PONTINHOS
Ano LX, n.o 369,
Abril/Junho de 2019
Ministério da Educação
Instituto Benjamin Constant
Publicação Trimestral de
Educação, Cultura e
Recreação
Editada e Impressa na
Divisão de Imprensa Braille
Fundada em 1959 por
Renato M. G. Malcher
Av. Pasteur, 350/368
Urca -- Rio de Janeiro-RJ
CEP: 22290-250
E-mail: ~,pontinhos@ibc.~
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Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.~
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Livros Impressos em Braille: uma Questão de
Direito
Governo Federal: Brasil Pátria Amada.
Diretor-Geral do IBC
João Ricardo Melo
Figueiredo
Comissão Editorial: Carla Maria de Souza, Heverton de Souza Bezerra da Silva, João Batista Alvarenga e Regina Celia Caropreso.
Colaboração: Daniele de Souza Pereira.
Revisão e Copidesque:
Carla Dawidman.
Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998.
Distribuição gratuita.
Arquivo da revista
disponível para impressão
em Braille:
~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~
publicacoesÿrevistas~,
¨ I
Pontinhos: revista
infantojuvenil para cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de
Imprensa Braille. n.o 1 (1959) --. Rio de
Janeiro:
Divisão de Imprensa Braille, 1959 --. V.
Trimestral
Impressão em braile
ISSN 2595-1017
1. Infantojuvenil --
Cego. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego.
4. Revista -- Periódico. I. Pontinhos. II. Revista infantojuvenil para cegos. III. Ministério da
Educação. IV. Instituto Benjamin Constant.
CDD-028.#ejhga
Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872
¨ III
Sumário
Seção Infantil
Cantigas de Roda ::::::: 1
Trava-Línguas :::::::::: 3
Cordel :::::::::::::::::: 4
Histórias para Ler e
Contar
O jabuti :::::::::::::::: 7
Bichinho de
estimação ::::::::::::: 11
Gato pensa? ::::::::::::: 13
Avô de todo mundo ::::::: 14
De pergunta em
pergunta ::::::::::::::: 16
Leio, Logo Escrevo :::: 20
Seção Juvenil
Quebra-Cuca :::::::::::: 22
Você Sabia? :::::::::::: 25
Vamos Rir? ::::::::::::: 28
Historiando
Goalball :::::::::::::::: 31
Leitura Interessante
Academia Brasileira de
Letras :::::::::::::::: 37
Mapa literário -- região
Norte ::::::::::::::::: 41
Males da precipitação ::: 46
Cuidando do Corpo e da
Mente
Animais ajudam a tratar
crianças com câncer :::: 51
Leio, Logo Escrevo :::: 58
Tirinhas :::::::::::::::: 61
Espaço do Leitor ::::::: 65
Seção Infantil
Cantigas de Roda
Boi barroso
Eu mandei fazer um laço do couro do jacaré
Pra laçar o boi barroso, num cavalo pangaré
Meu boi barroso, meu boi pitanga
O teu lugar, ai, é lá na canga
Adeus menina, eu vou me embora
Não sou daqui, ai, sou lá de fora
Meu bonito boi barroso, que eu já dava por perdido
Deixando rastro na areia logo foi reconhecido.
::::::::::::::::::::::::
Na beira da praia
Na beira da praia
Eu vou, eu quero ver
Na beira da praia,
Só me caso com você.
Na beira da praia
Você diz que não, que não,
Você mesmo há de ser.
Água tanto deu na pedra,
Que até fez amolecer,
Na beira da praia.
::::::::::::::::::::::::
Cantiga de ninar
Canção para embalar Marita
Luiz Antonio Millecco Filho
Dorme que a noite
É calma e boa
Dorme sem medo.
Deus te abençoa.
Dorme. Esquece o mau
Tão fugaz!
Dorme que agora,
Tudo é beleza e paz.
Sonha teu sonho
Bom de criança
Sonha. Quem sonha,
Espera e alcança.
Sonha. Não temas
O amanhã
Pensa que tudo
Tudo de bom terás.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Trava-Línguas
Respeito o perfeito prefeito.
Traga tinta em trinta
taças.
Alcoólicos acólitos católicos.
Um limão de Milão, mil limões de Milão, um milhão de limões de Milão.
Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
De tanto escrever, de tentar descrever, de escrever tentando, de descrever o tentar... escrito está!
A vida só é vivida viva ao lado de outra vida que vive a vida viva.
Vocabulário
Acólito: s. m. Aquele que acompanha ou ajuda alguém.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Cordel
O cordel que você vai ler pode ajudar a esclarecer algumas dúvidas de ortografia. O autor encontrou um jeito divertido de fazer você prestar atenção ao que escreve e ao que lê. Será que você conse-
gue encontrar o erro antes de ele mostrar?
Matemática *nóis* não sabe *mais* Português *nóis distrói*
Autor: Janduhi Dantas
“*Calçinha* a partir de 5,99”
Desse jeito, essa calcinha
é melhor não ser comprada;
*calcinha* com c cedilha.
sendo bem analisada,
na certa tem um defeito:
na frente ou atrás rasgada.
Antes de *e* e de *i*
não se põe c cedilhado;
só antes de *a, o, u*
é que deve ser botado:
Meu café tem pouco açúcar,
só faço pouco adoçado.
“Lanchonete 2 *irmões*: temos cerveja, peixe, frango”
Quem escreve desse jeito
merece muitos carões
porque faz contra a gramática
a maior das agressões:
esquece irmãos e apela
à inexistente *irmões*.
“*Reforsso* escolar. Todas as matérias”
Nesse *reforsso* jamais
seu filho vá colocar.
Se ele entrar nesse *reforsso*
na certa não vai passar:
pesquise e ponha seu filho
num bom reforço escolar.
“Fui *ao mossar*”
Eu, quando vi esse aviso,
me botei a gargalhar.
Depois fui ficando triste
e comecei a chorar!
