Revista Brasileira para Cegos Ano LXXIX, n.o 562, julho/setembro de 2021 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Informação e Cultura Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4531 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal: Pátria Amada Brasil

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial: Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração: Carla Maria de Souza Daniele de Souza Pereira Regina Celia Caropreso Revisão Carla Dawidman Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.~ fmÿpodfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, Spotify: ~,https:ÿÿopen.~ spotify.comÿshowÿ~ 1EA1x0ITAu~ UEUR5GoLU5iy~, Youtube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

Revista Brasileira para Cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n.o 1 (1942) -- . Rio de Janeiro : Divisão de Imprensa Braille, 1942 -- . V. Trimestral Impressão em braile ISSN 2595-1009 1. Informação -- Acesso. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista -- Periódico. I. Revista Brasileira para Cegos. II. Ministério da Educação. III. Instituto Benjamin Constant. ¨ CDD-003.#edjahga Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 Os Três Amores :::::::: 4 Navio Negreiro ::::::::: 6 Pizzaria Google :::::::: 9 Vamos refletir Juntos :::::::::::::::: 13 Recalcitrante ::::::::::: 20 Tirinhas :::::::::::::::: 26 Recruta Zero ::::::::::: 26 Desafios :::::::::::::::: 30 Pensamentos ::::::::::::: 33 No Mundo das Artes :::: 35 Anitta :::::::::::::::::: 35 Maravilhas do Mundo :::: 48 Tailândia ::::::::::::::: 48 Nossa casa :::::::::::::: 56 Desligue as coisas quando houver chuvas fortes ::: 56

Tome alguns cuidados quando for viajar :::::: 57 Vida e Saúde ::::::::::: 58 A falta de Vitamina D pode afetar as suas emoções :::::::::::::::: 58 Culinária ::::::::::::::: 68 Batata Assada com Catupiry :::::::::::::: 68 Pé de moleque ::::::::::: 69 Yakisoba :::::::::::::::: 70 Humor ::::::::::::::::::: 71 RBC News :::::::::::::: 75 Editorial Caro leitor, A leitura é uma viagem e, em tempos que restringem nossos passeios, já que precisamos de atenções especiais com nossa saúde física, nada melhor do que cuidar também da saúde mental. Neste caso, a leitura é uma excelente vacina, sem contraindicações. Neste número, vamos viajar juntos para a Tailândia, conhecendo o agito noturno do país, bem como os templos onde meditar é natural e quase obrigatório, ou seja, tem Tailândia para todos os gostos. Viajaremos também na história de Anitta, um dos fenômenos da música brasileira do início do século XXI, compreendendo que, por vezes, viajar no sonho pode trazer

muitas vitórias, como aconteceu com ela. Nem todas as viagens são agradáveis. Vamos viajar no navio negreiro com Castro Alves, mas também vamos experimentar as delícias de seus textos românticos. Quem não quer ser amado e endeusado por um grande poeta? Tem gente que, quando viaja, só arranja confusão. Drummond vai nos contar uma dessas histórias. Aproveite que você está de revista na mão e sente-se do lado de fora para apanhar um pouco de sol. É muito importante para absorção da vitamina D. Aqui, você também descobrirá alguns sintomas da falta dessa vitamina e o que fazer se descobrir que a sua está em baixa. Mas não viaje! A primeira providência deve ser procurar o médico. Enfim, receitas práticas, dicas para tornar a sua casa um ambiente melhor, sobretudo agora que você sai tão pouco, além de pensamentos para fazer você viajar para dentro de si mesmo (às vezes, é necessário). Esperamos que você curta bastante e aguarde novas viagens conosco. Aperte o cinto e vamos viajar. Boa leitura! Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Recebemos pedidos de leitores para que fossem publicados poemas de Castro Alves. Assim, apresentamos aqui um poema da fase romântica do escritor e um pequeno trecho do poema Navio Negreiro, representando seu *engajamento* com a causa abolicionista. Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847 em Curralinho, Bahia. Faleceu em 6 de julho de 1871 em Salvador, Bahia. Os Três Amores Castro Alves I Minh'alma é como a fronte sonhadora Do louco *bardo*, que Ferrara chora... Sou Tasso!... a primavera de teus risos De minha vida as solidões *enflora*... Longe de ti eu bebo os teus perfumes, Sigo na terra de teu passo os *lumes*... -- Tu és Eleonora... II Meu coração desmaia pensativo, *Cismando* em tua rosa predileta. Sou teu pálido amante vaporoso, Sou teu Romeu... teu *lânguido* poeta! Sonho-te às vezes virgem... seminua... Roubo-te um *casto* beijo à luz da lua... -- E tu és Julieta... III Na *volúpia* das noites andaluzas O sangue ardente em minhas veias rola... Sou D. Juan!... Donzelas amorosas, Vós conheceis-me os *trenos* na viola! Sobre o leito do amor teu seio brilha... Eu morro, se desfaço-te a *mantilha*... Tu és -- Júlia, a Espanhola!... Navio Negreiro Castro Alves [...] Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta *infâmia* e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de *bacante* fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na *gávea tripudia*? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o *pavilhão* se lave no teu pranto!... [...] Fatalidade *atroz* que a mente esmaga! Extingue nesta hora o *brigue* imundo O trilho que Colombo abriu nas *vagas*,

Como um íris no *pélago* profundo! Mas é infâmia demais!... Da *etérea plaga* Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse *pendão* dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares Vocabulário Andaluzas: adj. Mulheres nascidas na Andaluzia. Atroz: adj. Intensamente cruel, desumano. Bacante: s. f. Mulher licenciosa, depravada. Bardo: s. m. Pessoa encarregada de transmitir histórias, mitos, lendas e poemas de forma oral. Brigue: s. m. Navio de dois mastros com velas redondas e cestos de gávea.

