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Sugestão de leitura: Pele negra, algoritmos brancos: informação e racismo nas redes sociotécnicas.
Publicado no mês passado, o artigo assinado pelos pesquisadores Arthur Coelho Bezerra e Camila Mattos da Costa do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (PPGCI/IBICT/UFRJ) tem como objetivo explorar os "enviesamentos racistas" presentes nas redes digitais, em especial, aqueles inscritos nos algoritmos que organizam e classificam a informação disponível online, trazendo o debate ao campo da ética da informação.
O artigo faz parte do Dossiê "O papel dos algoritmos e das plataformas digitais em contextos sociopolíticos", da Liinc em Revista, periódico científico de acesso aberto do Ibict, editada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação e desenvolvido em associação com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os autores reconhecem que o racismo é parte da estrutura fundamental das sociedades capitalistas, característica que também se manifesta na forma como as ferramentas tecnológicas são elaboradas.
No atual capitalismo de dados, afirmam os pesquisadores Arthur Coelho Bezerra e Camila Mattos da Costa, que “os vieses raciais discriminatórios têm-se revelado como mais uma maneira de reforçar as desigualdades já existentes na sociedade, na medida em que corroboram para a reprodução do racismo que, nas redes sociotécnicas, converte-se em uma forma de opressão algorítmica”.
Os resultados da pesquisa apontam que os softwares e a aplicação das tecnologias de inteligência artificial podem atuar como meios para aprofundar desigualdades, cujos vieses são mascarados tanto pela própria tecnologia (marcada por práticas informacionais invisíveis a seus usuários) quanto pela confiança e crença dadaísta na neutralidade tecnológica.
Conclui-se que, apesar de não ser a única forma de opressão presente nas redes, o racismo algorítmico tem importante papel na manutenção estrutural das desigualdades raciais, uma vez que não só é alimentado por elas, mas também as alimenta. Nesse sentido, os autores apresentam elementos que têm potencial de mitigar os vieses algorítmicos atualmente em uso, de forma a trazer mais equidade e responsabilidade em seus processos de elaboração.
Para saber mais sobre o artigo, acesse: https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6043