PONTINHOS
Ano LIV, n.o 347,
Setembro/Dezembro de 2013
Ministério da Educação
Instituto Benjamin Constant
Publicação Quadrimestral de
Educação, Cultura e Recreação
Editada na Divisão de Pesquisa, Documentação e Informação
Impressa na Divisão de
Imprensa Braille
Fundada em 1959 por
Renato M. G. Malcher
Av. Pasteur, 350/368 -- Urca
Rio de Janeiro -- RJ
CEP: 22290-240
Tel.: (55) (21) 3478-4458
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Site: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~,
Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito
País Rico É País
sem Pobreza
Diretora Geral do IBC
Maria Odete Santos Duarte
Comissão Editorial
Ana Paula Pacheco da Silva
João Batista Alvarenga
Leonardo Raja Gabaglia
Maria Cecília Guimarães Coelho
Vitor Alberto da Silva Marques
Colaboração
Daniele de Souza Pereira
Lúcia de Souza
Marlene Maria da Cunha
Paula Rianelli
Publicação e distribuição em Braille, conforme Lei n.o 9.610 de 19/02/1998 e Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, MEC/SEESP, 2006.
Arquivo da revista disponível
para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~
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¨ I
Sumário
Seção Infantil
Cantigas de roda :::::::::::: 1
Trava-línguas ::::::::::::::: 2
Cordel :::::::::::::::::::::: 5
Caça-palavras ::::::::::::::: 10
Histórias para Ler e
Contar
Uma lenda de Natal ::::::::: 12
Burrinho amarrado ::::::::::: 19
Curiosidades :::::::::::::::: 26
Seção Juvenil
Você Sabia? :::::::::::::::: 29
Vamos Rir? ::::::::::::::::: 34
Historiando
Mao Tsé-tung ::::::::::::::: 37
Passe livre, versão século
XIX :::::::::::::::::::::: 42
Leitura Interessante
O pequeno peixe ::::::::::::: 50
Cuidando do Corpo e da
Mente
Dicas para ficar de bem com
a saúde :::::::::::::::::::: 53
Saiba quais são as vacinas
importantes para a saúde
do adolescente ::::::::::::: 55
Tome Nota
Musicoterapia ::::::::::::::: 58
Espaço do Leitor ::::::::::: 63
Vocabulário ::::::::::::::::: 63
Seção Infantil
Cantigas de roda
As cantigas de roda, também conhecidas como cirandas, são brincadeiras que consistem na formação de uma roda, com a participação de crianças, que cantam músicas de caráter folclórico, seguindo coreografias. São muito executadas em escolas, parques e outros espaços frequentados por crianças. As músicas e coreografias são criadas por anônimos, que adaptam músicas e melodias. As letras das músicas são simples e trazem temas do universo infantil.
Fonte: ~,http:ÿÿwww.suapesquisa.~
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Amiguinhos, divirtam-se com as cantigas de roda publicadas na *Pontinhos*:
Papagaio louro de bico dourado
mande essa cartinha para o meu
namorado
se estiver dormindo, bata na
porta
se estiver acordado, deixe recado.
Escravos de Jó
jogavam caxangá
tira, põe, deixa ficar
guerreiros com guerreiros
fazem zigue, zigue, zá.
Fonte: ~,http:ÿÿwww.qdivertido.~
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::::::::::::::::::::::::
Trava-línguas
Trava-língua é uma espécie de jogo verbal que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente. Os trava-línguas são oriundos da cultura popular, são modalidades de parlendas (rimas infantis), podendo aparecer sob a forma de prosa (texto livre), versos ou frases. Os trava-línguas recebem essa denominação devido à dificuldade que as pessoas enfrentam ao tentar pronunciá-los sem tropeços ou, como o próprio nome diz, sem "travar a língua". Além de aperfeiçoarem a pronúncia, servem para divertir e provocar disputa entre amigos.
Veja a seguir uma série de trava-línguas e tente pronunciá-los rapidamente:
õo Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
õo Bagre branco, branco bagre.
õo Teto sujo, chão sujo.
õo Um limão, mil limões, um milhão de limões.
õo Se o Pedro é preto, o peito do Pedro é preto e o peito do pé do Pedro também é preto.
õo O que é que Cacá quer? Cacá quer caqui. Qual caqui que Cacá quer? Cacá quer qualquer caqui.
õo O pinto pia, a pia pinga. Pinga a pia e o pinto pia. Quanto mais o pinto pia mais a pia pinga.
A aranha arranha a rã.
A rã arranha a aranha.
Nem a aranha arranha a rã.
Nem a rã arranha a aranha.
O sabiá não sabia
que o sábio sabia
que o sabiá não sabia assobiar.
Fonte: ~,http:ÿÿwww.soportugues.~
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::::::::::::::::::::::::
Cordel
O cordel é um tipo de poema popular, oral e impresso em folhetos, chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar esse tipo de literatura, principalmente, na região Nordeste do Brasil. Geralmente, os poemas são expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome.
Fontes:
~,http:ÿÿwww.significados.com.~
brÿliteratura-de-cordelÿ~, e
~,http:ÿÿwww.suapesquisa.comÿ~
cordelÿ~,
Ricardão, a joaninha!
Com sua delicadeza
lá se vai a joaninha
voando por entre as flores
com vestido de bolinhas
¨
pousou num galho bem alto
para poder descansar
quando ouviu formigas macho
n'outro galho a conversar:
“mas que joaninha linda!
que coisinha mais faceira!
será que tem namorado
ou será que é solteira?”
“ei, psiu, dona Joana!
se aproxime, venha cá!”
disse um dos formigões
tentando lhe cortejar
Joaninha enfurecida
logo se aproximou
não disse uma palavra
quando um deles falou:
“que antenas delicadas
que patinhas femininas!
e as asas, tão bonitas
a sra. é divina!”
Joaninha respondeu
assustando os dois insetos:
“O meu nome é Ricardão
vou passar um papo reto…
Não quer dizer que sou fêmea
só por que sou joaninha
respeitem! ou lhes transformo
em formiga picadinha!”
sua voz era tão grave
que o galho balançou
uma das formigas macho
quase se acidentou!
