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Museu Virtual de Instrumentos Musicais completa onze anos de existência
Em entrevista à comunicação social do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), a pesquisadora do Instituto e coordenadora do Museu Virtual de Instrumentos Musicais (MVIM), Adriana Ballesté, falou sobre os onze anos de existência do MVIM e também sobre a relação do Museu com o Ibict.
Comunicação Social - Qual a participação do Ibict para o desenvolvimento do MVIM?
Adriana Ballesté - O Ibict é fundamental para o desenvolvimento do MVIM, pois é a Instituição que sedia e apoia o Museu. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) para pesquisadores de uma determinada instituição, no caso o Ibict.
Comunicação Social - Qual é a colaboração do Ibict na formação do MVIM?
Adriana Ballesté - O Ibict apoia o projeto que é desenvolvido em suas dependências e conta com recursos básicos.
Comunicação Social - Qual o balanço nestes onze anos de existência?
Adriana Ballesté - Em 2021, comemoramos 10 anos de existência do projeto do Museu Virtual de Instrumentos Musicais (MVIM), criado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) com financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.
O MVIM deu o seu primeiro passo com o projeto Museu Virtual de Instrumentos Musicais Delgado de Carvalho, coordenado por mim, Adriana Olinto Ballesté, que teve como objetivo a criação do primeiro museu virtual de instrumentos musicais no Brasil, tendo como acervo fundamental os instrumentos e itens documentais do Museu Delgado de Carvalho, sediado na Escola de Música da UFRJ, que estava desativado desde 2008. O acervo foi restaurado, catalogado, fotografado, acondicionado.
Em dezembro de 2014, o site do MVIM foi inaugurado com o catálogo de instrumentos musicais do Museu Instrumental Delgado de Carvalho da UFRJ e com diversos outros espaços virtuais.
Em dezembro de 2014, o site do MVIM foi inaugurado com o catálogo de instrumentos musicais do Museu Instrumental Delgado de Carvalho da UFRJ e com diversos outros espaços virtuais.
Comunicação Social - Quais outras atividades estão sendo desenvolvidas pelo MVIM para comemorar os onze anos de sua existência?
Adriana Ballesté - Neste mês de maio, estamos iniciando atividades presenciais como a Semana Nacional de Museus, na qual preparamos uma exposição dos instrumentos musicais de percussão do MVL e rodas de conversa e performances musicais.
Além disso, tivemos uma roda de conversa com o percussionista e luthier Tiago Calderano sobre os instrumentos de percussão, uma conversa com o violonista Turíbio Santos (ex-diretor do MVL) e o concerto com a violonista Maria Haro.
Também inauguramos a exposição “A percussão em Villa-Lobos”, que reúne instrumentos de percussão tipicamente brasileiros utilizados por Villa-Lobos em suas composições, com itens já pertencentes ao acervo do Museu Villa-Lobos e os novos itens adquiridos para completar a coleção.
Tivemos ainda uma palestra com Hugo Pilger que acompanhou a restauração do violoncelo, do século XVIII, que pertenceu ao maestro Villa-Lobos, uma também palestra com o restaurador dos pianos do MVL e o concerto da pianista Sheila Zagury, que tocou o piano pertencente ao Villa-Lobos, com a saxofonista Daniela Spielmann.
Fechando o mês, teremos uma apresentação do Duo Madri, composto pelas violonistas Adriana Ballesté e Mara Lúcia Ribeiro.
Comunicação Social - Quais são as principais atividades do MVIM atualmente?
Adriana Ballesté - Em 2019, com o apoio da FAPERJ, o MVIM entrou em uma nova etapa de desenvolvimento com o projeto “Museu Virtual de Instrumentos Musicais: espaço de convergência de acervos e conhecimento” que busca ampliar e consolidar o MVIM como um espaço virtual inovador, educativo e agregador de acervos de instrumentos musicais que não poderiam ser reunidos no mundo concreto.
