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Cetem e IBICT promovem evento sobre matérias-primas estratégicas e economia circular
O Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) promoveram, no dia 24 de junho, o Seminário Final dos Projetos contemplados com recursos do Programa Diálogos Setoriais União Europeia Brasil, chamada nº 9 de 2017. Os projetos contaram com contrapartida financeira do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, atual Secretaria de Tecnologias Aplicadas (SETAP).
Tiago Braga, coordenador operacional do projeto pelo Ibict e responsável pela Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos do Instituto, explica que as discussões proporcionadas pelo evento “colaboraram para o fortalecimento do trabalho desenvolvido pelos projetos contemplados pelo Programa Diálogos Setoriais União Europeia Brasil”. Tiago Braga conduziu uma sessão no seminário sobre economia circular e avaliação da vida útil: desafios e oportunidades para matérias-primas críticas.
A abertura do evento contou com a presença do diretor do CETEM, Fernando Freitas Lins, e de membros do Ibict, além de representantes do Programa Diálogos Setoriais, do Centro Comum de Investigação da Comissão (Joint Research Centre, JRC na sigla em inglês), do MCTIC e da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM). O seminário também contou com apresentações de pesquisadores e professores das áreas da economia circular e de produtos envolvendo o nióbio, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Técnica de Aachen (Alemanha).
Entre as principais discussões do evento estiveram temáticas envolvendo as chamadas matérias-primas críticas ou estratégicas e a economia circular, com estudo de caso voltado para o nióbio brasileiro. O nióbio é um elemento estratégico para o Brasil e que pode ser utilizado em materiais como aço, cerâmicas especiais e condutores, entre outras possibilidades.
Como explica Carlos Peiter, pesquisador e coordenador do projeto pelo CETEM, a parceria financeira do MCTIC foi vital para a condução dos projetos contemplados e é fruto do crescimento das oportunidades e desafios proporcionados pelas matérias-primas estratégicas e pela economia circular. “O cuidado e a atenção ao debate sobre o nióbio e a economia circular são estratégias importantes para o governo brasileiro no incentivo à pesquisa e à inovação”.
Carlos Peiter esclarece que ainda se vive uma espécie de “mitologia do nióbio” no país. Para superar esse cenário, o pesquisador recomenda que as pesquisas sobre o nióbio sejam constantemente realizadas e fortalecidas. “O mercado do nióbio no Brasil ainda é pequeno se comparado a outros metais, então há muito a esclarecer e a crescer em relação a esse segmento”, detalha o pesquisador, que conduziu uma apresentação sobre o desenvolvimento dos estudos do nióbio brasileiro.
Informação para a Sustentabilidade - Durante o evento, Sarita Albagli, pesquisadora do Ibict e professora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação/IBICT-UFRJ, debateu o papel da informação para a sustentabilidade. Conforme explica a professora, os desafios do desenvolvimento sustentável surgem em um cenário urgente e complexo de crise planetária. “Nessa conjuntura, a questão é em que medida a simples disponibilidade de informação mobiliza para a ação, e, por outro lado, em que medida ela consegue compor um consenso sobre a situação e a urgência da crise atual, bem como as soluções para o enfrentamento dessa situação”, explica.
Para Sarita Albagli, é preciso pensar em novas formas de abordar problemas e definir soluções e em novas bases de conhecimento. Deve-se também, segundo a professora, investir outros modos de produzir ciência e inovar nas dimensões ecológica, social e econômica da sustentabilidade. “Essa crise vem nos desafiando a pensar outras maneiras de produzir o conhecimento, visto que a informação pode ser insumo para uma maior eficácia e sustentabilidade no uso de recursos e na produção de bens e serviços, considerando seu ciclo de vida, além de subsídio para a formulação, avaliação e monitoramento de políticas, tomada de decisão e estabelecimento de compromissos e parcerias”, explica Sarita.
Patrícia Osandón
Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (COTEA/IBICT)