Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Carla Maria de Souza Heverton de Souza Bezerra da Silva João Batista Alvarenga Regina Celia Caropreso Revisão e Copidesque Carla Dawidman Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita segundo a Portaria Ministerial n.o 504, 17 de setembro de 1949. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~,
¨ I
Sumário
Canal da Turma da
Mônica no YouTube ::: 50
Cuidando do Corpo e da
Mente
Alcoolismo na
adolescência ::::::::::: 53
Tirinhas :::::::::::::::: 63
Espaço do Leitor ::::::: 69
ça se vê a graça da Graça engraçando toda a praça.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Cordel
A bagunça dos brinquedos
¨
O Pião então falou:
"E eu sou equilibrista
Rodo, rodo e não caio
Sou melhor e não insista
Nessa caixa de brinquedos
Eu sou o verdadeiro artista!"
A Peteca remendou:
“Eu sou bem mais divertida!
Pulo de uma mão pra outra
Tenho penas coloridas
Nunca canso de brincar
Tenho fama merecida!”
Depois veio o Ioiô
Com a fala repartida
Subia dizendo coisa
Completava na descida
Eu que nunca tinha visto
Uma coisa parecida:
“Pois comigo a criançada
Tem que ter habilidade
Sou brinquedo que de todos
É o que tem mais qualidade
Pra brincar tem que treinar
Não importando a idade!”
O Rói-rói já se roía
Pra falar desaforado
E então soltou o verbo
De um jeito malcriado:
“Eu sou quase um instrumento!
O meu jogo é musicado!”
E por fim o Cata-vento
Com frases assobiadas:
“A beleza que eu tenho
nunca vai ser comparada
a criança que me sopra
fica logo deslumbrada!”
Então tive que intervir
E dar minha opinião:
“Ei vocês, estão me ouvindo?
Eu falo de coração!
Todos são muito queridos
Prestem muita atenção!”
“Não há como comparar
Cada qual tem o seu dom
Não existe essa coisa
De um ruim e outro bom!”
Acho que eles entenderam
E abaixaram logo o tom
Começaram a sorrir
E disseram: “Obrigado!”
Eu fiquei ali brincando
com o baú encantado
Como se naquele instante
O tempo houvesse parado!
Histórias para Ler e Contar
Questão de inteligência
Cézar estava tentando se acomodar agora que estava viúvo. Carina com seis anos e André com nove ainda sentiam muito a falta da mãe e ele a da companheira. Mas não havia momentos melhores do que os que passava com os filhos depois de um dia mergulhado em processos e histórias em tribunais.
Naquela quarta-feira, porém, os filhos estavam às turras e Carina chorosa e mal-
-humorada.
-- Eu não desço mais para brincar! Não tenho que ouvir eles me chamando de burra, dizendo que não sei fazer nada direito e você nem pra me proteger. -- dizia ela acusando o irmão.
-- Claro que não. Você é ruim mesmo. Ruim no pique, ruim com a bola, nem as meninas querem você pra pular corda. Como é que eu vou te defender? -- rebatia o irmão.
-- Que é que está acontecendo aqui? Essa briga toda é por causa de uma brincadeira? -- interveio o pai falando sério com os meninos.
-- É porque ela é lerda! -- gritava André.
-- É porque esses meninos não me dão chance. Ficam rindo de mim e o André com eles. -- esbravejava Carina.
A um sinal do pai, os dois ficaram quietos esperando a maior bronca de suas vidas por estarem gritando daquele jeito.
-- Vocês querem ouvir uma história? Faz tempo que não conto uma. Isso acalma a gente e ajuda a pensar. -- sugeriu o pai para surpresa dos garotos.
-- De princesa ou de bicho. São as mais legais. -- entusiasmou-se Carina.
-- Tá vendo? Você já começa estragando tudo! De aventura, tipo as do Tarzan ou de viagens interplanetárias, é muito mais emocionante. -- protestou o irmão.
-- Está bem. Vamos então ser justos. Não será de nenhum desses tipos. Eu vou escolher uma história que me contaram e depois vocês vão me dizer o que acham dela.