Casto: adj. Puro, cândido, inocente. Cismando: v. Refletindo sobre alguma coisa de maneira insistente. Enflora: v. Florescer. Engajamento: s. m. Envolvimento. Etérea: adj. Considerado divino, celestial, divinal. Gávea: s. f. Tipo de mastro de embarcação. Infâmia: s. f. O que fere a honra, descrédito. Lânguido: adj. Sem forças, sem energia. Lumes: s. m. Luz, fulgor. Mantilha: s. f. Véu que cai sobre os ombros, muito usado pelas mulheres espanholas. Pavilhão: s. m. Bandeira. Pélago: s. m. Região marítima afastada do litoral, alto-mar. Pendão: s. m. Estandarte que vai à frente das tropas ou das procissões.

Plaga: s. f. Região, espaço de terreno. Trenos: s. m. Canto lamentoso, entrecortado de suspiros; lamentação. Tripudia: v. Exalta de maneira exagerada uma vitória, expressando desprezo pelo oponente. Vaga: s. f. Onda grande, em mar alto e agitado. Volúpias: s. f. Grande prazer dos sentidos e sensações. :::::::::::::::::::::::: Pizzaria Google Reflita! É uma piada, mas um retrato do que já começamos a viver. -- Alô, é da pizzaria Gordon? -- Não, senhor, é da pizzaria Google. -- Desculpe, devo ter ligado para o número errado. -- Não, o número está correto, o Google comprou a pizzaria. -- Ah, entendi. Pode anotar o meu pedido? -- Claro, o senhor quer a pizza de sempre? -- Como assim, você já trabalhava aí, me conhece? -- É que de acordo com nossos sistemas, nas últimas doze vezes o senhor pediu pizza de salame com queijo, massa grossa e bordas recheadas. -- Isso, pode fazer essa mesma. -- No lugar dessa posso tomar a liberdade de sugerir uma de massa fina, farinha integral, de ricota e rúcula com tomate seco? -- Não, eu odeio vegetais! -- Mas o seu colesterol está muito alto. -- Quem te disse isso? Como você sabe? -- Nós acompanhamos os exames laboratoriais de nossos clientes e temos todos os seus resultados dos últimos sete anos. -- Entendi, mas quero a pizza de sempre, eu tomo remédios para controlar o colesterol. -- O senhor não está tomando regularmente, porque nos últimos quatro meses só comprou uma caixa com trinta comprimidos, na farmácia do seu bairro. -- Comprei mais em outra farmácia. -- No seu cartão de crédito não aparece. -- Eu paguei em dinheiro. -- Mas de acordo com seu extrato bancário, o senhor não fez saque no caixa automático nesse período. -- Eu tenho outra fonte de renda.

-- Isso não está constando na sua Declaração de Imposto de Renda, a menos que seja uma fonte pagadora não declarada. -- Mas que inferno! Estou cansado de ter minha vida vigiada e vasculhada pelo Google, Facebook, Twitter, WhatsApp, estas porcarias todas! Vou mudar para uma ilha sem internet e sem telefone celular, onde ninguém possa me espionar. -- A decisão é sua, senhor, mas quero lhe avisar que seu passaporte venceu há cinco semanas... Autor: Desconhecido LIBERDADE, LIBERDADE, LIBERDADE. Alguém ainda sabe, exatamente, o que isso significa? As próximas gerações com certeza não saberão! Acorde! A escravidão bate à nossa porta, sob os aplausos de muitos! Fonte: ~,http:ÿÿwww.~ capitaldigital.com.brÿ~ mundo-nosso-mundo~, Vamos refletir juntos A piada pode parecer de mau gosto, mas está a um passo de se tornar realidade. O pior é que tem muita gente encantada com essa possibilidade. Certo dia, ouvi de uma pessoa a seguinte máxima: "Hoje, não tem mais segredos para os computadores. Com certeza, eles sabem dizer o que você fará daqui há trinta anos." Digo a vocês que ela parecia feliz com essa ideia. É bem verdade que essa teoria caiu por terra já que isso foi em 2018 e, até onde eu saiba, nenhum deles previu a pandemia em que nos envolvemos. Existem falhas. Penso que a maior falha parte de nos entregarmos não só ao domínio dos computadores como (antes disso e com muito mais preocupação) ao domínio de pessoas sem noção e sem *escrúpulo* por trás das máquinas. No livro *1984*, George Orwell apresenta toda uma sociedade comandada por computadores, onde o Grande Irmão vigia e controla todos os passos. É deprimente ver a sociedade ali representada; logicamente, o autor, em meio aos horrores da Segunda Guerra Mundial, não era capaz de ter boas perspectivas sobre nada que dissesse respeito à humanidade. 1984 chegou, passou e nada disso aconteceu, todavia, em 2021, não estamos longe disso e se nada fizermos para reverter a situação, a coisa deixará de ser *tácita* e se tornará oficial, como no livro. Conheço muita gente que não paga contas pela internet ou por qualquer outro aplicativo e, no entanto, de vez em quando, recebe uma ligação de uma simpática atendente falando sobre sua ótima relação com a rede comercial de sua cidade, e essa atendente não tem *pejo* em dizer que sabe que ela possui apenas um cartão de crédito, que gosta de comprar na loja tal, que tem preferência por livrarias etc. Como assim? Nossos dados estão na rede, lançados por bancos, lojas e todo tipo de empresa, afinal seria impossível trabalhar sem o uso da informática. Então isso vira público e aí está o erro. A liberação desses dados só deveria ser feita mediante autorização assinada pelo responsável pelos dados.