Para atingir esses objetivos foram traçadas duas linhas de ação: a ampliação do acervo com o acréscimo de instrumentos musicais em parceria com o Museu Villa-Lobos e o Instituto Moreira Salles, cujos acervos estão sendo fotografados, filmados, registrados em áudio, catalogados, inseridos no catálogo online do MVIM e a elaboração de materiais audiovisuais educativos sobre os instrumentos musicais.
No site do MVIM temos as seguintes seções principais, que são atualizadas frequentemente:
- catálogo de instrumentos musicais: que está recebendo no momento o acervo do Museu Villa-Lobos, do Instituto Moreira Salles e do Museu Geelvinck (Países Baixos);
- em pauta: um espaço livre em permanente renovação, com opiniões e curiosidades;
- artigos: um espaço para artigos mais longos e acadêmicos sobre instrumentos musicais e temas afins;
- conversas: com luthiers, instrumentistas, musicólogos, museólogos;
- vídeos: com aulas e informações preparadas por luthiers e instrumentistas;
- concertos: uma seção que foi iniciada em 2021, com concertos, em geral, gravados em casa durante a pandemia;
- fabricantes e autores: a mais nova seção com um release dos fabricantes e autores dos instrumentos musicais.
Comunicação Social - Qual a importância dos museus para a educação?
Adriana Ballesté - Os Museus devem ser como as bibliotecas: fonte de informação básica para a educação. O MVIM está sempre pensando nessa questão procurando trazer conteúdos para complementar à educação formal.
No projeto de 2019, planejamos e até iniciamos uma parceria com as escolas, mas devido à pandemia tivemos que suspender as ações e por isso investimos em atividades virtuais, como os concertos e as conversas que não estavam planejadas inicialmente.
Comunicação Social - Na sua opinião, o que está faltando para a melhoria dos museus de uma forma geral e em especial no MVIM?
Adriana Ballesté - Atualmente, no Brasil, a cultura e a educação não têm sido valorizadas como deveriam. Esses são os recursos mais importantes para que o país avance e sua população consiga viver de uma forma digna.
A valorização passa pela criação, manutenção e continuidade das ações e projetos nas áreas de cultura e educação, sendo fundamental que tenhamos políticas sérias e dedicadas no país.
O MVIM tem tido esse fundamental apoio da FAPERJ, de forma que tem conseguido manter suas atividades desde sua fundação. Esperamos que no futuro consigamos manter o MVIM funcionando.
Comunicação Social - Qual o público alvo do MVIM?
Adriana Ballesté - O público alvo do MVIM são os estudantes de música, pesquisadores e o público em geral. Procuramos ter um diálogo amplo sem deixar de manter as peculiaridades próprias da nossa missão.
Comunicação Social - Quantas pessoas estão envolvidas na administração do MVIM?
Adriana Ballesté - Eu sou a coordenadora do projeto e conto, hoje, com a bolsista da FAPERJ dedicada ao projeto do MVIM, Ana Cristina Valentino. No primeiro projeto contei com outra bolsista Álea de Almeida, que até hoje colabora informalmente com nosso trabalho.
Comunicação Social - Qual a perspectiva da sua administração para o MVIM em 2022?
Adriana Ballesté - No ano de 2022, vamos finalizar o projeto de 2019 e pretendemos iniciar uma publicação impressa, com o aporte de verba já aprovado pela FAPERJ, contendo: (1) a história do MVIM e dos museus parceiros: Museu Instrumental Delgado de Carvalho (MIDC), Museu Villa-Lobos (MVL), Instituto Moreira Salles (IMS) e o Geelvinck Museum; (2) relato sobre a pesquisa para a organização do acervo; (3) normas de catalogação, preservação, acondicionamento e fotografia dos instrumentos estabelecidas; (4) o espaço virtual do MVIM ; (5) verbetes sobre os instrumentos musicais do museu com descrição e fotografias; (6) verbetes sobre autores e fabricantes; (7) referências. A nossa ideia é, também, procurar novas fontes para dar continuidade ao projeto.
Para conhecer o MVIM acesse: https://www.mvim.com.br/