Revista Brasileira para Cegos Ano LXXIX, n.o 560, janeiro/março de 2021 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Informação e Cultura Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4457/3478-4531 ~,revistasbraille@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial: Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hyléa de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração: Carla Maria de Souza Daniele de Souza Pereira Regina Celia Caropreso Revisão: Bruna Maria Vasconcelos Trindade Bispo Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.~ fmÿpodfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, Spotify: ~,https:ÿÿopen.~ spotify.comÿshowÿ~ 1EA1x0ITAu~ UEUR5GoLU5iy~, Youtube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

Revista Brasileira para Cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n.o 1 (1942) --. Rio de Janeiro : Divisão de Imprensa Braille, 1942 --. V. Trimestral Impressão em braille ISSN 2595-1009 1. Informação -- Acesso. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista – Periódico. I. Revista Brasileira para Cegos. II. Ministério da Educação. III. Instituto Benjamin Constant. CDD-003.#edjahga Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 A vida é em versão Beta :::::::::::::::::: 3 Livros e flores ::::::::: 8 Um Homem e o seu Carnaval :::::::::::::: 8 Tirinhas da Mafalda :::: 10 Desafios Sudoku :::::::::::::::::: 14 Pensamentos ::::::::::::: 18 No Mundo das Artes Quino era todas as Mafaldas do mundo ::::: 20 Maravilhas do Mundo *Mendoza* ::::::::::::::: 33 Nossa Casa ::::::::::::: 53

Vida e Saúde Síndrome de Tourette ::: 58 Culinária Bondiola de porco agridoce ::::::::::::::: 69 Doce de leite argentino caseiro :::::::::::::::: 71 Salada de bacalhau e laranja :::::::::::::::: 74 Humor ::::::::::::::::::: 76 RBC *News* :::::::::::: 81 Editorial Caro leitor, “Leio, logo penso, portanto, incomodo.”. Com essa irreverência e perspicácia, Quino conquistou os leitores com “sua Mafalda”. Aos 88 anos, ele se foi, mas sua obra continua viva, mordaz e irreverente, ilustrando e conduzindo argumentos pelos mais variados temas. Figurinha repetida (no bom sentido), no mundo da educação, as famosas “Tirinhas da Mafalda” compõem diversos materiais didáticos: apostilas, livros e provas. Enem sem Mafalda? Sem graça!!! Ela questiona, costura e atura o mundo em que vivemos. Para melhor conhecer um autor, nada mais enriquecedor que mergulhar em sua história, em sua cultura. Então, que tal conhecer *Mendoza*? Ou fazer algo da culinária de los hermanos? Saúde é sempre muito importante, não podemos nos esquecer do “novo normal”, dos cuidados devido à pandemia do novo coronavírus, mas é salutar abrirmos espaço também para abordarmos outros assuntos e adquirirmos mais conhecimentos a respeito do funcionamento do corpo e da mente humana. Mas a RBC, também é diversão e desafio. Conhece o jogo “Sudoku”? Não? Leia um pouco sobre o jogo na sessão RBC *News*; depois, desafie-se! Viver é movimento. Mover-se física e internamente. “Parados”, encontramos o nada; “andando”, buscamos a melhor versão de nós mesmos. Então, desafios, novos estudos, outras culturas, tudo é parte dessa incrível jornada. Que saibamos escolher nossas batalhas e, encerrando com uma fala da personagem Mafalda, “que o urgente não te impeça de se ocupar do importante”. Boa leitura! Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo A vida é em versão Beta Versão Beta: para ser mais didática e exata, segundo a *Wikipédia*, é a versão de um produto que ainda se encontra em fase de desenvolvimento e testes e são disponibilizados para que os usuários possam conhecer. Sempre que um programa é lançado em versão Beta, significa que o próprio desenvolvedor admite que ele ainda não está pronto e pode ter problemas, porém já está em um nível decente para a utilização. E não seria assim a vida de cada um de nós, uma eterna versão Beta? Nascemos meninos ou meninas, brancos, ne- gros, japoneses, índios ou ruivos, ricos, muito ricos, classe média, pobre, miserável. Sorridentes ou mais sérios, introspectivos ou extrovertidos, tímidos ou desinibidos, altos ou baixos, e assim vai, como se tudo fosse definitivo até que… A loira quer ser ruiva, o pobre ganha um *upgrade*, quem sabe chegando a ser um milionário. O gordinho faz dieta ou cirurgia e ganha uma silhueta mais esbelta. A magrela, sem peito, encontra nas próteses de silicone a solução. E assim, nos tornamos sempre alguém em construção de nós mesmos. Não só no aspecto físico, mas na evolução humana. Deixamos de ser *narcisistas* quando conseguimos enxergar para além do espelho e encontrar nos outros as necessidades que podemos ajudar a su- prir, e então nos tornamos mais humanos. Deixamos a timidez de lado quando ela começa a querer se confundir com solidão, tão pouca se torna a troca de experiências com o outro por conta disso. Ganhamos confiança em nós mesmos quando investimos em descobrir ou sanar as lacunas daquilo que nos prejudicava e corremos atrás, seja com estudo, leitura, conversa ou um livro. A meu ver, estamos constantemente em versão Beta. Do dia em que nascemos ao que morremos, sem interrupção. E não é porque a vida acaba que chegamos à versão final e “redonda” do que pretendíamos ou poderíamos ser. Ainda ficamos devendo, para nós e para o mundo, um tanto de adaptações, mudanças, melhorias. Na versão Beta, nos damos o direito (e o dever) de nos construirmos diariamente. Nem sempre acertando. Por vezes, as maiores ou melhores construções vêm com os erros. E ao refletirmos, reiniciamos o programa, atualizamos nosso *software* interno e crescemos mais um pouco. Começamos em Beta e, se soubermos aproveitar, nos tornaremos, ainda Betas, uma versão melhorada, se não para o mundo, para nós mesmos. O bom e importante de ser Beta é a constante possibilidade e busca pelas descobertas. É o aprimoramento daquilo que se era para se chegar ao que se quer ser. É poder dizer, diariamente, após as novas desco-

bertas de si mesmo e para si mesmo: “Muito prazer”! Fonte: ~,https:ÿÿ~ saopaulotimes.com.brÿspÿ~ a-vida-e-em-versao-betaÿ~, Vocabulário *Software*: s. m. Programas que comandam o funcionamento de um computador. Narcisista: s. m. Pessoa que está completamente centrada em si mesma e na sua própria imagem. *Upgrade*: s. m. Melhorar ou atualizar, normalmente utilizado para atualizar uma versão antiga para uma mais recente de um determinado produto. Wikipédia: s. f. Enciclopédia multilíngue online livre colaborativa, ou seja, escrita internacionalmente por várias pessoas comuns de diversas regiões do mundo, todas elas voluntárias. :::::::::::::::::::::::: Livros e flores Machado de Assis Teus olhos são meus livros. Que livro há aí melhor, Em que melhor se leia A página do amor? Flores me são teus lábios. Onde há mais bela flor, Em que melhor se beba O bálsamo do amor? :::::::::::::::::::::::: Um Homem e o seu Carnaval Carlos Drummond de Andrade “Deus me abandonou no meio da orgia entre uma baiana e uma egípcia. Estou perdido. Sem olhos, sem boca sem dimensão. As fitas, as cores, os barulhos passam por mim de raspão. Pobre poesia. O pandeiro bate É dentro do peito mas ninguém percebe. Estou *lívido*, gago. Eternas namoradas riem para mim demonstrando os corpos, os dentes. Impossível perdoá-las, sequer esquecê-las. Deus me abandonou no meio do rio. Estou me afogando peixes *sulfúreos* ondas de éter curvas curvas curvas bandeiras de *préstitos* pneus silenciosos grandes abraços largos espaços eternamente.” Vocabulário Lívido: adj. Descorados, pálidos. Préstitos: s m. Desfile de carros alegóricos, no carnaval. Sulfúreos: adj. Que tem partículas ou cheiro de enxofre. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Tirinhas da Mafalda Mafalda foi criada pelo cartunista argentino Quino; suas tirinhas foram publicadas de 1964 a 1973, usufruindo de uma altíssima popularidade na América Latina e Europa. As histórias apresentam uma menina preocupada com a humanidade e com a paz mundial, que se rebela com o estado atual do mundo.

