PONTINHOS
Revista infantojuvenil
para cegos
Ano LXIII
Edição Especial -- 2022
Ministério da Educação
Instituto Benjamin Constant
Publicação Trimestral de
Educação, Cultura e
Recreação
Editada e Impressa na
Divisão de Imprensa Braille
Fundada em 1959 por
Renato M. G. Malcher
Av. Pasteur, 350/368
Urca -- Rio de Janeiro-RJ
CEP: 22290-250
Tel.: (55) (21) 3478-4531
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Diretor-Geral do IBC
João Ricardo Melo
Figueiredo
Comissão Editorial
Geni Pinto de Abreu
Heverton de Souza Bezerra da Silva
Hylea de Camargo Vale
Fernandes Lima
Maria Cecília Guimarães Coelho
Rachel Maria Campos
Menezes de Moraes
Rachel Ventura Espinheira
Colaboração
Daniele de Souza Pereira
Colaboração Especial
Equipe de Língua
Portuguesa e Alunos
do Ensino Fundamental
II e Ensino Médio
Revisão
Hylea de Camargo Vale
Fernandes Lima
Livros Impressos em Braille: uma Questão de
Direito
Governo Federal: Pátria
Amada Brasil
Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I,
art. 46,
da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998.
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RevistasPontinhoseRBC~,
Pontinhos: revista infanto-
juvenil para cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de
Imprensa Braille. n. 1 (1959) -- . Rio de
Janeiro: Divisão de
Imprensa Braille, 1959
-- . V.
Trimestral
Impressão em braille
ISSN 2595-1017
1. Infantojuvenil --
Cego. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4.
Revista -- Periódico. I. Pontinhos. II. Revista
infantojuvenil para cegos. III. Ministério da
Educação. IV. Instituto Benjamin Constant.
CDD-028.#ejhga
Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872
Arquivo da revista disponível
para impressão braille:
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publicacoesÿrevistas~,
Sumário
Apresentação da
coletânea :::::::::::::: 3
Texto 1: Somos todos
José :::::::::::::::::: 6
Texto 2: Pintando o
nosso Bandeira :::::::: 7
Texto 3: Exílio ::::::: 10
Texto 4: Poema de um
amor qualquer :::::::::: 11
Texto 5: A irmã! :::::: 13
Texto 6: Setembro
amarelo: a depressão
na sociedade
contemporânea :::::::::: 18
Texto 7: Que escola nós
queremos? :::::::::::::: 21
Texto 8: O fantasminha
ator ::::::::::::::::::: 25
Texto 9: Sala
secreta :::::::::::::::: 30
Texto 10: Viver no
campo :::::::::::::::::: 33
Texto 11: Meu amado
Yago :::::::::::::::::: 34
Texto 12:
Intertextualidade do
Navio Negreiro ::::::: 36
Texto 13: Receita da
boa música ::::::::::::: 40
Texto 14: Proposta de
redação do Enem ::::::: 41
Texto 15: O papel da
ciência na sociedade
atual :::::::::::::::::: 44
Texto 16: Estudar no
IBC vale a pena :::::: 46
_`[{imagem do mascote da Revista Pontinhos, Furinho, em formato de um punção. A parte superior é a cabeça, com olhos e boca; a ponta é o corpo; das laterais, saem braços com as mãos na cintura; os símbolos "õxo" representam a cabeça, "é" o corpo._`]
õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ
é l Olá, pessoal! Vo- _
é l cês acharam que eu já _
é l tinha saído de férias _
é l e só voltaria em ja- _
é l neiro? Se enganaram! _
h:::::::::::::::::::::::j
õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ
é l Para encerrar o _
é l ano de 2022, os pro- _
é l fessores de Língua _
é l Portuguesa do IBC _
é l e seus alunos se reu- _
l niram para montar uma _
l edição especial da _
l Pontinhos. Isso _
l mesmo, uma edição _
l só com os textos dos _
l alunos! Me faz lem- _
l brar, que antes tí- _
l nhamos uma seção com _
l os textos dos nossos _
l amiguinhos do IBC! _
l A revista está _
l fantástica, um mix de _
l emoções! Cuidado pa- _
l ra não morrer de rir _
l e nem se assustar! _
l Pode ser que surjam _
l novos poetas ou es- _
l critores! _
h:::::::::::::::::::::::j
Apresentação da coletânea
Queridos leitores,
Esta edição especial da revista Pontinhos foi organizada pela coordenação da equipe de Língua Portuguesa e Literatura do Departamento de Educação do Instituto Benjamin Constant. A ideia nasceu em uma conversa com a Divisão de Imprensa Braille, que prontamente atendeu aos anseios das professoras e do professor da área em mostrar o protagonismo dos nossos alunos em forma de textos.
