Superbraille História em Quadrinhos Ano II -- n.o 6 Outubro/Dezembro de 2023 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Edição e Impressão na Divisão de Imprensa Braille Av. Pasteur, 350-368 -- Urca Rio de Janeiro -- RJ CEP: 22290-250 Tel.: (21) 3478-4531 Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~ gov.br~,

Diretor-Geral do IBC Mauro Marcos Farias da Conceição Comissão Editorial das Revistas em Braille do IBC Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira

Autoras Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima Rachel Ventura Espinheira Ilustradora Leida Maria de Oliveira Gomes Diagramador Wanderlei Pinto da Mota

Superbraille / MEC / Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n. 1 (2022) -- . Rio de Janeiro : Divisão de Imprensa Braille, 2022 -- . V. Trimestral Impressão em braille ISSN 2965-064X 1. Infantojuvenil. 2. História em quadrinho. 3. Deficiência visual. 4. Revista -- Periódico. I. Superbraille. II. Ministério da Educação.

III. Instituto Benjamin Constant. CDD-028.#ejhga Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Descrição da capa _`[Imagem com fundo laranja e bolinhas amarelas. Na parte superior, centralizada, em letras vermelhas, lê-se: "Superbraille". Abaixo, à esquerda, em letras pretas, lê-se: "Ano II -- n.o 6 -- 2023". Centralizada, a imagem de Luís/Super- braille; de perfil, Luís, cabelos castanhos com uma camisa azul-escura, e Superbraille, venda laranja nos olhos, com camisa azul- -clara, na qual, centralizado, há um retângulo amarelo

com seis pontos, representando a cela braille. Na parte inferior, à direita, logo do Instituto Benjamin Constant._`]

Quarta capa _`[Imagem com fundo laranja e bolinhas amarelas. Centralizado, um balão de estron- do laranja, com bordas pretas e pontiagudas, em letras azuis, em que se lê: "Superbraille". Na parte in- ferior, centralizado, logo do Instituto Benjamin Constant._`]

Apresentação As histórias em quadrinhos (HQs) são, sem dúvida, importantes meios para desenvolverem o hábito de leitura nas crianças. Histórias com personagens variados, textos curtos e sem complexidade fazem a alegria da garotada. É um gênero textual que circula nos variados espaços cotidianos: livros, materiais didáticos, jornais, revistas, provas de concurso, entre outros. Por essa abrangência, a Comissão Editorial das Revistas em Braille do Instituto

Benjamin Constant (IBC) percebeu que seria uma importante contribuição para o desenvolvimento da leitura das crianças cegas e com baixa visão a inserção de HQ na *Pontinhos*, revista infantojuvenil, editada desde 1959 pela Imprensa Braille do IBC, sendo distribuída em braille e no formato ampliado. No fim de 2019, na edição comemorativa dos 60 anos, a comissão inseriu as histórias do Superbraille na revista *Pontinhos*. Muitas aventuras e conselhos sobre acessibilidade foram conteúdos das HQs. O Superbraille é a identidade secreta de Luís, um menino na pré-adolescência, que se transforma em Super- braille, um herói cego, com o superpoder de converter textos impressos em tinta em textos em braille. Ele surge nas mais diversas situações do dia a dia, em livrarias, na escola, no banco, entre muitas ou- tras, trazendo acessibilidade para as pessoas cegas em condições de vulnerabilidade di- ante da ausência de recursos acessíveis. A Comissão Editorial recebeu retorno positivo dos assinantes. Muitos elogios e pedidos para que houvesse mais histórias com as aventuras do Superbraille. Assim sendo, a comissão pensou em dar mais espaço textual para as HQs desse herói tão cativante. Sem estender muito o conteúdo da *Pontinhos*, como fazer? Eis que surge a proposta de criar as HQs em volume separado, distribuídas trimestralmente tal qual a revista *Pontinhos*. Dessa forma, espera-se que as histórias em quadrinhos do Superbraille, ao promoverem a interação com esse gênero tão recorrente em nosso cotidiano, auxiliem no desenvolvimento do hábito de leitura das crian- ças cegas e com baixa visão, fazendo com que entrem em contato com a língua escrita, adquirindo conhecimentos linguísticos, como ortografia e pontuação; que desenvolvam o senso crítico ao serem discutidas as questões de ausência de acessibilidade; e que, sobretudo, as insiram em uma sociedade letrada, multimodal, permitindo-lhes, também, valerem-se do lúdico para acessar a imaginação e a fantasia. Comissão Editorial