Era hora de almoço,
eu nem quis mais almoçar.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Histórias para Ler e Contar
O jabuti
Você sabia que o jabuti é considerado o bicho mais esperto da floresta? Não? Pois é isso mesmo. Conta a lenda que houve um tempo em que a floresta andava alvoroçada. Por todo canto, se via bicho contando vantagem, se achando o mais esperto, menos o jabuti. Esse não dizia nada. Ficava só quieto, ouvindo. Sempre com aquele jeito cansado, continuava arrastando seu corpo devagar.
Dona coruja já estava chateada e com saudade daquele tempo em que ela podia dormir sossegada. Foi daí que ela teve uma ideia: convocou a bicharada e anunciou:
-- É hora de acabar de uma vez por todas com essa conversa. Vamos logo saber quem é o mais esperto daqui. Vou fazer um concurso e quem quiser participar tem que me trazer algumas frutas. A disputa será amanhã, ao romper da aurora.
Os bichos ficaram entusiasmados e trataram logo de trazer o que a coruja mandou.
No outro dia, mal o sol tinha nascido, já estavam todos ao pé da árvore. Fizeram uma pilha enorme com as frutas trazidas. Tinha banana, abacaxi, coco, goiaba, graviola, melancia, maracujá, jaca, manga e pitanga.
A coruja tomou a palavra:
-- Atenção, muita atenção! Vou fazer uma pergunta, vou falar uma só vez. Não vou repetir. Quem acertar é o mais esperto e ganhará como prêmio frutas.
A bicharada achou justíssimo. Num instante, as bocas e os bicos se calaram para ouvir a tal pergunta. A coruja sapecou:
-- O que é que pode encher a casa e, ao mesmo tempo, pesar menos do que uma bola?
-- O ar! -- gritou, de pronto, o macaco.
-- A fumaça! -- retrucou o jabuti.
E agora? A coruja arregalou ainda mais os olhos, pensou e saiu com esta:
-- Os dois estão certos. Vamos ter de resolver a questão. Quantas frutas você quer, macaco?
-- Quero todas até acabar o meu jejum.
-- E você, jabuti?
-- Eu só quero uma.
A floresta inteira já achava o jabuti meio bobo, mas com aquela resposta a gargalhada foi geral. O jabuti não se abalou e confirmou convicto:
-- Isso mesmo. Só quero uma.
O macaco se achando mais esperto do que nunca, tratou logo de pegar o cacho de bananas mais maduro. Descascou uma e comeu com a boca melhor do mundo. Logo se apressou em pegar outra.
Foi aí que o jabuti falou:
-- Alto lá! Pode parar! O senhor disse que queria comer até acabar o seu jejum. Já comeu. Não está mais em jejum.
O silêncio tomou conta do lugar.
A coruja anunciou:
-- É a vez do jabuti. Vou contar as frutas e o jabuti tira a dele. Uma, duas, três...
O jabuti interrompeu:
-- Anda, pega a minha. Essa aí que a senhora chamou de uma.
A coruja obedeceu e continuou:
-- Uma, duas, três...
-- Opa! Eu ouvi uma. Uma é minha.
Dessa forma, de uma em uma, ficou com todas. E foi assim que o jabuti passou a ser considerado o animal mais esperto da floresta.
Fonte: Livro *Porta
Aberta*.
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Bichinho de Estimação
Orlando de Miranda
Eu sempre quis ter um bicho de estimação. Na verdade, eu queria um cachorro, daqueles grandões, com pelo caindo pela cara. Papai explicou que aqui no apartamento era proibido ter cachorro. Aqui tudo é proibido.
Eu chorei que queria porque queria ter o meu bicho. E minha mãe me comprou sabe o quê? Uns peixinhos dourados.
Eu bem que tentei brincar com eles, apesar de que eles não faziam nada, só ficavam nadando de um lado para outro e comendo aquela paçoquinha que a gente tem que dar só um pouquinho de cada vez, se não eles estouram de tanto comer.
Já viu bicho mais burro? Estourar de tanto comer.
Um dia, a gente estava brincando de médico. Eu era o médico, fingindo que os peixinhos estão doentes. Daí, eu coloquei o meu remédio de bronquite dentro do aquário.
Os peixinhos ficaram todos de barriga para cima. Pensei que tinham dormido.
Mamãe disse que tinham morrido. Ficou furiosa, jogou tudo no lixo e eu nunca mais tive um bicho de estimação.
Também, dos peixes nem senti falta. Quem pode querer
uns bichos que não se pode nem encostar neles?
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Gato pensa?
Ferreira Goulart
Dizem que gato não pensa
mas é difícil de crer.
Já que ele também não fala
como é que se vai saber?
A verdade é que o gatinho
quando mia na almofada,
vai depressa se esconder:
sabe que fez coisa errada.
E se a comida está quente,
ele, antes de comer,
muito calculadamente
toca com a pata pra ver.
Só quando a temperatura
da comida está normal,
vem ele e come afinal.
E você pode explicar
como é que ele sabia
que ela ia esfriar?
::::::::::::::::::::::::
Avô de todo mundo
Tem avô que é preguiçoso!
Cochila na mesa da sala,
no canto do sofá.
Dorme sentado em qualquer lugar.
Tem avô que é engraçado!
Faz careta, conta piada.
Tem avô que é ranzinza,
não acha graça em nada.
Tem avô falante,
vive inventando história.
Tem avô esquecido
e avô de boa memória.
Tem avô sério
e avô arteiro.
Pra tomar remédio,
arma o maior berreiro!
Tem avô quieto
e avô barulhento.
Avô que escuta tudo
e outro que se faz de surdo.
¨
Tem avô careca,
que nem usa pente.
Avô de dentadura
e avô sem dente.
Tem avô que ronca,
enfia o dedo no nariz.
Tem avô rabugento
e avô alegre, feliz!
Avô com jeito de velho,
avô com jeito de menino.
Avô de barba e bigode,
avô de cabelo branquinho.
Avô animado, que gosta de gente.
Avô sozinho de dar dó!
Tem avô de um neto só.
E aquele... que é avô de todo mundo!