Personagens Mafalda: a personagem principal, uma menina de seis anos de idade, que odeia sopa, adora os Beatles e o desenho do Pica-Pau. Ela se comporta como uma típica menina da sua idade, mas tem uma visão aguda da vida e vive questionando o mundo à sua volta, principalmente o contexto dos anos 1960 em que se encontra. Tem uma visão mais humanista e aguçada do mundo em comparação com os outros personagens. Felipe (19 de Janeiro de 1965): um sonhador que odeia a escola, mas que frequentemente trava intensas batalhas com sua consciência e seu senso nato de responsabilidade. Foi inspirado pelo jornalista Jorge Timossi, um amigo de Quino.

_`[{tirinha “Mafalda” em quatro quadrinhos: Q1: Felipe, na porta, diz: “Oi!” Mafalda diz: “Psiu! Fala baixo! Tem um doente em casa!” Q2: Felipe, andando, pergunta: “Seu pai está doente?” Mafalda responde: “Não.” Q3: Felipe pergunta: “Então é sua mãe?” Mafalda responde: “Também não.” Q4: Mafalda, sentada, e Felipe, em pé, olham para cama, onde há um globo terrestre deitado._`] _`[{tirinha “Mafalda” em três quadrinhos: Q1: Mafalda, com a mão esticada para frente, na altura da cintura, diz: “Eu era assim, e já ouvia dizer que o país estava em crise.”

Q2: Mafalda, com a mão na cabeça, olha para cima. Q3: Mafalda, com a mão esticada para frente, na altura de sua cabeça, diz: “Agora já sou assim e continuo a ouvir dizer que o país está em crise.”_`] _`[{tirinha “Mafalda” em cinco quadrinhos: Q1: Pai lê a seguinte notícia no jornal: “... Que aplicou um soco no goleiro, diante da indiferença do árbitro, que não marcou a falta...” Q2: Pai, na frente de Mafalda, joga o jornal no chão e grita: “Como alguém pode ficar impassível diante disso?” Q3: Mafalda olha para o jornal no chão e lê: “É cada vez maior o número de

crianças abandonadas e desnutridas.” Pai olha para Mafalda. Q4: Mafalda olha para o pai e diz: “É bom ver que você se preocupa com uma coisa tão importante, papai. Todo mundo devia ser como você!” Q5: Pai fica vermelho e cruza os braços para trás._`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Desafios Sudoku Preencha os espaços vazios com os números de 1 a 6 sem que haja repetição nas linhas, nas colunas e nos retângulos em destaque (bordas mais grossas). Dicas para o Sudoku: • Analise a linha, a coluna ou o retângulo em destaque e inicie o preenchimento por onde encontrar a maior quan-

tidade de números preenchidos. • Analise os números que estão faltando nas linhas, nas colunas e nos retângulos em destaque, depois insira-os. a) ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 3 _ _ é _ 5 _ ::::w::::w::::é::::w::::w:::: 4 _ 2 _ é _ _ 6 ggggïggggïggggéggggïggggïgggg _ 3 _ é 4 _ _ ::::w::::w::::é::::w::::w:::: _ 1 _ 4 é 3 _ _ ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 2 _ _ é _ _ 3 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: _ 5 _ 3 é _ 4 _ 2 ggggggggggggggggggggggggggggg

b) ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 5 _ 1 _ 2 é _ _ ::::w::::w::::é::::w::::w:::: _ 6 _ é 2 _ 1 _ ggggïggggïggggéggggïggggïgggg _ _ é _ 2 _ 4 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: _ _ 1 é 3 _ _ ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 1 _ 5 _ é _ _ 2 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: 3 _ _ 4 é 5 _ _ ggggggggggggggggggggggggggggg

Respostas: a) ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 3 _ 6 _ 1 é 2 _ 5 _ 4 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: 4 _ 2 _ 5 é 1 _ 3 _ 6 é ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 5 _ 3 _ 2 é 4 _ 6 _ 1 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: 6 _ 1 _ 4 é 3 _ 2 _ 5 ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 2 _ 4 _ 6 é 5 _ 1 _ 3 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: 1 _ 5 _ 3 é 6 _ 4 _ 2 ggggggggggggggggggggggggggggg

b) ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 5 _ 1 _ 2 é 6 _ 4 _ 3 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: 4 _ 6 _ 3 é 2 _ 1 _ 5 ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 6 _ 3 _ 5 é 1 _ 2 _ 4 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: 2 _ 4 _ 1 é 3 _ 5 _ 6 ggggïggggïggggéggggïggggïgggg 1 _ 5 _ 6 é 4 _ 3 _ 2 ::::w::::w::::é::::w::::w:::: 3 _ 2 _ 4 é 5 _ 6 _ 1 ggggggggggggggggggggggggggggg õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Pensamentos “Já tentou? Já fracassou? Não importa. Tente novamente. Fracasse novamente. Fracasse melhor.” (Samuel Beckett, 1906-1989) “O homem cria as ferramentas. As ferramentas recriam o

homem.” (Marshall McLuhan, 1911-1980) “Não tenho medo de ficar confuso. Tente permanecer confuso. Tudo é possível. Esteja sempre aberto, tão aberto que chega a doer, e depois abra-se um pouco mais.” (George Saunders, 1958) “As pessoas querem mais espaço para desenvolver seus talentos individuais. Querem mais flexibilidade para explorar seus interesses pessoais e desenvolver sua identidade, seu estilo de vida e sua capacidade. Ficam mais impacientes com situações que as engessam.” (David Brooks, 1961) õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