Se eu vou comprar na loja X, por exemplo, é natural que eles queiram meus dados. Então eu autorizaria a liberação dos dados para eles e apenas para eles. Não seria necessário, nem possível, que outros com quem não quero ter qualquer tipo de relação, tenham meus dados e muito menos faz sentido que a loja onde compro alimentos tenha acesso a tantos dados como os mostrados no texto acima. A gente observa alguns tipos de golpes comuns hoje em dia. Aquele em que alguém, supostamente do seu banco, liga dizendo que o seu cartão foi clonado tem um perfil muito comum. Conheço quatro pessoas que passaram por ele e todas têm o mesmo perfil: gente idosa com cartão de crédito, mas não usa. Esses usuários podem ser pessoas com bastante receio de serem roubadas, mais do que o usual e, ao mesmo tempo, pessoas que confiam quando alguém lhes telefona. O atendente é solícito, sabe seu nome, em que banco você tem conta, tem seu telefone (do contrário não teria ligado), sabe um bocado de coisas sobre você. Então, deve ser confiável. Só não sabe o número do seu cartão e precisa que você o confirme para que ele, aí sim, possa cloná-lo. Só que você pensa que é para bloquear, para ajudar. Uma das pessoas que eu conheço escapou exatamente porque fez a pergunta básica: "Se você não tem o número do meu cartão, como sabe que ele foi clonado?". O suposto atendente desligou na hora. Não estamos melhores agora com tantos recursos de informática, nem piores. No entanto, se acreditarmos, como acreditamos, na supremacia das máquinas que, por razões óbvias, não têm ética, nem moral, nem bom senso, estaremos expostos e entregues a pessoas que se utilizam delas a fim de obterem poder. Quero manter meu livre arbítrio com relação ao fato de decidir o que vou comer, mesmo estando com o colesterol alto. O médico me dá as instruções, mas sou eu quem decido segui- -las ou não. Não dou ao Google, nem ao Facebook, nem a que sistema for, o direito de me vigiar, dando sugestões que não pedi, fornecendo meus dados a empresas que eu não escolhi, por mais interessantes que elas possam parecer. Se pensarmos bem, gostar desse tipo de sugestão é como dar ao outro o direito de decidir o que é bom para mim, ainda que isso parta de uma pesquisa feita sobre meus dados. É isso o que fazemos. Damos ao sistema o direito de sugerir, opinar, coisa que não aceitávamos de nossa mãe quando éramos adolescentes. Quero ter o direito de ser imprevisível, de mudar de perfil quando tiver vontade e de não ter informações sobre meu passaporte nas mãos do funcionário da pizzaria. Quero que as máquinas me sirvam, e não servir ou obedecer a elas. Como somos curiosos. Tratamos a muitos de nossos semelhantes como a escravos e nos deixamos escravizar por máquinas. Vamos acordar e manter nosso raciocínio no lugar, colocando a informática no seu lugar de auxiliar de nossas tarefas, tarefas estas escolhidas, planejadas e desejadas por nós, mantendo nossa privacidade, nossa segurança, nosso espaço. (Carla Maria de Souza) Nota: O livro *1984* foi publicado em 1949. Vocabulário Escrúpulo: s. m. Caráter, moral, princípio. Pejo: s. m. Constrangimento. Tácita: adj. Implícita, velada. :::::::::::::::::::::::: Recalcitrante Carlos Drummond de Andrade O trocador olhou, viu, não aprovou. Daquele passageiro, *escanchado* placidamente no banco lateral, escorria um fio de água que ia compondo, no piso do ônibus, a microfigura de uma piscina. -- Ei, moço, quer fazer o favor de levantar? O moço (pois ostentava barba e cabeleira amazônica,

sinais indiscutíveis de mocidade), nem-te-ligo. O trocador esfregou as mãos no rosto, em gesto de *enfado* e desânimo, diante de situação tantas vezes enfrentada, e murmurou: -- Estes caras são de morte. Devia estar pensando: Todo ano é a mesma coisa. Chegando o verão, chegam problemas. Bem disse o Dario, quando fazia gol no Atlético Mineiro: P... Estava cansado de advertir passageiros que não aprendem como viajar em coletivo. Não aprendem e não querem aprender. Tendo comprado passagem por 65 centavos, acham que compraram o ônibus e podem fazer dele casa-da-peste. Mas insistiu: Moço! ô moço! Nada. Dormia? Olhos abertos, pernas cabeludas ocupando cada vez mais espaço, ouvia e não respondia. Era preciso tomar providência: -- O senhor aí, cavalheiro, quer cutucar o braço do distinto, pra ele me prestar atenção? O cavalheiro, vê lá se ia se meter numa dessas. Ignorou, olímpico a marcha do caso terrestre. Embora sem surpresa, o cobrador coçou a cabeça. Sabia de experiência própria que passageiro nenhum quer entrar numa fria. Ficam de camarote, espiando o circo pegar fogo. Teve pois que sair do seu trono, pobre trono de trocador, fazendo a difícil ginástica de sempre. Bateu no ombro do rapaz: -- Vamos levantar? O outro mal olhou para ele, do longe de sua distância espiritual. Insistiu: -- Como é, não levanta? -- Estou bem aqui.