_`[Superbraille em “O BILHETE QUE NÃO EXISTIU…” em vinte quadrinhos. Q1: Narrador diz: “Era sábado à tarde, e Luís estava assistindo ao jogo na TV com seus pais quando, de repente, sua bengala vibrou. Na tela da TV, lê-se: ‘Pênalti’”. Luís, sentado no sofá com seus pais, pensa: “Caramba, que susto! Não me acostumei com isso ainda!” Q2: Luís, bocejando, diz: “Pai, mãe, vou subir, este jogo está me dando sono.” Seus pais dizem: “Ok, filho!” Q3: Narrador diz: “No quarto, Luís passa a bengala pra mão esquerda e transforma-se em Superbraille. Ele dá o comando de voz pra bengala. Não estranhem, mas nosso super-herói resolveu chamar a Galáxia da Acessibilidade de Gada e pediu para o “chefe” programar esse comando nos computadores dos superpoderes.” Super- braille, em pé, diz: “Bengala, vamos pra Gada!” Q4: Narrador diz: “Super- braille é sugado com toda a força.” Q5: Narrador diz: “Super- braille chega à sala de comando e cai sentado aos pés do ‘chefe’”. Chefe diz: “Meu Deus! Você é muito desastrado, Superbraille!” Q6: Narrador diz: “Um minuto... amiguinhos, ainda não descrevi o “chefe” da Galáxia da Acessibilidade pra vocês. Vamos lá: é um ser com uma cabeça enorme, o corpo e os braços finos, olhos arregalados e uma boca enorme. Ele tem a forma de um punção. Até parece com o nosso amigo Furinho, o mascote da revista Pontinhos. Ele é o ‘Poderoso Punção’.” Q7: Superbraille, sentado no chão, diz: “Poxa, chefe! Eu ainda não me acostumei em ser teletransportado, meio que perdi o freio quando cheguei aqui.” Poderoso Punção diz: “Ok, ok! Vamos em frente, porque temos um rapaz precisando de sua ajuda. Acompanha comigo aqui no telão.” Q8: Superbraille, em pé, de frente para o Poderoso Punção, diz: “Chefe, chefe, no telão? Esqueceu que como Superbraille eu sou cego!” Poderoso Punção diz: “Claro que não! E você se esqueceu de que somos os pioneiros da acessibilidade? O que precisar de descrição, temos ‘a voz’, que vai audiodescrever o que você precisar, ok?” Super- braille diz: “Ok!” Q9: Narrador diz: “Chefe clica em um botão no formato de uma cela braille e surge na tela um rapaz.” “A voz”, que sai do telão, diz: “Um rapaz, na sala de casa, andando de um lado pra outro no escuro.” Poderoso Punção, de costas para o telão, diz: “Este é Simas, um rapaz de 25 anos, cego desde que nasceu. Ele precisa ler a mensagem que a mãe deixou porque vão viajar à noite. Ela avisou que mandaria uma mensagem de WhatsApp marcando o ponto de encontro.” Q10: Superbraille, ao seu lado, pergunta: “Mas por que ele não lê a mensagem, então?” Poderoso Punção responde: “Porque ele chegou em casa e está sem luz, o celular dele acabou a bateria, e eles moram em uma casa sem vizinhos por perto. Ele não tem como usar o celular.” Q11: Superbraille diz: “Caramba! A mãe dele devia ter deixado também a mensagem escrita em Braille em algum lugar já combinado entre eles.” Poderoso Punção diz: “Sim, sim, isso as pessoas esquecem, o que dá autonomia para a pessoa cega é o braille, a tecnologia às vezes pode falhar... Sua missão é recarregar o celular dele pra ele saber o ponto de encontro...“ Q12: Superbraille, pensativo, pergunta: “Como vou fazer isso???” Poderoso Punção, apertando as teclas, responde: “Vou carregar sua bengala com a ‘access.crypto’, energia disponível aqui na Galáxia da Acessibilidade, ok?” Superbraille diz: “Uau! Que massa! Quando chegar lá, eu encosto a bengala no celular do Simas, e o telefone carrega...” Poderoso Punção, completando a frase, diz: “em dois segundos!” Q13: O narrador diz: “Assim Superbraille encosta a ponta da bengala na ‘acess.crypto’, e sua bengala fica brilhando.” Superbraille diz: “Bengala, casa do Simas.” Q14: Narrador diz: “Superbaille cai sentado no sofá de Simas: ‘Poft!’”. Simas, de olhos arregalados, pergunta: “Quem está aí?” Superbraille, se ajeitando, responde: “Sou eu, amigo, Superbraille, vim tirar você dessa enrascada.” Q15: Simas diz: “Eita, você existe mesmo! Eu já tinha ouvido um colega da faculdade falar sobre você, mas achei que era zoação dele. Preciso ler...” Superbraille diz: “... a mensagem da sua mãe, mas você está sem bateria e está faltando luz, assim me disseram, porque, como você, também sou cego. Mas posso te ajudar, me dá o seu celular, estou sentado no sofá.”