Ricardão, a joaninha
que era macho até demais
saiu voando deixando
os formigões para trás
os dois logo aprenderam
que julgar pela aparência
pode ser bem arriscado
e ter sérias consequências!
Fonte: ~,http:ÿÿmarianebigio.~
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ricardao-a-joaninhaÿ~,
O cordel contra dengue
Vamos falar de um assunto
Que é mesmo muito importante
Temos que ser rapidinhos
Não perder nenhum instante
Pois na guerra contra a dengue
Nunca se faz o bastante
Os ovinhos do mosquito
Você pode encontrar
Bem ali no seu quintal
Em tudo quanto é lugar
Basta que tenha lixinho
Que água possa acumular
Pneus velhos e garrafas
Se não forem bem guardados
Servirão de criadouros
Dos mosquitinhos danados
Que uma vez picando a gente
Deixa-nos adoentados
Seja em casa ou na escola
Temos que tomar cuidado
Pois nos vasos das plantinhas
Deve ser depositado
No lugar da água areia
Que dá melhor resultado
Avisemos aos papais
Para em casa procurar
Limpar muito bem as calhas
E as caixas d'água lavar
Nessa luta contra a dengue
Todos devem ajudar
Faça então a sua parte
E convide seu vizinho
Nossa união faz a força
Contra esse mosquitinho
É nosso dever cuidar
Da saúde com carinho
Fonte: ~,http:ÿÿtarciocosta.~
com.brÿindex.php?option=~
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131&Itemid=45~,
::::::::::::::::::::::::
Caça-palavras
Jogo formado por uma matriz de letras (em linhas horizontais e verticais), na qual algumas sequências de letras, horizontal ou verticalmente, formam palavras, que o jogador deve buscar e identificar.
Fonte: ~,http:ÿÿaulete.uol.~
com.brÿnossoauleteÿ~
ca%C3%A7a-palavra~,
Desafio 1
Localize, no caça-palavras a seguir, as palavras bruxa, fantasma, índio e palhaço. Lembre-se de que a busca pode ser realizada tanto na vertical quanto na horizontal.
pbcdfghjkl
bmnopqrstv
rtuvbruxaz
tabfapirro
xzíndiorsu
alpalhaçob
bcfantasma
Desafio 2
Localize, no caça-palavras a seguir, as palavras bola, bolo e vela. Lembre-se de que a busca pode ser realizada tanto na vertical quanto na horizontal.
bhnhbrvc
ogkhosew
lxitlhlm
afdjokak
wdtrwnwh
Desafio 3
Localize as palavras aula, caderno, escola, pasta e recreio.
recreiox
ohawhdbc
aldxixyp
ukescola
lirdtkis
alnxitht
xtoswcba
Fonte: ~,http:ÿÿferinhasdosaber.~
blogspot.com.brÿ2009ÿ08ÿ~
caca-palavras-escola.html~,
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Histórias para Ler e Contar
Uma lenda de Natal
Conta-se que há muitos e muitos anos atrás, numa terra longe daqui, vivia um rei muito rico e muito poderoso. Esse rei, que se chamava Alexandre, tinha um filho só, o príncipe Marcos.
O rei Alexandre fazia sempre tudo, tudo o que o filho queria. E o príncipe vivia querendo:
-- Pai, quero uma roupa bordada de ouro.
Imediatamente o rei mandava todos os alfaiates do reino bordarem montes e montes de roupas de ouro.
Aí o príncipe Marcos torcia o nariz e dizia:
-- São todas horrorosas! E ainda por cima dão coceiras! Joguem tudo no lixo!
Uma vez ele inventou de querer o cavalo mais veloz do mundo.
O rei logo mandou procurar o cavalo que mais corria no reino.
Mas Marcos na mesma hora implicou:
-- Porcaria de cavalo! Qualquer burrinho manco aqui do castelo corre mais do que esse molenga.
Cada vez o príncipe ficava mais enjoado.
E, como acontece com a maioria das pessoas que têm sempre tudo o que querem, cada vez ficava mais triste e insatisfeito...
Ora, estava chegando o Natal.
O Natal naquele reino era muito festejado. Todo mundo enfeitava as suas casas, armava árvores de Natal e preparava músicas para serem cantadas.
Só que tinha uma coisa: a única pessoa que podia ganhar presentes no dia de Natal era o príncipe Marcos.
Ninguém mais.
Todo mundo era obrigado a fazer um presente para o príncipe.
Essas eram as ordens do rei Alexandre e ninguém, nem de longe, pensava em desobedecer...
O rei ia de casa em casa para ver se todos estavam trabalhando e perguntava:
-- Como é? Já estão começando a fazer os presentes para o meu filho? Caprichem bem hein? Não quero saber de porcarias...
E todos caprichavam mesmo, para dar ao príncipe um presente bonito.
O ferreiro estava fazendo uma armadura especial, porque naquele tempo usavam armaduras. Era leve como algodão e dura como ferro.
O jardineiro estava plantando uma árvore que dava todas as frutas preferidas do príncipe de uma vez só.
O alfaiate estava costurando uma roupa que não encostava no corpo.
O marceneiro estava tentando fazer um cavalo de pau que corria mais do que os cavalos de verdade.
Mas pensam que o príncipe Marcos estava contente?
Que nada! Andava cada dia mais emburrado.
Nas vésperas do Natal, deu na telha do príncipe dar uma voltinha pelo reino, disfarçado de camponês. Ele tinha lido uma história de príncipe disfarçado e quis fazer igualzinho.
O rei Alexandre botou a mão na cabeça:
-- Você sabe muito bem que isso eu não permito! É uma loucura. Onde já se viu?
E esbravejou, esbravejou. Mas, como sempre, acabou fazendo a vontade do príncipe...
No dia seguinte, Marcos saiu do castelo, vestido de camponês, montado num burrinho. Estava tão disfarçado que nem a mãe dele ia saber quem ele era.
A primeira pessoa que encontrou foi um menino fazendo uma flauta.
-- É para o Natal do príncipe -- disse o menino.
