Superbraille História em Quadrinhos Ano I -- n.o 2 Outubro/Dezembro de 2022 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Edição e Impressão na Divisão de Imprensa Braille Av. Pasteur, 350-368 -- Urca Rio de Janeiro -- RJ CEP: 22290-250 Tel.: (21) 3478-4531 Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~,

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial das Revistas em Braille do IBC Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira

Autoras Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima Rachel Ventura Espinheira Ilustradora Leida Maria de Oliveira Gomes Diagramador Wanderlei Pinto da Mota Descrição da capa _`[Imagem com fundo laranja e bolinhas amarelas. Na parte superior, centralizada, em letras vermelhas, lê-se: "Superbraille". Abaixo, à esquerda, em letras azuis, lê-se: "Ano I -- n.o 2 -- 2022"; à direita, um balão de estrondo laranja, com bordas pretas e pontiagudas, em letras azuis, em que se lê: "#ktbt". Centralizada, a imagem de Luís/Super- braille; de perfil, cabelos castanhos, Luís com uma camisa azul escura, e Super- braille com camisa azul

clara, venda laranja nos olhos e com um retângulo amarelo, com seis pontos, representando a cela braille. Na parte inferior, à direita, logo do Instituto Benjamin Constant._`]

Quarta capa _`[Imagem com fundo laranja e bolinhas amarelas. Centralizada, um balão de estrondo laranja, com bordas pretas e pontiagudas, em letras azuis, em que se lê: "Superbraille". Na parte inferior, centralizado, logo do Instituto Benjamin Constant._`]

Apresentação As histórias em quadrinhos (HQ) são, sem dúvida, im- portantes meios para desenvolverem o hábito de leitura nas crianças. Histórias com personagens variados, textos curtos e sem complexidade fazem a alegria da garotada. É um gênero textual que circula nos variados espaços cotidianos: livros, materiais didáticos, jornais, revistas, provas de concurso, entre outros. Por essa abrangência, a Comissão Editorial das Revistas em Braille do Instituto Benjamin Constant (IBC) percebeu que seria uma importante contribuição para o desenvolvimento da leitura das crianças cegas e com baixa visão a inserção de HQ na *Pontinhos*, revista infantojuvenil, editada desde 1959 pela Imprensa Braille do IBC, sendo distribuída em braille e no formato ampliado. No fim de 2019, na edição comemorativa dos 60 anos, a comissão inseriu as histórias do Superbraille na revista *Pontinhos*. Muitas aventuras e conselhos sobre acessibilidade foram conteúdos das HQs. O Superbraille é a identidade secreta de Luís, um menino na pré-adolescência, que se transforma em Super- braille, um herói cego, com o superpoder de converter textos impressos em tinta em textos em braille. Ele surge nas mais diversas situações do dia a dia, em livrarias, na escola, no banco, entre muitas ou- tras, trazendo acessibilidade para as pessoas cegas em condições de vulnerabilidade di- ante da ausência de recursos acessíveis. A Comissão Editorial recebeu retorno positivo dos assinantes. Muitos elogios e pedidos para que houvesse mais histórias com as aventuras do Superbraille. Assim sendo, a comissão pensou em dar mais espaço textual para as HQs desse herói tão cativante. Sem estender muito o conteúdo da *Pontinhos*, como fazer? Eis que surge a proposta de criar as HQs em volume separado, distribuídas trimestralmente tal qual a revista *Pontinhos*. Dessa forma, espera-se que a leitura das HQs, ao promover a interação com esse gênero tão recorrente em nosso cotidiano, auxilie no desenvolvimento do hábito de leitura das crianças cegas e com baixa visão e faça com que entrem em contato com a língua

escrita, adquirindo conhecimentos linguísticos, como ortografia e pontuação; que desenvolva o senso crítico ao serem discutidas as questões de ausência de acessibilidade; e que, sobretudo, as insira em uma sociedade letrada, multimodal, permitindo-lhes, tam- bém, valerem-se do lúdico para acessar a imaginação e a fantasia. Comissão Editorial

Retrospectiva #ktbt Para iniciarmos as nossas aventuras do Superbraille, vamos relembrar histórias já publicadas na revista *Pontinhos*. Esta retrospectiva (#ktbt) será publicada em dois números; a partir do n.o 3, serão apenas histórias inéditas.