Não é necessária muita investigação para saber que o isolamento social provocado pela pandemia da COVID-19 trouxe sérias consequências aos nossos estudantes. Nesse sentido, o retorno ao ensino presencial trouxe muitas complexidades, mas foi possível contorná-las com um trabalho voltado para o protagonismo estudantil. Temos, assim, textos produzidos por alunos da segunda etapa do ensino fundamental e da educação profissional no ano de 2022.
Os textos estão organizados por ano de escolaridade. Começamos com o sexto ano e terminamos com o terceiro ano do ensino médio. Há textos poéticos, em verso e em prosa, e
textos não poéticos, como redações no modelo Enem. Há textos autorais sobre o amor e intertextuais sobre temas nacionais. Há muita emoção e muita sensibilidade em contos de terror e em poemas sobre o terror nos navios negreiros. Há, acima de tudo, a presença dos nossos alunos, de seus anseios e de suas realidades.
Abrimos a coletânea com a fotografia da apresentação
do texto José, de Carlos Drummond de Andrade, durante o evento “100 Anos da Semana de Arte Moderna e o Modernismo no Brasil”, em 19 de outubro de 2022. Outros dois textos da coletânea foram apresentados no mesmo evento: Pintando o nosso Bandeira (turma 604) e Estudar no IBC vale a pena (Valdeir Silva).
Com muita emoção ao ver tais produções e com muito carinho pelos compositores e compositoras desses textos, convido à leitura!
Professora Marcele Lopes
Coordenadora de área -- Língua Portuguesa.
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Texto 1: Somos todos José
_`[Foto do palco do teatro do IBC. Membros da turma em pé com as mãos dadas. Da esquerda para direita, a professora Karine e os alunos: Victor Jacobsen, Camila, Maria Eduarda, João, Breno, Anderson, Paola, o professor Victor Luiz e Miguel. Ao fundo, a professora Marcia Ogando._`]
Foto: Ivan Finamore.
Gênero: Fotografia
Turma: 603
Professores: Karine Vieira e Victor Silveira
Observações: A turma 603 é composta por alunos em processo de alfabetização e com um processo de aprendizagem muito particular e individualizado. Eles estudaram sobre o Modernismo e a
vida e a obra de Carlos Drummond de Andrade. Escolheram o poema “José” para fazer uma atividade coletiva. Após ensaios e leituras, decidimos apresentar uma leitura dramatizada do poema, enfatizando que todos somos o José, trabalhadores, protagonistas de nossas vidas numa constante batalha diária. Os alunos Victor Jacobsen, Camila e João memorizaram cada um uma estrofe e puderam declamar, intercalando a leitura coletiva.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 2: Pintando o nosso Bandeira
O nome dele é Manuel,
Mas não é qualquer um.
Seu sobrenome é Bandeira,
Poeta da literatura brasileira.
Trabalhou como professor
E também foi tradutor.
Esse autor pernambucano
Abriu a Semana de Arte Moderna,
*Afrontou* os parnasianos,
Criando a maior *baderna*.
O tal poema foi “Os sapos”
E Bandeira nunca rimava os *cognatos*.
Entre outros poemas, escreveu “Consoada”,
Mas, às vezes, seu estilo era de poema-piada.
“Café com pão”, “Café com pão”,
“Cai, cai, balão”, “cai, cai, balão”
Gritava, “Na Rua do Sabão”,
A levada molecada.
Vocabulário
Afrontou: v. Ofender ou depreciar algo ou alguém.
Baderna: s. f. Situação em que reina a desordem; confusão, bagunça.
Cognatos: s. m. São palavras de dois idiomas diferentes que possuem semelhança gramatical e o mesmo significado. Esse fenômeno idiomático acontece porque diversos termos, mesmo sendo de línguas distintas, possuem a mesma origem.