Q16: Narrador diz: “Simas passa o celular, e Super- braille encosta a bengala energizada nele. Em dois segundos, o aparelho já começa a vibrar...” Super- braille, entregando o celular pra Simas, diz: “Pronto, pode acessar a mensagem de sua mãe.” Simas diz: “Nossa!!! Que energia potente é essa, meu irmão!” Q17: Narrador diz: “Simas clica na mensagem da mãe dele.” Simas, segura o celular, e ouve a mensagem de voz: “Filho, não iremos hoje. Estou atendendo uma

emergência no hospital. Sem hora pra acabar.” Simas, com a sobrancelha franzida, diz: “Não acredito que você veio até aqui pra me ajudar e não vai haver mais viagem, nem ponto de encontro, nada...” Q18: Superbraille, ao seu lado de pé, diz: “Não tem problema, Simas. Ninguém podia adivinhar isso. Mas fica a lição: sendo possível, deixar a mensagem em braille em algum local com- binado entre vocês dentro de casa, porque nunca se sabe quando um imprevisto pode

acontecer, tecnologia falha, mas o braille nunca.” Simas diz: “Sim, sim, minha mãe sabe ler e escrever em braille, aprendeu pra me ensinar quando eu era muito pequeno ainda, mas com tantos recursos tecnológicos, a gente deixa um pouco de lado, e só damos conta de que é essencial quando acontece uma situação assim.” Super- braille, toca com a mão fechada na de Simas e diz: “Isso aí... #FicaADica!” Q19: Narrador diz: “Super- braille se despede de Simas. E, do lado de fora, sem que Simas escute, começa seu caminho de volta.” Superbraille, pensando em Simas, diz: “Bengala, vamos pra casa!” Q20: Narrador diz: “No quarto...” Superbraille passa a bengala pra mão direita e volta a ser Luís, que diz: “Nossa! Essa aventura foi uma aula, isso sim. Tecnologia é bom, e todo mundo gosta, mas o braille... enfim... é o braille, né, pessoal?”._`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

_`[Superbraille em "Já é Natal…" em oitenta e três quadrinhos. Q1: Luís, em pé e de frente para sua mãe, pergunta: "Bom dia, mãe! Vamos montar a árvore?" Mãe responde: "Vamos, sim. Só vamos esperar sua irmã acordar". Q2: Luís lembra como é acordar sua irmã e pensa: "Caramba, a Samanta é uma dorminhoca". Q3: Luís diz: "Mãe já sei, eu combinei de fazer uma caminhada com a Gigi, agora pela manhã. Vou e quando eu

retornar a dorminhoca já acordou". A mãe, com a mão esquerda apoiada no ombro de Luiz, diz: "Tá bom, Luís." Luís diz: "Tchau, mãe!" Q4: Luís grita: "Gigi, cheguei!" Gigi: "Tchau, mãe! Estou indo, Luís". Q5: Luís, de frente para Gigi, pergunta: "E aí, já montou a sua árvore?" Gigi responde: "Já, minha mãe ama o Natal". Q6: Atrás de Gigi, tem um pinheiro enfeitado. Ela pergunta: "Reparou na minha casa?"