-- Era uma vez um menino de quem os colegas da escola sempre riam. Riam porque ele era ruim no futebol, ruim na natação... Se fossem
pular o muro de alguém para roubar fruta, era sempre ele quem levava tombo. Se a ideia era o
*skate*, qualquer rampinha mais difícil e ele se estabacava.
-- Ele era igual a mim. -- comentou Carina.
-- Mas tinha uma coisa que pouca gente notava. -- continuou o pai. -- Como ele gostava de falar e escrever, fazia amizade com todo
mundo, se dava bem com todos os funcionários da escola, os porteiros do prédio, o pessoal da rua... O problema era que de tanto ser
perturbado pelos colegas, foi ficando triste e tímido. Falava cada vez menos e começava a acreditar que era mesmo burro e sem jeito
como eles diziam, ainda mais que seu irmão era um excelente atleta. Até os pais punham toda fé no irmão e nenhuma nele. O irmão foi
até atleta da escola e sempre tinha alguém para dizer:
-- Você foi trocado na maternidade. Vocês não podem ser irmãos.
Mas um dia, na escola, a professora preparava um recital de poesias e ensaiava uma das meninas. Ela achava que só as meninas eram boas para recitar poesia. A menina começou:
-- A gente estuda História e acha bonita a coragem daqueles vultos todos que a gente conhece, mas esse poema do Fernando Pessoa fala dos sacrifícios que os marinheiros tinham que fazer para que Portugal fosse grande nas conquistas. Aqueles que realmente deram a vida pela pátria e não receberam nada por isso enquanto os reis se enchiam de riquezas. -- falou o menino.
A professora estava de boca aberta; os colegas estavam de queixo caído.
A partir dali, ele passou a ser chamado para os recitais e até fez algumas poesias e ganhou prêmios com elas. Tornou-se
representante de turma, pois além de se entender bem com os colegas, sabia negociar com professores e coordenadores e conseguiu muita
coisa boa para seus amigos. Era bom de discurso, de interpretar
texto, de escrever artigo para o jornal da escola.
Não era mais chamado de lerdo, de burro. Ele e seus colegas haviam descoberto que cada um tem uma habilidade e que a inteligência está em se fazer aquilo que se faz melhor. Ele admirava os amigos
bons de esporte e os amigos o admiravam.
-- Puxa, é verdade. A Carina é boa à beça desenhando e pintando. Tocando flauta também. -- concluiu André arrependido de ter humilhado a irmã.
-- Mas e o menino? O que aconteceu com ele? -- quis saber Carina.
Cézar sorriu.
-- Ah, o menino? Ele estudou direito e resolveu ser defensor público que é aquele advogado que trabalha para defender as pessoas pobres que não têm quem as defenda. Ele entendeu que a sua habilidade era o melhor meio de fazer o que ele gostava de fazer: defender quem não sabia se defender sozinho. Ele tinha sido muito humilhado na infância e ficava sem falar por tristeza e timidez. Então decidiu que ia dar voz a outras pessoas. Atualmente, ele anda um pouco triste porque perdeu a esposa de quem ele gostava tanto, mas é, ao mesmo tempo, muito feliz com o casal de filhos que tem e que são, para ele, as crianças mais inteligentes do mundo, cada um com sua inteligência própria. -- falou abraçando os filhos.
-- Pai! Eu sou igualzinha a você! -- admirou-se Carina -- Agora eu não preciso mais ter vergonha. Quem quiser brincar comigo, vai ter que me aceitar como eu sou.
-- Puxa, pai. Eu sabia que você era ruim de bola, mas não sabia que era tanto. Mesmo assim, adoro quando você tenta correr atrás dela comigo no final de semana e também sou muito feliz por ser filho do perna-de-pau mais legal do
mundo -- brincou André abraçando o pai e a irmã.
-- Na hora da saída, vamos com você, Antônio. Queremos ver este tal afugancho.
Fiz que sim. Tinha que sustentar a história enquanto fosse possível.
Na saída, com a turma toda atrás de mim, liderada pela Mirtes, fomos parar no quintal lá de casa. Procuraram, fuçaram, até que, de repente, com cara de triunfo, a Mirtes gritou:
-- Achei! Achei um afugancho!