-- Eu sei, mas é preciso levantar. -- Levantar pra quê? -- Pra que, não. Por quê. Seu calção está molhado de água do mar. -- Tem certeza que é água do mar? -- Tá na cara. -- Como tá na cara? Analisou? Forrou-se de paciência para responder: -- Olha, o senhor está de calção de banho, o senhor veio da praia, que água pode ser essa que está pingando se não for água do mar? Só se... -- Se o quê? -- Nada. -- Vamos, diz o que pensou. -- Não pensei nada. Digo que o senhor tem de levantar porque seu calção está ensopado e vai fazendo uma lagoa aí embaixo. -- E daí? -- Daí que é proibido. -- Proibido suar? -- Claro que não. -- Pois eu estou suando, sabe? Não posso suar sentado com esse calorão de janeiro? Tenho que suar de pé? -- Nunca vi suar tanto na minha vida. Desculpe mas a portaria não permite. -- Que portaria? -- Aquela pregada ali, não está vendo? "O passageiro, ainda que com roupa sobre as vestes de banho molhadas, somente poderá viajar de pé". -- Portaria nenhuma diz que o passageiro suado tem que viajar de pé. Papo findo, tá bom? -- O senhor está desrespeitando a portaria e eu tenho que convidar o senhor a descer do ônibus. -- Eu descer porque estou suado? Sem essa. -- O ônibus vai parar e eu chamo a polícia. -- A polícia vai me prender porque estou suando? -- Vai botar o senhor pra fora porque é um... *recalcitrante*. O passageiro pulou, *transfigurado*. -- O quê? Repita, se for capaz. -- Re... calcitrante. -- Te quebro a cara, ouviu? Não admito que ninguém me insulte! -- Eu? Não insultei. -- Insultou. Me chamou de réu. Réu não sei o que, calcitrante, sei lá o que é isso. Retira a expressão ou lá vai bolacha. Mas é a portaria! A portaria é que diz que o recalci- trante... Não tenho nada com a portaria. Tenho é com você seu cretino. Retira já a expressão ou... Retira não retira, o ônibus chegou ao meu destino, e eu paro infalivelmente no meu destino. Fiquei sem saber que consequências físicas e outras teve o emprego da palavra "recalcitrante". Vocabulário Enfado: s. m. Estado de espírito em que predomina o aborrecimento. Escanchado: adj. Sentado com uma perna de cada lado. Recalcitrante: adj. Que resiste com teimosia; teimoso ou obstinado. Transfigurado: adj. Alterado, transformado, mudado. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Tirinhas Recruta Zero Mort Walker (1923-2018) criou as tiras do Recruta Zero em 1950.

Personagens Zero: preguiçoso, indolente, está sempre armando formas de fugir do trabalho. Costuma estar com boné ou capacete cobrindo os olhos. Platão: é o intelectual da trupe. Sempre fazendo citações de livros e falando como se estivesse apresentando uma tese de doutorado. É um dos amigos do Zero. Sargento Cuca: é o cozinheiro do quartel Swampy, famoso por sua incrível capacidade de tirar o apetite de todos com suas "iguarias". Bunny: a namorada do Zero, raramente aparece nas tirinhas. Vocabulário Indolente: adj. 2 g. Diz-se de quem não é dado a fazer esforço, preguiçoso. Tirinha 1: _`[Tirinha do "Recruta Zero" em três quadrinhos: Q1: Sargento Cuca segura um lápis e uma folha em branco apenas com a palavra "menu" na parte de cima. Ele diz: "Vejamos... O que não tenho feito há muito tempo?" Q2: Sargento Cuca não pensa em nada. Q3: Sargento Cuca, ainda segurando o lápis e a folha em branco, com a palavra "menu", diz: "Além disso!"._`] Tirinha 2: _`[Tirinha do "Recruta Zero" em três quadrinhos: Q1: Soldado Platão está dentro de um buraco, segurando uma pá. Ele pergunta para o Recruta Zero que está sentado encostado em uma árvore: "Ainda não cavou a sua trincheira?" Recruta Zero responde: "Não! Estou descansando!" Q2: Soldado Platão pergunta novamente: "Não devia cavar a trincheira primeiro... e depois descansar?" Q3: Ainda encostado na árvore, Recruta Zero responde: "Não quero deixar meu descanso para o último momento!"._`] Tirinha 3: _`[Tirinha do "Recruta Zero" em três quadrinhos: Q1: Recruta Zero está andando ao lado de sua namorada, Bunny, que pergunta: "Como vão as coisas no quartel, Zero?" Recruta Zero responde: "Barra pesada, Bunny!" Q2: Recruta Zero continua: "O sargento vive gritando comigo... me xingando... me batendo..." Q3: Bunny pergunta: "Por que ele faz isso?" Recruta Zero responde: "Sei lá! Eu passo uma porção de tempo deitado tentando imaginar por quê!"._`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Desafios Vamos fazer Ginástica Cerebral? Complete as frases abaixo com nomes de bichos. 1) A loja não tinha nenhum freguês, estava às '''''. 2) É incrível como se lembra de tudo, tem memória de '''''. 3) Sempre defende seus interesses: está sempre puxando a brasa pra sua '''''. 4) Foi enganado: comprou ''''' por '''''. 5) A cor é indefinida: parece cor de ''''' quando foge. 6) Que antigo! Parece do tempo do '''''. 7) Desista! Pode tirar o ''''' da chuva. 8) Que tal fazer uma '''''? Cada um dá um pouco. 9) Ficou tão bravo: soltou os '''''. 10) A casa estava abandonada, entregue às '''''. 11) Ficou desconfiado com a ''''' atrás da orelha. 12) Não se precipite! Não passe o carro na frente dos '''''. 13) Não me amole! Vá pentear '''''. 14) Não conte o segredo! Boca de '''''. 15) Ficou encharcado feito um ''''' molhado. 16) Como você aguenta! Pare de engolir '''''. E aí? Lembrou de todas? Jogue com os do seu grupo.