Fonte: Livro *Roda de letrinhas*.
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De pergunta em pergunta
Ana Maria Machado
A história que eu vou contar aconteceu no século XIX num país chamado Inglaterra, bem longe daqui. Havia lá um professor de nome meio complicado. Ele se chamava Thomas Huxley, mas a gente pode aprender mais se, simplesmente chamá-lo de professor Tomás.
O professor Tomás era um cientista. Estudava a natureza e toda a sua beleza.
Um dia, o professor foi chamado para resolver um mistério que era mesmo um caso sério. Em uma cidade do interior, uma coisa curiosa e estranha estava acontecendo. Quando tudo ia bem na cidade, gado engordando, emprego sobrando, tudo prosperando, de repente, sem nenhuma explicação, tudo ia empobrecendo: gado emagrecia, não dava mais leite, não havia mais trabalho e tudo ficava ruim. Porque ninguém sabia.
Chegando lá, o professor Tomás começou a perguntar. Perguntava tudo para todo mundo.
-- Aqui tem muito casamento? E batizado? Toda a sua família é daqui? E a do seu vizinho? No que seu marido trabalha? Qual é seu bichinho de estimação?
Depois de muito perguntar, começou a escarafunchar. Nos documentos da igreja, do registro civil, do cemitério e até das casas das pessoas. "Onde já se viu!"
Aí, o professor Tomás começou a pensar e observar. Ficava um tempão olhando, andando, pensando o dia inteiro. Tanto perguntou, tanto escarafunchou, tanto observou, tanto pensou que descobriu. Quando a coisa ia mal, gado emagrecendo, plantas se estragando, tudo empobrecendo, os rapazes do lugar não tendo no que trabalhar, iam para outra cidade procurar no que se ocupar para a vida levar. As moças solteiras ficavam sem ter com quem se casar. Não tendo companhia, acabavam pegando um gato para cuidar e a cidade ficava cheia de gatos. Mas o gato é bicho caçador. Os gatos, então, caçavam os ratos à vista e poucos sobravam.
Os ratos alimentavam-se de um tipo de besouro que, por sua vez carregava nas patas o pólen de uma plantinha que valia ouro. Era uma planta muito consumida pelos bois e vacas. Com poucos ratos, os besouros se reproduziam; reproduzindo-se podiam espalhar o pólen das flores; espalhando o pólen, a planta se desenvolvia; o gado tinha o que comer e se desenvolvia.
Então a fartura voltava, o povo se animava, o lugar enriquecia, tudo prosperava e os homens voltavam.
As moças se casavam e casadas, com casa para cuidar, não ligavam mais para os gatos que eram enxotados ou dados. Com menos gatos havia mais ratos; mais ratos, menos besouros; menos besouros, menos pólen espalhado; menos pólen, menos planta nova; menos planta, gado magro, leite ruim, tudo pobre, enfim.
-- Para tudo prosperar e assim ficar, é bom que cada família traga um gato para em casa morar. Homem, bicho e planta são parte da natureza e precisam se ajudar. -- declarou o cientista.
Como era inteligente o professor Tomás! A cidade não ficou pobre nunca mais.
Vocabulário
Escarafunchar: v. Investigar
com cuidado.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Leio, Logo Escrevo -- textos dos alunos do IBC
Primeira fase
Construção coletiva de texto
Alunos: Brendhell Renan Rodrigues da Silva Costa, Giovanna Juzefa de Melo da Silva, Sarah Evelyn Craveiro Lorena, Thatyane Chrystyne da Cruz
Leitela.
Turma: 401
Professora: Margareth de
Oliveira Olegario
Teixeira
Viu o Corcovado
A menina está indo para a escola e ela encontra alguns turistas no ônibus. A menina chega na escola. Ela vai para um passeio no Cristo Redentor. Aí, a menina chegou do passeio e almoçou macarrão com carne moída e feijão. O colega dela macarrão, feijão, batata-doce, salada de couve-flor, língua e moela.
Eles almoçaram na escola. Depois do almoço, descansaram um pouco e jogaram baralho e depois, brincaram de pique-
-pega.
Ela foi embora para casa de carro. Depois que chegou em casa, 6 horas da tarde, tomou banho e dormiu.
Ela acordou e foi jantar a marmita que ela levou da escola. Ela escovou os dentes e viu A Tribuna e a Rádio Copacabana, a Catedral também e a JB um pouco.
A menina mexeu no computador para fazer o dever de casa sobre as capitais do país. Depois, quando ela sentiu que estava com sono, desligou o computador, fechou o computador e dormiu.
No sábado às 8 horas da noite, ela foi para o shopping de Botafogo com as amigas.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Seção Juvenil
Quebra-Cuca
Desafios
1- A família Gorgonzola
No verão, seu Oto Gorgonzola comprou um barco novo. Muito orgulhoso, ele chamou a família para passear: a mulher, dona Árbara, os três filhos e Espinafre, o cachorro.
Animadíssimos, eles correram para entrar no barco.
Só que seu Oto esqueceu de ler as instruções e não viu que o peso máximo que o barco suportava era 350 quilos.
Seu Oto pesa 130 quilos, dona Árbara, 90 quilos, os três filhos juntos pesam 150 quilos e o Espinafre, 10 quilos.
Será que o barco da família Gorgonzola afundou?
2- Pedrinho foi de ônibus do Rio de Janeiro à Bahia. Para isso, qual dos estados abaixo ele atravessou?
a) Santa Catarina
b) Espírito Santo
c) São Paulo
d) Pernambuco
3- Como eram chamados os locais de trabalho em que os prisioneiros ficavam durante a Segunda Guerra Mundial?
a) campos de exilados
b) campos nazistas
c) campos de concentração
d) campos de penitência
4- Que nome recebe o processo utilizado pela maioria das plantas para produção de
alimentos e que necessita de luz?
a) fotossíntese
b) sudação
c) germinação
d) combustão
5- Qual o nome do primeiro avião de Santos Dumont?
a) Paris
b) Brasil
c) 14 alfa
d) 14 bis
Respostas
1- O peso total deles é 380 quilos. Portanto, o barco afundou. Ainda bem que todos sabiam nadar.