Levei um susto e meu susto foi ficando cada vez maior porque todo mundo começou a achar afuganchos pelo quintal em toda parte. Até ovo de afugancho viram.
Quando acabou a busca e já iam saindo, me rendi. Chamei a Mirtes e perguntei:
-- Como era o bicho que você viu?
Ela deu aquele sorriso cínico que só ela tem e me disse:
-- Ora, Antônio. O bicho tem no seu quintal e você me pergunta como ele é? Esqueceu que ele só aparece para os inteligentes? Se você não sabe, é porque é burro -- e saiu ba-
lançando as trancinhas, me deixando com a minha raiva.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Seção Juvenil
Quebra-Cuca
Caça-Palavras
Procure no caça-palavras, nomes de animais ameaçados de extinção: mico, arara, tartaruga, onça, garoupa, flamingo, lontra, peixe-boi.
Lembre-se de que a busca deve ser feita horizontal e verticalmente.
6- Letra *b*. Antipatia é antônimo de simpatia, assim como errado é antônimo de certo.
como dificuldade para entender a explicação da matéria.
-- Ah, mãe! Elas que façam as pazes, eu não tenho nada a ver com isso!
O professor de Matemática pergunta ao aluno:
-- Joãozinho.
-- Pode perguntar, professor.
-- Se você tivesse trinta reais num bolso e setenta no outro, o que teria?
-- A calça de uma outra pessoa, professor!
No supermercado, o segurança vê uma menina engatinhando:
-- Garota, por que você está engatinhando pelas prateleiras?
-- Minha mãe disse para procurar os preços mais baixos!
-- Por que você chegou atrasado outra vez? -- perguntou o professor ao aluno.
-- Estou com um problema nas costas.
-- E elas estão doendo muito?
-- Não, senhor. É que eu não consigo tirá-las da cama.
Um homem foi até o armazém e perguntou:
-- Vocês têm remédio para barata?
-- Depende... Que doença a barata tem?
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
1- Despertador humano
Junto com a revolução industrial -- período de 1760 a algum momento entre 1820 e 1840 --, os operários das fábricas tinham hora
certa para assumir seus turnos de trabalho. Para não perder a hora, existia um profissional responsável por acordar as pessoas para
que comparecessem aos seus empregos e compromissos no horário. O primeiro relógio despertador foi criado em 1847, mas só se
popularizou décadas depois. Então, era comum ver pessoas com bambu, varetas ou atirando pedrinhas nas janelas das pessoas que os
contratavam.
2- Leiteiro
Até pouco tempo, nas cidades interioranas era possível ver um leiteiro, mas nas cidades maiores esse profissional perdeu seu espaço
mais cedo. Esse alimento estragava facilmente por não ser pasteurizado, processo que surgiu apenas no final do século XIX e que
aumenta a validade do leite. Era comum que as pessoas recebessem leite, diariamente, pelas mãos do leiteiro ou entregador de leite.
A bebida vinha em garrafas de vidros ou latões de alumínio.
3- Arrumador de pinos de
boliche
O boliche foi popularizado na Europa e nos Estados
Unidos na metade do século XIX. Além de ser uma febre de entretenimento,
empregava muitas pessoas. E uma dessas funções era arrumar novamente os pinos na formação inicial para o próximo jogador. Haja
disposição, não?
4- Acendedor de poste
Pode acreditar: houve uma época em que não tínhamos eletricidade. A chegada da noite representava o início da tarefa do acendedor
de lam-
piões. Esse profissional saía no final da tarde para fazer os lampiões dos postes das ruas funcionarem, a gás, óleo ou
querosene. E também os apagava ao amanhecer. Na Europa era um trabalho remunerado. Aqui no Brasil esse trabalho foi feito, durante
muito tempo, por escravos. As ruas da cidade de São Paulo, por exemplo, foram iluminadas por lampiões até 1936.
5- Leitor
Normalmente esse profissional era contratado pelos funcionários de uma empresa para informá-los e aliviar o
*stress*. O leitor lia
em voz alta, em um local acima dos funcionários, para que todos escutassem as notícias, trechos de livros e afins. Essa atividade
começou a se popularizar no século XX.