Luís responde: "Ah, ficou maneira! Também gosto do Natal". Q7: Luís, com o dedo indicador da mão esquerda na testa, diz: "Gigi acabei de ter uma ideia. Será que existe mesmo a cidade do Papai Noel?" Gigi, rindo, diz: "Isso é para criança, Luís". Q8: Luís, do lado esquerdo e virado para Gigi, pergunta: "E que tal a gente tentar descobrir?" Gigi responde: "Como assim, Luís". Q9: Vamos até a praça, onde tem aquele enorme pinheiro plantado. Aquele que a prefeitura sempre enfeita. Caso não tenha ninguém, eu me transformo em Superbraille e a gente vê o que aconteceu. Gigi e Luís, com a mão fechada, se tocam, e ela diz: "Tô dentro!" Q10: Narrador diz: "Luís e Gigi caminham em direção à praça". Q11: Narrador diz: "Luís olha para um lado e para o outro, para verificar se alguém está olhando. Os dois ficaram atrás do pinheiro, Gigi segura seu braço e ele troca a bengala de mão e

apoia a outra no caule do pinheiro". Q12: Imediatamente são teletransportados para o Polo Norte. Q13: Superbraille, com a mão esquerda levantada e de costas para uma placa, onde se lê: "Polo Norte", pergunta: "O que aconteceu?" Gigi, rindo e esfregando o braço, responde: "Parece que deu certo. Ai, que frio!" Q14: Superbraille, segurando a mão de Gigi, diz: "Ainda não me acostumei com isso. Realmente tá muito frio. Vou bater a bengala, assim o raio sonoro vai nos aquecer um pouquinho". Q15: Narrador diz: "Encostados um no outro, se esquentam um pouco." Q16: De longe, os elfos viram o clarão e foram logo verificar o que era. Q17: Aparecem três elfos. O Senhor Elfo pergunta: "Quem são vocês? O que querem aqui?" Superbraille e Gigi estão de frente para eles. Superbraille responde: "Eu sou o Superbraille, e essa é a Gigi. Onde estamos?" Q18: O Senhor Elfo pergunta: "Como vocês chegaram

aqui? Como vocês não sabem onde estão?" Gigi responde: "Sabe, é complicado explicar". Q19: O Elfo Encrenca vem para próximo deles e pergunta: "Como assim garotinha? Você acha que a gente não vai conseguir entender?" Gigi, segurando no braço de Superbraille, responde: "Não, desculpa. Não foi isso que eu quis dizer". Q20: A Elfo Felicidade, segurando no ombro de Encrenca, diz: "Calma, Encrenca. Primeiro vamos tirá-los daqui. Senão daqui a pouco eles viram picolé". Q21: Narrador diz: "Todos riram". A Elfo Felicidade diz: "Nos sigam". Q22: Narrador: "Os elfos não repararam que as crianças eram cegas e começaram a andar apressadamente". Q23: Narrador diz: "Super- braille e Gigi, tentam seguir as vozes, porém sua bengala fica presa na neve. Eles estavam com muita dificuldade em andar na neve". Q24: Gigi está com a mão apoiada no ombro do Super- braille, que diz: "Gigi, parece que vou afundar quando ando".

Gigi diz: "Confesso que também estou com medo, por isso estou andando devagar". Q25: Gigi diz: "Caramba, esse povo anda muito rápido. Estou seguindo apenas sussurros". Q26: Narrador diz: "A Elfo Felicidade olha para trás e não vê ninguém". Os elfos param e a Elfo Felicidade diz: "Ué, cadê as crianças!" Q27: Narrador diz: "Todos param e começam a procurar". O Elfo Parrudo, de costas para os outros elfos, diz: "Ali, lá no fundo. Eles

parecem até aqueles bonecos do posto". Q28: Narrador diz: "Os elfos caem na risada". A Elfo Felicidade, com a mão levantada, diz: "Parem já com isso e vamos ajudá- -los". Q29: Todos os elfos de frente para as crianças. O Elfo Encrenca pergunta: "O que aconteceu, seus molengas? Não enxergam a parte que está sem neve?" Superbraille, com o dedo indicador levantado, responde: "Como vamos enxergar se somos cegos".