Quem lembrar de todas, continue em casa: é do grupo de risco! Respostas: 1) moscas 2) elefante 3) sardinha 4) gato por lebre 5) burro 6) onça 7) cavalinho 8) vaquinha 9) cachorros 10) baratas 11) pulga 12) burros 13) macaco 14) siri 15) pinto 16) sapo Curiosidade: Durante sete anos, entre 1725 e 1732, o Rio de Janeiro foi governado pelo capitão Luis Monteiro, homem autoritário, temperamental e retrógrado. Seu apelido popular era ONÇA. Tornou-se lendário, marcou época e até hoje quando alguém quer dizer uma coisa antiga, retrógrada, usa a expressão: “É do tempo do ONÇA”. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Pensamentos “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” Friedrich Nietzsche (1844-1900) “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.” Mário Quintana (1906-1994) “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.” Jorge Luís Borges (1899-1986) “Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come.” Victor Hugo (1808-1885) “Enquanto eu tiver perguntas e não tiver respostas, continuarei a escrever.” Clarice Lispector (1920-1977) “Não existem inocentes. Só existem diferentes graus de responsabilidade.” Stieg Larsson (1954-2004) “O amor e a razão são dois viajantes, que nunca vivem juntos na mesma hospedaria: quando um chega, parte o outro.” Walter Scott (1771-1832) õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

No Mundo das Artes Anitta Poderosa e polêmica, Anitta conquistou um espaço na música brasileira jamais alcançado. Surgindo do *funk* carioca, a cantora trouxe suas raízes para, literalmente, o mundo todo. Por isso, vamos te contar tudo sobre o atual nome do *pop* e do *funk* do Brasil. Larissa de Macedo Machado nasceu em 30 de março de 1993, no Rio de Janeiro. Filha de uma artesã e de um vendedor, Larissa tem hoje 28 anos e é considerada, além de cantora e compositora, produtora e empresária. O nome artístico Anitta foi inspirado na minissérie *Presença de Anita*, da Rede Globo. Larissa se identificava com a personagem prin-