Gênero: Poema
Turma: 604
Professores: Bruna Trindade Bispo e Victor Silveira
Observações: Este poema é inspirado na literatura de cordel e conta um pouco da
vida e obra de Manuel Bandeira. O texto foi produzido de forma coletiva pelos alunos da turma 604 e apresentado ao público no dia 19/10/2022.
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Texto 3: Exílio
Eu me sinto estranha
com a minha maneira de ser.
Se eu fosse mais bonita,
tudo iria mudar.
Se eu mudasse meu estilo,
todo mundo iria me notar.
Mas eu me sinto invisível...
O que fazer se eles me julgam sem motivo?
Eu preciso saber...
Gênero: Poema
Turma: 701
Professora: Marcia Gomes
Autoria: Giovanna Josefa de Melo da Silva
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Texto 4: Poema de um amor qualquer
Mesmo você não estando aqui pra me ouvir,
eu humildemente venho aqui para dizer
o que sinto por ti, somente por ti.
Tu me fazes sorrir, você me faz sentir algo
que nem eu mesmo sei *distinguir*,
apenas sei que te amo e quero te fazer feliz.
Amarei a ti como nunca, te quero por perto como sempre.
Lembre-se de que você é amada,
amada por mim até o fim.
Amo-te, Maria Eduarda.
Vocabulário
Distinguir: v. Perceber a diferença entre (coisas) ou ser diferente de (algo); diferenciar(-se).
Gênero: Poema
Turma: 701
Professora: Marcia Gomes
Autoria: Paulo Roberto
Pereira da Costa
Observações: Os textos 3 e 4 foram produzidos após a leitura e discussão da reportagem “Amor no laboratório”, publicada pela revis-
ta Superinteressante, que
aborda o amor sob uma perspectiva científica, e de poemas que trazem um viés romântico desse sentimento. Após a discussão, os estudantes foram convidados a
expressar literariamente
suas perspectivas sobre o amor em suas diversas formas e mesmo sua ausência.
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Texto 5: A irmã!
Esta história de terror pode ou não te causar alguns problemas para dormir, por isso só vou avisar uma vez e nada mais. Se ficar... é por sua conta e risco! Bom... já enrolei demais! Vamos para a história!
Ela se passou em 1993, quando um casal teve três filhos -- dois meninos e apenas uma menina.
Ei... o que faz aqui ainda? Não está com medo? Te admiro! Enfim... O filho mais velho se chamava Danilo, o outro era Felipe e para fechar esse trio -- espera um pouco, vai dormir antes que você tenha um pesadelo -- a filha se chamava Zero. Vou te dizer: essa menina tem uma coisa especial, que vai deixar todos com medo. Onde eu parei mesmo?
Ah, sim! Como estava dizendo, os cinco viviam bem em sua casa na Colômbia, até que se aproximava deles um enorme furacão e a casa estava quase indo embora com o vento que nela batia. Os três irmãos correram do furacão como se a vida deles dependesse disso e sabem o que é pior? Dependia mesmo! Os pais não tiveram a mesma sorte que os filhos e acabaram morrendo no furacão, com seus corpos arremessados ao trilho do trem. E sabem quem viu tudo? Isso mesmo, a Zero. Ela saiu correndo para contar aos irmãos. Zero começou a ter *alucinações* depois desse dia.
Pouco tempo depois, os dois meninos decidiram ir embora daquela casa quase destruída pelo furacão, afinal, após a morte dos pais, a menina não parava de ver vultos e espíritos. Eles encontraram um poço vazio e decidiram passar a noite lá.
Zero começou a chorar de medo quando os irmãos se foram, mas esse medo se transformou em raiva. Já era noite, quando ela saiu de casa pela *tubulação* dos fundos, com medo do furacão que ameaçava voltar, arrastando-se e chorando com ódio no olhar e muito medo ao mesmo tempo.
Uma das vozes que não deixavam Zero em paz era de um vampiro, que, além de dizer que sugaria todo o seu sangue, também a ameaçava de a transformar em vampira.