Superbraille em A Praia -- Parte 2 _`[HQ em dezesseis quadrinhos: Q1: Narrador: “Super- braille pisa na areia e pensa...” Superbraille, de frente para a praia, diz: “Caramba! Que nervoso, parece que o chão se move, porém eu sei que é a areia. Eu já vi e senti. Mas será que a pessoa cega, também têm essa consciência?” Q2: Superbraille, com o braço direito levantado, diz: “Já sei! Amanhã vou pedir ao Carlos para me apresentar à colega dele.” Q3: Narrador: “No dia seguinte...” Luís, andando, diz: “Carlos! Carlos!” Carlos, junto de seus colegas, diz: “Oi, Luís! Peraí!” Q4: Carlos, com a mão esquerda no ombro de Luís, diz: “Fala aí!” Luís diz: “Carlos, tem como você me apresentar àquela sua colega, a Natália?” Carlos diz: “Que isso, colega! Já quer chegar junto?” Luís diz: “Para com isso. Estou fazendo uma pesquisa e quero, apenas, tirar algumas dúvidas com ela.” Q5: Carlos, segurando a mão da amiga, diz: “Natália! Oi! E aí, tudo bem? Quero te apresentar meu amigo Luís.” Q6: Luís segura a mão de Natália e diz: “Oi, Natália! Tudo bem?” Natália, em pé, diz: “Tudo bem. É um prazer conhecer você.” Carlos, de frente para os dois, diz: “Pessoal! Tenho que vazar. Fui!” Q7: Luís, em pé na areia, diz: “Natália, eu estou fazendo uma pesquisa. Você se incomoda se eu lhe fizer algumas perguntas?” Natália, ao seu lado, diz: “Não. Pode perguntar.” Q8: Luís, em pé sobre a areia, diz: “Você lembra como foi a sua primeira vez na praia?” Natália, com a mão esquerda no cabelo, diz: “Não, eu era muito pequena. Como eu nasci cega, minha família me contou que fiquei nervosa ao tocar meus pés na areia. Inclusive chorei, minha prima insistiu até eu me acostumar.” Q9: Luís, sentado na areia, diz: “E na ý"primeiraý" vez, que você lembra, qual foi a sua sensação?” Natália, ao seu lado, diz: “Eu estava muito animada com o passeio e curiosa tam- bém, afinal teria passeio de barco. No início, andei com insegurança, por causa da areia, mas consegui superar meu nervoso.” Q10: Natália de frente para o mar, diz: “Esqueci logo o incômodo para prestar atenção a outras coisas, como: o cheiro do mar, o barulho, o vento forte que bagunçava meu cabelo.” Q11: Luís, em frente ao mar, diz: “E quando você entrou no mar?”

Natália segura o braço esquerdo de Luís e diz: “Fiquei meio perdida. É imenso, infinito, sem referência, não sabia de onde as ondas vinham e quando vinham. Precisei tomar alguns caixotes para aprender a me sustentar sozinha, e confesso que até hoje prefiro entrar na água de mãos dadas com alguém.” Q12: Luís, em frente ao mar, diz: “E no barco?” Natália, com a mão direita na frente do ouvido, diz: “No barco, eu me senti segura, mas, na hora de pular do barco com a boia, fiquei

ansiosa. São muitas as histórias que lemos sobre tubarões e perigos do mar. Ali, não era o caso, mas a segurança do barco parecia mais confortável. Venci o medo novamente pela curiosidade.” Q13: Natália, ainda ao lado de Luís e de frente para o mar, diz: “Ah! E que sensação! Foi incrível a ideia de estar livre, totalmente em contato com a natureza. Lógico que a água salgada não é saborosa e arde bastante quando fico com os olhos abertos. E as ondas são imprevisíveis, mas basta

aprendermos a ouvi-las e a nos soltar com a chegada delas.” Q14: Luís, sentado na areia, diz: “Sabe Natália, eu também tive essas sensações, afinal não é tão diferente assim. Como você falou, é apenas superar o medo. Mas ir à praia é realmente incrível.” Natália, sentada ao seu lado, diz: “Até hoje, ir à praia é o meu passeio preferido.” Q15: Natália e Luís batem as mãos, e ela diz: “Espero ter lhe ajudado, Luís.” Luís diz: “Poxa! E como!

