Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Daniele de Souza Pereira João Batista Alvarenga Leonardo Raja Gabaglia Maria Luzia do Livramento Raffaela de Menezes Lupetina Raquel Chagas de Araújo Regina Celia Caropreso Revisão Inês Chagas Ribeiro Paulo Felicíssimo Ferreira Colaboração Silvia Maria Silva dos Santos Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal: Ordem e Progresso
¨ I Transcrição autorizada pela Lei n.o 9.610 de 19/02/1998, art. 46, inciso I, alínea *d*. Distribuição gratuita segundo a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de Setembro de 1949. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.~ brÿ?itemid=381~,
¨ III
Sumário
Leitura Interessante
O pai, o filho e o
pássaro :::::::::::::::: 45
Cuidando do Corpo e da
Mente
Seja mais tolerante ::::: 48
Tome Nota
Radialista :::::::::::::: 52
Leio, Logo Escrevo :::: 60
Tirinhas :::::::::::::::: 61
Espaço do Leitor ::::::: 66
Samba, samba, Sambalelê;
Pisa na barra da saia, ô Lalá.
¨
É preciso atenção
Para poder melhorar:
Ela vem com dor nas costas,
Coceira de acabar,
Fadiga, náusea e vômito,
Mas podemos evitar.
A escola é o início
Do que pode apoiar,
Professores bem atentos
No que devem ensinar:
Proteger contra o mosquito
Com o verso popular.
E a ação é tão simples
Que devemos apoiar:
Não deixe água parada,
Proteja todo lugar;
O mosquito é virado,
Unidos vamos ganhar!
Devemos juntar o lixo
De maneira organizada,
Colocá-lo em depósito,
Coleta facilitada:
A saúde protegida
E a doença afastada!
Da Gota: Regionalismo nordestino para irritado, zangado.
Da Mulesta: Forma popular nordestina para "da molesta", igual a furioso.
Fadiga: s. f. Cansaço, canseira.
Náusea: s. f. Enjoo, repugnância, nojo.
Sem sermões: Regionalismo nordestino para sem muita conversa.
Vermelhidão: s. f. Vermelhão dos olhos ou da pele.
Virado: adj. Mal-humorado, irritado.
De matar: Expressão verbal igual a grave, mortal (doença).
Revisado por Paulo
Felicíssimo Ferreira
-- Eu entendo, meu filho. Esses óculos não são lá muito bonitos. Mas são importantes para você ver o quadro, ver as figuras, ser como as outras pessoas -- alegava o pai.
-- Mas, se vocês mesmos disseram que minha visão não é muita, como querem que eu seja igual às outras pessoas? Eu sou diferente, ué!
Sem resposta, os pais mudavam de assunto, mas era sempre a mesma briga.
-- Os óculos não adiantam -- reclamava Rodrigo.
-- Vamos falar com o médico, e ele trocará por outros mais fortes -- respondiam os pais, sempre preocupados com a lentidão, a falta de interesse e a dificuldade ortográfica do filho.
Certo dia, Rodrigo conheceu Helena. Era uma menina alegre, inteligente, divertida, que estudava usando Braille, e adorou as esculturas dele. Rodrigo já tinha ouvido falar no Braille. Na sala onde era atendido, havia outras crianças que usavam este sistema, mas ele não usava.
-- Posso te mostrar como é -- disse Helena um dia, quando os dois já tinham terminado a tarefa, e a professora os deixou conversarem um pouco.
No começo, ele achou confuso. Não estava acostumado a fazer nada com o tato, pois todo mundo ficava falando que, se ele enxergava,
não tinha que ficar pondo a mão nas coisas como se fosse cego. Ele nem sabia direito se o que enxergava era mesmo o que todo mundo
enxergava, mas obedecia, achando que deixava de perceber alguns detalhes.
Com o tempo, porque era muito curioso, foi aprendendo a tatear e, como se interessou pelo sistema, a professora prometeu que, quando terminasse as tarefas cedo, lhe ensinaria um pouco.
Não demorou muito, e Rodrigo estava lendo Braille que era uma beleza!
-- Por que, para ler o Braille, você não tem preguiça? -- perguntou o pai.