2- Letra b.
3- Letra c.
4- Letra a.
5- Letra d.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Você Sabia?
A todo-poderosa gravidade
Sempre que você joga uma bola para o alto, o resultado é o mesmo: ela volta para o chão. Isso acontece por causa da gravidade. Saiba tudo sobre essa força.
Gravidade é uma força de atração, presente em qualquer corpo ou objeto. Isso inclui você. Pode não parecer, mas seu corpo atrai a Terra. Ao mesmo tempo, a gravidade do planeta atrai você. É por isso que todo mundo fica preso ao chão. Por ter mais matéria, a Terra possui gravidade maior do que o corpo humano. Aí, quando damos um pulo, somos puxados de volta ao solo.
Isaac Newton (1643-1727), físico inglês, foi o primeiro a compreender as ações da gravidade. Dizem que ele mesmo contava essa história, mas é provável que seja uma lenda: em 1665, uma maçã caiu na cabeça dele. Isso o teria levado a pensar se a mesma força que puxou o fruto mantinha a Lua orbitando a Terra. Era a gravidade.
A gravidade mantém a atmosfera terrestre no lugar certo, ou seja, ao redor do nosso planeta. Essa camada de gases nos protege de radiações que vêm do espaço e permite a existência de vida por aqui.
Não é só a Terra que possui gravidade. Esta força também está na Lua, por exemplo. Como ela é mais leve do que o nosso planeta, a gravidade é menor. Já em Júpiter, maior planeta do sistema solar, essa força é 2,5 vezes maior do que na Terra.
Você sabia que a força da gravidade é tão forte no Sol que mantém os planetas do sistema solar girando ao redor dele? O mesmo faz a gravidade da Terra em relação à Lua: não deixa que nosso satélite natural saia vagando por aí.
Está se perguntando como é possível deixar a Terra se uma força tão grande nos puxa em direção ao solo? Para conseguir isso, os veículos espaciais atingem velocidades de, no mínimo, 40.320 quilômetros por hora. Conforme se afastam do solo, aos poucos são menos atraídos. Aí os motores vencem a batalha rumo ao espaço.
Futuros astronautas passam por testes, simulando pouca gravidade. Nos experimentos das agências espaciais, um avião a jato sobe até determinada altitude e, em seguida, é posto em queda livre durante certo tempo, não mais que 30 segundos. Na acolchoada cabine de passageiros, os futuros astronautas sentem a ausência
de peso, até que o piloto retome o curso da aeronave.
Fonte com alterações: Revista *Recreio* n.o 929.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Vamos Rir?
-- Mamãe, os meninos na escola me chamam de distraído!
-- Joãozinho, você mora na casa em frente…
A mãe do Paulinho estava conversando com uma amiga e dizia-lhe:
-- O meu Paulinho gosta muito de dançar e de cantar. Quando for grande quer dedicar-se a uma destas duas coisas.
Falou a amiga:
-- Então acho que devia dedicar-se à dança.
-- Por quê? Já o viu dançar?
-- Não. Mas já o ouvi cantar!!!
A professora pergunta:
-- Se eu digo: Fui bonita, é passado. Se eu digo: Sou bonita, o que é Carlinhos?
-- É mentira, professora.
No Natal, Tonico recebeu uma bicicleta e foi logo experimentá-la:
-- Olha mamãe! Sem uma das mãos!
Passados uns minutos:
-- Olha mamãe! Sem as duas mãos!
Quando voltou a passar pela mãe, exclamou:
-- Olha mamãe... Sem dentes!!!
Duas amigas se encontraram na rua e uma delas foi logo falando:
-- Dulce, finalmente consegui tirar o vício do meu marido de roer unhas.
-- Que ótimo! E como você fez isso?
-- Foi fácil: escondi a dentadura dele!
O que é que quanto mais seca, mais molhada fica?
R: A toalha.
Qual é o país que a gente come e a capital que a gente chupa?
R: Peru e Lima.
Por que quando o moço vai ao cinema, ele se senta na última cadeira?
R: Porque quem ri por último ri melhor.
Qual é a parte do corpo que, perdendo uma letra, fica leve?
R: A perna. Se tirar o r, fica "pena".
O que é que tem na cabeça, mas não é cabelo; tem no poço, mas não é água?
R: A letra "ç".
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Historiando
Goalball
Desenvolvido especificamente para deficientes visuais, o Goalball é o único esporte paralímpico não adaptado. Foi criado em 1946, pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, que tinham como objetivo reabilitar e socializar os veteranos da Segunda Guerra Mundial que ficaram cegos.
Durante os Jogos de
Toronto (1976), a modalidade foi apresentada como um esporte de alto rendimento. Um salto de grande importância, que rendeu a oportunidade de entrar de vez na grade de programação paralímpica nos Jogos de Arnhem (1980) com a categoria masculina. A disputa feminina entrou quatro anos depois na edição de Nova York (1984). Dois anos antes, em 1982, a modalidade passou a ser gerenciada pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA -- sigla em inglês).
Em 1985, o professor
Steven Dubner, do CADEVI, entidade de atendimento às pessoas cegas de São Paulo, apresentou a modalidade no Brasil. Entusiasmado, o professor Mário Sérgio Fontes levou para a ADEVIPAR, do Paraná. No mesmo ano realizaram o primeiro jogo entre duas associações. Dois anos depois, em Uberlândia, Minas Gerais, aconteceu o primeiro campeonato brasileiro sob a supervisão do professor Mário Sérgio, presidente da antiga ABDC (Associação Brasileira de Desportos para Cegos). Desde 2010, a modalidade é administrada pela CBDV.
