o fortalecimento de políticas públicas para o desenvolvimento científico e tecnológico. No campo da informação, o advento da informática e eletrônica mudaram paradigmas e abriram novas possibilidades.
Em 1970, as bibliotecárias Célia Ribeiro Zaher e Hagar Espanha Gomes, então presidente e vice-presidente do IBBD, criaram o primeiro curso de Mestrado em Ciência da Informação da América do Sul, em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), abrindo portas para o campo de estudos da ciência da informação e para a formação de profissionais da área. Dois anos depois, o IBBD criou a revista Ciência da Informação, o primeiro periódico científico da área no Brasil.
Em 1976, o IBBD passa a se chamar Ibict e em 1980, o instituto transfere sua sede do Rio de Janeiro para Brasília. Em 1985, foi criado o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e no ano 2000, o Ibict passou a ser subordinado ao ministério. O Ibict consolidava-se, então, como órgão que coordenaria, no Brasil, as atividades de informação em ciência e tecnologia, com serviços voltados à comunidade acadêmica, ao setor de pesquisa, setor produtivo e governo.
Para saber mais sobre o Ibict, acesse nosso site:
https://www.gov.br/ibict/pt-br/acesso-a-informacao/sobre-o-ibict-1