-- Porque não me dá dor de cabeça, não dói meu olho, eu consigo entender tudo o que leio, sem esquecer, e, quando escrevo, todo mundo entende o que está escrito. Na sala de aula, a professora tem que escrever quase tudo para mim, senão, depois, nem ela sabe o que escrevi. A Helena, não! Ela é rápida e se vira muito bem -- falava com admiração pela colega.
-- Você não acha que a gente poderia tentar colocar o Rodrigo para estudar em braille? -- falou um dia a professora do atendimento en-
quanto conversava com a da turma.
-- Eu já acho isso há muito tempo! Mas os pais dele ficaram aborrecidos comigo quando falei sobre o assunto. A mãe disse que eu queria que o filho dela ficasse cego. Mas o garoto está analfabeto. Escreve tão mal que, para a escola, o que ele enxerga não adianta.
Então a professora do atendimento conversou com os pais do garoto, falou sobre Helena e outros alunos cegos que possuía e explicou que o Braille não ia deixá-lo cego; apenas lhe daria a oportunidade de desenvolver-se melhor, pois sua visão não dava para estudar.
-- O que você quer, meu filho? -- perguntou a mãe, achando que o menino ia preferir estudar em tinta.
Rodrigo abriu um sorriso:
-- Eu posso escolher?! Se posso, então eu quero o Braille.
Ao contrário do que Rachel e Renato, seus irmãos, diziam, o Braille não era sinal de moleza para ele. Teve de se esforçar muito, mas sentia que era capaz de ler e escrever sem precisar de ajuda. Aprendeu sorobã também, o que facilitou muito, porque, na Matemática, a professora fazia uns sinais tão pequenos que ele nunca sabia se ela havia passado multiplicação ou divisão.
E os livros? Nossa! Não é que Rodrigo descobriu que gostava de ler e de escrever! Helena lhe falou sobre umas revistas que recebia sempre em casa e até lhe emprestou algumas. Ele adorou e escreveu para a instituição que distribuía, passando a receber também. Conseguiu livros, cada vez mais livros. Sua escrita melhorou, seu vocabulário também.
-- Que garoto estudioso! Como ele escreve bem! -- é o que todo mundo diz agora, lá na escola onde ele e Helena fazem o segundo grau.
O gravador, o computador ajudam muito, mas o Braille ele não abandona e para todo mundo fala, sem nenhuma vergonha:
-- Foi com o Braille que eu realmente aprendi a ler e tomei gosto pela leitura.
E a visão? Ele continua usando. Quem ajuda Helena a arrumar o dinheiro na carteira? Ele, é claro! Desvia os colegas cegos de grandes obstáculos, lê rótulos de embalagens, se a letra não for muito desenhada.
-- Agora, eu consigo ver muito mais do que antes, pois sei que, quando um sentido não me der a percepção de que preciso, posso usar o outro -- explica feliz.
Rodrigo quer ser arteterapeuta e ajudar, com sua escultura, muitas pessoas a expressar o que sentem e se ajudarem através da arte. Ele acredita que, quando não estamos prejudicando ninguém, temos o direito de ser felizes como queremos.
-- Não vou dizer que sou feliz por ser cego, mas posso dizer, sem medo, que sou mais feliz do que era antes, porque agora sou eu mesmo, e não o que desejavam que eu fosse.
no chão, por isso ele não gosta de criança.
O Zeus gosta de mim e do meu primo, porque nós o conhecemos desde pequeno. Quando ele me vê, fica muito feliz porque eu o beijo e
fico fazendo carinho nele. Adoro o meu “bolota” Zeus.
ceu. A professora que recebeu a ficha disse:
4. Trocando as letras por suas antecedentes no alfabeto, você descobrirá duas modalidades paralímpicas.
a) hpbmcbmm
b) bumfujtnp
5. Qual a forma correta de se escrever, pela nova ortografia?
a) herói e heróico
b) heroi e heróico
c) herói e heroico
d) heroi e heroico
Respostas
1. c) Alvimar recebeu
de troco, em reais,
5,00-3,50=1,50. Dividindo 1,50 por 0,25, obtemos o número de moedas de 25 centavos que
ele recebeu. Como 1,50ÿ0,25=6, ele recebeu de troco seis moedas de 25 centavos.