-- Ruim, né? -- falou Marcos. -- Ter de fazer presente para o príncipe e ainda por cima não ganhar nada...
-- Olha -- respondeu o menino --, sabe que não é tão ruim assim! Eu até que estou contente, porque acho que o príncipe vai gostar da minha flauta. Ela não vai ficar bárbara?
O príncipe ficou espantadíssimo porque o menino não estava triste. E ficou mais espantado ainda, quando foi andando pelo reino e encontrou o marceneiro, o ferreiro, o jardineiro, o padeiro. Todos contentes fazendo presentes para dar a ele.
-- Puxa! -- falou Marcos. -- Não estou entendendo nada. Afinal, eu, que vou ganhar um montão de presentes, estou triste. Essa gente toda, que está dando duro para me fazer presentes, está mais contente do que eu...
E o príncipe pensou, pensou muito.
E descobriu. Descobriu que devia ser bom dar presentes para os outros.
Então correu para o palácio e foi direto para a oficina preparar presentes para dar às pessoas do reino.
Claro que, como nunca tinha feito nada antes, as coisas que fazia não eram lá maravilhosas...
Mas o importante mesmo é que ele estava muito, muito contente.
Trabalhava na oficina cantando e dizendo:
-- Para o jardineiro, que está muito velho, vou fazer um banquinho para ele descansar...
-- Para o ferreiro, vou dar umas botas novas, porque as dele já estão gastas...
-- Para o menino da flauta vou fazer um brinquedo de rodinhas para ele puxar...
-- Para o alfaiate vou fazer um dedal de ouro para ele não cutucar o dedo...
O Rei Alexandre ficou todo satisfeito ao ver o filho tão alegre.
E também aprendeu a lição. A partir daí, não exigiu mais que os seus súditos preparassem presentes para o Natal do seu filho. Cada um podia comemorar o Natal do jeito que quisesse.
Naquele reino, todos estavam acostumados a presentear só o príncipe.
Então resolveram trocar presentes entre si.
Foi uma festa linda! Todos davam e recebiam presentes.
Diz a lenda que o costume de dar e ganhar presente no Natal se espalhou por muitos reinos da Terra.
Isso porque, no Natal, todo mundo quer que todo mundo fique contente.
Fonte: *Uma Lenda de Natal*. In: ALMEIDA, Elenice
Machado de. *No tempo em que
a Girafa Falava e outras
histórias*. São Paulo: Abril Cultural, 1977.
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Burrinho amarrado
Ritinha estava de burro amarrado.
Só que a menina não sabia direito por que a mãe tinha dito que ela estava de burro amarrado.
Primeiro porque ela não tinha nenhum burro. Segundo porque, já que ela era menina, deveria era ter uma burrinha, de laço de fita entre as orelhas, e não um burro como um menino qualquer. E terceiro porque, se ela tivesse um burrinho amarrado, ela desamarrava, montava no burrinho e ia para um lugar bem longe.
Isso tudo porque Ritinha estava muito *furiosa* naquele dia.
Só que, agora, além de furiosa, ela estava também curiosa:
-- O que será burro amarrado?
Vai ver que é uma dessas coisas que as mães dizem quando veem a gente chateada, bem do jeito que estava Ritinha naquela tarde de chuva e televisão quebrada.
“Por que eles não fabricam uma televisão que não quebre?”, pensava Ritinha. “E por que sempre chove quando a gente quer andar de bicicleta?”
Foi aí que uma vozinha interrompeu as queixas da menina:
-- E por que sempre faz sol quando a gente quer tomar banho de chuva? E por que a televisão não quebra quando o programa é ruim?
Ritinha assustou-se com aquela voz:
-- Hein? Quem está falando aí?
Ao lado da menina estava um lindo burrinho, pequeno como um cachorro!
Um burrinho, triste como ele só, com uma corda no pescoço amarrada a uma pedra pesada.
A menina arregalou-se toda:
-- Quem... quem é você?
-- Sou o seu Burrinho da Alegria -- respondeu ele. -- E quero saber por que você está resmungando desse jeito.
-- A mãe disse que é porque eu estou de burro amarrado...
O burrinho deu uma volta em volta da menina balançando as orelhas e arrastando a pedra:
-- É claro que está! E eu, que sou justamente o seu Burrinho da Alegria, fico com dor de barriga cada vez que você me amarra.
-- É mesmo?
-- Claro! Cada criança tem um Burrinho da Alegria igual a mim. Eu conheço um outro burrinho que já teve até de tomar remédio de tanta dor de barriga, porque ele é o Burrinho da Alegria de um menino muito mal-humorado e de burro muito amarrado!
Ritinha sentiu um pouco de remorso:
-- Puxa, Alegria! Eu não quero que você fique com dor de barriga por minha causa...
-- Então me desamarre! Fique de bom humor!
-- Mas como é que eu vou ficar de bom humor, se está chovendo e a televisão está quebrada? Não posso brincar lá fora e não posso assistir televisão!
Alegria deu outra voltinha e declarou:
-- Acho que já sei por que você está de burro amarrado!
-- Isso eu também sei e já disse: é porque está chovendo e...
-- Nada disso! -- interrompeu o Burrinho da Alegria. -- É porque você está brincando a brincadeira do eu-não-posso. Você precisa parar com isso e brincar a brincadeira do eu-posso!
Ritinha coçou a cabeça:
-- E como é que a gente brinca de eu-posso?
-- É muito fácil -- explicou Alegria. -- É só ficar pensando bem forte no que se pode fazer num dia como este, de chuva e televisão quebrada!
Ritinha coçou ainda mais a cabeça:
-- O que é que eu posso? Hum... deixa ver... Eu posso ficar tentando contar até mil...
-- E que mais?
-- Posso pegar um livro e ficar fingindo que eu já sei ler...
-- Posso telefonar para a minha prima...
-- Posso fazer cama de gato com barbante...
-- Posso fazer um castelinho de cartas que cai toda hora...
-- Posso olhar e ficar fazendo cara de bruxa...
-- Posso passar tinta vermelha nas unhas e fingir que é esmalte...
-- Posso...
-- Posso fazer um desenho bem bonito e colar com sabão no espelho do banheiro para o papai ter uma surpresa quando for fazer a barba.