cipal e, por isso, adotou o apelido. A cantora foi casada com o empresário Thiago Magalhães. De acordo com sua biografia não autorizada, *Furacão Anitta*, escrita por Léo Dias, ela passava por um relacionamento abusivo com Thiago. Eleita pela Vogue como uma das cem pessoas mais influentes e criativas do mundo, Anitta é definida como um *case* de sucesso de Marketing. Suas campanhas e a maneira como optou por divulgar sua carreira e suas músicas possibilitaram que ela explorasse os mais diversos recursos, transformando-a em alguém capaz de alcançar patamares que nenhum outro cantor *pop* brasileiro conseguiu. Inclusive, a poderosa fica muito feliz de ser conhecida como *case* de sucesso, afinal, é ela a responsável por toda a estratégia da sua marca. Suas referências são: Beyoncé, Mariah Carey e Rihanna, todas símbolos do *pop* mundial. Delas, Mariah Carey é a que a inspira desde pequena. Anitta até diz que foi ela quem a ensinou a cantar. Já de referências brasileiras ela cita Ivete Sangalo e Sandy. Começou sua carreira ainda como Larissa, quando tinha oito anos. Acompanhada de seus avós, cantava no coral de sua igreja, no Rio de Janeiro. Quando mais velha, optou por fazer um técnico em Administração e, graças a ele, conquistou seu primeiro estágio. Larissa era estagiária em uma mineradora multinacional e, durante um tempo, trabalhou paralelamente vendendo roupas. Enfim, precisou decidir o que iria seguir: uma carreira mais tradicional na administração ou o sonho de ser cantora. Como sabemos, ela correu atrás do que sonhava e, assim, vimos nascer a MC Anitta. Essa é a sua primeira fase, que começou mais ou menos em 2011. Após abandonar o estágio na mineradora, com ajuda do produtor e irmão Renan Machado, a cantora fechou contrato com a Furacão 2000. Lançou então seu primeiro *single*, *Eu Vou Ficar*. Nesse mesmo ano ganhou o prêmio de “Revelação do Funk”. Nessa época, revolucionou as coreografias de *funk*. Você sabia que foi ela quem criou o quadradinho? Inclusive, tem vários vídeos dela por aí ensinando o passo a passo. Em junho de 2012, Kamilla Fialho começou a empresariar Anitta. Ainda sem gravadora, as duas gravaram o clipe de *Meiga e Abusada*. Com uma super produção, a música virou um *hit* e ganhou a atenção da Warner Music, que em 2013 fechou contrato com a poderosa. Logo MC Anitta saiu de cena e deu espaço para Anitta, uma versão mais *pop*, mas sem perder as raízes. Sua primeira canção dessa nova era foi o responsável por lhe dar o posto de poderosa. Com o videoclipe *Show Das Poderosas*, Anitta emplacou de vez e ganhou visibilidade em todo o país. A música bombou tanto que demorou semanas para sair do *top* das mais vendidas no iTunes, além de possibilitar os primeiros prêmios da cantora na premiação oficial do Multishow. Em 2014, o Brasil conhecia o que se tornou a marca registrada da funkeira. Quem nunca ouviu “vocês pensaram que eu não ia rebolar minha bunda hoje, né?” e lembrou dessa cena tão marcante? Gravado no, então, HSBC Arena, o momento veio do primeiro DVD da cantora, chamado *Meu Lugar*, que apresentou o sucesso *Movimento da Sanfoninha*. Paralelo ao DVD, era lançado o álbum *Ritmo Perfeito* e dele conhecemos a primeira pitada da Anitta pop. Vários sucessos se destacaram nesse álbum, como a parceria com o Projota (Cobertor), *Ritmo Perfeito e Na Batida*. Em 2015 saiu o terceiro e mega esperado álbum de Anitta. Com o nome de *Bang!*, o álbum trouxe a música de mesmo nome e junto dele um dos clipes mais *icônicos* da carreira da cantora. Com uma estética bem *art pop*, o clipe bateu recordes de visualizações e foi capaz de elevar a sua carreira a um patamar ainda mais alto. Com ele, Anitta foi capaz de levar multidões ao Carnaval com o *Bloco Das Poderosas*, além de emplacar outros *hits* como *Deixa Ele Sofrer* e *Essa Mina É Louca*. Em 2017, voltou a explorar o mercado com parcerias. Dessa vez para um gênero totalmente novo: o sertanejo. Com a dupla Simone e Simaria, lançou *Loka*, que se tornou um dos *hits* mais tocados do ano. Além dessa parceria, tivemos *Você Partiu Meu Coração*, com Nego do Borel. A música contou com a participação de Wesley Safadão e foi um super *hit* do carnaval de 2017. Em maio, Anitta lançou o que seria seu primeiro flerte internacional, fazendo com que a brincadeira com seu nome começasse: agora Anitta também era chamada de Anira pelos gringos. Seu primeiro sucesso com proporções internacionais foi uma parceria com Iggy Azalea, chamado *Switch*. Com direito a apresentações em programas americanos, foi esse o momento em que o mundo conheceu Anitta. Em paralelo, a cantora lançava *Paradinha*, canção em espanhol, mirando o mercado latino. Nesse mesmo ano, em parceria com Major Lazer e Pabllo Vittar, lançou mais um super *hit* de visibilidade mundial: *Sua Cara*. Em setembro, a cantora anunciou seu novo projeto, chamado *CheckMate*. Ela lançou um *single* por mês até o fim de 2017, explorando diferentes gêneros. Com patrocínio de grandes marcas, Anitta lançou *Will I See You, Is That For Me*, *Downtown* e o aclamado *Vai Malandra*. Sendo todos os anteriores canções em inglês e espanhol, *Vai Malandra* exaltou a cultura brasileira e as raízes da cantora. No clipe de *Vai Malandra*, a cantora alimentou um posicionamento que vem construindo há anos. Com um discurso forte e capaz de quebrar o preconceito de “sensualidade não combina com inteligência”, Anitta se define como feminista e apresenta forte defesa da naturalidade do corpo feminino. Com celulites aparecendo ao início do clipe, trouxe sua fala para o visual e ganhou atenção e admiração de muitos com essa ação. O EP lançado em 2018 trouxe clipes e canções em português, inglês e espanhol. Com esses lançamentos, Anitta se envolveu em mais uma polêmica: no clipe de *Não Perco Meu Tempo*, a cantora beija diferentes pessoas. Como já esteve envolvida em críticas sobre a falta de posicionamento em prol da comunidade LGBTQ+, um de seus principais públicos, o clipe acabou sendo um novo movimento crítico. Com toda essa movimentação, Anitta revelou ser bissexual e alertou que não se aproveita das causas por dinheiro (prática chamada de *pink money*). O álbum *Kisses*, lançado por ela, apresentou novamente sua versatilidade, indo desde a MPB ao funk. Com parcerias como Ludmilla, Snoop Dogg e Caetano Veloso, a cantora explora diferentes idiomas, pautas e gêneros. Além disso, ela também explorou a ideia de álbum visual, lançando clipes para todas as músicas. Todas superproduções de alto nível! Não podemos negar: a mulher é um furacão de sucesso. Dona de *hits* e mais *hits*, só surpreende e, com orgulho, podemos dizer, chegou longe -- e vai chegar ainda mais! Conquistas e sucessos além da música Anitta é tão versátil que conquistou espaços e atividades muito diferentes. Em 2016 teve um papel essencial na abertura dos Jogos Olím- picos, que aconteciam no Brasil. Ela cantou ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Além disso, foi apresentadora do *Música Boa Ao Vivo*, programa do Multishow. Dessa oportunidade, também teve um programa próprio no canal, chamado *Anitta entrou no grupo*. Por fim, não podemos esquecer: a cantora produziu um documentário bem vida real na Netflix. O *Vai Anitta* mostra um momento bem específico de sua carreira pelos bastidores, dando aos fãs aquela pitada de realidade. Em 2021 abriu mais um ano de sucessos cantando na posse de Joe Biden. Mudanças físicas Outro fator que gera bastante assunto e polêmicas são as mudanças físicas da cantora. Desde o início da carreira, Anitta passou por cirurgias de redução de seios, rinoplastia (plástica no nariz), lipoaspiração e aumento das maçãs do rosto. Além disso, existem as intervenções estéticas, que não chegam a ser cirurgias, como preenchimento de lábios.

A cantora já deixou claro: é muito transparente sobre o assunto e realmente mudou coisas que a incomodavam. Certíssima, né? Quem pode, pode! O que realmente importa é que Anitta é uma diva que inovou e renovou o mercado brasileiro, abrindo espaço para que novas vozes ganhassem força no cenário musical do país. Fonte: ~,https:ÿÿwww.letras.~ mus.brÿblogÿbiografia-~ anitta~, Vocabulário Icônicos: adj. Que têm destaques õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Maravilhas do Mundo Tailândia Capital: Bangcoc População: 66.700.000 hab. Fuso horário: 10 h (horário de Brasília) Localização: Ásia Conhecer a Tailândia é como abrir a cortina para um novo mundo. Só com a mente receptiva e os sentidos afinados somos capazes de absorver os cheiros, cores, sabores e gestos que nos bombardeiam a cada passo, sempre numa intensidade maior do que esperam os nossos parâmetros ocidentais. Esse turbilhão de sensações inéditas proporciona, a cada forasteiro, a estranha sensação de ser o primeiro a pisar cada palmo de areia branca, selva ou asfalto, mesmo cercado de uma multidão de *faràngs* igualmente deslumbrados.