Mesmo com medo, Zero aceitou se tornar uma vampira, pois a raiva a dominou e ela queria se vingar de Danilo e Felipe. Ela *rastreou* até o poço onde eles se esconderam, sentindo o cheiro e o calor do sangue correndo nas veias dos irmãos.
Os irmãos a viram com os olhos pretos, os cabelos pegando fogo, ficaram com muito medo e começaram a gritar por socorro, mas já não havia muita gente na cidade depois do furacão. Ela conseguiu entrar no poço e devorou seus irmãos, vingando-se deles.
O cenário do lugar estava parecendo uma guerra. Zero começou a chorar o sangue de seus pais e de seus irmãos. Saiu correndo até não aguentar mais, entrou no que era antes a floresta e encontrou uma caverna escura. E lá viveu até o dia em que morreu com uma estaca cravada em seu coração.
Vocabulário
Alucinações: s. f. Perturbação mental que se caracteriza pelo aparecimento de sensações.
Rastreou: v. O mesmo que investigou.
Tubulação: s. f. Encanamento, conjunto de tubos.
Gênero: Conto de terror
Turma: 801
Professoras: Marcele Lopes e Morgana Ribeiro
Autoria: Brendhell Costa, Francisco Ryan, Mayara Sanches, Pedro Henrique Ribeiro e Yasmin Cavalcanti
Observações: O texto foi escrito de forma coletiva no segundo bimestre de 2022. Nesse processo, destacou-se a mediação de um dos alunos que conseguiu compilar as colaborações dos colegas. Percebe-se no texto uma intertextualidade com textos de Luiz Fernando Veríssimo lidos em aula, quando o narrador se dirige aos leitores.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 6: Setembro amarelo: a depressão na sociedade contemporânea
Antes da quarentena, motivada pela Pandemia da Covid-
-19 em 2019, muitas pessoas já tinham depressão, mas quando chegou a pandemia o número de pessoas com essa doença aumentou, porque ficamos dois
anos presos em casa longe do convívio social.
Isso deixou muitas pessoas depressivas, pois muita gente
já estava acostumada a ir trabalhar, a ir à escola etc. De repente todo mundo teve que ficar em casa porque teve um vírus muito forte que, se pegássemos, correríamos risco de vida, então muitas pessoas ficaram ansiosas, tristes, inseguras, com medo, levando a depressão.
Quando a pandemia acabou e já podíamos sair de casa,
muitas pessoas continuaram depressivas, pois já estavam acostumadas a rotina de ficar em casa, sem o convívio em sociedade. E quando podíamos sair de casa, tínhamos que usar máscara, passar álcool a toda hora, não podíamos nos abraçar e deveríamos manter uma certa distância das pessoas.
Muita gente sofre de de-
pressão, se corta, toma muitas doses de remédios ou se joga de algum lugar para tirar a própria vida, por isso os responsáveis, famílias, amigos precisam ficar atentos para tratar e ajudar as pessoas. A depressão pode causar outras coisas, como a pessoa não ter fome, não querer sair de casa, não ter amigos.
A depressão é causada por vários motivos, mas um deles pode ser por se sentir sozinho ou perder alguém próximo, como um parente ou um amigo. Muitas pessoas morreram e deixaram amigos e parentes durante a pandemia.
No mês de setembro, refletimos sobre a prevenção ao suicídio. Essa data é muito importante, porque alerta as pessoas sobre doenças como depressão e a importância de
preservar a própria vida, se cuidando e procurando ajuda.
Gênero: Redação escolar
Turma: 802
Professora: Millene Sousa
Autoria: Manuela Parente Campos Martins da Cunha
Observações: O texto foi produzido em referência às reflexões sobre o Setembro Amarelo.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 7: Que escola nós queremos?
A escola que queremos: ser um ambiente de afeto para todos os estudantes em seus ambientes de aulas.
A escola que queremos: o direito de liberdade de ex-
pressão para que as decisões
possam ocorrer com todos da instituição.
A escola que queremos: uma instituição destinada a orientar melhor os alunos.
A escola que queremos: mais sugestiva de atividades.
A escola que nós queremos: ter professores com um pouco mais de paciência.
A escola que nós queremos: que estimule estudantes mais ativos e com mais desempenho.
A escola que queremos: ter mais cuidadores, para cuidar melhor das crianças e dos adolescentes.