O Brasil é uma das grandes forças da modalidade. No entanto, a primeira participação brasileira em Jogos Paralímpicos aconteceu em Atenas (2004), com a equipe feminina. A partir daquele momento o esporte não parou de crescer no país, e as seleções foram ficando cada vez mais fortes. Nos Jogos Paralímpicos de Pequim (2008), as seleções masculina e feminina representaram o Brasil. Mas o país começou a se tornar uma das grandes potências no ciclo 2009-2012. Durante os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara (2011) foram duas medalhas conquistadas -- ouro no masculino e prata no feminino. Um ano depois veio o ponto mais alto do Goalball brasileiro. O time masculino conquistou a inédita medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres (2012).
De lá pra cá, o Brasil coleciona excelentes resultados. Em 2014, na cidade de
Espoo, Finlândia, a seleção masculina conquistou o título inédito do Campeonato Mundial ao vencer os donos da casa por 9 a 1. Nos Jogos Parapan-Americanos de
Toronto (2015), o Brasil foi campeão nas duas categorias, em duelos contra os
Estados Unidos. Com as seguidas conquistas, o país atingiu a liderança do Ranking Mundial nas duas categorias.
Como é praticado
Uma partida de Goalball acontece entre duas equipes com três atletas cada. Durante o jogo, os atletas têm a função de arremessar e defender com o objetivo de fazer gols. A bola arremessada deve tocar em determinadas áreas da quadra para que o lance seja considerado válido.
O esporte é praticado em uma quadra com as mesmas dimensões da quadra de vôlei (9 m de largura e 18 m de comprimento). De cada lado da quadra tem uma baliza de 9 m de largura e 1,3 m de altura. A linha do gol e algumas outras, importantes para a orientação dos jogadores, são marcadas por um barbante preso com fita adesiva, permitindo que os atletas possam senti-las.
A bola usada para a prática do esporte é parecida com a de basquete. Ela pesa 1,250 kg e possui guizos em seu interior para que os jogadores saibam a sua direção.
O Goalball é um esporte baseado na percepção tátil e, principalmente auditiva, por isso não pode haver barulho enquanto a bola está em jogo.
Uma partida tem dois tempos de 12 minutos cada e vence a equipe que fizer mais gols. No entanto, o jogo pode ser encerrado a qualquer momento caso uma equipe alcance a diferença de dez gols no placar. Essa situação é chamada de *game*.
É permitida a participação de todo atleta B1, B2 e B3; todos jogam vendados pa-
ra se igualarem durante a partida.
Fonte: ~,http:ÿÿcbdv.org.brÿ~
paginaÿgoalball~,
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Leitura Interessante
Academia Brasileira de
Letras
A Academia Brasileira de Letras (ABL) foi fundada pelo escritor Machado de
Assis, em 20 de julho de 1897, juntamente com Lúcio de Mendonça, Olavo Bilac, Graça Aranha, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Visconde de Taunay, entre outros. As reuniões preparatórias aconteciam na redação da *Revista Brasileira*, a partir de 15 de dezembro de 1896. Machado queria criar uma casa que pudesse tratar e cuidar das questões relativas à língua e à Literatura do Brasil. A sede fica no Rio de Janeiro.
A Academia é composta por 40 membros efetivos e perpétuos (significa que eles ficam no cargo até morrer), e 20 sócios correspondentes estrangeiros. Só podem ser membros efetivos da ABL os brasileiros que tenham, em quaisquer gêneros literários, publicado obras que foram reconhecidas por sua qualidade ou valor literário. Quando um dos membros morre, a ABL anuncia que a cadeira está livre para receber candidaturas; depois é escolhido, em votação secreta, o substituto.
No início, a ABL não tinha sede própria e as reuniões eram realizadas em diferentes lugares, entre eles o salão do Real Gabinete Português de Leitura, o Ginásio Nacional e o escritório de Rodrigo Octávio, Primeiro Secretário. Em 1904, a Academia ganha uma parte do Silogeu Brasileiro; permanece lá dividindo o espaço com outras instituições, até fundar a própria sede em 1923. O prédio, uma doação do governo francês, é uma réplica do
Petit Trianon, de
Versalhes.
O primeiro presidente da Academia, Machado de Assis, então falecido, ganhou uma sala no prédio decorada com seus objetos pessoais. Além da *Sala Machado de Assis*, o fã das obras do autor pode obter informações sobre o escritor realista no *Espaço Machado de Assis*, que conta com uma galeria de exposições, uma sala de projeções e um núcleo de informação.
O espaço pode ser visitado pelo público. Lançamentos de livros, conferências, reuniões e posse de novos acadêmicos são eventos que o Petit Trianon costuma sediar. A Academia Brasileira de Letras tem como objetivo prezar pela Literatura e pela língua portuguesa. Marco Lucchesi é o atual presi-
dente.
Fontes: ~,http:ÿÿeducacao.~
globo.comÿartigoÿacademia-~
brasileira-de-letras-reune-~
escritores-e-promove-~
literatura.html~,
~,http:ÿÿwww.ebc.com.brÿ~
infantilÿvoce-sabiaÿ2013ÿ~
06ÿo-que-e-a-academia-~
brasileira-de-letras~,
Vocabulário
Silogeu: s. m. Casa onde se reúnem associações literárias ou científicas.
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Mapa literário do Brasil
Um guia com os escritores que melhor representaram, e apresentaram, cada um dos estados brasileiros
Região Norte
A Amazônia, a exploração e as complexidades do homem como inspiração.
Amazonas -- AM
Milton Hatoum (1952)
*Relato de um Certo Oriente* (1989)
O descendente de imigrantes libaneses é romancista, tradutor e professor. Um dos maiores escritores vivos do país, Milton tece seus enredos sobre Manaus, sua cidade natal, a Floresta Amazônica e as complexidades de conflitos familiares, sempre com nuances políticas.
Acre -- AC
Márcio Souza (1946)
*Galvez, imperador do Acre* (1976)
A floresta Amazônica e a exploração da região Norte são temas frequentes na carreira de Márcio. Importante também para Rondônia, ele ficou famoso com *Galvez, imperador do Acre*, sobre a conquista do território acreano pelo Brasil, e com o romance *Mad Maria*, que relata a construção da ferrovia
Madeira-Mamoré.
