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Projeto de Pesquisa Pinakes
Ibict apresenta os avanços do Projeto de Pesquisa Pinakes e a reestruturação dos serviços bibliográficos tradicionais do Instituto
No início de agosto, pesquisadores da Coordenação de Serviços Bibliográficos (COBIB) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) realizaram a 1ª Reunião Técnica Presencial da Equipe do Projeto de Pesquisa Pinakes. Na ocasião, a equipe apresentou como vem sendo criado e implementado o projeto de pesquisa que visa a reestruturação e a modernização de serviços bibliográficos tradicionais do Instituto, voltados para a comunidade acadêmica e bibliotecária.
Os três serviços bibliográficos do Ibict que estão sendo profundamente estudados no Projeto são: o Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), o Bibliodata e o Programa de Comutação Bibliográfica (Comut). O nome do Projeto de Pesquisa é uma alusão ao primeiro instrumento de controle bibliográfico do Ocidente que se tem conhecimento denominado à época de Pinakes, criado por Calímaco (310 a.C. — 240 a.C.).
“É uma alegria colocar o Pinakes no ar. Esses são os serviços essenciais do Instituto. Ele nasceu com esses serviços. A tecnologia muda e avança, mas a essência da organização da informação é a mesma”, diz Cecília Leite, diretora do Ibict.
Além da reestruturação desses três serviços bibliográficos tradicionais do Instituto, no âmbito do Projeto Pinakes também está sendo concebida a construção de uma plataforma agregadora de registros bibliográficos com dados que serão coletados diretamente, nesse primeiro momento, das bases do CCN, do Bibliodata e do Comut. Assim, a plataforma possibilitará, por meio de uma única busca, recuperar os registros bibliográficos técnico-científicos presentes nos acervos das instituições brasileiras de ensino e pesquisa.
Como anunciado, essa plataforma será denominada de Catálogo Pinakes.“Teremos todos esses três serviços reformulados, cada um com sua base separada. Mas vamos criar uma terceira camada que permite a pesquisa de uma forma integrada e mostrar ao usuário onde tem essa informação para ele navegar”, explica Tainá Batista de Assis, pesquisadora do Ibict.
Ainda, pode-se destacar que, juntos, os três serviços englobam um grande volume de dados e informações, que após as suas reestruturações poderão ser analisados de forma integrada. “A soma da quantidade de registros bibliográficos dos três serviços constitui mais de 3 milhões de registros. Esse número se destaca em relação a outros países como um grande acervo disseminador de itens bibliográficos. Com o acesso ao banco do Bibliodata, esse número pode chegar a 4,5 milhões”, complementa Tainá.
Além da reestruturação dos três serviços e a criação da plataforma do Catálogo Pinakes, o Projeto de Pesquisa também está possibilitando a criação de um novo produto:a Base Integrada das Bibliotecas e Instituições Participantes. Para a modernização dos sistemas estão sendo estudadas e adotadas novas linguagens de programação e banco de dados, com uma interface mais amigável. Outro destaque é a possibilidade de aplicação de recursos da área de Ciência de Dados e da Inteligência Artificial, como o desenvolvimento de um dashboard com filtros de diferentes conjuntos de dados e métricas que ajudam a fazer análises mais assertivas.
Na apresentação do novo sistema do Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), Bruno Costa, pesquisador do Ibict, destaca que o sistema tem dois componentes: administrativo (cadastro de instituições, bibliotecas e publicações seriadas) e um sistema web de pesquisa e consulta a qualquer usuário. “Agora a visualização da informação passa a ser feita de maneira muito mais dinâmica e organizada, o que facilita a localização de determinada coleção, por exemplo”, avalia.
Segundo Bruno, outra demanda técnica priorizada para a reestruturação dos serviços bibliográficos tradicionais é a implementação de recursos que promovam a interoperabilidade desses sistemas, ou seja, permitir que os sistemas possam se comunicar entre si e com outros externos, tornando possível que os dados possam ser compartilhados e armazenados numa rede confiável. Ao trazer o exemplo do novo CCN, o pesquisador explica que hoje o sistema é interoperável e passará a adotar o formato Marc 21 para a estruturação dos metadados. Além disso, o sistema será operacionalizado em ambiente nuvem, ou seja, pode ser acessado de qualquer lugar.
O novo Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN)
A primeira entrega ao público prevista do Projeto de Pesquisa Pinakes é a modernização do Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), que consiste em um catálogo de acesso público que reúne informações sobre os títulos e coleções de publicações seriadas técnicas e científicas, nacionais e estrangeiras, disponíveis nas bibliotecas das instituições brasileiras.
O CCN foi criado em 1954 pelo Ibict, à época denominado Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD). “É o produto mais antigo do Ibict. Nasceu como um catálogo de fichas. A partir de 1978 passou a ser de microficha, onde foi automatizado. Em 1993, passou a ser um catálogo em CD-ROM e depois digital. Desde 2005 não havia uma atualização. A gente estava com um sistema defasado que não representava mais o momento atual”, avalia Ana Lúcia Gouveia, coordenadora de Serviços Bibliográficos do Ibict.
Segundo Bianca Amaro, Coordenadora-Geral de Pesquisa e Manutenção de Produtos Consolidados do Ibict, o CCN é um serviço fundamental para a área de Biblioteconomia e tem o potencial de ser utilizado por um novo público. “O CCN é uma ferramenta muito utilizada por todo o meio bibliotecário. A comunidade de bibliotecários terá uma grande e boa surpresa. Também queremos que os pesquisadores utilizem mais a ferramenta para que possam encontrar as fontes de informação para a realização de suas pesquisas”, avalia.
A equipe do Ibict ressalta ainda que o novo CCN torna mais fácil o processo de consultas e o cruzamento de informações de diversas fontes diferentes, proporcionando informações que facilitam o intercâmbio de publicações e iniciativas de cooperação entre as bibliotecas do Brasil.
A versão Beta do CCN será disponibilizada para acesso aos usuários em breve. Em um segundo momento, serão lançadas as novas versões do Bibliodata e Comut, com possibilidade de uso de tecnologias e recursos da Ciência de Dados e da Inteligência Artificial. “Iniciamos o Projeto Pinakes com o CCN, já estamos trabalhando com o Bibliodata, que estava fora do ar por uma questão de desatualização tecnológica. Será reformulado também o Comut para que os serviços possam estar na vanguarda da tecnologia”, afirma Bianca Amaro.