A escola que nós queremos: ter aulas de teatro com professores que possam dar cursos de dubladores profissionais na área da comédia e *stand up comedy*.
A escola que nós queremos: ter mais aulas de idiomas, por exemplo, de espanhol e francês e mais aulas de inglês.
A escola que queremos: ter mais comida boa e água fresca para nós tomarmos todos juntos.
A escola que queremos: um local onde não há menosprezo pelos alunos que têm outras deficiências.
A escola que queremos: uma instituição que possa ter mais ajuda de mais assistentes com mais eficiência, com mais interesse, que tenham disposição para dar assistência para os professores dentro de sala de aula, pois este ano a escola está sem mediadores para os alunos que precisam de ajuda auxiliar.
A escola que queremos: ter mais passeios.
A escola que queremos: uma escola com professores brincalhões e divertidos.
A escola que nós queremos: uma escola com dedicação, para
dar coisas melhores para os alunos.
A escola que nós queremos: ter mais atividades pedagógicas com todos os alunos de todas as idades, pois temos que estar mais em atividades, como, por exemplo: gincana, festival com pipa e muitos outros eventos com pessoas que sejam inspiradoras.
A escola que nós queremos: sem pessoas ignorantes.
Vocabulário
*stand up comedy*: Tipo de espetáculo de humor, onde o indivíduo faz sua performance em pé.
Gênero: Redação escolar
Turma: 802
Professora: Millene Sousa
Autoria: Wendel de Andrade Severiano
Observações: O texto foi produzido em comemoração ao Dia do Estudante.
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Texto 8: O fantasminha ator
Estudo em uma escola que outrora foi a moradia de D. Pedro II e que foi transformada em uma escola para deficientes visuais, o chamado IBC -- Instituto Benjamin Constant. No IBC, há um teatro onde muitos alunos soltam sua imaginação e acabam sonhando com a carreira artística. Com certeza, os deficientes visuais ficariam orgulhosos de ter seus representantes nas telenovelas, tea-
tros e cinema. Conta-se ter havido um aluno que gostava mais das aulas de teatro do que qualquer outro aluno que pudesse existir no IBC. Conta-se que ele se chamava Pedro, isso mesmo, igualzinho ao nome do ilustre morador
de outros tempos e antigo proprietário do instituto, que mais parece um museu.
Pedro sonhava ser um ator famoso independente da sua baixa visão, sonhava ser conhecido e até perseguido pelos fãs. Ele dizia que daria autógrafos com boa vontade. As aulas no teatro eram o que deixava Pedro feliz e satisfeito e, assim, ele alimentava esse sonho em seu coração.
De repente a grande oportunidade surgiu e Pedro foi fazer um teste. Eis a grande chance, que ele não desperdiçaria de jeito algum. O teste para ator seria realizado ali mesmo no IBC, mas, para essa peça de teatro, Pedro deveria usar um equipamento de simulação de voo, com que os atores pareceriam estar voando. Mesmo com medo, Pedro sonhou mais alto e não deixou que seu medo o impedisse de realizar tão grande sonho. Mas que pena! Algo deu errado e Pedro despencou do equipamento, perdendo sua vida.
O tempo passou, mas a história de Pedro não foi esquecida. Quando se ouvem barulhos estranhos no teatro, sempre acaba vindo à tona a história de Pedro, e muitos sons esquisitos se ouviam, coisas caíam dos cenários e as pessoas diziam: “será o Pedro, o menino ator, querendo realizar seu grande sonho, perdido no passado?” Diziam os grandes contadores de história horripilantes que Pedro estava ali, tentando impedir aqueles que faziam suas atividades no teatro. Já que ele não realizara seu sonho, ninguém iria realizar também. Mesmo quando o teatro estava fechado, era possível ouvir lá dentro sons estranhos, o que fazia com que as pessoas passassem correndo em frente ao espaço, pois sentiam até arrepios.
Tempos depois, chegou o dia em que uma peça de teatro deveria ser realizada, e alunos e professores procuravam esquecer essas coisas esquisitas, para se dedicar a fazer o melhor nessa peça. Chegou o grande dia! O público era grande, quase lotou o teatro, a peça começou, o público *entusiasmado*... DE REPENTE... começam a ver algo estranho como se fosse um fantasma, era Pedro, o ator fantasma, que não queria deixar a peça ser realizada. Começou a derrubar o cenário, a fazer cócegas nos atores, que não conseguiam realizar suas falas direito, o público começou a ficar assustado e Pedro dizia:
-- Eu que tenho que ser um grande ator nesta peça.