6- Radar humano
Durante a Primeira Guerra Mundial, de 28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918, cuja grande novidade bélica foi o uso do avião,
criou-se a função de radar humano. Para detectar a chegada do avião, engenheiros alemães e ingleses tentavam desenvolver um radar,
um equipamento que permitisse adiantar a chegada de uma bateria aérea. Como não conseguiram na época, surgiu a função de “escutador
de artilharia aérea” ou “radar humano”.
7- Pianista de cinema
Na época do cinema mudo, mais precisamente na década de 1920, quando o cinema se popularizou, existiram os tocadores de piano de
cinema para fazerem a trilha sonora das películas. Tudo para dar mais emoção à história.
8- Transportadores de
madeira
Antigamente, quando não havia veículos para transportar grandes quantidades de madeira, os transportadores utilizavam o rio para
fazer esse trabalho, através da flutuação. Ainda hoje há indícios desse trabalho ilegal, na
Amazônia, praticado por contrabandistas de madeira nobre.
9- Cortadores de gelo
A primeira geladeira doméstica só foi inventada em 1913. Sem o aparelho, além de salgar as carnes, para retirar a água e preservar
a comida por mais tempo, os mais ricos e moradores de locais onde o inverno é rigoroso compravam blocos enormes de gelo das mãos dos
cortadores de gelo. Estes homens ficavam em lagos congelados e eram responsáveis por cortar e transportar os blocos de gelo. Claro
que a profissão era restrita a países em que a água congelava naturalmente. Altamente perigosa, a profissão era também muito lucrativa.
10- Telefonista
Até meados do século XX, o telefone era um item caro e acessível a poucas pessoas. Por isso, o sistema dependia de um funcionário
conhecido como operador de telefonia. Quem precisasse de uma ligação passava pelo operador, que fazia a conexão por meio de cabos e
*plugs*. O processo poderia demorar minutos ou horas, dependendo da distância.
11- Coletor de cadáveres
Conhecida como uma profissão ilegal, os ressuscitadores eram contratados para invadirem cemitérios e roubarem cadáveres para as
universidades estudarem o corpo humano. Como era muito difícil conseguir os corpos e o ensino da Medicina exigia esse material para
aprendizagem e aperfeiçoamento, este “profissional” foi de grande importância para os avanços médicos.
Muito bacana saber como algumas profissões foram tão importantes e deixaram de existir com o progresso humano. Mas o tempo passa e
tudo precisa se atualizar, não é mesmo?
Leitura Interessante
Mapa literário do Brasil
Uma guia com os escritores que melhor representaram, e apresentaram, cada um dos estados brasileiros.
Sudeste
Berço do modernismo, as grandes cidades impulsionaram a produção de crônicas urbanas.
Minas Gerais -- MG
São Paulo -- SP
Rio de Janeiro -- RJ
Clarice Lispector ê1920-
-1977ã
*A Hora da Estrela* (1977)
Apesar de ser ucraniana de nascimento e pernambucana de coração, foi no Rio de Janeiro onde Clarice mais escreveu. Não à toa, ela e
seu cachorro Ulisses ganharam uma estátua no bairro do Leme. Sua obra é o cânone brasileiro das tramas psicológicas e das epifanias
cotidianas -- como as inúmeras citações erroneamente atribuídas a ela na internet.
ou regras de um determinado assunto.
Desvairada: adj. Louca, desnorteada.
Epifania: Fig. Relativo a êxtase, ao contato com o divino, maravilhoso.
Erudição: s. f. Instrução, conhecimento ou cultura variada, adquiridos especialmente por meio da leitura.
Grotões: s. m. Pop. Lugares muito distantes em relação aos centros urbanos.
Neologismo: s. m. Emprego de palavras novas, derivadas ou formadas de outras já existentes, na mesma língua ou não.
Visceral: s. 2 g. Fig. Que está profundamente arraigado, enraizado, entranhado.