Ritinha ficou tão entretida brincando de eu-posso que nem percebeu quando o burrinho desapareceu, já sem corda no pescoço e sem dor de barriga nenhuma.
Ela, sim, estava com a corda toda:
-- Eu posso isso, eu posso aquilo...
Foi aí que a mãe abriu a porta e perguntou:
-- Como é? Já desamarrou o burro?
-- Já mãe. Agora o meu Alegria pode ficar sossegado porque eu nunca mais vou dar dor de barriga nele!
A mãe riu da filha:
-- Não é o meu alegria que se fala, Ritinha. É a minha alegria.
Ritinha tentou explicar:
-- Não, mãe. É o meu Alegria, mesmo. É porque ele é um burro. Sabe o que aconteceu? É que eu estava brincando de eu-não-posso. Aí o meu Alegria ficou com dor de barriga e me ensinou a brincar de eu-posso. Aí eu descobri que...
A mãe que estava acostumada a não entender nada, quando a filha começava com seus discursos, foi embora entendendo menos ainda.
Sabe, foi com a Ritinha e com o seu Burrinho da Alegria que eu aprendi a brincar de eu-posso. Agora toda vez que alguma coisa que eu quero fazer dá errado, eu me lembro da Ritinha e começo a brincar de eu-posso. E sempre dá certo! Mas é claro que tem de dar certo: afinal de contas, eu também devo ter um Burrinho da Alegria, não é? E é claro que você também tem um burrinho desse tipo!
Experimente brincar de eu-posso da próxima vez que alguma coisa não der certo na sua vida. Você vai ver: o seu Burrinho da
Alegria vai ficar desamarrado e a tristeza vai logo embora...
Faça do jeito da Ritinha:
Eta, menina danadinha!
Fonte: *Burrinho amarrado*.
In: BANDEIRA, Pedro e
ROCHA, Osnei F. *A menina
danadinha*. São Paulo: Ática, 2007.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Curiosidades
Como uma pessoa consegue viver
sem água por três dias?
Nesses casos, o organismo é bem esperto e guarda água. A economia rola com várias estratégias: interromper o suor, reduzir a salivação e até diminuir a vontade de fazer xixi -- aí você não libera líquidos do corpo. Ah, e ainda ficamos mais lentos para não nos movimentarmos demais. Apesar dessas artimanhas, é preciso tomar cuidado e nunca ficar sem beber água. Há pessoas que suportam a falta de líquido, enquanto outras,
não. Portanto, tome muita água todos os dias, mesmo se não tiver com sede!
Christiane Oliveira, Débora Zanelato, Ludmila Balduino e Silvia Regina
Fonte: Revista *Recreio* --
Junho de 2013.
Existe uma lâmpada que está acesa há 112 anos!
Ela fica no corpo de bombeiros de Livermore, na Califórnia (Estados Unidos), e funciona desde 1901! A lâmpada foi criada pelo inventor Adolphe Chaillet, como um presente para iluminar o caminho dos bombeiros em saídas à
noite. Ninguém sabe o que o criador fez para a lâmpada durar tanto!
Fonte: Revista *Recreio* --
Junho de 2013.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Seção Juvenil
Você Sabia?
O que é o "caxangá", que os
escravos de Jó jogavam?
Caxangá tem vários significados, mas nada de jogo. Pode ser um crustáceo (parecido com um siri), um chapéu usado por marinheiros, e há até uma definição indígena: segundo o Dicionário Tupi-Guarani-Português, de Francisco da Silveira Bueno, caxangá vem de caá-çangá, que significa "mata extensa". Mas nada disso tem a ver com jogo e menos ainda com Jó, o personagem bíblico que perdeu tudo o que tinha (inclusive os escravos), menos a fé. Isso deixa os especialistas intrigados. "Já procurei caxangá, caxengá e caxingá, com x e ch, e não encontrei nada que fizesse sentido como um jogo", diz o etimologista Cláudio Moreno. "Se esse jogo existisse, seria quase impossível explicar como ele passou despercebido por todos os antropólogos e etnólogos que estudam nossas tradições populares." O que pode ter ocorrido é uma espécie de "telefone sem fio": se originalmente o verso fosse "juntavam caxangá" ao invés de "jogavam", poderíamos pensar em escravos pegando siris em vez de em um jogo. Outra hipótese é que caxangá seja uma expressão sem sentido, como "a tonga da mironga do kabuletê", da canção de Toquinho e Vinícius -- as palavras separadas até têm sentido (são vocábulos africanos), mas não com o significado que elas têm na música.
Artur Louback Lopes
Fonte:
~,http:ÿÿmundoestranho.abril.~
com.brÿmateriaÿo-que-e-o-~
caxanga-que-os-escravos-de-jo-~
jogavam~,
O que você faz mesmo?
Buuuuu!!!
Na vida real, há quem ganhe dinheiro assustando gente. Eles se fantasiam de monstros e trabalham em parques de diversão. No Dia das Bruxas (31 de outubro), entram em ação e saem pelo lugar tentando dar bons sustos nos visitantes.
Será que o cão vai gostar?
As rações de bichos de estimação são testadas antes de serem vendidas. Só que não é possível dar comida a um cachorro e esperar a opinião dele. Então, as indústrias pagam aos provadores de ração. Se eles aprovarem o sabor, o alimento é vendido. Senão, nada feito!
Ai que sono!
O dormidor profissional tem a missão de cochilar no trabalho! Isso mesmo. Ele testa camas e colchões para avaliar se são mesmo confortáveis.
Cheirador de sovaco
Para saber se um desodorante funciona, entra em ação o cheirador de axila. O trabalho é bem simples: uma pessoa usa o produto e faz diversas atividades até ficar bem suada. Aí, o profissional cheira o sovaco. Se o odor ainda estiver agradável, o produto é aprovado!
Mergulho radical
Nos campos de golfe dos Estados Unidos, quando a bola cai num lago, cabe ao mergulhador do campo buscá-la no fundo.
Vamos, galera!