O público ensaiou querer sair correndo do teatro, então os atores falaram entre si:
-- É melhor nós darmos um papel nesta peça para o Pe-
dro, o fantasminha, pois ele quer fazer desta peça uma grande peça de terror e nunca vai deixar o teatro em paz, sempre causando bagunça em nossos ensaios.
Quem diria! Pedro ganhou um papel na peça como o fantasma que assombrava. O público aplaudiu de pé e, assim, Pedro realizou seu sonho por um instante. Então, o IBC pôde se livrar daquele fantasma, que tanto pôs medo e causou arrepios nas pessoas.
Vocabulário
Entusiasmado: adj. Arrebatado, extasiado.
Gênero: Conto de terror
Turma: 902
Professora: Morgana Ribeiro
Autoria: Luiz Henrique de Jesus de Moraes
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 9: Sala secreta
Just, Geraldo e Clotilde estavam no corredor no IBC, quando ouviram vozes estridentes do subsolo. Eles eram bem curiosos e resolveram investigar que vozes eram aquelas, que pediam por socorro.
Perceberam uma escada estreita, que levava até uma sala escura com cheiro de mofo e de vela acesa, uma sala secreta. Desceram rapidamente as escadas e encontraram os segredos que ninguém sabia. Era uma enorme prateleira com um amontoado de livros, grandes e pequenos, e cada livro era uma vida que pedia por
socorro, vozes saíam dos li-
vros, queriam ser livres, estavam presas ali havia anos.
As crianças, bem depressa, começaram a folhear os livros e, após cada pedido de socorro, ouvia-se um “muito obrigado!” à medida que conseguiam ser livres mediante a leitura. As horas foram passando e chegou o momento da saída, eles teriam que deixar o IBC, mas ainda existiam milhares de livros com vozes querendo ser livres.
Então decidiram retornar no outro dia, mas as vozes continuavam insistentes:
-- Fica conosco!
Just, Geraldo e Clotilde deixaram aquele lugar às pressas, sentiam-se sufocados com tantas histórias. Eles se despediram, pois entenderam que, se ficassem ali, seriam colocados em livros e suas
histórias ficariam presas, então escolheram fugir e seguir livres, construir suas histórias em outro lugar. Clotilde pensou nas histórias que estavam presas ali e disse:
-- São tantas que não seremos capazes de libertar, agora temos que lutar por nós mesmos.
Just completou:
-- Dia a dia temos que ser sábios para realizarmos boas escolhas!
Geraldo também falou:
-- Vamos deixar que as vozes encontrem sua própria liberdade e que o IBC seja um local de saudades e não de medos e histórias de terror.
Gênero: Conto de terror
Turma: 902
Professora: Morgana Ribeiro
Autoria: Isaque de Souza Emmerick
Observações: Os textos 8 e 9 são narrativas criadas para a disciplina Língua Portuguesa, no período da Pandemia da Covid-19, no segundo semestre de 2021, quando os alunos/autores cursavam o oitavo ano pelo ensino remoto.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 10: Viver no campo
Queria tanto viver no campo
Só assim fico livre dos problemas da cidade
Só ouvindo o som dos bichos
Das pessoas do campo
Meu sonho é morar no campo
Ó, que bom ouvir um canto de um pastor
E escutar o som das ovelhas fazendo
Mé... mé!