Podemos pensar de outro modo: duas moedas de 25 centavos totalizam 50 centavos. Como R$1,50 é o mesmo que três vezes 50 centavos,
para dar o troco serão necessárias 3×2=6 moedas de 25 centavos.
2. a) Se Carlinhos ti-
vesse colocado a data
correta, teria nascido
2005-56=1949. Como tinha invertido os dois últimos algarismos, ele nasceu em 1994; logo, Carlinhos tinha 11 anos, porque
2005-1994=11.
3. c) Marina deu 60,00-
-17,00=43,00 reais. Como Marina recebeu troco de R$3,00, ela teve prejuízo de 43,00-3,00=40,00 reais.
4. a) *goalball*.
b) atletismo.
5. c) Com a reforma orto-
gráfica, desapareceu o acento dos ditongos abertos “éi” e “ói” das palavras paroxítonas. “Heroico” é
paroxítona; por isso, perdeu o acento. “Herói” é oxítona, e o acento fica mantido.
Revisado por Paulo
Felicíssimo Ferreira
Vamos Rir?
Qual é a capital?
A professora pergunta pro Joãozinho:
-- Joãozinho, qual é a capital do Ceará?
Joãozinho responde:
-- Mike Tyson.
Diante da resposta, a professora reclama:
-- Não é Mike Tyson, é Fortaleza.
O menino explica:
-- Então, professora, falam por aí que Mike Tyson é uma fortaleza.
A professora, então, dá ou-
tra chance a Joãozinho e pergunta:
-- Qual é a capital do Rio Grande do Sul?
Ele responde:
-- Festa no Cais.
Novamente, a professora reclama:
-- Não é essa a resposta, é Porto Alegre.
O garotinho explica:
-- Professora, é quando tem uma festa no cais, que o porto fica alegre.
Depois das respostas, ela perde a paciência:
-- Agora, Joãozinho, eu quero o contrário, me diga qualquer capital do Brasil.
Ele pensa um pouco e responde:
-- Papai Noel.
-- Que capital é essa, Joãozinho? -- pergunta a professora, irritadíssima.
E Joãozinho explica:
-- Natal, capital do Rio Grande do Norte.
O que é, o que é?
O que a garrafa falou para a água?
R: -- Estou cheia de você!
Por que o menino jogou o relógio pela janela?
R: Porque ele queria ver o tempo voar.
O que nunca passou e sempre está na sua frente?
R: O futuro.
O que acaba com tudo em três letras?
R: Fim.
O que a carta disse ao selo?
R: -- Sem você eu não vou a lugar nenhum!
Que bicho anda com a pata na cabeça?
R: O pato apaixonado.
Por que podemos dizer que o prego tem boa educação?
R: Porque ele nunca entra sem bater.
Todo mundo precisa, todo mundo pede, mas ninguém segue?
R: Conselho.
sociedades britânica e americana embarcavam no Titanic.
Mas o sonho de um navio inafundável ruiria apenas cinco dias após ele levantar âncora para sua viagem inaugural. Na madrugada de 15
de abril, o navio afundava no Atlântico Norte. A partir dali, surgiam o mito, os relatos fantásticos de sobreviventes, a controvérsia
das causas e infindáveis produções culturais, incluindo um dos filmes de maior sucesso de bilheteria de todos os tempos.
A construção
O Titanic começou a ser construído em 31 de março de 1909 no estaleiro da companhia Harland & Wolff, em Belfast, na Irlanda do Norte.
A embarcação era uma encomenda da operadora White Star, de propriedade do americano J.P. Morgan, um dos homens mais ricos da época. O
Titanic fazia parte da classe Olympic (assim como o Olympic, inaugurado em 1911, e o Britannic, lançado em 1914 e naufragado em 1916),
série de navios fabricados para serem os maiores e mais luxuosos do começo do século XX.