Ronaldo Nazário
Estamos em ano de Copa do Mundo e o Brasil lutará pelo hexacampeonato (ser campeão pela sexta vez). Por isso, decidimos trazer,
neste número, a história de um craque brasileiro do futebol, que teve papel muito importante na conquista do quinto campeonato de
nossa seleção, em 2002.
Ronaldo Luís Nazário de Lima, mais conhecido como Ronaldo Fenômeno ou ainda Ronaldinho, nasceu no Rio de Janeiro em 22 de setembro
de 1976. É um empresário e ex-futebolista brasileiro, que atuava como atacante, amplamente reconhecido como um dos melhores jogadores
de todos os tempos. Atualmente, trabalha como comentarista da Rede Globo.
O diminutivo Ronaldinho surgiu na Copa do Mundo de 1994 para distingui-lo de Ronaldão, companheiro mais velho. Já o apelido de
Fenômeno foi forjado pela imprensa italiana, quando defendeu a camisa da Internazionale.
Foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1996, 1997 e 2002.
Iniciou seu caminho no futebol no futsal do Valqueire Tênis Clube, transferindo-se cedo para o Social Ramos Clube do Rio de Janeiro,
para logo em seguida mudar-se para o São Cristóvão, também carioca. Porém foi no Cruzeiro que se profissionalizou e alcançou a fama
como atleta no segundo semestre de 1993.
Ronaldo foi o grande nome do vice-campeonato da seleção canarinho na Copa do Mundo FIFA de 1998, na França, e do pentacampeonato, na
Copa do Mundo FIFA de 2002, sediada na Coreia e no Japão. Atrás apenas de Pelé, é o segundo maior goleador da história da seleção
brasileira, com 67 gols, sendo durante oito anos o maior goleador da história das Copas, com 15 gols, recorde superado apenas em 2014
pelo alemão Miroslav Klose. Com apenas 17 anos, na Copa do Mundo FIFA de 1994, nos Estados Unidos, integrou a Seleção Brasileira no
seu tetracampeonato, embora não tenha entrado em campo.
É um dos poucos jogadores que estiveram dos dois lados de duas grandes rivalidades europeias, defendendo os espanhóis Barcelona e
Real Madrid, e os milaneses
Internazionale e Milan. No Brasil, defendeu o Cruzeiro e o Corinthians, conquistando uma Copa do Brasil e
um campeonato estadual em cada clube.
Foi considerado pela Revista *Época* um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009. Desde 2002, Ronaldo é Embaixador da Boa
Vontade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU). Ainda é embaixador do Corinthians e do Real Madrid. Foi
membro do Conselho de Administração do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.
Endereços para os vídeos com audiodescrição:
~,https:ÿÿwww.youtube.~
comÿplaylist?list=~
{p{l{wdu{e{f1R{-~
t{v{zlO-3{f{bt{q{r{jgyo~
{w{lc1pXek~,
Fonte com alterações: ~,http:ÿÿmaxima.uol.com.brÿ~
noticiasÿsolucoes-geniaisÿ~
canal-da-turma-da-monica-~
no-youtube-tem-desenhos-em-~
libras.phtml#.Wnrw4{-~
nwb{i{u~,
Vocabulário
Libras: Língua brasileira de sinais.
conseguiram comprar cerveja apesar da pouca idade.
Ronaldo Laranjeira: Uma pesquisa realizada por nossa equipe em Diadema e Paulínia, duas cidades paulistas, mostrou que os entrevistados adolescentes conseguiram comprar bebida alcoólica em 95% dos estabelecimentos visitados (mundialmente, a taxa aceitável é de 10%), o que denota total descontrole da situação. Na verdade, vivemos num mercado descontrolado, estrategicamente favorecido pela indústria do álcool.
Drauzio: Normalmente, a dependência do álcool leva anos para estabelecer-se. Mesmo assim, é possível o adolescente tornar-se dependente?
