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Oficina Amazônia Legal sem Resíduo: resultados da primeira edição
Aconteceu nos dias 9 e 10 de julho a primeira oficina do projeto Amazônia Legal sem Resíduo, no Acre. Com a participação de gestores de meio ambiente de 13 municípios, além de instituições públicas, ONGs, universidades e a sociedade civil, o evento discutiu a revisão e a aprovação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos e decidiu criar um comitê para identificar recursos e oportunidades voltadas para gestão e implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A oficina, que teve destaque na Rede Amazônica – afiliada da TV Globo ( assista ao vídeo aqui ) foi conduzida pela equipe do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – Ibict e da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, e no Acre, contou com o apoio e organização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA. Representantes de entidades locais, como Ministério Público do Acre – MPAC, SOS Amazônia, Universidade Federal do Acre – UFAC e Associação dos Trabalhadores de Reciclagem e Resíduos Sólidos do Quinari – Acresoqui, também estiveram presentes.
Na ocasião, foi deliberada a criação de um prêmio de boas práticas na gestão de resíduos sólidos no estado do Acre a ser lançado em 2020, cujo documento final, com os encaminhamentos, seus respectivos responsáveis e prazos estabelecidos estará disponível em breve no site www.amazonialegalsemresiduo.ibict.br. As propostas também serão encaminhadas aos gestores da esfera federal, estadual e municipal.
Thiago Rodrigues, um dos pesquisadores do Ibict presentes, relata que a oficina promoveu a discussão sobre diferentes perspectivas para a gestão de resíduos sólidos nos mais diversos contextos, desde cidades bastante urbanizadas como a capital, Rio Branco, até municípios mais isolados como Porto Walter. “A gestão de resíduos sólidos na Amazônia Legal exige um olhar diferenciado, justamente por conta da densidade fluvial, que implica na logística de gestão de resíduos”, explica.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Israel Milani, esse é o primeiro passo da nova gestão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em conjunto com outras entidades, como o Ministério Público e as prefeituras. “A tendência é que, com o tempo e com os resultados das pesquisas, vamos dar um destino mais correto aos resíduos, como gerar energia por meio do lixo”.
A chefe do Núcleo de Resíduos Sólidos da SEMA, Daniele Castro, avaliou como positiva a oficina, principalmente porque foi o marco inicial para o processo de implementação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos. “Existe um plano que precisa ser revisado e aprovado. A partir desta oficina iniciaremos o processo de articulação de pessoas para tratar deste assunto tão importante”, disse.
O procurador do Ministério Público Estadual, Sammy Barbosa Lopes, participou da abertura oficial. “Nós, do Ministério Público, temos feito um trabalho intensivo para minimizar a geração de resíduos sólidos na Amazônia Legal, o que representa a garantia de saúde pública. Esse assunto está na nossa pauta prioritária”, finalizou.
Entre os participantes da oficina, a presidente da Associação dos Trabalhadores de Reciclagem e Resíduos Sólidos do Quinari (Acresoqui), Dinah Gonçalves, elogiou a iniciativa. “É um tema que precisa sempre ser discutido, lembrado, divulgado. Todos nós podemos fazer parte dessa construção coletiva do tratamento dos resíduos sólidos, basta cada um começar do seu jeito”, comentou mostrando bonecos feitos com material reciclável. Ela aprendeu a técnica com as freiras franciscanas que colaboraram com a Acresoqui e já passou a técnica para as suas filhas.
A partir dos resultados prévios da oficina, estão previstos o levantamento de tecnologias ambientalmente adequadas para a realidade amazônica, a realização do diagnóstico quali-quantitativo da região, bem como a elaboração do guia de minimização de resíduos sólidos.
Katiúscia Miranda, Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre – SEMA
Lucas Guedes, Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos – COTEA/Ibict
Foto: Assessoria SEMA