A parte estrutural foi concluída em maio de 1911. O navio tocou a água pela primeira vez no dia 31 daquele mês, data de seu
lançamento. Posteriormente, a embarcação se dirigiu ao cais da empresa Harland & Wolff, também em Belfast, para ter a parte interna
concluída e a instalação de seus quatro funis (espécie de chaminés) -- um deles falso, que tinha o objetivo de aumentar a impressão
de grandiosidade. Esta fase foi concluída no dia 2 de abril de 1912, apenas dez dias antes da viagem inaugural. Pronto, ele tinha
269 m de comprimento, 53,3 m de altura, pesava 46.328 toneladas brutas, tendo capacidade total prevista para 3.547 passageiros. Todo
o processo custou US$7,5 milhões. Se fosse construído hoje, o valor seria de US$400 milhões. Durante três anos, cerca de 3 mil
trabalhadores foram empregados na sua construção, realizada lado a lado de seu irmão mais velho, o Olympic (ambos tinham as mesmas
dimensões e condições de segurança). Um trabalho árduo feito em condições rudimentares. Os relatos da época apontam que 246 pessoas
ficaram feridas e nove morreram durante todo o processo, a última delas atingida por um pedaço de madeira momentos antes do lançamento
do navio.
A viagem
O Titanic chegou ao porto de Southampton, no Reino
Unido, em 3 de Abril de 1912. Em sete dias, o navio foi carregado com suprimentos,
a tripulação foi escolhida, e os últimos retoques foram dados para que ele pudesse zarpar. No dia 10, às 09:30 h, passageiros começaram
a embarcar para a viagem inaugural. Uma viagem dos sonhos, tanto para os milionários e personalidades, que embarcavam para desfrutar
da luxuosidade, como para centenas de imigrantes, que partiam com o transatlântico em busca de uma nova vida nos Estados Unidos. A
primeira parada foi no dia 10, em Chesbourg, na França, para pegar mais passageiros. No dia seguinte, ele pararia em Queenstown, na
Irlanda, onde receberia a última leva de pessoas, antes de levantar âncora definitivamente para o seu destino, Nova Iorque. No total,
acredita-se que 2.224 pessoas estavam a bordo do Titanic -- 908 tripulantes e 1.316 passageiros. Apesar de percorrer sem percalços
milhares de quilômetros até o dia 13, o
Titanic começou a receber alertas sobre gelo acumulado em sua rota já no dia 12. O mais contundente, emitido às 22:30 h do dia 13 pela em-
barcação Rappahannock, indicava pesados blocos de gelo no caminho do transatlântico. No dia 14, os alertas, sete no total, se
intensificaram, mas o Titanic seguiu seu rumo na velocidade próxima da máxima. O último aviso, emitido às 21:40 h pela embarcação
Mesaba, apontava para um grande *iceberg* nos arredores da latitude 42 graus Norte até 41 graus 25 minutos Norte; longitude 49 graus Oeste até 50 graus 30 minutos Oeste. A mensagem, no entanto,
nunca teria chegado aos oficiais superiores. Pouco mais de uma hora depois, a viagem viraria naufrágio.
O naufrágio
Às 23:40 h, quando o capitão Edward J. Smith já estava recolhido aos seus aposentos, um oficial enxerga um gigantesco *iceberg* a
cerca de 460 metros à frente. Trinta e sete segundos depois, a colisão acontece. O capitão é imediatamente informado. Ele convoca o
projetista do navio Thomas Andrews para vistoriar o local da colisão. Após a vistoria, Andrews informa ao capitão que o Titanic
permaneceria flutuando por pouco mais de duas horas. Logo em seguida, à 00:05 h, Smith ordena a evacuação do navio. A ordem, no
entanto, precisaria ser transmitida individualmente, uma vez que a embarcação não possuía sistema de comunicação. O Titanic foi
rapidamente condenado devido à grande quantidade de água que invadiu o navio após a colisão. Em 10 minutos, 4,5 metros de água já se
acumulavam na proa. O navio era considerado praticamente impossível de ser afundado porque contava com 16 compartimentos para barrar
o prosseguimento da água e poderia operar com até quatro deles completamente inundados. Contudo, a abertura no casco, provocada pela
colisão, levou ao alagamento de cinco destes compartimentos. À medida que eles começavam a encher, causavam a inclinação do navio,
tornando-o mais pesado e permitindo a aceleração da entrada da água. Mesmo com as com-
portas fechadas, ela conseguira invadir um sexto
e um sétimo compartimentos, tornando o navio muito mais pesado do que era capaz de suportar. O peso fez o Titanic se partir em dois,
às 02:18 h, e afundar apenas dois minutos mais tarde.