Ronaldo Laranjeira: De fato, a dependência do álcool leva anos para estabelecer-se. Porém, um artigo publicado há pouco tempo no “Pediatrics” mostrou que a exposição precoce à bebida alcoólica na adolescência aumenta muito a probabilidade de a pessoa tornar-se dependente. Expor o cérebro em formação, principalmente no estirão da puberdade, à bebida alcoólica faz com que o jovem valorize o prazer químico do álcool e passe a usá-lo regularmente. Por isso, se comparada com a dos adultos que é de 11%, a prevalência do alcoolismo é baixa na adolescência, gira em torno de 2%, 3%. Mas, se levarmos em conta que os adolescentes estão começando a beber cada vez mais cedo, com certeza, as taxas de dependência do álcool vão subir muito nessa população de jovens.
Drauzio: O que você chama de alcoolismo?
Ronaldo Laranjeira: Existem três padrões de consumo de bebida alcoólica. O padrão de baixo risco para os adultos é beber um ou dois copos de vinho, ou o equivalente em teor alcoólico, por dia. A maioria das pessoas tolera esse nível de toxicidade do álcool e não paga um preço biológico alto. Há quem diga até que esse padrão de consumo tem efeitos positivos. Se beber mais do que isso, porém, estará fazendo uso nocivo do álcool, embora ainda possa não ser dependente. A dependência se caracteriza pelo uso regular de álcool em grandes volumes. Esse procedimento indica que a pessoa já se tornou tolerante e não bebe mais pelos efeitos agradáveis que a bebida possa provocar. Bebe porque precisa. Se não o fizer, fica irritada.
Drauzio: Existem fatores de risco para o alcoolismo na adolescência?
Mauricio de S. Lima:
Existem, sim, para o alcoolismo e para a dependência de qualquer outra droga. Existem até características que são geneticamente transmitidas, mas nem todos os que as possuem se tornam dependentes. Há pessoas que bebem e param sem criar dependência. A grande questão, porém, é que é impossível saber quem irá tornar-se dependente no futuro. Ninguém pode correr esse risco com os adolescentes, sobretudo porque nessa fase da vida, eles são tomados por um falso sentimento de onipotência: acham que tudo podem e que, portanto, pararão de beber quando quiserem. Outro fator que pesa muito é pertencer a uma turma em que todos bebem. É importante destacar, ainda, que alguns adolescentes estão mais propensos a desenvolver esse tipo de comportamento. Vão a festas porque tem bebida e não por qualquer outro prazer que ela possa proporcionar.
Drauzio: O adolescente que bebe está mais propenso a usar outras drogas?
Ronaldo Laranjeira: Disso ninguém tem dúvida. Uma das evidências mais consistentes na literatura médica é que o uso de álcool ou de cigarro antes dos 16, 17 anos aumenta muito o risco de experimentar maconha e, depois, partir para outras drogas.
Dr. Ronaldo Ramos Laranjeira é médico psiquiatra, phD em Dependência Química na Inglaterra e professor de Psiquiatria na Faculdade
de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.
Dr. Mauricio de Souza Lima é médico hebiatra, coordenador do Ambulatório de Filhos de Mães-Adolescentes do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo e membro da Associação Paulista de Adolescentes e do Departamento de Adolescência
da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Tirinhas
Tirinhas do Calvin
Com humor fino e cheio de ironia, as tiras de “Calvin & Haroldo”, criadas pelo norte-
-americano Bill Watterson, começaram a ser
distribuídas para publicação em jornais em 18 de novembro de 1985 e foram produzidas até dezembro de 1995, quando o artista anunciou
sua aposentadoria da série.
No quadrinho, o sagaz garoto de 6 anos e seu tigre de pelúcia -- que ganha vida na imaginação do menino -- protagonizam diálogos
divertidos e surreais. Em suas conversas inteligentes e bem-humoradas, debatem o jeito de ser dos humanos, enquanto expõem
particularidades do mundo infantil
e contradições do mundo adulto.
O nome do garoto foi inspirado no teólogo Calvino (1509-1564), um dos responsáveis pela Reforma na Igreja Católica. Já o do tigre
Haroldo, chamado de “Hobbes” na versão original, deriva do filósofo e cientista político Thomas Hobbes (1588-1679), autor do livro
“Leviatã”.
Os dois formam uma das mais famosas duplas dos quadrinhos. Durante o período ativo, as histórias de “Calvin & Haroldo” estamparam
as páginas de mais de 2.400 jornais no mundo. Hoje os livros com antologias e coletâneas da série já venderam mais de 30 milhões de
exemplares em todo o planeta.