Roraima -- RR
José Miranda de Aquino (1963)
*Amazônia e Animais Ameaçados de Extinção* (2002)
Zezé Maku, nome artístico do professor e escritor José Miranda de Aquino, é uma referência ao ritmo makulelê e à lenda Makunaima. Dedicada à literatura infantil, sua obra transita entre a pesquisa histórica e o cordel, trazendo enredos sobre tradições indígenas e a preservação da Amazônia.
Rondônia -- RO
Vespasiano Ramos (1884-1916)
*Coisa Alguma* (1916)
O maranhense Joaquim Vespasiano Ramos foi o precursor das letras em Porto Velho, quando a cidade tinha apenas dois anos. De origem humilde, publicou poemas sensíveis em jornais da época e morreu jovem, pouco após lançar *Coisa Alguma*. Grande nome para Rondônia, também pertence à Academia de Letras do
Maranhão.
Amapá -- AP
Manoel Bispo Corrêa (1945)
*Cristais das Horas* (1978)
Muito se vê de Macapá na obra de Manoel. Nascido em Belém, mudou-se com a família para a capital amapaense ainda criança. Além de escrever contos e poesias, Manoel é professor, compositor e artista plástico, formado na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Pará -- PA
Olga Savary (1933)
*Sumidouro* (1977)
Paraense radicada no Rio, Olga é a poeta do amor e das águas. Publicou poemas em jornais de vários Estados, assinando muitos como Olenka (diminutivo russo de seu nome e como Drummond, seu amigo, a chamava). Foi a primeira brasileira a lançar um livro de poemas eróticos -- *Magma* (1982) escrito na casa de Hilda Hilst.
Tocantins -- TO
José Concesso (1936)
*Meu Primeiro Picolé* (2004)
Mineiro radicado em
Araguaína, José Concesso é filósofo, tradutor, teólogo, professor de direito e latim. O título do seu livro mais importante faz referência à iguaria que não existia em sua cidade natal. Sua coletânea de contos foi selecionada para compor todas as bibliotecas do Tocantins.
Vocabulário
Iguaria: s. f. Petisco, guloseima.
Nuance: s. f. Contraste sutil entre coisas do mesmo gênero, sutileza.
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Males da precipitação
Havia um casal de lenhadores que não tinha filhos e vivia muito só.
Um dia, aproximou-se da casa deles uma raposa faminta. Eles a alimentaram e cuidaram de alguns ferimentos que ela possuía.
A raposa ficou por ali, tranquila e grata, sem nunca atacar ninguém, mostrando-se amiga e fiel. Quando eles voltavam do trabalho na floresta, vinha lamber-lhes as mãos como se fosse um cãozinho.
-- Cuidado. Raposa é bicho do mato e esse bicho ainda vai atacar vocês -- diziam todos,
mesmo vendo a atitude dócil do animal.
Mas o casal afeiçoara-se a ela e a mantinha por perto como um bichinho de estimação.
Certo dia veio a surpresa: a lenhadora estava grávida. Prepararam com cuidado o enxoval do bebê que foi muito festejado pelos amigos. Na hora do parto, porém, a mãe não resistiu, deixando o pobre lenhador sozinho com o bebê.
Não tendo alternativa, precisando voltar a trabalhar depois de algum tempo, o lenhador saía para a floresta deixando o bebê vigiado pela raposa.
-- Você não devia fazer isso. Esse animal ainda vai machucar esse bebê -- falavam, mesmo vendo o quanto a raposa vigiava atenta o bercinho.
Antes de sair, o lenhador alimentava o filho e a raposa e quando voltava, era recebido por ela com festa. Ia e voltava algumas vezes por dia, para ter certeza de que o menino não precisava de nada.
Um dia, porém, precisou ir mais longe para apanhar lenha. Preocupou-se pois atrasaria a hora da refeição do filho e da raposa, mas não tinha jeito.
Apressou-se ao máximo e, de repente, começou a se lembrar das palavras dos amigos:
-- Essa raposa é selvagem. Ela pode ter fome. Ela ataca seu filho.
E se ela ficasse com fome demais? E se ela não encontrasse outro alimento para comer...?
Finalmente, chegou em casa, mas o que viu?! Como sempre fazia, a raposa o esperava do lado de fora da porta, mas desta vez, enchendo-o de horror e ódio, trazia vestígios de sangue no focinho.
Sem pensar duas vezes, sem nem verificar se suas desconfianças tinham sentido, pegou o machado que trazia e acabou com a vida do animal em um só golpe.
Desesperado, alucinado pela dor da perda do filho que já imaginava, correu para dentro de casa.
Ali, um misto de alívio e remorso o invadiu: o menino dormia tranquilamente no berço e, no chão, morta a dentadas de sua fiel guardiã, a raposa, uma cadela selvagem que, por certo tentara atacar o bebê.
Muitas vezes, nossa precipitação, nossa preocupação excessiva com os comentários de todos e o falatório muito grande em torno das aparências podem fazer com que ajamos sem pensar, sem observar melhor os fatos.
É bastante comum que nos esqueçamos do tempo que conhecemos alguém, do quanto de bom essa pessoa já nos fez e de como ela foi leal e por uma atitude mínima, por uma suspeita, sejamos capazes de julgar mal, sem sequer dar ao outro tempo de se explicar ou de provar que continua a ser nosso amigo.
Julgamos muito, condenamos bastante e nos esquecemos de avaliar com cuidado os fatos e esperar que a verdade apareça. Assim, perdemos amizades e afetos, nem sempre possíveis de recuperação.
Vocabulário
Vestígios: s. m. Pistas, indícios.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Cuidando do Corpo e da
Mente
Animais ajudam a tratar crianças com câncer
Diagnosticado com câncer em 2011, o ator Reynaldo
Gianecchini vez ou outra visita o Grupo de Apoio ao
Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), do qual é embaixador, na Zona Sul da capital paulista. Quando o galã chega ao local, a meninada ali em tratamento esquece, por um instante, a doença e corre para o ator. Com a menina Beatriz Anderson Kubo, de 6 anos e há dois com leucemia, é diferente. Ela se diverte com a visita do ator, mas o colírio de seus olhos mesmo é Joe, um *golden retriever* de 11 anos, que visita os pacientes da unidade todas as quintas-feiras. Há dez anos, o animal vem ensinando a familiares e médicos que a ajuda para o tratamento pode chegar das mais variadas formas.