No Mundo das Artes Quino era todas as Mafaldas do mundo Desenhista argentino tinha olhar crítico e politizado de uma sociedade que não mudou Filho de republicanos espanhóis, com uma avó comunista e um avô *anticlerical*, Joaquín Salvador Lavado, conhecido por todos como Quino, cresceu numa família de imi- grantes na Argentina profundamente politizada, que marcou seu pensamento e sua obra. Entre os dez e os 18 anos, esteve de luto pelas sucessivas mortes de seu avô, sua mãe e seu pai, o que o obrigou a usar uma faixa preta no braço que lhe provocava a “terrível sensação”, como ele mesmo descreveu, de sentir-se um nazista. Desde criança, *rechaçou* qualquer tipo de opressão social e essa aversão o acompanhou pelo resto da vida. Através do desenho, Quino, falecido em 30 de setembro de 2020, aos 88 anos, vítima de complicações de um AVC, expressou suas angústias, frustrações, temores e visões de mundo. A pequena e simpática Mafalda foi sua principal criação e seu trampolim para uma carreira de projeção internacional. Mas foi, também, uma prisão da qual o desenhista tentou sair em 1973, após nove anos de dedicação quase exclusiva, mas não conseguiu. Mafalda, para a incompreensão de seu pai artístico, continuou brilhando e tem uma legião de fãs no mundo inteiro. Órfão desde muito cedo, Quino morou vários anos com seu tio, o desenhista e publicitário Joaquín Tejón, de quem aprendeu a paixão por um trabalho que desempenhou até a cegueira se tornar um pesadelo em sua vida, antes de completar 80 anos. Nascido em 17 de julho de 1932 na província de *Mendoza*, Quino começou a desenhar aos três anos, como muitas crianças, e decidiu que esse seria seu ofício aos 14. Chegou a se inscrever na Escola de Belas Artes de *Mendoza*, mas abandonou a carreira acadêmica e aos 18 anos instalou-se na capital do país, onde começou a trabalhar em revistas. Em uma de suas entrevistas, Quino reconheceu ser um desenhista obsessivo e revelou que o desenho era central em sua vida e o fez até mesmo adiar o descobrimento do sexo. Os primeiros erros cometidos o afligiram profundamente. Em uma das primeiras páginas de humor que conseguiu publicar desenhou um toureiro que tinha matado um touro e estava vestindo sua tradicional capa. Um leitor enviou uma carta tratando o desenhista de burro e explicando que, antes de matar o touro, todos os toureiros jogam a capa a alguém a quem dedicam a vitória. Em outra entrevista, quando completou 80 anos, Quino reconheceu que “aquilo me marcou. Por isso depois me transformei num obsessivo da pesquisa e documentação”. "Impacto no poder" O desenhista passou por várias redações e conseguiu publicar sua primeira página de humor gráfico na revista *Esto Es*. Era uma época em que as revistas faziam grande sucesso na Argentina, e Quino passou por várias até que, em 1964, a famosa *Primera Plana* apresentou quem seria sua personagem mais famosa: a curiosa, intempestiva, sagaz e provocadora Mafalda. Antes dela, o desenhista lançou o livro “Mundo Quino”, uma *recopilação* de quadrinhos humorísticos. Pode-se dizer que Mafalda nasceu por acaso. Uma marca nacional de eletrodomésticos pediu a Quino que criasse uma típica família de classe média para uma campanha publicitária. A campanha nunca saiu do papel, mas Mafalda foi um sucesso imediato no mundo das histórias em quadrinhos. A partir de 1965, suas tirinhas passaram a ser publicadas pelo jornal *El Mundo*, e posteriormente pela revista *Siete Dias Ilustrados*. A menina sabida, até hoje a história em quadrinhos latino-americana mais vendida no mundo, permitiu a Quino ser conhecido internacionalmente, o que facilitou sua vida no exílio. Em março de 1976, poucos dias antes do golpe de Estado do dia 24, o desenhista rumou para a Europa com sua mulher, Alicia Colombo, já falecida. Depois de ter sofrido a censura de governos militares anteriores, Quino decidiu deixar a Argentina às vésperas de uma das ditaduras mais violentas de sua história e demorou muitos anos em voltar a ter uma casa em seu país. Para quem se definia como *antiperonista*, anticlerical e anti qualquer tipo de opressão social, o ambiente em Buenos Aires se tornara irrespirável. — Quino escapou da violência política. Foi muito crítico e seu trabalho teve grande impacto no poder — comentou o editor do “Página 12”. Na entrevista ao jornal argentino, o desenhista lembra que quando começou a trabalhar não se podia falar sobre religião, política ou sexo. O problema com a censura, afirmou Quino, “era que não estava claro o que se podia e o que não se podia fazer. No Brasil, pelo menos existiam censores... Ziraldo me mostrou uma vez como lhe devolviam as charges que mandava com uma cruz vermelha proibindo. Mas aqui ninguém dizia nada. Por isso havia autocensura, porque se não vão publicar, para que vamos desenhar”. Alguns episódios o assustaram. Pouco depois de sua partida para a Itália, foram assassinados cinco padres *Palotinos* na Argentina. Anos depois, jornais locais publicaram uma foto na qual se vê, em cima dos corpos das vítimas do massacre, o famoso pôster da Mafalda no qual ela aponta para um policial e diz “este es el palito de abollar ideologias” (“este é o pauzinho de amassar ideologias”, referindo-se ao cassetete). “Quando vi pela primeira vez essas fotos foi algo que me impressionou muito”, disse Quino já na época da redemocratização do país. Lembrando uma das canções da compositora argentina Maria Elena Walsh, o desenhista costumava dizer sobre seu país que “me dói se fico, mas morro se vou”. Com o passar dos anos e das décadas, Mafalda se tornou uma celebridade global e Quino passou a dividir seu tempo entre Madri e Buenos Aires, sempre fugindo do frio invernal. Apesar de ter reconhecido o peso que representou para ele a existência de sua mais famosa criação, nunca deixou de ir a exposições, inaugurações de esculturas ou responder perguntas sobre o que pensaria Mafalda sobre isso ou aquilo. Lembrava, sempre, que sua personagem surgiu na época do Maio de 68, a *ebulição* de guerrilhas na América Latina e no papado de João XXIII. Anos de grandes acontecimentos e enorme expec- tativa. Como ela, Quino, assegurou o desenhista Miguel Rep, que o considerava seu segundo pai, sentia em suas *entranhas* a “indignação com as injustiças do mundo, o abuso de poder, o antifascismo *visceral*. Poderíamos dizer que ele viveu amargurado como Mafalda. Quino foi salvo pela arte. Foi uma maravilha, um anjo nessa vida cheia de seres pesados”. Ambos conversavam bastante e o último telefonema, já em plena pandemia, foi em julho passado, quando o desenhista completou 88 anos. — Perguntei “e aí, Quino?” e ele respondeu “está nublado”. Disse que assim que liberassem os voos eu iria pra lá, tomaríamos juntos um malbec e lhe daria um beijo na boca. Ele riu, já estava cego. A última coisa que ouvi foi "tchau *Miguelito*", naquele tom cuyano (*Mendoza* está na região de Cuyo), com restos de andaluz (os pais de Quino eram espanhóis), que jamais esquecerei — contou Rep, de 59 anos. A amizade entre ambos vem de longa data e para um desenhista como Rep, que começou a despontar na década de 80, em momentos em que a Argentina iniciava seu período de volta à democracia, foi um enorme privilégio. Profundamente agradecido, Rep desenhou e prometeu continuar desenhando Quino. Lembra do mestre como um “republicano espanhol, um homem da esquerda chique”. — Ele aceitava o termo mestre como se fosse um renascentista caminhando pela Florença de Médici (dinastia política italiana), timidamente, mas sabendo que sua obra entraria no mundo dos clássicos. Quino foi a pessoa mais *veraz* que conheci. Dizia o que pensava, como uma criança, mas com economia e *ubiquidade* — contou o desenhista. A lista de prêmios é grande e inclui o Príncipe de Astúrias, na Espanha, e a Ordem Pablo Neruda, que recebeu em 2015 da ex-presidente chilena Michele Bachelet (2006- -2010 e 2014-2018), em Santiago. Na época já viajava acompanhado, em geral, por sua sobrinha, Julieta Colombo, e muitas vezes utilizava uma cadeira de rodas. Antes de fazer 80 anos, Quino reconheceu ter ficado de péssimo humor. Depois, confessou, o mal estar passou. A perda da visão o obrigou a encerrar a carreira de desenhista há mais de dez anos, mas os que conviveram com ele asseguram que jamais perdeu a doçura. Nem a capacidade de analisar as *penúrias* de um mundo que, já na década de 60, Mafalda definia como doente — e tentava curar com um esparadrapo. Fonte: Jornal O Globo Vocabulário Anticlerical: adj. Que é contrário ou se opõe ao clero. Antiperonista: adj. Contrário ao peronismo. Peronismo é a denominação dada genericamente ao "Movimento Nacional Justicialista", criado e liderado a partir do pensamento de Juan Domingo Perón, militar e estadista argentino, presidente daquele país, eleito em 1946, 1951 e 1973. Ebulição: s. f. Circunstância ou momento de agitação e de euforia. Entranhas: s. f. (figurado) Sensibilidade, ânimo. Miguelito (Miguel Pitti): Amigo de Mafalda, um pouco mais jovem do que os outros. Filho único, com uma personalidade única, mas com um coração enorme. Miguelito tem dificuldade de compreender o que Mafalda pensa, sempre entendendo os conselhos de sua amiga de maneira literal. Palotinos: Sociedade de vida apostólica da Igreja Católica Apostólica Romana, fundada em 1835. Penúria: s. f. Privação ou ausência daquilo que é necessário; escassez, pobreza. Ubiquidade: s. f. Fato de estar ou existir concomitan-