Muito obrigado por compartilhar suas sensações comigo.” Q16: Narrador: “À noite, Superbraille vai novamente à praia e...” Superbraille, sentado na areia, diz: “Agora é só superar o medo.” "Fim"._`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Superbraille em No banco... _`[HQ em doze quadrinhos: Q1: Narrador diz: "No café da manhã..." Mãe e filho sentados à mesa, e ela diz: "Filho, hoje tenho que ir ao banco para conversar com o gerente sobre uma aplicação que pretendo fazer. Vamos comigo?" Luís responde: "Ok, mãe, vou sim, vai ser legal para eu começar a aprender um pouco sobre ý"essas coisas de gente grandeý"." Q2: A mãe, em pé, sorri e diz: "Luís, Luís, você é um menino especial! Então vá se arrumar, vamos agora." Luís diz: "Ok, já volto!" Q3: Narrador: "Ao chegarem ao banco, encontram o gerente envolvido em uma baita confusão…" O gerente, sentado à mesa com um cliente, diz: "Senhor, me desculpe, mas não tenho outra forma de apresentar o extrato da sua conta." O cliente responde: "Eu já expliquei que não tenho com- putador e de nada me adianta impresso sem ser em braille. O Estatuto da Pessoa com deficiência me garante o direito de receber extratos bancários em braille, se eu assim solicitar, e eu solicitei. Meu Deus!!!" Q4: Narrador: "Só então Luís percebeu que o homem segurava uma bengala. O homem era cego. Acendeu dentro do Luís a chama da indignação." Com o cartão na mão, a mãe de Luís, diz: "Filho, isso aqui vai demorar… vamos adiantar a nossa vida… pega meu cartão e vai ali no caixa eletrônico e retira R$100,00 para fazermos umas compras depois." Luís diz: "Ok, mãe, já volto!"

Q5: Narrador: "Era a ý"deixaý" que Luís precisava para o Superbraille entrar em ação. Luís se esconde atrás de uma pilastra, passa sua bengala estilosa para a mão esquerda e… Superbraille entra em ação!" Q6: Narrador: "Super- braille se aproxima da mesa do gerente. Mesmo sem entender nada, o gerente faz o que ele pede." Superbraille diz: "Sr. Gerente, por favor, coloque o extrato na minha mão." Q7: Narrador diz: "Super- braille passa a mão direita sobre o extrato, e o texto torna-se acessível, está todo escrito em braille agora. O gerente, de olhos arregalados, parece não acreditar no que vê. Pega a folha e entrega ao cliente." O cliente diz: "Ué, o que houve aqui? Está em braille!!!" Q8: Superbraille diz: "Senhor, eu sou o Super- braille, tenho o superpoder de trazer acessibilidade para as pessoas. Embora esse compromisso seja de toda a sociedade, que deve cumprir as leis para que todos sejam incluídos."

O cliente diz: "Sim, concordo com você, mas é muito bom saber que temos um herói defendendo a nossa causa e nos ajudando em momentos constrangedores como esse pelo qual estou passando agora." Q9: O gerente diz: "Estou envergonhado. Vocês dois me deram uma aula de cidadania. Obrigado. Levarei a situação ao diretor do banco e vamos providenciar o cumprimento da lei." Q10: Narrador diz: "Mas nosso herói não mais ouviu, já havia se afastado...

mudado a bengala estilosa para a mão esquerda..." O cliente diz: "Obrigado, Superbraille!" Q11: A mãe diz: "Você sempre perdendo a ação do Superbraille!" Luís diz: "Poxa mamãe! Mas a fila estava enorme..." Q12: Luís, piscando o olho, diz: "Um dia eu chego a tempo!". "Fim"._`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Superbraille em Curiosidade! _`[HQ em oito quadrinhos: Q1: Narrador diz: “Luís, em seu quarto, pensa.” Luís, deitado, pensa: “Porque deram esse nome braille para esses pontos?” Q2: Narrador diz: “Curioso, Luís pega seu celular e começa a pesquisar.” Luís pensa: “Legal! Esse Luís é muito inteligente. Também, com esse nome!” Q3: Narrador diz: “Super- braille, em seu quarto, pensa.”