Até hoje se discute se a proa do transatlântico de fato se inclinou em ângulo próximo a 90° enquanto afundava, como disseram
sobreviventes em relatos, mostrados no filme de 1997. Inicialmente, acreditava-se que o navio tinha inclinado e afundado por inteiro.
A investigação dos destroços, a partir de 1985, comprovou que o Titanic se partira em dois e que, provavelmente, a proa tenha se
inclinado em um ângulo pequeno. Os motivos pelos quais o navio se encheu de água tão rapidamente ainda são alvo de controvérsias.
O resgate
As operações de resgate a bordo do Titanic iniciaram-se à 00:05 h do dia 15, cerca de 25 minutos após a colisão com o *iceberg*. A
ordem inicial determinava que mulheres e crianças, da primeira e segunda classes, teriam prioridade para embarcar nos 20 barcos
salva-vidas -- quatro a mais do que os exigidos pelas leis da época -- que o transatlântico levava a bordo. Mas essas embarcações
tinham capacidade para apenas 1.186 pessoas, pouco mais da metade dos ocupantes do Titanic em sua viagem inaugural. Em razão disso,
desde o princípio sabia-se que a maior parte deles sucumbiria em caso de nau-
frágio. Para piorar as coisas, quando a tragédia se
confirmou, muitos barcos partiram antes de estarem cheios, e pelo menos um deles se perdeu durante a remoção -- a primeira embarcação
salva-vidas deixou o Titanic à 00:40 h, uma hora depois da colisão. O resto dos passageiros foi lançado à própria sorte enquanto o
navio afundava. Somente 13 destes foram posteriormente resgatados por barcos salva-
-vidas; os demais morreram afogados, de hipotermia
ou parada cardíaca, em questão de minutos, nas águas gélidas. A operação de resgate ficou por conta do Carpathia, que estava a 93 km
de distância e foi o primeiro navio a responder ao chamado de socorro do
Titanic -- outra embarcação, a Californian, não respondeu ao
pedido, apesar de estar mais próxima. O Carpathia chegou ao local indicado no pedido de socorro às 03:30 h da madrugada do dia 15, mas
não encontrou nada. Por mais de meia hora a tripulação do navio havia procurado, em vão, por sobreviventes. Até que, por volta das
04:00 h, com as primeiras luzes da manhã, os barcos salva-vidas foram avistados. Às 04:10 h, a primeira sobrevivente subiu a bordo do
Carpathia. O resgate continuou até às 09:00 h. Apenas 711 foram resgatados. Nenhuma outra embarcação encontrou qualquer sobrevivente.
Mil quinhentas e treze pessoas morreram na tragédia.
Apenas 333 corpos foram recuperados.
A descoberta dos destroços
Logo nos primeiros dias que sucederam à tragédia, um grupo de sobreviventes ricos planejou resgatar o navio do fundo do mar, mas
a tecnologia da época sequer possibilitou que os restos da embarcação fossem encontrados. Inúmeras tentativas similares fracassaram
nas décadas seguintes e muitos acreditavam que o Titanic havia desaparecido para sempre, com os seus destroços já tendo se desintegrado
e sido absorvidos pelo Atlântico. No entanto, no verão (para o Hemisfério Norte) de 1985, um grupo de cientistas americanos e franceses,
liderados por Jean-Louis Michel e Robert Ballard, empregou uma busca utilizando um moderníssimo sonar para vasculhar as profundezas do
oceano nos arredores do último ponto em que a presença do Titanic foi reportada. Em 01 de setembro, dois meses após o início da
expedição, os destroços do transa-
tlântico foram enfim encontrados a cerca de 4 km de profundidade e a 725 km de Nova Iorque, o destino
do navio. A descoberta dos destroços também ajudou a elucidar detalhes da tragédia. A parte mais pesada do navio estava localizada a cerca de
22 km do último ponto conhecido em que o Titanic tinha estado. Outra descoberta importante foi a de que a popa e a proa do
navio estavam localizadas a 600 m uma da outra, o que confirmou que o navio havia se partido em dois antes de afundar. Desde a
descoberta, inúmeras expedições foram feitas ao Titanic, incluindo viagens turísticas, o que acabou acelerando a deterioração dos
destroços. Em decorrência disso, cientistas acreditam que a estrutura do navio vai desmoronar-se no fundo do oceano nos próximos anos.
