Histórico
A origem do Ibict remonta ao início da década de 50, quando a Unesco sugeriu à Fundação Getúlio Vargas (FGV), que promovesse a criação, no Brasil, de um centro nacional de bibliografia. A ação da Unesco, à época, foi decisiva para o surgimento de instituições do gênero em diferentes países. A escolha inicial da FGV deveu-se ao fato de aquela instituição estar realizando importantes atividades na área de bibliografia e documentação.
Por essa época, estava sendo criado, também, o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), que tinha, entre suas atribuições, "manter relação com instituições nacionais e estrangeiras para intercâmbio de documentação técnico-científica". Por meio de proposta conjunta CNPq/FGV, foi criado, em 27 de fevereiro de 1954, pelo Decreto do presidente da República n° 35.124, o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD), que passou a integrar a estrutura organizacional do CNPq.
Os anos 70 são marcados por uma reorganização das atividades de ciência e tecnologia no país. Registra-se a transformação do Conselho Nacional de Pesquisas em Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, ampliando o seu poder, transformando-o em fundação, ligando-o à Secretaria do Planejamento e à Presidência da República. Da mesma maneira que o CNPq, o IBBD passa por uma transformação, inclusive com a mudança de nome para Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), com a publicação da Resolução Executiva do CNPq n° 20/76. O Ibict consolidava-se, então, como órgão que coordenaria, no Brasil, as atividades de informação em C&T.
O Ibict, desde então, tem atuado também na promoção da popularização da informação científica e tecnológica. São exemplos dessa iniciativa, o projeto “Ciência às Cinco”, lançado em 1987; um ano mais tarde, a Base de Dados de Filmes em C&T; e, em 1993, o “Programa de Tecnologias Apropriadas”.
Desde 1975, o Ibict vem desenvolvendo as funções de Centro Nacional da Rede ISSN, para atribuição do número internacional normalizado para publicações seriadas. A partir de 1980, o Ibict se estabeleceu como Centro Brasileiro do ISSN e passou a ser o único membro no Brasil para atribuição do código ISSN.
Um dos primeiros serviços do Ibict, o Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), foi criado em 1954, pelo então IBBD, como um catálogo convencional de fichas, com prestação de informações presenciais, por telefone ou correspondência. Desde então, o serviço tem acompanhado a evolução das tecnologias, passando pela edição impressa, por microfichas e, finalmente, para sua atual versão eletrônica.
O Programa de Comutação Bibliográfica (Comut), instituído pela Portaria nº 456 de 5 de agosto de 1980, é um dos produtos tradicionais do Ibict, que possibilita a obtenção de cópias de documentos técnicos científicos disponíveis nos acervos das principais bibliotecas brasileiras e em serviços de informação internacionais.
O Ibict hoje é referência em projetos voltados ao movimento do acesso livre ao conhecimento. Exemplo desse compromisso é a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), lançada em 2002, que utiliza as mais modernas tecnologias de arquivos abertos e integra sistemas de informação de teses e dissertações de instituições de ensino e pesquisa brasileiras. A BDBTD possui um acervo de mais de 126 mil teses e dissertações de 90 instituições de ensino. Isso faz dela a maior biblioteca dessa natureza, no mundo, em número de registros de teses e dissertações de um só país.
Faz parte também da história recente do Ibict o lançamento do Canal Ciência, portal de divulgação científica e popularização da ciência, concretizado em 2002, que utiliza as mídias audiovisuais como recurso para inclusão de jovens na Sociedade da Informação. Vale frisar que o Canal Ciência foi indicado ao prêmio da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, como melhor exemplo de conteúdo eletrônico e criatividade desta categoria.
Em 2005, além de aprimorar os serviços tradicionais, o Ibict ampliou sua atuação ao abranger outros segmentos da sociedade carentes de informação organizada na Web que ainda não faziam parte da sua comunidade de usuários. Para tanto, criou o Programa de Inclusão Social e passou a utilizar sua expertise em organização, armazenamento e disseminação da informação para apoiar as políticas públicas voltadas ao campo social, notadamente no que diz respeito à implementação de ações diretas no campo da aprendizagem informacional e digital.