temente em todos os lugares; onipresença. Rechaçou: v. Afastou, resistiu. Recopilação: s. f. Obra com- posta de extratos de diferentes autores. Veraz: adj. Que diz a verdade; verdadeiro. Visceral: adj. Arraigado, profundo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Maravilhas do Mundo *Mendoza* Ninguém duvida de que as vinícolas sejam o grande atrativo de Mendoza, mas, depois de algumas taças, *tours* e degustações, você talvez comece a achar os passeios um pouco repetitivos. Afinal, não dá para viver só de vinhos — mesmo que estejamos falando de vinhos espetaculares! Para dar um descanso ao corpo (e ao fígado), que tal conhecer um pouco mais da cidade? Não serão necessários mais do que dois dias para circular nos principais pontos turísticos e avenidas. É mesmo um intervalo entre as vinícolas e os esportes de aventura. O passeio vale a pena! O centro é bem arborizado e as ruas são tranquilas e seguras (mesmo durante a noite). Caminhe ao longo de toda a *Peatonal* Sarmiento e aproveite para visitar as principais praças da região: *Independencia*, *España*, Itália, Chile e San Martín são perfeitas para um descanso ao longo do dia, além de serem ponto de encontro cativo dos mendocinos. Para ter uma visão geral da cidade, visite o *Cerro da Gloria*; a vista de *Mendoza* é panorâmica e o pôr do sol, um espetáculo à parte. Para chegar, é preciso passar -- ou passear -- pelo Parque General San Martín, o maior da América Latina. Está sobrando tempo e ainda cabem algumas visitas? Experimente conhecer um pouco mais sobre *Mendoza* nos centros culturais. O Museu Histórico General San Martín conta a história da independência argentina. Para conhecer mais sobre *Mendoza* no tempo de colônia visite o *Museo del Area Fundacional* e o *Museo del Pasado Cuyano*. Já o Museu Municipal de Arte Moderno (localizado na *Plaza Independencia*) tem mostras de diversos artistas locais. Alguns dos mais famosos pontos turísticos não estão na cidade. Ao longo da Ruta Nacional n.o 7 – a quase 200 km do centro – estão a *Puente del Inca*, a *Puente Picheuta* e o *Aconcágua*. Além, é claro, de a própria estrada ser um dos mais belos cartões-postais de *Mendoza*. Não deixe de separar um dia de sua estada para passear por lá! *Plaza Independencia* Se há um ponto de encontro de todos os moradores de *Mendoza*, certamente é a *Plaza Independencia*. Ela marca o centro da cidade e tem tamanho equivalente a quatro quarteirões. Ao longo do dia, o público muda, mas ela nunca está vazia. Entre belas fontes e árvores exuberantes, você poderá conhecer um pouco mais sobre os hábitos mendocinos. Cada ponto da praça guarda uma boa surpresa: feira de artesanato, palcos de apresentações artísticas, fontes luminosas, o Museu Municipal de Arte Moderna, o Teatro Municipal e quiosques de comidas típicas são algumas delas. Espetáculos de música e tea- tro também surgem quando menos se espera. A *Plaza Independencia* é a maior praça da cidade. No entorno dela, a dois quarteirões de distância a partir de cada ponta, você também poderá visitar as praças San Martín, Chile, Itália e *España*. Todas são ótimos pontos para descansar depois de um longo dia de passeio. *Paseo Peatonal Sarmiento* O trecho de três quadras que liga a Plaza Independência à Avenida San Martín é um dos mais belos passeios de *Mendoza*. Ao longo de três quadras, com circulação apenas para pedestres, você poderá caminhar em meio ao verde das grandes árvores, sentar-se em *gazebos* aconchegantes ou simplesmente ver a vida mendocina passar tomando um delicioso café com *tostadas*. A rua é repleta de bares e restaurantes, com mesas ao ar livre, para todos os gostos. Lá o movimento vai do início da manhã ao final da noite. É difícil escolher onde sentar- -se. Com sorte, você poderá ver um dos shows de rua, sempre com boa música, que acontecem por lá. Alguns prédios históricos ajudam a compor a paisagem: a igreja *San Nicolás y Santiago Apóstol*, a Legislatura Provincial, a Bolsa de Comércio e a *Pasage San Martín*, que esconde um belo vitral na passagem interna. *Cerro de La Gloria* O monumento que orna a nota de 5 pesos é famoso entre os argentinos. No alto do *Cerro de La Gloria* (ou Monte da Glória), o conjunto de imagens de nome “Ejército de los Andes” tem como ponto alto o General San Martín sobre o cavalo. É uma homenagem aos 100 anos da travessia da Cordilheira dos Andes, pelo exército a comando do general, em busca da independência argentina. Outros momentos desse capítulo argentino também estão representados. É quase como em um livro de história. O *Cerro de La Gloria* está localizado dentro do Parque General San Martín. Para chegar até lá é possível realizar uma trilha a pé, ir de carro ou até em um ônibus panorâmico (com saída da *Plaza Independencia*). A vista é digna da importância do monumento; do alto é possível ver toda a cidade de *Mendoza* e ainda apreciar um lindo pôr do sol. O Monumento pode ser visitado todos os dias, das 9 h às 17 h. Parque General San Martín Basta abrir uma pontinha de sol e os moradores de Mendoza correm para aproveitar o Parque. Passando pelo imponente portão de ferro, acesse uma das mais belas regiões da cidade. A área, de 400 hectares, abriga várias praças, lagos, chafariz, parques infantis e espaços para piqueniques e churrascos, claro! Além do zoológico, há o Museu de Ci- ências Naturais e Antropológicas, o *anfiteatro* onde acontece a *Festa da Vendímia*, o Estádio Provincial Malvinas Argentina, a Universidade Nacional de Cuyo e até um clube de golfe! Entre as alamedas arborizadas não faltará um cantinho para relaxar, caminhar ou dar uma volta de bicicleta (na entrada principal do parque há possibilidade de aluguel), ou você poderá optar por um passeio em ônibus panorâmico (com saída da *Plaza Independencia*) que levará você por todo o parque, até chegar ao *Cerro de La Gloria*. O parque está aberto 24 horas, todos os dias da semana. Museu Histórico General San Martín Um personagem da história argentina é quase onipresente em *Mendoza*. O nome está grafado em ruas, praças, parques, lojas e monumentos da cidade. General San Martín é o grande libertador daquele país. Por muitas vezes ele esteve na Cordilheira dos Andes e, em terras mendocinas, em busca desse feito histórico. Acompanhado do Exército Libertador, o general lutou batalhas que levaram à independência de Argentina, Chile e Peru. Em homenagem a ele, foi construído o Museu. Lá podem ser vistos seus objetos pessoais, além de armas e uniformes do Exército Libertador, e cenários de época. O museu é pequeno e fica em uma das avenidas mais arborizadas de cidade, chamada de Alameda e construída a pedido do general. Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 10 h às 18 h; aos sábados, das 10 h 30 às 13 h 30. *Museo del Pasado Cuyano* Na casa que pertenceu ao ex-governador Don Francisco Civit, declarada Monumento Histórico Nacional, funciona hoje o *Museo del Pasado Cuyano*. Em quatro pátios que compõem a casa, você conhecerá mais sobre a história dos povos das províncias de *Mendoza*, *San Juan* e *La Rioja*. Ambientes que reproduzem a vida desses povos no século XIX -- período da colônia -- são o principal foco do museu. Itens de época, vestuário histórico, obras de arte, armamentos e até uma sala em homenagem ao General San Martín fazem parte do acervo. Vale o destaque para o espaço onde é contada a história da descoberta e exploração de petróleo em Mendoza, para a sala de objetos sacros e a de descobertas arqueológicas feitas na região. Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9 h às 13 h.