A obra foi multipremiada. Seu autor recebeu os principais prêmios dos quadrinhos.
_`[{tirinha em quatro quadrinhos; adaptada a seguir_`]
1º- A mãe do Calvin está recostada no sofá, lendo jornal. Calvin aproxima-se e pergunta: “Tô com fome. Posso fazer um lanche?”
2º- A mãe responde: “Claro, sirva-se.” Calvin sorri.
3º- Calvin está segurando um vidro cheio de biscoitos e com um biscoito já na boca. Ouve a voz da mãe que diz: “Pode pegar uma maçã ou uma laranja na geladeira.”
4º- Calvin conclui: “Embora usemos o mesmo idioma, não falamos a mesma língua.”
_`[{tirinha em quatro quadrinhos; adaptada a seguir_`]
1º- A mãe de Calvin o ergue pela cintura enquanto ele diz: “Não, mãe! Não me ponha pra dormir!”
2º- Calvin continua: “Eu disse ao Haroldo para estraçalhar qualquer um que me leve pra cama antes das 9 da noite!”
3º- A mãe abre a máquina de lavar, tira Haroldo pela orelha e diz: “Seu tigre de pelúcia está na máquina de lavar.”
4º- Calvin, bravo, diz: “Bela hora pra tomar banho!”
Haroldo, mostrando a língua para Calvin, diz: “Ora, só porque você nunca toma banho...”
Vocabulário:
Arauto: s. m. Porta-voz, mensageiro, aquele que anuncia.
Espaço do Leitor
Caro leitor,
Comunicamos que, devido a obras no prédio em que funciona a DIB (Divisão de Imprensa Braille), estamos im-
possibilitados, temporariamente, de atender sugestões ou solicitações via telefone. As mesmas continuam sendo recebidas via e-mail:
~,pontinhos@ibc.gov.br~,.
Assim que a obra for concluída, comunicaremos neste espaço.
O Livro de Feitiços
Era uma vez uma menina muito bonita chamada Béli.
Um dia, ela andava pela rua, quando, de repente, viu algo que chamou sua atenção.
-- Um livro! Adoro livros! E ele tem uma capa tão bonita... creio que é só passar um pano e ele fica novinho. -- disse e pegou o
livro.
Na capa estava escrito: "Livro de Feitiços", mas Béli não teve medo, só curiosidade.
Chegando em casa, ela limpou o livro com cuidado e começou a lê-lo. O primeiro capítulo tinha o título: "Para Aprendizes de
Feiticeiros", porém a menina não se importou.
Havia, ali, um feitiço que dizia: "Para a casa ficar encantada, diga as palavras Sara Capim Fram."
Ela disse as palavras, pois queria mesmo que a casa ficasse encantada. Mas então foi um susto: a casa transformou-se numa floresta
enorme, cheia de animais selvagens e ferozes de todo tipo. No meio da confusão da bicharada, Béli ouviu uma voz terrível que dizia:
-- Você mexeu com o que não devia. Agora se vira!
A menina ficou assustada e procurou logo o contrafeitiço.
-- Para desfazer o feitiço, diga: “Feitiço enfeitiçado, você não vai ficar aqui não. Desfaço você com minhas próprias mãos! Fri sai
daqui!"
O feitiço foi desfeito, a casa ficou, de novo, em silêncio. Ela ainda ouviu, ao longe, uma voz dizer:
-- Você é muito enxerida!
Triste, Béli concluiu:
-- Tenho que deixar este livro no mesmo lugar onde encontrei.
A garota foi até a mesma rua e lá largou o livro, e nunca mais procurou por ele.
Ela viveu feliz e sossegada, sem nunca mais pegar em um livro de feitiços.
Fonte: ~,https:ÿÿ~
marianebigio.comÿ2014ÿ~
04ÿ09ÿa-bagunca-dos-~
brinquedosÿ~,
Vocabulário
Rói-rói: Brinquedo sonoro, bastante popular na região do Nordeste do Brasil, feito com sucata de papelão, madeira, papéis.