-- A cada 21 dias, Beatriz faz quimioterapia por oito horas seguidas, e seu acompanhante é o Joe. Dia desses, o Gianecchini veio e ela nem deu bola. Minha filha fica emocionada quando o cachorro chega: faz carinho, abraça, conversa. Ela fica melhor nos dias em que está com ele -- celebra a mãe da menina, Érika Kubo, de 39 anos.
Joe faz parte do Projeto Amicão, conduzido por Angela Borges, de 56 anos, e Luci Lafusa, de 60. Em 2005, elas assistiram em um programa americano que os animais podiam ajudar no tratamento de doenças, visitando pacientes. De lá para cá, Joe e outros cinco cachorros interagem com pacientes e suas famílias em cinco hospitais especializados na capital paulista.
-- O cão não cura, mas faz com que o paciente libere o hormônio da alegria, que é a endorfina. E a maioria das pessoas gosta de cachorro. Então, quem não se apaixona? -- comenta Luci.
Um estudo da Academia Americana de Pediatria publicado na Revista “Science” comprova a percepção. Os pesquisadores coletaram dados de pressão sanguínea, frequência de batimentos e nível de ansiedade em crianças antes e depois de elas receberem a visita de “cães terapeutas”. A conclusão foi de que os meninos e meninas que participaram da Terapia Assistida com Animais (TAA) permaneceram com quadros mais estáveis do que os que não participaram.
Foi analisado o comportamento do organismo de 68 crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos diagnosticadas com câncer. Destes, 39 faziam terapia com animais e 29 não. Além de melhorar o estado deles, a terapia com cães ajudou a diminuir os níveis de ansiedade dos parentes que acompanhavam as sessões.
-- Este estudo será um marco na compreensão dos benefícios do vínculo vital entre pessoas e animais -- pontuou a principal autora do estudo, Amy McCullough, diretora nacional de pesquisas e terapias da Associação Humana Americana. -- Esperamos que os resultados aumentem ainda mais o acesso a animais em ambientes hospitalares, e que o treinamento dos cães seja aperfeiçoado para melhorar o bem-estar das crianças e das famílias que enfrentam os desafios do câncer infantil.
Para Sergio Petrilli, superintendente-médico e um dos fundadores do Graacc, não há dúvidas quanto aos benefícios dessas sessões terapêuticas.
-- Está provado que isso só melhora a aderência da criança ao tratamento, e nos ajuda no processo. O câncer hoje é uma doença curável. Mas, se antes costumava-se tratar a qualquer preço, hoje podemos promover um menor impacto sobre a criança, analisa o oncologista.
Menos remédios para dor
Um trabalho na mesma linha é desenvolvido pela ONG
Patas Therapeutas, comandada pela psicanalista Silvana Fedeli Prado, de 50 anos. Além de contar com 50 cães de diferentes raças, ela tem a ajuda de quatro gatos, dois coelhos e uma ave. Entre as oito instituições de diferentes segmentos em que atua, estão o Hospital Infantil Darcy Vargas e a ala de
Pediatria da Santa Casa de Misericórdia, ambas em São Paulo.
-- No dia em que os animais vão a esses hospitais, as crianças tomam menos remédio para a dor. É como se a gente fizesse um resgate para o mundo externo -- emociona-se Silvana.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, a Casa Durval Paiva tem projeto similar há seis anos. Hoje, 500 crianças, todas atendidas pelo Sistema Único de Saúde, estão envolvidas na
“cãoterapia”.
-- Os animais, em especial cães devido à docilidade, são de grande ajuda para a reabilitação de qualquer doença. Mas principalmente para o câncer, porque é um tratamento muito doloroso, invasivo e longo. Os cachorros fazem com que as crianças participem mais e de uma forma melhor -- comenta Rilder Campos, presidente da instituição.
Em geral, as ONGs aceitam voluntários e não há distinção de raça para os animais. Mas os cães precisam passar por exames de comportamento e saúde, recebendo uma higienização antes de entrar nos hospitais. Seus donos também são avaliados, tanto em relação ao tempo que têm para visitar os pacientes, quanto ao fato de estarem ou não preparados para lidar com eles.
Fonte: ~,https:ÿÿoglobo.~
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Leio, Logo Escrevo -- textos dos alunos do IBC
Nome: Marcos Vinícius
Amaral Coelho
Data de Nascimento: 05/01/2000
Local de Nascimento: Rio de Janeiro-RJ
Turma: 802
Um doce olhar
O mar a poucos passos resplandece com a luz do Sol. As ondas se projetam na orla, fazendo desenhos sem forma definida. Moças bonitas exibindo seus corpos dentro de biquines coloridos conversam. Um casal olha, com admiração, uma criança.
É uma menininha de mais ou menos cinco anos. Os cachos dourados lhe caem pelos ombros em cascata; os olhos cor de mel têm uma doce claridade; a pele é branca como o luar. As mãozinhas cavavam a areia fofa, pegavam os brinquedos e ela sorria constantemente para o casal.
Cinco anos antes, não teria motivos para sorrir. Na noite em que havia nascido, sua mãe deixara o mundo.
-- Você vai ficar bem -- tranquilizavam as enfermeiras. Mas não era isso o que a mãe sentia. De fato. A morte veio lenta e silenciosa. Não pôde ouvir o choro da filha que se abria para o mundo.
Esmeralda, então, foi levada para um abrigo onde foi criada com muito cuidado e carinho até os três anos. Lá, aprendeu a ser doce e afável.
Um dia, um casal cuja mulher era estéril visitou o abrigo e encantou-se por
Esmeralda. Foi amor à primeira vista e providenciaram tudo para a adoção.