Mercado Central Nada como um bom mercado para conhecer bem os hábitos de uma cidade. Neste caso, hábitos dos mais saborosos! No Mercado Central de *Mendoza*, pequenas lojas vendem as mais deliciosas iguarias argentinas, tudo regado a um bom papo com os vendedores. É, sem dúvida, um dos melhores lugares para experimentar a culinária local. Tudo simples, sem requinte e de encher os olhos e o estômago! Para quem quiser levar os produtos para casa, não faltarão opções. Entre presuntos crus, embutidos tradicionais, frutas secas e vinhos regionais, você irá se perder com tantas delícias!

*Museo del Area Fundacional* e Ruínas Jesuíticas de São Francisco Fundada em 1561, *Mendoza* sofreu, exatamente 300 anos depois, um forte terremoto que destruiu toda a cidade. Hoje reconstruída, *Mendoza* busca preservar parte dessa história. Mais do que um museu, o prédio é o berço da cidade. Na área, você poderá ver escavações de antigos prédios soterrados e destruídos pelo terremoto. A única construção da época que ainda está de pé – ainda que em ruínas – é a Igreja de São Francisco, construída por padres jesuítas entre 1716 e 1731. Ela agora é preservada como Monumento Histórico Nacional.

Parque Provincial Aconcágua Na Cordilheira dos Andes, a 6.962 metros de altitude, está uma das maiores atrações de *Mendoza*. A “sentinela de pedra” – como é conhecido o monte Aconcágua – é tão imponente que parece mesmo tomar conta de toda a província. O ponto mais alto das Américas atrai montanhistas de todo o mundo. Em busca de superar limites, eles encaram as paredes de gelo e realizam uma das mais perigosas escaladas do mundo. O turista comum também tem vez por lá: o registro da espetacular paisagem pode ser feito à beira da estrada ou no mirante do Parque Provincial Aconcágua. Ponto final de um dos mais populares *tours* de *Mendoza*, o Aconcágua é visita obrigatória. Através da *Ruta Nacional* 7, o “tour de alta montanha” segue até chegar na entrada do parque. Lá, você poderá apreciar a enorme formação rochosa coberta de neve eterna. Atenção para um detalhe im- portante: o Parque Provincial Aconcágua permanece fechado na maior parte do ano, devido à periculosidade das trilhas. Ele costuma estar aberto entre novembro e fevereiro, mas a data exata varia todos os anos. O mirante segue as mesmas restrições. Por isso, fora de temporada, só é possível ver o Aconcágua da estrada. E, ainda assim, ele é grandioso! *Puente Picheuta* Para transpor a Cordilheira dos Andes – em 1817 –, o Exército Libertador, comandado pelo General San Martín, atravessou a pequena ponte sobre o Rio *Picheuta* em busca da independência argentina. Hoje, ela não é rota para a travessia, porém ganhou o título de “lugar histórico nacional”. A 21 km da vila de *Uspallata*, quase à margem da *Ruta* Nacional n.o 7, a pequena ponte de pedras e argamassa já foi passagem oficial entre Argentina e Chile. Parte do cenário de um dos mais importantes eventos da história daqueles países, atualmente é cartão-postal e parada obrigatória para quem faz o “tour de alta montanha". (Ruta Nacional n.o 7* -- *Tour* de alta montanha Pode parecer estranho indicar uma estrada como “ponto turístico” de algum lugar, mas, acredite, é um dos mais belos passeios para quem aporta em terras mendocinas. Não se preocupe em buscar os mirantes mais bonitos. Basta pegar a estrada em direção ao Chile e manter os olhos abertos. Pronto! Paisagens espetaculares, montanhas multicoloridas, neve permanente e túneis cheios de surpresas. A cada curva (e são muitas), um cenário completamente novo aparecerá à sua frente. Alguns dos mais importantes pontos turísticos de *Mendoza* estão na beira da estrada – o que tornou esse passeio pela *Ruta Nacional 7* um clássico na cidade. O “tour de alta montanha” é obrigatório para os admiradores da natureza. O *Cordón del Plata*, os vulcões Tupungato e Tupungatito, o Lago Potrerillos, o rio *Mendoza*, a montanha das sete cores, a *Puente del Inca* e *Picheuta*, o teleférico da estação de esqui Penitentes e o Parque Provincial Aconcágua estão todos à vista dos turistas. Acredite! Os 200 km que ligam *Mendoza* à fronteira com o Chile parecem um permanente cartão-postal! Tudo emoldurado pela Cordilheira dos Andes. A via que liga a Argentina ao Chile é tão impressionante que vale a pena fazer a travessia de Santiago até *Mendoza* de ônibus – em vez de avião –, só por causa da vista. Se você já estiver pela cidade, todos os dias são realizados passeios para a região. O custo médio do *tour* de alta montanha é de 250 pesos por pessoa, em sistema de grupo. *Puente del Inca* À primeira vista, parece tudo feito pelas mãos do homem. Ao olhar mais atentamente, percebemos que a paisagem em tons de ocre é mesmo obra da natureza. A *Puente del Inca* surpreende pela grandiosidade da ponte natural sobre o Rio Caves. São 48 metros de comprimento e 28 de largura, encantando os turistas. A pouco mais de 180 km de *Mendoza*, seguindo pela *Ruta 7*, a curiosa formação geomorfológica impulsiona a vida do pequeno povoado (com menos de 200 habitantes). A paisagem é completada pela Cordilheira dos Andes. Nem sempre a área foi tão pouco habitada. No século passado, um grande hotel aproveitou a fama das águas termais e construiu por lá uma sede que prometia a cura de muitos males. O negócio funcionou bem, até que uma avalanche destruiu todo o local. Sobraram apenas a capela e as termas. Hoje, as ruínas fazem parte da paisagem, que é área de proteção natural da Província de *Mendoza*. Você encontrará por lá pequenas barracas de artesanato que vendem objetos produzidos com a mesma formação rochosa da ponte. Para visitar a região, basta pegar a *Ruta Nacional 7* a caminho do Chile. Todos os chamados “tours de alta montanha” têm parada programada na ponte. Fonte com alteração: ~,https:ÿÿguia.~ melhoresdestinos.com.brÿ~ pontos-turisticos-de-~ mendoza-103-1116-p.html~, Vocabulário Anfiteatro: s. m. sala ou espaço, ao ar livre ou não, circular, oval ou semicircular, com arquibancadas e palco, estrado ou arena. Festa da Vendímia: Desde a Antiguidade, a vendímia tende a ser um símbolo de alegria, pois representa ao auge da colheita. Por isso, em muitas regiões são organizados eventos que permitem celebrar este período. Gazebo: s. m. Construção pequena que, edificada em jardins e parques, geralmente contém uma cobertura e os lados abertos. Tostadas: São torradas, traduzindo para a língua portuguesa. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Nossa casa Eliminando odores da cozinha O aroma de comida gostosa é bastante agradável. O mesmo não se pode dizer daquele prato que acabou queimando e da fumaça que tomou conta da casa. Mesmo abrindo portas e janelas, é possível que o cheiro forte permaneça. Nesse caso, uma boa dica é abrir o forno de seu fogão e preaquecê-lo a 90}C. Cubra a assadeira com papel alumínio e, em seguida, coloque sobre ela canela, açúcar e uma colher de sopa de manteiga. Deixe a assadeira no forno até que o odor de queimado desapareça completamente. Espantando as moscas Moscas são uma presença constante em muitas residências, especialmente na cozinha. A maneira mais simples de evitá-las é cobrindo muito bem todos os alimentos e mantendo as lixeiras tampadas. Outra dica é deixar, nas portas de entrada, plantas que sirvam como repelentes desses insetos, como menta e broto de folha de lavanda, atanásia ou poejo. Uma opção é ferver vinagre de malte em uma panela. Essa é uma tática que funciona muito bem, mas é preciso estar por perto, pois se o líquido for fervido por muito tempo, ele pode queimar e deixar um cheiro forte. Facas Para cozinhar mais rápido e fácil, estar munida de facas afiadas é essencial. A melhor forma de mantê-las sempre em bom estado é utilizando-as sobre superfícies macias. Vidro, metal, louça, porcelana ou plástico duro tendem a criar um forte atrito com a lâmina, desgastando-a rapidamente. Evite usá-las em produtos como cordas e papelão: prefira uma tesoura ou outro instrumento de corte para esses materiais. Quando a faca começar a perder o fio, é momento de afiá-la, com uma pedra espe- cial para essa aplicação ou com um amolador, sempre de aço inox. Para desentupir a pia Não há dona de casa que não passe pelo transtorno de ver a pia entupida. Mas ao contrário do que parece, a solução desse problema é bem simples. Uma das dicas é despejar água bem quente até a metade da pia e, em seguida, usar o desentupidor. Outra solução é retirar toda a água da pia, despejar uma xícara de bicarbonato de sódio e, em seguida, vinagre. Tampe o ralo e espere por cinco minutos. Se nada disso funcionar, experimente retirar o sifão. Os detritos possivelmente estão depositados na parte curva da tubulação.