Leitura Interessante
O pai, o filho e o pássaro
Rodrigo, 34 anos, depois de muito tempo sem visitar o velho pai, resolveu passear com ele. Foram para um parque da cidade e, depois
de caminhar naquele dia de sol, sentaram-se num banco da praça.
Enquanto lia seu jornal, o pai de Rodrigo observava a natureza com os olhos cansados de um homem de 81 anos. De repente, um
movimento nas árvores e o pai de Rodrigo, seu Orlando, pergunta:
-- Filho, o que é aquilo?
Rodrigo afasta por um segundo o jornal e responde:
-- É um pássaro, pai...
Seu Orlando acompanha o voo do pássaro até um arbusto e torna a perguntar:
-- O que é aquilo?
O filho responde:
-- É um pássaro!
O velho pai continua acom-
panhando o movimento do passarinho e pergunta, novamente:
-- O que é aquilo?
Estressado, Rodrigo responde de forma ríspida:
-- Já falei... Aquilo é um pássaro!!!
Passados alguns segundos, seu Orlando torna a perguntar, apontando para o passarinho:
-- O que é aquilo?
Com sua paciência esgotada, o filho explode, gritando com o próprio pai:
-- O senhor está caduco e surdo, pai? Já falei, aquilo é um pássaro. Pás-sa-ro!!!
Nisso, o velho pai faz um sinal pedindo para o filho aguardar; levanta-se; tira da bolsa uma espécie de diário e pede para o filho
ler, em voz alta, um trecho escrito há muitos anos. O texto dizia:
“Ontem, meu filho, agora com três aninhos, me perguntou, vinte e três vezes, o que era aquilo voando de uma árvore para outra, e
respondi todas as vezes, com muita paciência, que era um pássaro! E todas as vezes abracei meu filhinho orgulhoso e cheio de amor...”
Neste ponto, Rodrigo parou de ler, emocionado, abraçou o velho pai, entendendo em lá-
grimas a lição que ele tinha acabado de lhe dar.
Lição de vida: Muitas vezes não temos paciência com nossos pais, achando que eles são chatos, velhos demais e só querem atrapalhar
nossa vida. Esquecemos que foram eles que nos orientaram, educaram, socorreram, investiram todo seu tempo, paciência e amor para que
pudéssemos, um dia, sermos pessoas de bem. E hoje não
temos tempo e paciência com eles.
O que é isto?
Ser intolerante é o mesmo que não ter respeito pelas opiniões, crenças, preferências e atitudes das outras pessoas. Esse tipo de
comportamento pode até levar à prática do *bullying*. E ninguém quer isso, certo? Fique esperto!
Corrija a você mesmo
Você fica impaciente toda vez que alguém tem uma opinião diferente da sua? Faz muita crítica aos outros? Esses são sintomas de
intolerância. Se acha que não dá conta de mudar de atitude sozinho, converse com seus pais, professores ou com algum adulto em que
você confie. Eles podem dar dicas e conselhos bem legais!
Mais e mais!
Nos últimos tempos, parece que o mundo está mais intolerante. Afinal, existe competição em quase tudo: para ser o melhor time de
futebol, o melhor aluno, parecer o mais esperto da turma... Nessa busca, nos tornamos egoístas e, às vezes, magoamos outras pessoas. É
claro que querer melhorar sempre é muito importante, mas nunca faça isso com atitudes que tragam qualquer tipo de prejuízo aos outros.
Muitos gostos
Você não precisa agir como as outras pessoas para ser tolerante. Basta entender que ninguém é igual a ninguém. Você pode gostar das
aulas de História, enquanto seu melhor amigo curte Matemática. Seu primo pode torcer pelo time de futebol que é rival ao seu, e nem
por isso, vocês vão brigar. O melhor da vida está nas diferenças!
Seja feliz!
Não existe idade certa para aceitar as diferenças entre as pessoas. Por isso, comece desde já! Quando respeitamos o outro, também
somos respeitados. Mantenha a seguinte frase sempre em mente: não vou fazer para o outro aquilo que não quero que façam comigo.