Os empurradores de gente trabalham nas estações de metrô de
Tóquio (no Japão). Conhecidos como *oshiyas*, eles sempre usam luvas brancas e têm a missão de garantir que os trens não saiam com atraso, mesmo que para isso precisem dar uma ajudinha empurrando as pessoas para dentro dos vagões. Bizarro!
Quem cuspiu aqui?
Em algumas cidades grandes da Índia, os pedestres costumam cuspir nas ruas. O problema é tão grande que as prefeituras passaram a contratar inspetores de cuspe. O trabalho do profissional é pegar os porcalhões de surpresa. Se um escapar, ele tem que limpar a sujeira.
Vomitou? Não tem problema
Os parques de diversões dos Estados Unidos, Rússia e Japão contratam pessoas para fazer um trabalho desagradável. Sempre que
alguém passa mal em um dos brinquedos e vomita, entra em ação o limpador de vômitos.
Fonte: Revista *Recreio* --
Junho de 2013.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Vamos Rir?
Qual é o cúmulo da matemática? Morrer de cálculo renal.
O que o fósforo falou para o fogão? -- Por sua causa, perdi a cabeça.
Por que o policial não gosta de sabão? Porque o negócio dele é detergente (deter gente).
O que o martelo disse para o prego? -- Ai, se eu te prego, ai, ai, se eu te prego.
Por que a idosa não tem horas? Porque ela é senhora (sem hora).
O pai combina com o filho: se ele não tiver notas boas na escola, não irá viajar com o pai no fim do ano. Chega o boletim com todas as notas vermelhas, e o pai diz:
-- Você não cumpriu sua parte no trato!
O filho responde: -- É verdade, pai! Então você também não precisa cumprir a sua!
Fonte: Revista *Recreio* --
Junho de 2013.
Uma chapeuzinho filha de advogado
-- Chapeuzinho Vermelho, vá até à floresta levar doces para a vovó que está doente, mas cuidado! Lá existe um grande lobo mau.
E a menina, filha de advogado, responde:
-- Mãe, fique sabendo que: abandono de idosos é crime, por isso traga a vovó para morar
conosco; eu não posso ir para a floresta sozinha porque o Estatuto da Criança não permite, ainda mais sabendo que lá tem lobo... E tem mais, se a vovó está doente, não pode comer somente doces.
Fonte:
~,http:ÿÿwww.nacaojuridica.~
com.brÿ2013ÿ06ÿ~
uma-chapeuzinho-filha-de-~
advogado.html~,
O que é, o que é:
É vermelho e mora debaixo do céu?
R: A língua.
Quando é falsa traz felicidade?
R: Má notícia.
É verde, mas não é capim, é branco, mas não é algodão, é vermelho, mas não é sangue e é preto, mas não é carvão?
R: Melancia.
Se quebra quando se come?
R: O jejum.
É o último a subir e o primeiro a descer?
R: O trem de pouso.
Quando se perde nunca mais se encontra?
R: O tempo.
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Historiando
Mao Tsé-tung
Currículo
Nome: Mao Tsé-tung.
Nascimento: 26 de dezembro de 1893, Shaoshan, China.
Morte: 9 de setembro de 1976, Pequim, China.
Ocupação: militar, revolucionário, escritor, presidente do Partido Comunista da China.
Um pequeno homem comanda o
despertar do gigante chinês
A China moderna, único país candidato a ameaçar a hegemonia econômica norte-americana, nasceu das ações de Mao Tsé-tung. Ele tirou o país do “século de humilhação”, que vinha desde a derrota para o Reino Unido na Primeira Guerra do Ópio, em 1842. Durante esse período, a China -- que por boa parte da história foi a sociedade mais organizada e tecnologicamente avançada do planeta -- acabou dominada por potências estrangeiras e ficou sem Estado, fragmentada entre senhores da guerra. Ao se divorciar da
União Soviética, nos anos 60, Mao partiu o comunismo em dois. Mas isso deu um novo fôlego a muitos comunistas pelo mundo, pois a União Soviética era associada aos crimes de Stalin e a uma burocracia envelhecida, corrupta e sem fervor revolucionário. O engajamento da juventude contra as gerações anteriores foi inspiração até para as passeatas de Maio de 1968, na França. A guerrilha de esquerda, a estratégia maoísta na Guerra Civil Chinesa, fez história na América Latina. Ao
aceitar a visita do presidente norte-americano Richard Nixon, em 1972, o ápice da “diplomacia do ping-pong”, Mao finalmente abriu o país ao exterior e deu o primeiro passo para transformá-lo no que é hoje.
Mao, “para o bem ou para o mal, unificou a nação ancestral da China, pavimentando o caminho para a eventual emergência do país de séculos de isolamento”, como afirma o jornalista e escritor norte-americano Jon Lee
Anderson. O “para o mal” não pode ser subestimado. Entre 30 milhões e 70 milhões de mortes são atribuídas à repressão e às experiências sociais de Mao, o que, em números absolutos, configura a pior matança da história.
Filho de fazendeiro, Mao foi um dos membros fundadores do Partido Comunista Chinês, em 1921. O partido logo se aliou aos nacionalistas, o Kuomintang, em
campanha para reunificar o país. Em 1927, os nacionalistas traíram a aliança e massacraram quatrocentos comunistas em
Xangai, iniciando uma guerra civil que terminou com a fuga do Kuomintang para a ilha de Taiwan, em 1949, e a ascensão dos comunistas ao poder, onde, diga-se, mantêm-se até hoje. Em 1958, Mao deu início ao “Grande Salto para a Frente”, uma tentativa de desenvolver a China sem auxílio soviético. A fome, causada pela coletivização e o desvio de mão de obra para a indústria, estima-se, matou entre 20 milhões e 40 milhões de pessoas no país.
Com sua posição enfraquecida no Partido Comunista, em 1966, Mao decidiu voltar a população contra os dirigentes. A sua chamada Revolução Cultural instigou os jovens contra a burocracia do partido e tudo o mais que parecesse velho, tradicional ou ocidental. Com estudantes secundaristas
atacando templos, livros e pessoas, principalmente professores e intelectuais, a China mergulhou no caos. A morte do Grande Timoneiro, em 1976, levou a um período de luta interna, que terminou em 1978, com a vitória do reformista Deng Xiaoping, que abriu o país ao capitalismo. Deng, para quem “enriquecer é glorioso”, disse que Mao estava “70 por cento certo, 30 por cento errado”. A China hoje é um híbrido de comando político comunista e economia capitalista.