Removendo manchas Lavar roupas é uma tarefa mais complicada do que parece. Afinal de contas, as peças sempre aparecem com alguma mancha dificílima de tirar. E cada uma delas exige um artifício diferente para ser eliminada. Uma blusa ou camisa com manchas de batom, por exemplo, precisa ser esfregada com álcool antes de ser lavada. Manchas de tinta de canetas saem melhor com uma mistura de leite com vinagre. Café, por sua vez, exige água morna e glicerina. Para remover marcas de sangue, o ideal é aplicar pasta de bicarbonato de sódio e, em seguida, vinagre. Essa estratégia também é útil contra o mofo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vida e Saúde Síndrome de Tourette A síndrome caracteriza-se por *tiques* motores ou vocais que ocorrem com frequência e intensidade variáveis. Em alguns casos, podem causar constrangimento aos pacientes. Síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por tiques múltiplos, motores ou vocais, que persistem por mais de um ano e geralmente se instalam na infância. Na maioria das vezes, os tiques são de tipos diferentes e variam no decorrer de uma semana ou de um mês para ou- tro. Em geral, eles ocorrem em ondas, com frequência e intensidade variáveis, pioram com o estresse, são independentes dos problemas emocionais e podem estar associados a sintomas obsessivo-compulsivos (TOC), ao distúrbio de atenção com hiperatividade (TDAH) e a transtornos de aprendizagem. É possível que existam fatores hereditários comuns a essas três condições. A causa do transtorno ainda é desconhecida. Sintomas Em 80% dos casos, os tiques motores são a manifestação inicial da síndrome. Eles incluem piscar, franzir a testa, contrair os músculos da face, balançar a cabeça, contrair em trancos os músculos abdominais ou outros grupos musculares, além de movimentos mais complexos que parecem propositais, como tocar ou bater em objetos próximos. São típicos dos tiques vocais os ruídos não articulados, tais como tossir, fungar ou limpar a garganta. Com o passar do tempo e o desenvolvimento cognitivo, os tiques podem evoluir para a emissão parcial ou completa de palavras. Embora sejam menos frequentes, os sintomas que tornaram a síndrome mais conhecida são os que envolvem o uso involuntário de palavras (coprolalia) e gestos (copropraxia) obscenos, a formulação de insultos, a repetição de um som, palavra ou frase dita por outra pessoa (ecolalia). Esses sintomas provocam alto nível de estresse aos pacientes, e o sofrimento e frustração que eles experimentam é visível. Alguns pacientes conseguem suprimir a *eclosão* do tique por alguns períodos, ao custo de muito esforço. Você pode ter uma ideia ao tentar não piscar por vários segundos, por exemplo, e perceber o alívio que sente quando finalmente pisca. Por seus efeitos, que podem causar desconforto em meios sociais, a síndrome também pode provocar sentimentos de fobia social, ansiedade e irritabilidade. Diagnóstico O diagnóstico da síndrome de Tourette é essencialmente clínico, feito por um neuropediatra ou psiquiatra especializado, e deve obedecer aos seguintes critérios: • Tiques motores múltiplos e um ou mais tiques vocais devem manifestar-se durante algum tempo, mas não necessariamente ao mesmo tempo; • Os tiques devem ocorrer em salvas (diversas vezes por dia), quase todos os dias ou *intermitentemente* por um período de pelo menos três meses consecutivos; • O quadro deve começar antes dos 18 anos de idade. Tratamento A síndrome de Tourette é uma desordem que não tem cura, mas pode ser controlada. Estudos clínicos têm demonstrado a utilidade de uma forma de terapia comportamental cognitiva, conhecida como tratamento de *reversão de hábitos*. Ela se baseia no treinamento dos pacientes para que monitorem as sensações *premonitórias* e os tiques, com a finalidade de responder a eles com uma reação voluntária fisicamente incompatível com o tique. É importante ressaltar, entretanto, que a eficácia depende de cada caso. Medicamentos antipsicóticos têm se mostrado úteis na redução da intensidade dos tiques, quando sua repetição se reverte em prejuízo para a autoestima e aceitação social. Em alguns casos de tiques bem localizados, podem ser tentadas aplicações locais de toxina botulínica (botox). Alguns autores defendem que, excep- cionalmente, pode ser indicado o tratamento cirúrgico com estimulação cerebral profunda, aplicada em certas áreas do cérebro. Atividades como meditação e ioga podem ser úteis para aliviar o estresse. Esportes, de maneira geral, também podem ajudar tanto ao promover o relaxamento como por sua prática demandar atenção. Recomendações em caso de suspeita de síndrome de tourette • Não adie a consulta ao médico se notar que seu filho apresenta alguma forma de movimentos involuntários. Especialmente nas fases iniciais da vida, os porta-