Q30: O Elfo Encrenca pergunta: "Como assim… cegos?" Gigi, segurando no braço de Superbraille, diz: "Calma, Superbraille, talvez aqui eles não conheçam nenhuma pessoa com deficiência". Q31: A Elfo Felicidade vem para frente com o braço levantado e pergunta: "E como vocês estavam nos seguindo?" Gigi responde: "Eu tenho prática em usar minha bengala e tenho uma excelente audição". Q32: Senhor Elfo se aproxima e diz: "Parem de

perguntar e vamos tirá-los logo daqui. Felicidade segura no braço de um e Encrenca no outro". Gigi diz: "Só um minuto, não precisa nos segurar, basta colocar minha mão no ombro de um de vocês, que eu acompanho". Superbraille diz: "A mesma coisa comigo". Q33: Narrador diz: "A Elfo Felicidade se aproxima de Gigi, e o Elfo Encrenca de Superbraille". Gigi, ao apoiar a mão no ombro da Elfo Felicidade, diz: "E, você é pequenininha".

Q34: Narrador diz: "A Elfo Felicidade começa a rir". Todos param de andar, e Gigi diz: "Desculpa não quis ofender". A Elfo Felicidade diz: "Não tem problema, da mesma forma que não conhecíamos uma pessoa cega, você também nunca conheceu um elfo". Q35: Gigi pergunta: "Como assim? Um elfo! Onde estamos?" O Elfo Encrenca, tocando nas costas de Gigi com o seu dedo indicador, responde: "Na cidade do Noel, é lógico. Onde mais!?" Q36: Superbraille, com a mão no ombro do Elfo Encrenca, diz: "Então existe mesmo, conseguimos". Atrás deles, O Elfo Menor diz: "Vocês são muito estranhos". Q37: Todos riem e começam a andar. Senhor Elfo, que está na frente, diz: "Pronto! Chegamos à Casa do Papai Noel". Gigi, junto da Elfo Felicidade, diz: "Oba! Quero conhecer!" Q38: A Elfo Felicidade: "Calma, mocinha, primeiro vamos arrumar roupas quentinhas para vocês". Gigi diz: "Desculpa, mas suas roupas não vão caber em mim". Q39: A Elfo Felicidade: "Aqui tudo é possível. Esse mundo é só magia". Superbraille, com a mão no ombro do Elfo Encrenca, pergunta: "Eu quero conhecer a oficina. É verdade que vocês têm várias bengalas doces e que comem o dia todo? E as cartinhas vocês também respondem em braille?" Q40: Senhor Elfo se aproxima e pergunta: "Braille!? O que é isso?"

Superbraille diz: "Já sei que aqui não tem acessibilidade. Vou entrar em contato com a Galáxia da Acessibilidade". Q41: Narrador diz: "Eles entram em uma casa enorme, parece mais uma oficina". Q42: Narrador diz: "Trocam de roupa, tomam um chocolate quente com marshmallow e ficam quentinhos". Q43: Narrador diz: "Depois a Elfo Felicidade os leva para conhecer o local". Superbraille, com a mão no ombro do Elfo Encrenca, diz: "Uau! Esse lugar é enorme e deve ter uns 1.000 elfos". Q44: Elfo Sorridente, que está mais à frente, diz: "Não exagera, somos apenas 183". Superbraille diz: "Caramba! Vocês gostam de falar e cantar". Q45: Narrador diz: "Todos riem e começam a cantar uma canção de Natal". Q46: Gigi, com a mão no ombro da Elfo Felicidade, pergunta: "Vocês trabalham o ano todo?" A Elfo Felicidade responde: "Sim, só assim temos um ano feliz". Q47: Senhor Elfo, que está mais à frente, pergunta: "Mas agora você, garoto estranho, me diga o que é esse tal de braille?" Superbraille se aproxima e diz: "Antes preciso lhe perguntar, é verdade que vocês recebem várias cartinhas?" Q48: Senhor Elfo responde: "Sim". Superbraille diz: "Então me empresta uma por favor". Q49: Narrador diz: "Senhor Elfo passa uma cartinha para o Superbraille. Ele passa a mão direita nela e a transforma em braille". Superbraille entrega a cartinha e diz: "Agora sim! Tome, tente ler". Senhor Elfo pega a cartinha e diz: "Que isso, você furou toda a cartinha". Q50: Narrador diz: "Gigi sorri". Gigi e a Elfo Felicidade estão ao lado da caixa com as cartinhas. Gigi diz: "Não, Senhor Elfo, ele transcreveu a cartinha para o braille. Me empresta aqui". Q51: Narrador diz: "Gigi se aproxima do Senhor Elfo, pega a cartinha e começa a ler". Q52: A Elfo Florzinha se aproxima e diz: "Dá licença, dá licença. Meu Deus! É isso mesmo. Eu sou a encarregada em responder essa cartinha, e ela leu certinho". Q53: Superbraille diz: "Sim a cartinha não foi apagada, ou alterada, apenas foi transcrita para o braille". Gigi diz: "Agora entendo por que minha mãe sempre respondeu minhas cartinhas. Vocês não sabem braille". Q54: Narrador: "De repente, entra um adulto na sala". Noel, de frente para eles, diz: "Já não era sem tempo, senhor Superbraille. Estávamos lhe aguardando para trazer acessibilidade para as demandas do nosso trabalho". Superbraille pergunta: "Como assim?" Q55: Noel diz: "Como posso aprender o braille, se não tenho ninguém aqui para me ensinar". Gigi, se aproxima de Noel, e diz: "Oba! Agora é comigo. Vou ensinar para vocês. Afinal nunca saio sem meus acessórios". Q56: Superbraille: "Tá bom! Vou transcrever algumas cartinhas para você ir explicando a eles. Enquanto isso vou dar um pulo em Gada e pegar uns materiais". Gigi diz: "Ok!" Q57: Narrador diz: "Enquanto isso, Gigi e os elfos se sentaram ao redor de uma mesa enorme e ela começa a explicar o que cada ponto da cela representa". Q58: Narrador diz: "Superbraille chega menos tonto à Galáxia da Acessibilidade". Superbraille, com a mão direita apoiada na testa, diz: "Chefe Punção, estou precisando de materiais para..." Chefe Punção, à sua frente, diz: "Calma aí,