O segredo do sucesso do país campeão do turismo no Sudeste Asiático está no *mix* perfeito entre cultura, *hedonismo* e *exotismo*. Ao sul, as praias de Koh Phi Phi e Phuket, entre muitas outras, entregam de bandeja um extenso cardápio de prazeres mundanos, distribuídos em vastos trechos de areia fina e branca, cercados de cenários cuja beleza chega a ser insultante. Ao norte, este país budista expõe a sua espiritualidade à flor da pele em cidades sagradas como Ayutthaya e nos templos de Chiang Mai, que já foi sua capital (religiosa, inclusive). Na agitada Bangcoc, o frenesi tailandês atinge o seu auge, numa das metrópoles mais fascinantes do planeta onde vivem, entre templos, arranha-céus e luzes de néon, seis milhões de pessoas. Experimentar a Tailândia é queimar a língua em receitas apimentadíssimas e absolutamente deliciosas, como o macarrão frito *phad thai* e o condimentado peixe *pla samrod*, até aprender a dizer “no spicy” (pronuncia-se “no sapaaaaiciiiii”) em uma maneira muito particular de falar o inglês. É entender o amor incondicional, em pleno século 21, do povo pelo rei Bhumibol Adulyadej, que ocupa o trono há mais de 60 anos. É expressar a sua gratidão num singelo *wâi*, o inclinar de cabeça que substitui o contato físico. É entender o profundo significado do bordão “same same, but different” (traduzindo: igual, mas diferente). É viver emoções nunca dantes navegadas. Não há voos diretos entre a Tailândia e o Brasil. Algumas das opções disponíveis são conexões em outros países. A principal porta de entrada para o país é o Aeroporto Internacional de Bangkok, Suvarnabhumi, mas há também serviços internacionais diretos para Chiang Mai, no norte, e Phuket, no sul. Via terrestre também é possível cruzar a fronteira a partir do Laos, Camboja, Malásia e Mianmar, sendo que neste último o controle é mais rígido e os serviços bem irregulares. Fora de Bangcoc, o transporte público não é dos melhores. Você dependerá de ônibus que trafegam em estradas muitas vezes precárias, apinhadas de motoristas inconsequentes, ou seja, nada muito diferente do Brasil. Com eles você chegará a destinos tanto nas montanhas no norte do país, como às praias no sul. Uma outra alternativa é o sistema ferroviário. Os trens não são dos mais confortáveis, sendo divididos em três classes: primeira -- com direito a cabine; segunda -- razoáveis, mas nem todas têm ar-condicionado; e terceira -- baratas e muitas equipadas com bancos de madeira, ou seja, muita diversão e zero de conforto. Tenha em conta que os trens são bem conhecidos pelas longas viagens e grandes atrasos. Uma opção que lhe dará grande mobilidade é o aluguel de carro ou moto, um meio que levará você a locais mais remotos dando flexibilidade de tempo que as excursões não oferecem. Por fim, há sempre a possibilidade de pegar um avião. As conexões são rápidas e as tarifas são acessíveis. Uma das grandes diversões na Tailândia é explorar sua gastronomia. Pescados, arroz e macarrão são sua base e quase sempre estarão presentes em um ou mais pratos de uma refeição. O que coloca a cozinha tailandesa em uma categoria à parte é a maestria como combinam os sabores básicos -- salgado, doce, azedo, amargo e ardido -- em uma mesma receita. As diferentes regiões do país influenciam sua culinária no modo de preparo e no uso de ingredientes. O norte, por exemplo, é fortemente influenciado por receitas chinesas, enquanto que o sul importou componentes malaios e indonésios. De qualquer forma, a Tailândia vem se firmando como terra de uma cozinha diferenciada, saborosa e nutritiva. O símbolo máximo dessa vertente é o *pad thai*, um macarrão de arroz que traz brotos de feijão, camarão seco, camarão fresco, coentro, cebolinha, ovo, molho de tamarindo, um pouco de açúcar, amendoim, gotas de limão e alguns outros temperos. Aparentemente simples, as diferentes nuances de seus ingredientes explodem na boca, em um verdadeiro festival de frescor e *pujança*. Outro prato emblemático é o *pla raad prik*, um perfumado peixe frito, inteiro, que, assim como os diferentes *kaeng* (curries), tanto vermelhos como verdes, estão entre os favoritos dos turistas. Barracas de rua muitas vezes servem comida de boa qualidade, mas nem sempre seguem as melhores regras de higiene. Algumas lavam pratos e vegetais diretamente na água do rio. Na dúvida, evite. Siga então as recomendações do pessoal de seu hotel. Os restaurantes estabelecidos costumam oferecer pratos com ótimos ingredientes e apuro técnico, com serviço sempre muito atencioso. Acompanhe seus poderosos pratos com uma cerveja Singha ou Chang, chá verde ou de jasmim, água de coco ou interessantes sucos naturais de frutas. Já as sobremesas são bem simples, como o *khao niaow ma muang*, um arroz doce com manga. Ah, e aqui também os vegetarianos se darão bem, já que a oferta de pratos é imensa. A única atenção é com referência ao extenso uso de molho de peixe e de ostras como condimento. Peça para não utilizá-lo e está tudo bem. Fonte: ~,https:ÿÿ~ viagemeturismo.abril.com.~ brÿpaisesÿtailandia~, Vocabulário Faràngs: s. Palavra tailandesa para designar estrangeiros. Exotismo: s. m. O que é proveniente de outro país, principalmente longínquo e com costumes diferentes. Hedonismo: s. m. Doutrina caracterizada pela busca excessiva pelo prazer como propósito mais significante da vida moral. Pujança: s. f. Força, exuberância. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Nossa casa Desligue as coisas quando houver chuvas fortes Sempre que surgir um sinal de chuva forte, você já precisa estar atento para desligar a luz, equipamentos elétricos e eletrônicos. Isto evita que as suas coisas se queimem com as descargas elétricas! Mas alguns outros cuidados também precisam ser tomados. É bom deixar seus móveis e eletrodomésticos sempre fora do alcance da água, fechar os registros (de água e gás) e ter sempre pilhas e lanternas em condições de uso em casa. Prefira as lanternas em vez de velas, lamparinas e similares, pois elas podem causar acidentes. Tome alguns cuidados quando for viajar Alguns cuidados importantes devem ser tomados até mesmo quando você não está em casa. Não comente com estranhos que vai ficar fora o dia todo ou que vai viajar, por exemplo. Pode ser um chamariz para furtos! Quando for necessário, comunique a um vizinho do bairro ou parente de confiança e combine com ele visitas frequentes para saber se está tudo bem com a sua casa. Isso também demonstra que há circulação de pessoas no local e a casa não está vazia. Se for ficar fora por um período mais longo, opte por suspender a entrega de correspondências, pois quando acumuladas na caixa de correios, pode dar sinal de que não há ninguém na residência. Evite também deixar dinheiro e joias em casa para não ter surpresas indesejáveis no caso de sua casa ser invadida quando você estiver fora. Guarde suas coisas de valor em cofres ou até mesmo em um banco, pois é muito mais seguro. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vida e Saúde A falta de Vitamina D pode afetar suas emoções A falta de vitamina D, a famosa vitamina do sol, não prejudica somente a saúde física. A sua ausência também afeta a saúde mental. Atualmente, por conta do estilo de vida apressado e, muitas vezes, “enlatado”, entre quatro paredes, da maioria das pessoas, a deficiência dessa vitamina é comum. A sua aquisição também depende da alimentação. Carnes, peixes, frutos do mar, ovo, leite, queijo, entre outros, são exemplos de alimentos ricos em vitamina D. Geralmente, as pessoas costumam se lembrar dela na época de gripe ou em situações atípicas, como a pandemia por COVID-19, e aumentam a ingestão desses alimentos. A sua consumação, porém, não deve ser feita somente em momentos convenientes. Por ser tão importante para o nosso funcionamento, atente