Fonte: Revista *Aventuras na História* -- Edição 121 --
Agosto de 2013.
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Passe livre, versão século XIX
Como foi a Revolta do Vintém,
os protestos da população
carioca contra o aumento do
preço dos bondes que chacoalhou
a monarquia
Não é de hoje que aumentos das tarifas de transporte público tornam-se estopim para manifestações e revoltas populares no Brasil. Em 1880, a cobrança de uma taxa na passagem de bonde transformou a capital do Império, o Rio de Janeiro, em praça de guerra e contribuiu para desestabilizar a monarquia brasileira, que cairia nove anos depois. O movimento, considerado o primeiro grande distúrbio urbano no país pela melhoria dos serviços públicos, ficou conhecido como Revolta do Vintém. Pelo menos três pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante os dias em que a confusão tomou conta das ruas do Rio. Um vintém equivale a menos de vinte centavos em dinheiro de hoje, mas o cálculo é uma aproximação.
A revolta começou em 13 de dezembro de 1879, quando a Coroa anunciou um imposto de 20 réis -- equivalente a um vintém -- sobre as tarifas de bondes puxados a burro, um dos principais meios de transporte da população na época. O tributo, chamado de “imposto do vintém”, seria cobrado diretamente nas passagens a partir de 1º de janeiro de 1880 e foi instituído pelo governo como forma de diminuir o déficit público. Na prática, era um aumento no preço da passagem, e considerável: da ordem de 20 por cento.
Não tardou para que a medida ganhasse as páginas dos jornais e a reação negativa da população. A principal crítica era que o novo imposto atingiria da mesma maneira os ricos e os pobres, já que o bonde era praticamente o único meio de deslocar-se por grandes distâncias na cidade. A primeira manifestação ocorreu no dia 28 de dezembro. Foi um ato pacífico que reuniu 5 mil pessoas (a população do Rio era de 1,1 milhão de habitantes) no Campo de São Cristóvão para ouvir o discurso do abolicionista e republicano José Lopes Trovão. Dono do jornal *Gazeta da Noite*, Trovão tornou-se um dos principais líderes do movimento. Dali, a multidão seguiu em passeata até o Palácio da Boa Vista, onde estava o imperador dom Pedro II.
Um mensageiro da Coroa trouxe a informação de que o monarca, mesmo a contragosto, aceitaria receber uma comissão de manifestantes para discutir a taxa, mas o recado foi ignorado. Os republicanos procuravam tirar o máximo de proveito político da situação. Mesmo assim, o dia terminou sem incidentes e a multidão se dispersou em paz.
Nos dias seguintes, a imprensa conservadora criticou o fato de os manifestantes não terem aberto o diálogo com dom Pedro II. No dia em que o imposto começaria a ser cobrado, uma grande manifestação foi organizada no Largo do Paço. Trovão fez um breve discurso pedindo que a população resistisse pacificamente à cobrança do imposto, mas não foi ouvido. Grupos de manifestantes começaram a seguir pelas ruas da Carioca, Uruguaiana, Visconde do Rio Branco e Largo São Francisco, ponto de partida e de chegada da maioria das linhas.
Ali, começou o confronto. Para protestar contra a cobrança do vintém adicional, os manifestantes tomavam os bondes, espancavam os condutores, esfaqueavam os animais utilizados como tração, despedaçavam os carros, retiravam os trilhos e, com eles, arrancavam as calçadas. Os focos de tumulto pipocaram em vários pontos do centro do Rio de Janeiro, com barricadas e depredação. Manifestantes entraram em conflito com a polícia, que respondeu à bala, matando três pessoas.
A confusão continuou no dia seguinte. Trilhos de bonde continuaram a ser arrancados das ruas e as chaves dos veículos, roubadas. Das janelas, garrafas e pedras eram atiradas em direção aos veículos. No decorrer do dia, várias pessoas foram presas e a polícia solicitou reforço ao Exército, que passou a controlar a situação reprimindo os focos com golpes de cassetete -- ou tiros. No dia 3 de janeiro, a situação estava um pouco mais calma, resumindo-se a alguns focos de tumulto na Rua do Ouvidor, rapidamente sufocados pelas tropas do Exército.
A situação só foi totalmente controlada no final do dia 4, quando alguns manifestantes tentaram impedir a circulação de bondes na Rua Sete de Setembro, sem sucesso. Por causa da pressão popular, o imposto acabou sendo revogado em setembro de 1880. Mas os danos foram além de manifestantes mortos e dos bondes destruídos. Diante do desgaste político, todos os integrantes do Ministério da Fazenda foram substituídos por ordem do imperador.
Não se sabe ao certo o número de feridos durante as manifestações e tampouco se os mortos foram apenas os três registrados no primeiro dia do confronto. O que se sabe é que o Rio de Janeiro viveu dias de grande tumulto, com saques de lojas, roubos e população em pânico. O episódio foi resgatado na minissérie *Chiquinha Gonzaga*, exibida pela Rede Globo em 1999 e que retratou a vida da compositora do século XIX. Na trama, a protagonista, na pele da atriz Regina Duarte, se vê em meio às manifestações contra a taxa.
“A Revolta do Vintém representou uma mudança na forma de atuação política, até então concebida apenas como a atividade institucional e parlamentar, com um sistema eleitoral marcado pelo voto indireto e censitário”, afirma o historiador Claudio H. M. Batalha, do departamento de História da Universidade Estadual de Campinas e coordenador do *Dicionário do Movimento Operário: Rio de Janeiro do Século XIX aos anos 1920*. “A política deixou de ser restrita ao Parlamento e passou a ser feita também nas ruas, por meio de panfletos, comícios e manifestações.” Batalha lembra que a revolta teria efeitos de longo prazo, ao ampliar as campanhas abolicionistas e republicanas com gente na rua.