Superbraille. Os materiais já estão separados nessas caixas". Q59: Ambos virados de costas para o telão, Super- braille pergunta: "Como assim?" Chefe Punção diz: "Como você acha que surgiu essa ideia de visitar o Papai Noel?" Superbraille diz: "É verdade, na minha idade Papai Noel..." Q60: Narrador diz: "Superbraille não consegue terminar a frase, pois logo é teletransportado de volta

para a cidade do Natal, junto com as caixas". Q61: Narrador diz: "Só que dessa vez Superbraille cai sentado no chão ao lado das caixas". Gigi, em pé ao seu lado, pergunta: "Superbraille, você está bem?" Superbraille responde: "Sim, só tenho que treinar mais esse teletransporte". Q62: A Elfo Florzinha, de frente para eles, diz: "Parece até o Papai Noel na noite de Natal". Superbraille coloca as caixas em cima da mesa e diz: "Aqui estão os materiais para escrever em braille". Gigi, ao seu lado e segurando em seu braço, diz: "Que legal! Esse é o mesmo alfabeto que eu tenho, a mesma cela braille adaptada, onde comecei a aprender o braille. Todo esse material vem lá do Instituto Benjamin Constant". Q63: Narrador diz: "O tempo passou tão rápido, pois todos estavam adorando aprender braille com a Gigi". Q64: Noel entra na sala e diz: "Pessoal! A aula está boa, mas temos que terminar os preparativos para a entrega dos presentes amanhã". Gigi, sentada à mesa, diz: "Meu Deus, minha mãe já deve ter ligado para a polícia". Q65: Noel diz: "Não se preocupe em relação a isso Gigi, pois o tempo aqui passa muito, mas muito mais rápido que na cidade de vocês". Gigi diz: "Que bom! Apesar de vocês serem muito inteligentes e conseguirem assimilar tudo muito rápido, vocês não vão conseguir responder em braille nesse ano, mas para o ano que vem com certeza teremos cartinhas em braille".

Q66: A Elfo Felicidade, em pé ao seu lado, diz: "Ah! Gigi já teremos acessibilidade nesse ano. Afinal hoje, com a sua aula, você se tornou a elfo da acessibilidade, pois respondeu todas as cartinhas em braille". Elfo Motriz, ao lado da Elfo Felicidade, diz: "O que antes eram cartinhas furadas para gente, hoje se tornaram cartinhas em braille, graças à professora Gigi e, claro, ao nosso amigo Superbraille".