dores precisam de tratamento, e não de repreensão; • O tratamento precoce é fundamental para obter melhores resultados e permitir uma vida escolar normal; • Conscientizar pais e pessoas que convivem com a criança sobre o fato de que os tiques são involuntários é um grande passo para melhorar o cotidiano do paciente. Perguntas frequentes sobre síndrome de tourette Sou professor. Como posso lidar com alunos que têm a síndrome? Repreender a criança por um ato involuntário certamente não é a forma correta. Atitudes desse tipo podem torná-la *avessa* ao ambiente escolar, abrir caminho para que os colegas também a repreendam e piorar o quadro clínico. Informar a classe sobre o caráter incontrolável do tique e promover a tolerância é o melhor caminho. Conheça bem como a síndrome se manifesta naquela criança em particular. Se você notar, por exemplo, que os tiques são mais facilmente disparados quando a criança é estimulada a responder uma pergunta em voz alta na sala, evite fazê-lo e encontre formas de inclui-la nesse tipo de aprendizado (você pode fazer as perguntas em momentos em que ela não esteja diante da classe, ou pedir que ela grave as respostas, por exemplo). Conhecendo a dinâmica da criança também é possível permitir a ela alguns intervalos fora da sala para que possa dar vazão aos tiques. Lembre-se que suprimi-los causa muito desgaste e exige grande concentração do paciente, o que interfere na atenção que ele pode dedicar à aula. Se possível, particularmente em momentos de prova, é interessante permitir que a criança use um local reservado, para que ela não precise conter os tiques e, ao mesmo tempo, não haja interferência no exame dos colegas. Por fim, é comum que portadores da síndrome de Tourette apresentem também dificuldades de aprendizagem por diversos motivos. É importante sempre procurar adequar o dia a dia em classe para aquele aluno. Os tiques motores podem atrapalhar a cópia da lousa, por exemplo. Nesse caso, permita que a aula seja anotada de outra forma, seja por gravação, seja por cópias de outros alunos. Garantir o aprendizado com alternativas é mais importante que engessar o aluno com necessidades específicas nos métodos convencionais.

De onde vem o nome da síndrome? Embora historicamente se considere que o primeiro relato da doença tenha sido feito pelo médico francês Jean Itard em 1825, ao descrever o quadro da Marquesa de Dampierre (que apresentava o quadro mais estereotipado, caracterizado pela emissão de palavras obscenas em público), o nome vem do neurologista Georges Gilles de la Tourette. A partir do caso da marquesa e de outros pacientes que analisou, ele sugeriu, em 1885, que tal qua- dro clínico constituía uma condição específica, diferente

de distúrbios neuropsiquiátricos similares. Fonte: ~,https:ÿÿ~ drauziovarella.uol.com.brÿ~ doencas-e-sintomasÿ~ sindrome-de-touretteÿ~, Vocabulário Avessa: s. f. Aquilo que é contrário ou oposto. Eclosão: s. f. Surgimento, aparecimento. Intermitentemente: adv. Com interrupção. Premonitórias: adj. Que adverte com antecipação; que se deve considerar como aviso ou prevenção. Reversão de hábitos: Aumentar a percepção do paciente sobre cada episódio que traz desconforto. Gerar a capacidade de interromper isso com uma resposta mais adequada.

Tiques: s. m. Reação, movimento ou gesto corporal repetido involutariamente. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Culinária *Bondiola* de porco agridoce Ingredientes: 300 g de carne de porco bondiola, 200 ml de cerveja, 80 g de mel, 50 g de mostarda, 50 ml de vinagre branco, 100 ml de água, 1 dente de alho, 1 folha de louro, 1 colher de sopa de óleo de girassol, sal e pimenta. Preparo: Separe todos os ingredientes. Em uma tigela, misture a cerveja, o mel, a mostarda, o vinagre, a água, o alho esmagado, a folha de louro partida em pedaços, sal e pimenta. Adicione a bondiola, tampe com papel filme e deixe na geladeira por 1 dia. Após esse tempo, volte a temperar a carne de porco com sal e pimenta e cozinhe, em uma frigideira, até ficar dourada. Adicione a marinada à frigideira e deixe reduzir até obter uma consistência de molho. Retifique o sal e a pimenta. Corte a bondiola de porco agridoce em tiras grossas e cubra com o molho. Sirva acompanhada do que mais gostar! Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ tudoreceitas.comÿreceita-~ de-bondiola-de-porco-~ agridoce-305.html~, Vocabulário Bondiola: Ombro do porco. Uma carne mais conhecida no

Brasil como paleta ou sobrepaleta. :::::::::::::::::::::::: Doce de leite argentino caseiro Doce de leite é uma delícia que todos conhecemos e popular em vários países, por isso existem vários tipos de doce de leite. Quem já viajou para a Argentina, percebeu que o doce de leite argentino é muito popular e um pouco diferente do brasileiro. Mas qual a diferença do doce de leite argentino e brasileiro? Além da proporção de leite, gordura e açúcar ser diferente, o doce de leite argentino é preparado com bicarbonato de sódio e baunilha (em fava, essência ou extrato). O resultado é um doce de leite mais escuro, cremoso e muito gostoso. O preparo é simples, por isso você pode até preparar seu doce de leite argentino caseiro. Ingredientes: 1 litro de leite integral, 250 g de açúcar refinado ou cristal, uma colher de sopa de essência de baunilha e meia colher de chá de bicarbonato de sódio. Coloque o leite numa panela e leve ao fogo médio. Quando começar a ferver, adicione o açúcar enquanto mexe, para evitar a formação de grumos. Sem parar de mexer, acrescente também a essência de baunilha e o bicarbonato de sódio. Suba o fogo e fique mexendo para dissolver completamente os grãos de açúcar. Quando a mistura começar a ferver, baixe o fogo. Dica: O bicarbonato de sódio é um ingrediente obrigatório na receita de doce de leite argentino. Além de deixar o doce de leite mais cremoso e denso, faz com que ele fique mais escurinho. Deixe esse preparado de doce de leite caseiro no fogo baixo e mexa, de vez em quando, ao longo de uma a duas horas, para evitar que o leite ferva e transborde. Durante esse tempo, a mistura ficará amarelada e depois começará a escurecer, adquirindo a cor característica do doce de leite. Dica: Se a preparação começar a ferver, retire a panela do fogo por alguns segundos, até que diminua de volume. Quando o seu doce de leite caseiro argentino estiver escurinho e espesso, retire do fogo e deixe esfriar. Reserve num pote bem fechado e armazenado na geladeira até 2 semanas. Lembre que o doce de leite ficará um pouco mais espesso após esfriar, por isso retire-o do fogo quando ainda estiver ligeiramente mole. Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ tudoreceitas.comÿreceita-~ de-doce-de-leite-argentino-~ caseiro-9642.html~, :::::::::::::::::::::::: Salada de bacalhau e laranja Ingredientes: Duas postas de bacalhau salgado, 3 laranjas, meia cebola e um fio de azeite de oliva. Dica: Se quiser, pode ainda incluir azeitonas pretas ou ovo cozido como ingredientes extra. O primeiro passo para fazer essa salada de laranja e bacalhau é reunir os ingredientes. Elimine o excesso de sal do bacalhau, limpando-o com um pano seco ou com as mãos. Se achar que o bacalhau está demasiado salgado, lave-o um pouco com água. Depois, retire a pele de cada posta e desfie o peixe o mais fino que conseguir. Descasque e corte também a cebola em pétalas finas. Retire a pele das laranjas de forma fácil e rápida, segundo este truque para descascar laranjas: retire a parte de cima e a de baixo da laranja, faça um corte vertical não muito profundo na casca e retire a casca aos poucos. O passo seguinte dessa receita de salada de bacalhau e laranja é cortar as laranjas em pedaços. Para isso, pode separar os gomos de laranja e cortá-los em três partes. Finalmente, misture a laranja com cebola e o bacalhau desfiado, até que todos os ingredientes estejam bem distribuídos. Nesse passo, pode acrescentar as azeitonas ou ovo cozido, se quiser. Sirva a salada de bacalhau e laranja, regada com um fio de azeite, e desfrute desse prato como jantar leve, acom- panhado de tabule de quinoa light. Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ tudoreceitas.comÿreceita-~ de-salada-de-bacalhau-e-~ laranja-2587.html~, õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Humor A nova recreadora se surpreende quando o diretor da colônia de férias para jovens dá suas ordens: – Mas por que colocou os rapazes numa ilha e as garotas em outra? – ela pergunta. – Acredite na minha experiência – responde o diretor. – Desse jeito, quando acaba-