-- Quanto mais o tempo passa, mais ela me encanta -- dizia a mãe fitando a garotinha.
-- A aurora nasce naqueles olhos para nós todos os dias -- completava o pai.
O horizonte avermelha-se com o Sol que começa a se pôr; o mar está verde contrastando com o céu azul.
-- Papai, mamãe, olha que lindo! -- exclama Esmeralda apontando as cores que surgem.
-- A natureza é linda como você, filha -- diz o pai.
-- Vamos tirar uma foto? Quero guardar para sempre esse seu doce olhar -- disse a mãe.
-- Vocês são todo o meu amor -- disse Esmeralda abraçando os pais.
Por fim, só o silêncio reinou naquele momento que não precisava de palavras, bastava um doce olhar.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Tirinhas
Turma da Mônica
Turma da Mônica é uma série de histórias em quadrinhos criada pelo quadrinista e empresário Mauricio de Sousa.
Teve origem em 1959 em uma série de tirinhas de jornal, na qual os personagens principais eram o cachorro Bidu e seu dono Franjinha. Começou a ganhar a identidade atual com a criação de Mônica e Cebolinha que, a partir dos anos 1960, passaram a ser os protagonistas.
Embora a maior parte das histórias girem em torno das aventuras de Mônica,
Cebolinha e seus amigos do bairro do Limoeiro, o título se refere também às demais famílias de personagens criadas por Mauricio de Sousa, derivadas de outras séries, como Chico Bento, Tina, Turma da Mata, Penadinho, entre outras.
Personagens
Mônica é a personagem mais conhecida de Mauricio de Sousa. É uma garotinha esperta e cheia de personalidade, que vive para cima e para baixo de vestidinho vermelho e agarrada ao seu coelho de pelúcia, o Sansão. Ela é baixinha, gorducha e dentuça, mas ai de quem a chamar assim! Ninguém segura suas coelhadas!
Cebolinha é um garoto de cabelos espetados que, quando fala, troca o “R” pelo “L”. Inteligente e malandrinho está sempre arquitetando planos infalíveis para derrotar a Mônica e se tornar o dono da rua. O problema é que os planos sempre dão errado, o que resulta sempre em coelhadas no final da história. Ele tem um bichinho de estimação chamado Floquinho, um cachorrinho tão peludo, que nunca se sabe se está indo ou voltando. Seu melhor amigo é o Cascão, com quem vive aventuras incríveis!
Cascão é um garotinho muito esperto que tem pavor de água e, por causa disso, nunca tomou banho. É o amigo inseparável do Cebolinha, com quem vive aprontando muitas confusões. Atrapalhado, geralmente é ele quem estraga os planos de Cebolinha. Além disso, adora inventar seus próprios brinquedos usando todo tipo de sucata e muita imaginação. Seu bichinho de estimação é um pouco diferente dos outros: um porquinho chamado
Chovinista. Por que será, hein?
_`[{tirinha “Mônica” em seis quadrinhos; adaptada a seguir_`]
1º- Cebolinha e Cascão estão sentados no sofá e
Mônica em pé. Os três assistem a um jogo. Mônica grita: “Vai, Brasil!”
2º- Na empolgação da torcida, Mônica dá um pontapé com o pé direito em
Cebolinha e grita: “Chuta!”
3º- Cebolinha massageia o local atingido pelo chute. Mônica chuta Cascão com o pé esquerdo e grita: “Isso! Agora de esquerda!”
4º- Cascão e Cebolinha estão de pé e Mônica, mais empolgada, estende os braços dando um soco em cada um, gritando: ”É goooool!”
5º- Mônica olha para os lados, procurando os amigos.
6º- Cascão e Cebolinha, com medo, estão escondidos atrás do sofá. Mônica os vê e comenta, indignada: “Muito bonito, hein? Grandes torcedores vocês são!”
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Espaço do Leitor
Caro leitor,
Comunicamos que, devido a obras no prédio onde funciona a DIB (Divisão de Imprensa Braille), estamos impossibilitados, temporariamente, de atender a sugestões ou solicitações via telefone. Continuamos a receber as mensagens de nossos leitores via *e-mail*: ~,pontinhos@ibc.~
gov.br~,.
Assim que a obra for concluída, comunicaremos neste espaço.
Um forte abraço!
Comissão Editorial da
Revista Pontinhos
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Pesquisa
Para a comissão editorial, é muito importante conhecer um pouco mais o nosso público e saber o que ele pensa da pu-
blicação. Por isso, pedimos que você responda a pesquisa a seguir,
encaminhando-a preferencialmente para o e-mail ~,rbc@ibc.gov.br~,
1- Faixa etária:
( ) menor de 18 anos
( ) de 18 a 30 anos
( ) de 31 a 45 anos
( ) de 46 a 60 anos
( ) acima de 60 anos
2- Gênero:
( ) feminino
( ) masculino
( ) outros
3- Qual é o seu nível de escolaridade?
a) Ensino Fundamental
b) Ensino Médio
c) Ensino Superior
4- Quais assuntos você prefere ler?
( ) Cultura
( ) Culinária
( ) Economia
( ) Educação
( ) Esportes
( ) Mundo
( ) Política
( ) Saúde
( ) Tecnologia
( ) Outros. Especificar.
5- Existe algum tema que você gostaria de ver contemplado nas próximas edições?
( ) Sim. Qual?
( ) Não
6- Existe alguma seção da revista que não lhe agrada?
( ) Sim. Qual?
( ) Não
Com relação à Pontinhos
369:
7- Avalie a qualidade da adaptação e transcrição para o Sistema Braille:
( ) Excelente
( ) Boa
( ) Regular
( ) Fraca. Justificar.
8- A revista chegou à sua residência em boas condições de leitura?
( ) Sim
( ) Não. Especificar.
Fique à vontade para fazer outras observações.
Atenciosamente,
Comissão Editorial.
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Transcrição: Jorge Luiz Frazão de Figueiredo
Revisão Braille: João
Batista Alvarenga