Q67: Narrador diz: "Todos os elfos começaram a aplaudir". Noel, com Superbraille em pé ao seu lado, diz: "Bem, bem! Obrigado Gigi e Superbraille. Espero que no ano de 2024 vocês possam vir nos visitar e continuar a nos ensinar o braille, mas agora precisamos voltar ao trabalho, e vocês precisam retornar, por causa do tempo". Q68: Gigi, sentada, "diz: Claro, claro, muito obrigada por tudo". A Elfo Felicidade, ao seu lado, diz: "Obrigada vocês, pois estávamos muito ansiosos para desvendar essas cartinhas, e um Feliz Natal para vocês". Q69: Narrador diz: "Super- braille encosta em um guizo do Papai Noel, e ele e Gigi reaparecem atrás do pinheiro. Rapidamente ele troca a bengala de mão". Gigi, segurando em seu braço, diz: "Tá começando a pegar o jeito, dessa vez não caímos". Q70: Narrador diz: "Luís deixa Gigi em casa e volta para sua casa". Q71: Narrador diz: "Quando entra em casa, estão todos na sala aguardando a sua chegada para decorarem a árvore". Luís, de frente para eles, pergunta: "Já pegaram todos os enfeites?" Samanta responde: "Sim, sim, sim". Luís diz: "Então, mãos à obra". Q72: Narrador diz: "Decoram a árvore juntos, cantando canção de Natal". Q73: Narrador diz: "À noite, deixam um copo de leite e um prato com quatro biscoitos para o Papai Noel e vão dormir ansiosos". Q74: Narrador diz: "Dessa vez quem acorda primeiro é Samanta". Samanta, ao lado da mesa, onde tem um copo sujo de leite e dois biscoitos e meio no prato, grita: "Mamãe, papai, Luís, é Natal, acordem, acordem. Vamos abrir os presentes". Q75: Narrador diz: "Todos vão para sala, ao redor da árvore para abrir seus presentes". Q76: Narrador diz: "Porém ficam surpresos ao verem que uma caixa de presente está se mexendo e tem vários furos ao seu redor". Pai, com o braço apoiado no ombro da mãe, diz: "Luís

você que é corajoso, vai lá abrir". Luís diz: "Eu!" Samanta, ao lado de Luís, diz: "Eu vou". Q77: Narrador diz: "Samanta corre até a caixa e começa a abrir. De repente, sai de lá um lindo cachorrinho peludo e marrom". Q78: Narrador diz: "Os pais se olham com as bocas entreabertas". Luís, segurando uma cartinha, diz: "Oba! Eu sempre quis ter um cachorro. Obrigado, mãe e pai". Samanta diz: "Eu também! Luís tem uma cartinha com um monte de pontinhos". Q79: A mãe olha para o pai ao seu lado e diz: "Já sei, foi ideia da Gigi! Ah, essa menina!" Luís, olhando para a cartinha, diz: "Mãe, presente a gente não pode devolver". Samanta diz: "É isso mesmo, mamãe". Q80: Luís, segurando o cãozinho, pergunta: "Qual vai ser o seu nome?" Samanta, ao seu lado, responde: "Noel, é claro, afinal foi presente do Papai Noel". Luís, olhando para o cão, diz: "Isso mesmo, seu nome é Noel". Q81: Narrador diz: "Luís vai até o seu quarto, troca a bengala de mão, lembra do Papai Noel" e lê a cartinha, que diz: "Feliz Natal! Espero que tenham gostado do presente". Q82: Narrador diz: "Nesse momento, chega uma mensagem da Gigi". Gigi, sentada na beirada da cama, com a gatinha próxima aos seus pés, pensando no Papai Noel, digita: "Luís você não vai acreditar..." Luís, sentado na sua cama, digita: "Você também recebeu um cachorrinho de presente?"

Gigi digita: "Não, recebi uma gatinha do Papai Noel. Ela é linda!" Q83: Ao centro, uma guirlanda com a imagem do Papai Noel. Narrador diz: "Agora, amiguinhos, usem sua imaginação e decidam se a cidade do Papai Noel é real ou não". Mas, no entanto, desejamos a todos: Um Feliz Natal!._`] õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra

Produzido e distribuído pela Divisão de Imprensa Braille do Instituto Benjamin Constant. :::::::::::::::::::::::: Distribuição gratuita de acordo com a Lei n.o 9.610, de 19/02/1988, art. 46, inciso I, alínea *d*.