Superbraille, em pé, passa a mão num livro: “Eu preciso conhecer novas pessoas, para poder ajudar.” Q4: Narrador diz: “Na escola, Luís conversa com seus colegas.” Q5: Marcos, de costas e em pé, diz: “Oi, Luís!” Luís, a sua frente, pergunta: “Oi! Marcos, você conhece uma biblioteca grande que fica lá no centro da cidade?” Marcos responde: “Sim, Luís. Por quê?” Q6: Luís diz: “Eu quero conhecer. Você quer ir comigo amanhã, depois da aula?” Marcos bate na mão de Luís e diz: “Vamos sim!” Q7: Luís, em pé e sozinho, pensa: “Será que ela é acessível? Vou ter que pesquisar...” Q8: Narrador diz: “No dia seguinte, após as aulas, Luís e Marcos foram conhecer a Biblioteca Nacional que fica na Av. Rio Branco, 219 -- Centro, Rio de Janeiro -- RJ.” Marcos e Luís estão de frente para a biblioteca. Marcos diz: “Caramba! Como ela é grande.” Luís pergunta: “E você sabia que ela também é chamada de Biblioteca Nacional do Brasil, cujo nome oficial institucional é Fundação Biblioteca Nacional, e é a depositária do patrimônio bibliográfico e documental do Brasil, considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e a maior da América Latina?” "Fim"._`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Superbraille em Curiosidade II! _`[HQ em dez quadrinhos: Q1: Os meninos, Luís e Marcos, estão de frente para a biblioteca, e Luís diz: “Poxa, Marcos! Essa pandemia só atrapalhou, viemos aqui à toa.” Q2: Luís e Marcos estão em frente a uma placa: “Fechado para obra”. Marcos diz: “Pelo menos, eles foram espertos, aproveitaram esse período para fazer a reforma."

Q3: Luís pensa em Natália e diz: “Outro dia, a Natália estava me contando que foi a uma outra biblioteca aqui no Centro. Você conhece?” Q4: Marcos, ao lado de Luís, diz: “Sim, é a Bi- blioteca Estadual, que fica localizada na Avenida Presidente Vargas, 1261, aqui no Centro.” Q5: Luís pega o celular e diz: “Será que ela está aberta? Vou pesquisar aqui no celular. Xi, tem que marcar a visita.” Marcos pergunta: “Será que tem horário vago agora? Tenta aí, cara.” Luís responde: “Tem sim, vamos?” Marcos diz: “Claro.” Q6: Luís e Marcos estão de frente para a biblioteca, e Luís pergunta: “Vamos conhecer a parte acessível da biblioteca?” Marcos responde: “Vamos.” Q7: Na biblioteca, encontram duas crianças lendo li- vros em braille, e Marcos pergunta: “Eu não conhecia essa parte. Aqueles livros estão em branco?” Luís responde: “Não, Marcos, chega aqui! Passa a mão, está em relevo, este texto está em braille.” Q8: Luís e Marcos estão próximos às estantes, e Marcos pergunta: “E qual é o público-alvo para esse tipo de livro?” Luís responde: “É para pessoas cegas. Marcos, você é um mané.” Q9: Em frente a uma impressora braille, Marcos pergunta: “Poxa, Luís! Eu não conheço. Como fazem esses relevos?” Luís responde: “Assim! Te ý"apresentoý" a impressora braille.” Q10: Marcos diz: “A gente escuta muito sobre inclusão, porém não conhecemos nada.”

Luís, pensando no Super- braille, diz: “Por isso precisamos conhecer e divulgar. Bate aqui!” E ambos, com uma das mãos fechadas, batem uma contra a outra. "Fim"._`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Superbraille em Uma nova amiga! Superbraille é uma história em quadrinhos criada pela Comissão da Revista *Pontinhos*. Luís é um menino cujo superpoder está na bengala que ele traz sempre consigo. Ao segurá-la com a mão esquerda, ele se transforma no Super- braille, com o superpoder de, ao tocar em textos em tinta, torná-los acessíveis no formato braille. A partir deste número, a HQ do Superbraille ganha uma nova personagem, Gigi, uma menina cega, recém-chegada