É muito difícil -- tirando o foco de que a razão que deu início ao protesto foi o aumento no preço do transporte urbano -- traçar paralelos entre o que aconteceu na década final do império e as manifestações que começaram a ocupar as ruas das principais cidades brasileiras em junho.
“Ambos tiveram como estopim o aumento do custo do transporte público, depararam-se com reações violentas da polícia e a questão inicial dos transportes apontou para outros problemas enfrentados pela população”, afirma Batalha. “Mas na Revolta do Vintém as lideranças políticas tiveram papel essencial, enquanto que o processo recente é muito mais horizontalizado”, diz o historiador. Para Batalha, assim como a Revolta do Vintém mudou a percepção da política, dos gabinetes para as ruas, no final do império, muita gente acredita que algo similar ocorrerá a médio prazo no processo que o país vivenciou a partir do meio do ano.
Fonte: Revista *Aventuras na História* -- Edição 121 --
Agosto de 2013.
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Leitura Interessante
O pequeno peixe
Era uma vez um lindo aquário, enorme, onde havia muitos peixes de vários tipos e tamanhos.
Na parte de cima do aquário, estavam os peixes maiores, pois, quando a comida caía na água, eram os primeiros a comer. Então, os peixes de cima estavam sempre satisfeitos, nunca lhes faltava comida.
Na parte intermediária, estavam os peixes de porte médio, havia para eles muita comida ainda, que os grandes peixes da parte de cima não comiam, mas não tinha tanta comida assim para que pudessem ficar grandes.
Na parte de baixo, estavam os pequenos peixes. A comida que eles tinham para comer mal dava para deixá-los vivos, pois era a sobra dos peixes de cima.
No meio desse ambiente, nasceu um pequeno peixe. Ele não se conformava com aquela situação e começou a nadar pelo aquário, foi quando encontrou um pequeno buraco e ficou pensando onde aquele buraco iria levá-lo. Tinha uma grande esperança de mudar aquele quadro onde nasceu. O pequeno peixe então resolveu passar pelo buraco e ver onde iria parar.
Encontrou um fio de água que o levou para um ralo, do ralo caiu em um encanamento e foi parar em um rio. Observou aquele lugar e viu que era maravilhoso, não faltava comida, tinha espaço suficiente para nadar e ir aonde quisesse. Mas o pequeno peixe pensou em seus amigos do aquário e resolveu voltar para falar a respeito do lugar maravilhoso que encontrou. Voltou ao aquário e começou a falar com todos sobre o lugar maravilhoso que havia encontrado. Todos os peixes ficaram curiosos e questionaram o que deveriam fazer para chegar a esse local. Foi quando o peixinho falou:
-- Os peixes grandes da parte de cima deverão mudar de lugar, terão que vir para a parte de baixo, para perder peso e, assim, poder passar pelo pequeno buraco. Os peixes da região intermediária deverão se alimentar menos, para perder um pouco de peso também. E os peixes de baixo deverão se alimentar um pouco mais para obter forças para seguir viagem.
A confusão dentro do aquário começou com muita discussão, muita discórdia, e começaram a se revoltar contra o pequeno peixe. Depois de muita briga, os peixes tomaram uma decisão, resolveram matar o peixinho que havia causado tanto transtorno àquele lugar.
Conclusão: Quantos de nós não “matamos” todos os dias as ideias, os conselhos, as opiniões, apenas porque não queremos mudar a forma com que estamos acostumados a viver e a agir? Até quando nossas resistências irão nos impedir de conhecer as coisas maravilhosas que estão apenas à espera de um pouco de humildade? Pense no quanto você tem sido resistente com sua vida...
Fonte: *Jornal Momento PSY* -- Ano XII -- N.o 47 -- RJ, novembro/dezembro/
janeiro/2012/2013.
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Cuidando do Corpo e da Mente
Dicas para ficar de bem com a
saúde
Procure manter uma alimentação saudável.
Beber água várias vezes ao dia também é essencial para o bom funcionamento do corpo.
Movimentar-se, não ficar muitas horas em frente à televisão ou computador.
Procurar praticar as atividades físicas de que você mais gosta.
Proteger-se do sol nos horários mais quentes. Para isso, existem os filtros solares.
Lembre-se de que soltar pipa (papagaio, arraia ou pandorga) pode ser perigoso. Jamais use cerol e utilize sempre material seguro para sua proteção e para proteção das outras pessoas.
Tenha muito cuidado com os fogos de artifício, pois podem queimar você e outras gravemente.
Tomar banho diariamente também é muito importante para o cuidado com o corpo, além de fazer bem à aparência.
Cuide dos pés, das unhas e dos cabelos. Mantenha-os sempre limpos e saudáveis.
Nunca empreste ou tome emprestado de ninguém a escova de dentes, roupas íntimas ou de banho.
O sono é muito importante. Procure dormir bem pelo menos oito horas por dia.
Não pegue carona com quem consumiu bebida alcoólica.
Evite tomar medicamento sem orientação médica.
Sentimento de tristeza faz parte da vida, a gente sabe, mas se ele demorar muito a passar, procure um adulto de confiança para uma boa conversa ou profissional de saúde.
Evite cigarro, bebidas alcoólicas e outras drogas. Eles são prejudiciais à sua saúde física, mental e podem acabar com seus projetos para o futuro.
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Saiba quais são as vacinas
importantes para a saúde do
adolescente
Se você está com sua vacinação em dia, ótimo! Se não, procure logo o serviço de saúde para atualizá-la.
Veja as vacinas que devem ser tomadas de 11 a 19 anos de idade:
Hepatite B -- Administrar em adolescentes não vacinados ou sem comprovante de vacinação anterior, seguindo o esquema de três doses com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.
Dupla tipo adulto (dt) -- Contra difteria e tétano. Adolescentes sem vacinação ou sem a comprovação das três doses da vacina devem seguir o esquema de três doses. O intervalo entre as doses é de sessenta dias e no mínimo de trinta dias. Os vacinados anteriormente com as três doses das vacinas devem administrar o reforço a cada dez anos, após a data da última dose.