rem as férias, todos saberão nadar. :::::::::::::::::::::::: A Visita da Vovó Vovó liga e anuncia que virá para uma visita dentro de, aproximadamente, meia-hora. Quando ela chega, fica surpresa ao ver seu netinho correndo para ela como se não a visse há anos e abraçando-a com toda a sua força de criança. — O que é Eric? — ela pergunta. — Agora que você está aqui, vovó, temos tudo! — Como assim? — perguntou a avó surpresa. Quando você ligou, a mãe disse: — Era só o que faltava, agora. Então agora que você

está aqui, temos tudo de que precisamos! :::::::::::::::::::::::: Espionagem no hotel Um casal de recém-casados se registra em um hotel. "Não sei por quê, mas receio que este quarto possa estar cheio de microfones", diz a noiva ao noivo. "Li online que alguns hotéis fazem isso!" A garota insiste, então ele começa a vasculhar o apartamento. Olhou em todas as gavetas, embaixo da TV e atrás das cortinas. Quando ele levanta o tapete, para sua absoluta surpresa, encontra um disco que parece suspeito. "Uau, você pode estar certa", diz o noivo enquanto desaparafusa o disco suspeito do chão. Na manhã seguinte, eles vão para a recepção para fazer o "check-out". "Parece que vocês se divertiram bastante ontem à noite", diz o recepcionista, rindo. Irritado e confuso, o noivo pergunta: "E como você pode saber disso?!" O funcionário responde: "Bem, acho que é porque ontem à noite caiu no chão o lustre que estava no quarto abaixo do de vocês". :::::::::::::::::::::::: O Mineirinho e o Dono do Bar O mineirinho chega num bar e pergunta: — *Ocê* pode me *vendê* uma pinga fiada? O dono do bar olha para o homem, aponta para um sujeito forte e alto que está sentado numa mesa mais afastada e propõe: — Aquele homem lá, de tanto malhar, ficou tão, mas tão musculoso que seu pescoço parece que ficou pequeno. E sempre que alguém o chama de “pescocinho”, ele enche de pancada. Então, eu proponho o seguinte: se você tiver coragem de chamar aquele homem de “pescocinho”, eu te vendo pinga fiado por um ano inteiro! — Uai! – responde o mineirinho. Ao chegar na mesa do tal homem, ele dá uma batida nas costas do cara e diz baixinho: — Meu amigo, *cê tá bão*? — Mas eu nem te conheço. – responde o homem. — Uai! A gente *pescô* junto! — Claro que não! Nunca pescamos, não! Aí o mineirinho diz bem alto: — *Pescô* sim!! õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

RBC *News* O que é sudoku? Lidia Neves Em bom japonês, o nome esquisito aí em cima é uma simplificação da frase “suji wa dokushin ni kajiru”, que significa “os números têm que ser únicos” e se refere a um passatempo numérico de instruções bem simples, que exige lógica e raciocínio para a resolução. Apesar do nome, o sudoku (lê-se: sudôku) não foi criado no Japão. A invenção é creditada ao matemático suíço Leonhard Euler. No século XVIII, ele criou o que chamou de “quadrados latinos”, um jogo em que os algarismos devem aparecer apenas uma vez em cada linha e em cada coluna. O formato com 9 linhas e 9 colunas se tornou popular quando começou a ser publicado nos EUA, na década de 1970. Foi lá que, em 1984, o japonês Maki Kaji conheceu a brincadeira. Ao voltar para a sua terra natal, Kaji aprimorou o jogo (deu ordem aos números – pista – que já aparecem no quadrado – e criou diferentes graus de dificuldade), o batizou e o transformou em uma febre entre seus conterrâneos – hoje, o Japão tem mais de 600 mil revistas especializadas em sudoku. No Ocidente, o jogo só virou mania em 2005. O primeiro passo para isso foi dado em 1997, quando o neozelandês Wayne Gould visitou o Japão, conheceu o sudoku e desenvolveu um programa de com- putador para o jogo, lançado em 2004. Depois de 8 meses, suas criações de jogo passaram a ser publicadas diariamente pelo jornal “The Times”, que logo foi seguido pela concorrência em todo o mundo.

Para iniciantes: há vários graus de dificuldade no sudoku. Saiba jogar o nível fácil (formato de 6 linhas e 6 colunas). Instruções básicas: O jogador precisa distribuir, num retângulo de 36 casas, os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Não é preciso fazer nem uma conta, basta espalhar os algarismos, sem repeti-los na horizontal, na vertical ou nos retângulos menores (de 6 células). Só existe uma solução certa para cada casa (na abreviação, “Su” quer dizer número e “Doku”, único). As possibilidades: O primeiro passo é analisar cada linha, coluna e célula e encontrar os números que poderiam ser colocados ali – ou seja, aqueles que ainda não existem em nenhuma dessas 3 posições. Comece sempre pelos grupos que têm mais números- -pista já dispostos. O ideal é anotar todas as possibilidades a lápis, para poder ir apagando depois. Tirando da reta: Nas casas em que só há uma possibilidade, você já tem o resultado. Escreva o número e exclua-o das outras casas, que estejam na mesma linha, coluna ou célula. Fonte: ~,https:ÿÿsuper.~ abril.com.brÿhistoriaÿo-~ que-e-sudokuÿ~, ATENÇÃO: Aos assinantes internacionais, solicitamos que confirmem seus dados cadastrais, enviando-nos um e-mail para ~,revistas~ braille@ibc.gov.br~, É importante aproveitar a iniciativa para também nos in-

formar se o recebimento eatá ocorrendo sem intercorrências. Caso não tenha e-mail, a resposta pode ser pelos correios: Instituto Benjamin Constant Revistas Braille: Pontinhos e RBC Av. Pasteur 350/368 -- Urca Rio de Janeiro-RJ CEP: 222290-250 õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Transcrição: Diogo Silva Müller Dunley Coordenação de revisão: Geni Pinto de Abreu Revisão braille: Jessica Medina Produção: Instituto Benjamin Constant Ano: 2021