à escola do Luís/Super- braille. O nome é uma homenagem à cantora lírica Giovanna Maira, assinante da revista desde criança e parceira nas redes sociais. _`[HQ em doze quadrinhos: Q1: Narrador diz: “Parecia só mais um dia de aula na vida de Luís, que nem desconfiava o que estaria reservado para ele. Acordou, tomou café e foi para a escola como todos os outros dias.” Luís, de frente para sua mãe, diz: “Mãe, bom dia! O café está pronto?” A mãe responde: “Bom dia, filho! Está sim. Não vai se atrasar para aula.” Q2: Narrador diz: “Ao chegar, encontrou os amigos reunidos no pátio. Conversavam animadamente quando foram interrompidos...” Luís diz: “E aí, galera!” Marcos diz: “Não acredito, é só o Luís chegar que o ý"toque de recolherý" acontece." Q3: Narrador diz: “No intervalo, Luís foi ao banheiro que ficava ao lado da sala da coordenação pedagógica e viu um casal com uma menina indo em direção a essa sala.”

Q4: Luís, em pé no corredor, pensa: “Quem será essa menina! Ela tem mais ou menos a minha idade. O que será que está acontecendo, afinal a mãe da menina está um pouco alterada.” Q5: Todos se acomodam na sala da coordenação, e a mãe pergunta: “A senhora quer dizer, então, que a minha filha não pode estudar aqui, é isso mesmo?” A coordenadora responde: “Não é que não possa, mas não temos estrutura pedagógica para atender às necessidades da sua filha, sentimos muito.” Q6: Narrador diz: “A essa altura, Luís estava cada vez mais intrigado com o diálogo.” Luiz, em pé no corredor, pensa: “O que será que tem essa menina?” Q7: Na sala da coordenação, a mãe, sentada, diz: “Sei que vocês conhecem o Estatuto da Pessoa com Deficiência -- Lei n.o 13.146, de 6 de julho de 2015 --, que garante ý"sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vidaý". Minha filha precisa apenas de que a aceitem, ela tem condições

de aprender como os outros colegas.” A coordenadora, sentada à sua frente, pergunta: “Mãe, como ela vai acompanhar as aulas? Os professores não têm experiência para lidar com a deficiência dela.” A menina, responde: “Eu ensino como!” Q8: Narrador diz: “Luís olhou atentamente e só aí percebeu qual era a defici- ência da menina.” A coordenadora, de frente para a família no corredor, responde: “Bom! Com essa disposição, com uma postura tão destemida como a sua, Giovanna, você venceu!” Luís, na porta do banheiro, pensa: “Ah! O nome dela é Giovanna, e ela é cega. Gostei dela, é uma das minhas. Fico feliz pela atitude dessa menina e, mais feliz ainda, porque provavelmente será minha colega de turma.” Q9: Giovanna está com sua garrafinha na mão. Narrador diz: “O porquê de tanta felicidade não era só por poder lidar com uma pessoa com deficiência e ajudá-la no dia a dia no cotidiano do Superbraille...” Q10: Luís, em pé no corredor, pensa: “Giovanna é linda!!!! Cabelos castanhos claros, presos em um rabo de cavalo impecável e um lindo par de olhos azuis.” Q11: Narrador diz: “A co- ordenadora, após o intervalo, levou Giovanna para conhecer a escola e a sua turma. A acolhida foi receptiva. Luís era o mais recep- tivo de todos.” A coordenadora, com o braço em volta da Giovanna, diz: “Olá, turma! Esta é a nova colega de turma de vocês, Giovanna. Ela já estará aqui a partir de amanhã.” Luís, de frente para Giovanna, diz: “Olá! Eu sou o Luís! Seja bem-vinda, Giovanna! Mas... podemos te chamar de Gigi?” Giovanna diz: “Prazer, Luís! Claro que sim! Adorei!” Q12: Luís e Giovanna estão um de frente para o outro. Narrador diz: “E assim parecia começar uma linda amizade entre esses dois seres humanos que se completariam em suas diferenças.” "Fim"._`] õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra

Transcrição: Fernanda Souza Coordenação de revisão: Geni Pinto de Abreu Revisão: Jessica Medina :::::::::::::::::::::::: Distribuição gratuita de acordo com a Lei n.o 9.610, de 19/02/1998, art. 46, inciso I, alínea *d*.