Gênero: Poema
Turma: PROEJA 1
Professor: Victor da Silveira
Autoria: Gleiciane Martins de Sousa
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 11: Meu amado Yago
Ó, meu amado Yago,
Como é bom viver com você
Neste campo
Com belas paisagens
Como é bom viver no campo
Sou muito feliz, meu amor
É muito bom viver ao seu lado
Eu nunca estive tão feliz como agora
Morar na roça ao seu lado
Para mim é um paraíso
Parece até que estou
Vivendo um sonho
Viver ao seu lado
Olhando para a natureza
Fico admirando essas árvores
É muito bom viver aqui
Eu nunca vou sair daqui
Ó, meu amor,
Nunca vou te abandonar
Enfim essa roça é maravilhosa
Gênero: Poema
Turma: PROEJA 1
Professor: Victor da Silveira
Autoria: Júlia Cavaline Medeiros
Observações: Os textos 10 e 11 foram produzidos a partir de uma proposta baseada na estética árcade.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 12: Intertextualidade
do Navio Negreiro
Semelhante a história do navio negreiro
Vou contar uma verdade
Quem sabe no mundo inteiro
História triste não tem encanto
Falar do tráfico de seres, de seres humanos.
Das aldeias do Himalaia à Europa Oriental
Forçadas pela fome ou miséria total
Mulheres e meninas, *cobiça* o marginal
Atraídas por empregos com salário ideal
Vão caindo em uma rede
Num pecado capital
Me lembrei da Chapeuzinho e o terrível lobo mau
*Iludindo* com palavras, pura maldade
Esperando a hora certa para a *atrocidade*
Ao chegar em seu destino acabou a sorte
confiscaram o documento o passaporte
Agredidas, confinadas, ameaçadas
Vão fazendo o que mandam *chantageadas*
Orações e preces, pedidos de ajuda
De moça de família a agora prostituta
Sem direito foi privada da felicidade
Conhecendo a fundo o homem -- Alma sem piedade
Através da reforma legislativa
uma resposta ao tráfico é prisão sob medida
Em uma força tarefa, integração de países
*desmantelando* o esquema, prendendo os infelizes
O processo é lento, mas vale a pena esperar
Ver pessoas voltando pro seio do seu lar
A história é semelhante ao Navio Negreiro
Um grito, uma denúncia de um poeta brasileiro
O poeta dos escravos, Castro Alves vou citar
Tem muita gente em negreiros, escravos para libertar
Por meio de uma denúncia, a história pode mudar
Cabe a mim e a você, nunca jamais se calar
Nunca jamais se calar
Nunca jamais se calar
Nunca jamais se calar
Nunca jamais se calar
Nunca jamais...
Vocabulário
Atrocidade: s. f. Crueldade.
Chantageadas: v. Fazer chantagem ou pressão para extorquir ou obter algo.
Cobiça: s. f. Desejo ardente de possuir ou conseguir alguma coisa.
Desmantelando: adj. Ocasionar a ruína em; fazer com que algo desmorone.
Iludindo: adj. Enganado.
Gênero: Poema
Turma: IM2
Professora: Marcele Lopes
Autoria: Alex Alves
Observações: Este poema é inspirado na intertextualidade com o poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, e faz referência à situação de imigração irregular e desamparada. O texto foi produzido em versos livres.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 13: Receita da boa música
Ingredientes:
1 pacote de inspiração
1 frasco de conhecimento musical
Dons pessoais a gosto
1 quilo de dedicação
5 copos de amor
1 colher de sopa de notas musicais
3 pitadas de harmonia
1 latinha de saudade
E novas descobertas para decorar
Modo de preparo:
Misture as notas musicais, a harmonia e os dons pessoais. Bata com carinho e simpatia. Junte a inspiração, o amor e a saudade e misture delicadamente. Junte os outros ingredientes, transfira para o seu instrumento musical favorito e decore com as novas descobertas. Sirva com muito bom gosto e emoção.
Gênero: Receita
Turma: IM2
Professora: Marcele Lopes
Autoria: Juliana Gonzaga
Observações: O texto 13 foi produzido durante as aulas de modos de organização do discurso, com foco no modo injuntivo e na atuação musical dos alunos.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Texto 14: Proposta de
redação do Enem
A ciência hoje, no Brasil, exerce um papel muito importante para a sociedade, e, por motivos éticos e morais, não deve ser limitada pela legislação brasileira. Qualquer limitação acaba impedindo grandes avanços, tanto científicos quanto tecnológicos. A falta de investimentos nos jovens cientistas estudantes e o baixo interesse das pessoas em buscar notícias sobre a ciência são preocupantes para o nosso país.
