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Ibict promove oficinas de Tecnologias para Gestão de Dados Abertos do projeto Agricultura Urbana
Em continuidade às ações do projeto Agricultura Urbana, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) por meio da Coordenação de Tecnologias Aplicadas a Novos Produtos (Cotea) realizou, na última sexta-feira (19), um treinamento com uma série de oficinas para a equipe designada pelo Ministério da Cidadania (MC) envolvida diretamente nas atividades desta parceria.
De acordo com Marcel Souza, responsável pela Cotea, essas oficinas são, definitivamente, um marco dentro do projeto. “Elas fazem parte do processo de transferência de tecnologia de todas as ferramentas que foram desenvolvidas, todas elas seguindo as premissas da Ciência Aberta, como rege esse Instituto. É importante ressaltar que essa pesquisa vai servir de base para o nosso Laboratório de Informação para Sustentabilidade (LIS) que é o grande objetivo da nossa coordenação esse ano”.
A pesquisadora do Ibict e doutora em Ciência da Informação, Janinne Barcelos, explicou que o projeto é um acordo entre Ibict e Ministério da Cidadania para estimular iniciativas de Agricultura Urbana nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. Durante a execução, foi realizado um mapeamento de hortas e das áreas potenciais dentro das cidades para o desenvolvimento de Agricultura Urbana a fim de analisar as especificidades de cada área.
Para organizar, sistematizar e disponibilizar essas informações e fazer o repasse ao MC foi criada uma página personalizada dentro do Sistema Aberto de Observatórios para Visualização de Informações (Visão), solução proposta pelo Ibict para permitir a disponibilização e uso de dados abertos de forma interativa. Também foi desenvolvido o aplicativo Agricultura Urbana, espaço em que a comunidade pode indicar, catalogar ou propor projetos e iniciativas dessa temática em sua região. O aplicativo é gratuito e pode ser utilizado por qualquer usuário que deseje conhecer as hortas próximas de sua localidade ou trabalhar efetivamente como voluntário em alguma delas.
Foi lançado ainda o Programa de aprendizagem sobre AUP, na modalidade EaD, que oferece cursos gratuitos sobre conhecimentos acerca de práticas nas áreas de AUP, com ênfase em questões relacionadas ao voluntariado, organização social e cooperativa, técnicas agroecológicas no manejo de resíduos e compostagem, conservação do solo e da água, análise de microclimas, taxonomia, morfologia e fisiologia de plantas.
Outra tecnologia implementada no projeto foi a Biblioteca Digital de Agricultura Urbana (BDAU) projetada para atender ao compromisso de comunicar o conhecimento registrado sobre agricultura urbana. A BDAU se apresenta hoje como integrante relevante no conjunto das fontes de informação de Acesso Aberto para as temáticas da AUP. Ela reúne legislação, notícias e resultados de pesquisa científica sobre este assunto, subsidiando gestores, pesquisadores e agricultores urbanos de todo Brasil.
No evento, a pesquisadora da Coordenação-geral de Tecnologias de Informação e Informática (CGTI) do Ibict, Nathaly Leite, apresentou uma introdução ao Visão, priorizando a página construída exclusivamente para o projeto. Em seguida, o pesquisador Igor Rodrigues falou sobre a gestão do aplicativo Agricultura Urbana. No período da tarde, Lucas Ângelo fez uma introdução ao DSpace e, para finalizar as apresentações, a pesquisadora Michelli Costa apresentou a Biblioteca Digital de Agricultura Urbana, seguida por uma roda de conversa e entrega do livro “BDAU: guia do Bibliotecário”.
Para Kelliane Fuscaldi, coordenadora-geral de Apoio à Agricultura Urbana e Periurbana, do Ministério da Cidadania, a parceria tem dado muito certo. “Acreditamos que a partir da publicação de todas as tecnologias, vamos passar a um outro patamar nessa temática de Agricultura Urbana, pois teremos informações concretas e pontuais para poder ajudar a sociedade civil a implantar algum tipo de ação e, assim, contribuir para a melhoria da segurança alimentar e nutricional das pessoas”.
O projeto: Posicionada sob o guarda-chuva da economia verde, a Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) tem se apresentado como boa estratégia para promover Cidades Sustentáveis, estimulando reciclagem e conservação de recursos; educação e segurança alimentar; integração social entre vizinhos, ONGs, produtores, gestores e governos locais; arquitetura e gerenciamento verde de espaços urbanos; contato com a natureza, terapia e recreação, entre outras vantagens (BARCELOS; COSTA; SOUZA, 2020). Embora a AUP já exista na prática há muito tempo, apenas recentemente começou a ganhar destaque, sendo promovida por governos e instituições internacionais como a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) (PINTO; YVES, 2009).
Por esta razão, entender a história e as dinâmicas que envolvem essa prática é fundamental para tirá-la da invisibilidade e orientar políticas públicas que possam impulsioná-la cada dia mais. Na esteira desse pensamento, a parceria firmada entre o MC e o Ibict, tem a missão de promover, por meio de plataforma digital desenvolvida em projeto de pesquisa, ações de voluntariado público em atividades de AUP, nas cidades de Brasília (DF), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).