Por dias mais tolerantes!
Siga estas dicas e conviva melhor com seus amigos e família:
-- Não julgue ninguém. As pessoas têm o direito de usar uma roupa que você não curte ou ouvir uma banda que você acha chata.
-- Respeite as diferenças. Além de ser uma atitude incrível pela tolerância, ainda dá para aprender bastante com experiências novas.
Fonte: *Revista Recreio* -- n.o 847 -- 2 de junho de 2016.
Revisado por Inês Chagas Ribeiro
Mercado de trabalho
O mercado de trabalho vem se ampliando: o radialista, com o desenvolvimento da internet, pode encontrar trabalho nas crescentes
empresas de *webradio*, que surgiram há pouco tempo; elas veiculam seu conteúdo através dos chamados *podcasts*, que são formas de
publicação de áudio, vídeo ou fotos pela internet. Diversas emissoras de rádio já têm *podcasts* de alguns de seus programas em *sites* de
internet, e outras os apresentam apenas *online*, as chamadas *webradios*. Esta é uma opção bastante atraente para os jovens
profissionais que se identificam com a utilização da internet para manter-se informados e também para lazer. Ainda há a opção de o
profissional encontrar trabalho nas tradicionais emissoras de rádio e televisão, que estão sempre abertas à capacitação de
profissionais de qualidade a fim de ampliar o quadro de funcionários.
Curiosidades
A profissão de radialista só foi regulamentada no ano de 1978, pela lei 6.615, de 16 de dezembro de 1978. A partir de então, todos
eles devem ter o registro profissional da área, emitido pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para desempenharem suas funções.
Apesar de ter sido regulamentada há quase 38 anos, a primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil ocorreu em 1922, no Rio de
Janeiro. Foi o discurso do Presidente Epitácio Pessoa, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro,
daquele ano. O discurso foi feito numa exposição na Praia Vermelha, e o transmissor foi instalado
no alto do Corcovado pela
Westinghouse Electric CO.
Onde encontrar mais
informações?
Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão.
Vocabulário
Burlar: v. Enganar de maneira disfarçada.
Célebre: adj. 2 g. Famosa.
_`[{nota da Comissão Editorial: Como as cobras não têm nomes, passamos a designá-las Cobra 1 e Cobra 2_`]
Tirinha em um quadrinho
Quadrinho 1 -- Cobra 1: “Essa nova geração me preocupa.”
Cobra 2: “Sei não...”
Cobra 2 continua: “Acho que, no fundo, ela não é muito diferente da nossa.”
Cobra 1: “*Isso* é o que me preocupa.”
Tirinha em três quadrinhos
Quadrinho 1 -- As duas cobras são abordadas por uma terceira, que carrega um papel. Esta grita: “Pesquisa!”
Quadrinho 2 -- Ela continua: “Na sua opinião, a corrupção está disseminada por todos os setores da sociedade brasileira?”
Quadrinho 3 -- E termina: “Se responder $"Não$" ganha um presentinho.”
Tirinha em quatro quadrinhos
Quadrinho 1 -- As cobras estão lado a lado, olhando para o céu e observando as estrelas.
Cobra 1 pergunta: “Já pensou?”
Quadrinho 2 -- Continua: “Neste exato momento, um meteorito pode estar atravessando o espaço para se chocar com a terra bem onde
fica a sua casa.”
Quadrinho 3 -- Cobra 2 diz: “Ou a sua.”
Quadrinho 4 -- Cobra 1 olha para a outra e fala: “Também não vamos exagerar.”
Tirinha em quatro quadrinhos
Quadrinho 1 -- Cobra 1 pergunta: “Como vai o nosso time com o novo técnico?”
Cobra 2 responde: “Muito bem!”
Quadrinho 2 -- Cobra 2: “Só perdeu duas.”
Quadrinho 3 -- Cobra 1 pergunta: “Mas não jogou só duas?”
Quadrinho 4 -- Cobra 2 responde: “Se você insiste
em ver pelo lado negativo... Sim.”
Adaptado e revisado pela
Comissão Editorial
Revisado pela Comissão
Editorial