Uma pesquisa do *INCT-
-CPCT* mostra que apenas 26% das pessoas que participaram da pesquisa buscam ou recebem informações sobre ciência e tecnologia frequentemente. É um número bastante baixo, visto que, desde os primórdios até o dia de hoje, a ciência é responsável por tudo que a humanidade construiu e continua construindo ao longo da vida, desde a criação do fogo até as grandes indústrias tecnológicas.
Ademais, se não nos preocuparmos em estar por dentro das informações sobre a ciência, corremos o risco de cair em *fake news* -- notícia falsa --, por exemplo, sobre a atual Pandemia de Covid-19. Se não procurarmos notícias comprovadas cientificamente, podemos acabar acreditando em uma mentira, por isso é sempre importante buscarmos conhecimentos científicos, até porque a principal ferramenta da ci-
ência é a curiosidade humana.
Portanto é de suma importância que as emissoras de televisão incentivem as pessoas, por meio de comerciais ou de novelas, a sempre procurar algo relacionado à ciência tomando cuidado com as *fake news*. E o governo federal deve investir em mais bolsas de pesquisa, com auxílio financeiro para os jovens universitários que desenvolvem pesquisa durante o curso. Com isso, teremos uma população mais consciente sobre os reais conhecimentos científicos no mundo, assim como jovens com incentivo e recursos para continuar desenvolvendo pesquisa científica nas escolas e universidades.
Nota:
INCT-CPCT -- Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia -- Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Gênero: Redação do Enem
Turma: IM2
Professora: Marcele Lopes
Autoria: Geovane Souza Bezerra
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Texto 15: O papel da
ciência na sociedade atual
O papel da ciência na nossa sociedade é descobrir, por
meio de estudos, novos recursos para termos uma melhor qualidade de vida e um melhor proveito do que temos na natureza.
Os avanços tecnológicos facilitam demais a nossa vida, tanto intelectual quanto profissionalmente, por exemplo, o alcance da internet no mundo. Todo o tipo de informação está disponível em sites feitos com o propósito de ensinar algo a quem quiser aprender qualquer coisa, basta pesquisar e com alguns cliques acessar qualquer site sobre qualquer assunto.
É importante que o governo invista nas universidades públicas e privadas, para que possamos adquirir ainda mais conhecimentos, e para que os pesquisadores possam desenvolver mais recursos para ajudar
a sociedade a ter mais autonomia em realizar suas atividades.
Gênero: Redação do Enem
Turma: IM2
Professora: Marcele Lopes
Autoria: Daiane Santana
Observações: Os textos 14 e 15 foram produzidos a partir de uma proposta de redação do Cederj, com foco na estrutura de composição textual exigida pelo Enem. Lembrando que nas redações do Enem o título não é obrigatório.
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Texto 16: Estudar no IBC vale a pena
Como dois e dois são quatro
Sei que todo esforço vale a pena
Mesmo que a condução seja difícil
E estudar no IBC seja um dilema
Perder a visão não foi fácil
Tive que aprender tudo de novo
Inclusive a estudar e a caminhar
Para não me tornar um estorvo
Hoje as pessoas me veem
Sem visão e pensam que não consigo
Ficam admiradas quando eu digo
Que fui para faculdade pelo Enem
Como dois e dois são quatro
Sei que meu esforço não foi um dilema
Mesmo que a condução seja difícil
Mas estudar no IBC vale a pena
Gênero: Poema
Turma: IM3
Professora: Marcele Lopes
Autoria: Valdeir da Silva e Marcele Lopes
Observações: Este poema é inspirado na intertextualidade com o poema “Dois e dois: quatro”, de Ferreira Gullar. O texto foi produzido com o auxílio da professora e apresentado ao público no dia 19/10/
/2022.
õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ
é l Amiguinhos! Espe- _
é l ro, que tenham gos- _
é l tado! Estamos con- _
é l versando com nossos _
é l escritores para que, _
l em breve, a seção _
l "Leio, logo escrevo" _
l esteja de volta. Va- _
l mos nos divertir mui- _
l to com novas históri- _
l as! _
l Um bom Natal e um _
l maravilhoso ano de _
l 2023! _
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Fim da Obra
Transcrição: Luciano
Paixão
Coordenação de revisão: Geni Pinto de Abreu
Revisão Braille: Elvis Filgueiras Ramos
Produção: Instituto
Benjamin Constant
Ano: 2022