Febre amarela -- Indicada uma dose aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas com recomendação da vacina: estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e alguns municípios dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para informações sobre os municípios destes estados, buscar as Unidades de Saúde dos mesmos. Deve ser Administrada dose de reforço, a cada dez anos após a data da última dose.
Fonte: ~,http:ÿÿportal.saude.~
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Tome Nota
A partir desta edição, a seção *Tome Nota* publicará informações, para vocês, jovens, sobre o mercado de trabalho, a fim de ajudá-los em suas futuras escolhas. Fiquem Ligados!
Musicoterapia
É o uso de música e de seus elementos -- som, ritmo, melodia e harmonia -- para a reabilitação física, mental e social de indivíduos ou grupos. O musicoterapeuta pesquisa a relação do homem com os sons para criar métodos terapêuticos que visem a restabelecer o equilíbrio físico, psicológico e social do indivíduo. Ele utiliza instrumentos musicais, canto e ruídos para tratar portadores de distúrbios da fala e da audição ou com deficiência mental. Atua na área de reabilitação motora, no restabelecimento das funções de acidentados ou pessoas acometidas de derrame cerebral. Auxilia estudantes com dificuldade de aprendizado e contribui para a melhoria da qualidade de vida de idosos e pacientes com câncer ou portadores do vírus HIV, por exemplo. Também promove a reabilitação de dependentes químicos e a reintegração social de menores infratores. Pode trabalhar em hospitais, clínicas, empresas, instituições de reabilitação e centros de geriatria e gerontologia.
Mercado de trabalho
Ainda há pouco desses profissionais no mercado. Por isso, a demanda é boa. A maior parte dos graduados atua na área clínica, em consultório, muitas vezes em parceria com outros profissionais da saúde. "Instituições públicas e privadas voltadas para a promoção da saúde, hospitais gerais e especializados, Centros de Atenção Psicossocial e instituições de reabilitação são outros empregadores do musicoterapeuta", diz
Eliamar Aparecida Barros Fleury e Ferreira, coordenadora do bacharelado em Musicoterapia, da UFG, em Goiânia. Especialistas em reabilitação e prevenção encontram boas chances em ONGs e nas alas de pediatria, geriatria e oncologia de hospitais e clínicas, incluindo aquelas de atendimento a pacientes com necessidades especiais. A área educacional também está em franca expansão. Em escolas privadas, o graduado auxilia alunos com dificuldade de aprendizagem e, em empresas, atuam no departamento de recursos humanos, em programas de integração de funcionários. Ainda são abertos poucos concursos públicos para esse profissional, mas a expectativa é que essa situação melhore nos próximos anos, já que a tendência é de aumento de vagas nos Centros de Atenção Psicossocial. O Distrito Federal e as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste concentram a maior demanda.
Salário inicial: R$60,00 (por sessão de 50 minutos, em consultório); R$2.000,00 (mensal por 6 horas diárias).
Fonte: Profa. Maristela Smith, da FMU.
Curso
Poucas instituições oferecem esse curso no país. Não é preciso ter conhecimento formal de música para ingressar nesse bacharelado, mas é recomendado possuir intimidade com a linguagem musical. O currículo mescla disciplinas das áreas de música e neurociências e inclui o aprendizado de alguns instrumentos, que serão utilizados depois no atendimento aos pacientes. História da música, percepção musical, psicologia do desenvolvimento, fisiologia, anatomia e neuropsiquiatria são algumas das matérias. Nas específicas, o estudante conhece os fundamentos da musicoterapia e suas principais técnicas e processos. O estágio em clínicas, empresas, consultórios ou hospitais é obrigatório. As grandes universidades costumam ter clínicas e hospitais-escola, onde o bacharelando pratica o que aprendeu em teoria, prestando atendimento à comunidade. É exigida uma monografia para a conclusão do curso. A duração média do curso é de quatro anos.
O que você pode fazer:
Clínica -- Dar assistência a idosos, a crianças com dificuldade de aprendizagem, a portadores de doenças mentais e a pacientes com problemas neurológicos e emocionais.
Psicoprofilaxia -- Prevenir problemas emocionais em adultos, crianças, gestantes e idosos.
Reabilitação -- Trabalhar na recuperação de pessoas com distúrbios mentais e deficiências físicas, dependentes químicos e menores abandonados.
Sonorização -- Criar projetos de sonorização de ambientes de trabalho em indústrias, escritórios e outros estabelecimentos comerciais, buscando aumentar a pro-
dução e reduzir as chances de estresse dos funcionários.
Fonte: ~,http:ÿÿguiadoestudante.~
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Espaço do Leitor
Leitor amigo, este espaço é exclusivamente seu. Participe dele enviando suas criações (crônicas, pequenos contos, lendas, poesias, cantigas, curiosidades de sua região, trava-línguas e dicas de temas a serem abordados pela sua revista).
õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo
Vocabulário
Anônimos: s. pl. Desconhecidos.
Antropólogos: s. pl. Profissionais que estudam o homem e a humanidade em todas as suas dimensões.
Ápice: s. m. Auge, apogeu.
Artimanhas: s. f. pl. Formas hábeis e engenhosas de conseguir algo.
Censitário: adj. Relativo ao censo; dar direito de voto somente a pessoas com certa condição financeira.
Cortejar: v. t. d. Paquerar.
Engajamento: s. m. Envolvimento político, participação ativa.
Estopim: Sentido figurado; causa imediata que faz deflagrar um movimento, uma reação.
Etimologista: s. Profissional que trata da história ou origem das palavras e de seus significados.
Etnólogos: s. pl. Aqueles que estudam os povos e etnias, suas culturas e características.
Faceira: adj. Bonita, charmosa.
Geriatria: s. f. Parte da medicina que estuda e trata das doenças típicas da terceira idade.
Gerontologia: s. f. Estudo dos fenômenos associados ao envelhecimento humano.
Híbrido: adj. Substantivado; mistura de culturas diferentes.
Intrigados: adj. pl. Cheios de curiosidade.
Oriundos: adj. pl. Originários de, naturais de.
Psicossocial: adj. Diz respeito à psicologia do indivíduo e à vida em sociedade.
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Fim da Obra