sempre para os níveis de vitamina D no organismo. Como a falta de vitamina D impacta a saúde mental? A deficiência de vitamina D causa cansaço, sono exagerado, enxaqueca, resfriados e gripes frequentes, as quais interferem na qualidade de vida. Da fadiga crônica surge a preguiça, frustração, desânimo e sensação de estar no piloto automático. Como a indisposição é constante, não raro a pessoa apresenta falta de energia para buscar novidades, sejam essas atividades, cursos ou relacionamentos. A inatividade é uma das grandes responsáveis pela tristeza, mas poucos prestam atenção. As pessoas precisam de mudanças e contato frequente com coisas novas. Caso contrário, se afundam em pessimismo e mesmice. Embora uma mentalidade pessimista não seja uma patologia, é porta de entrada para muitos transtornos que nascem de emoções e pensamentos negativos. Não é à toa que muitos estudos indicam que a falta de vitamina D está relacionada ao aparecimento da depressão. A chamada depressão sazonal é um resultado bastante notável da ausência de contato com o sol. Pessoas que vivem em locais onde o sol é raro produzem mais melatonina, o hormônio do sono, por não receberem quantidade significativa de luminosidade. Logo, ficam mais cansadas e sonolentas. A melatonina também altera o metabolismo e interfere no humor. A situação evolui para um ciclo vicioso de sonecas fora do horário, inatividade e desenvolvimento de comportamentos noturnos. Esses, por sua vez, contribuem para oscilações de humor e excesso de sono. Ou seja, a pessoa tem dificuldades para sair desse quadro sem uma mudança drástica de hábitos. O corpo precisa de vitamina D não somente para fortalecer o sistema imunológico e prevenir doenças, mas também para manter a saúde mental em dia. A seguir, confira os principais sintomas da deficiência de vitamina D. Se você é uma pessoa que está sempre cansada e não encontra motivos para isso em seu estilo de vida, preste ainda mais atenção a eles. Você pode estar com falta de vitamina D e não saber. õo Enfraquecimento dos ossos; õo Vulnerabilidade a doenças; õo Dificuldade de cicatrização; õo Letargia; õo Declínio cognitivo; õo Desânimo constante; õo Dor muscular; õo Aumento de peso; õo Perda de cabelo; õo Dores nas costas; õo Dores de cabeça; õo Sonolência em excesso durante o dia. O primeiro passo para conferir se o seu organismo carece mesmo de vitamina D é marcar uma consulta com um médico. Embora muitos especialistas possam pedir um exame de sangue completo, o nutrólogo é o mais indicado nesse caso. Dessa forma, você investigará a fundo todas as vitaminas em falta. Em seguida, pode-se consultar um nutricionista para melhorar a alimentação. Já para aliviar os sintomas psicológicos, você pode procurar a psicoterapia.

Como elevar a vitamina D A principal fonte de vitamina D é o sol. Todos devem passar alguns minutos fora de casa, no quintal ou no jardim mesmo, para receber a dose diária da vitamina. Alguns minutos da hora do almoço do trabalho ou das pausas no expediente também devem ser reservados para a exposição direta ao sol. É simples, não é? Mas poucas pessoas o fazem. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior parte da população brasileira adulta apresenta falta de vitamina D. O trabalho e a tecnologia os consomem de tal forma que passar vinte minutos debaixo do sol parece um conceito de outro mundo. Apesar das atividades ao ar livre aumentarem nos finais de semana, esse período de exposição não substitui a absorção diária. O blog Vittude juntou três dicas de como você pode adicionar a exposição ao sol e incluir os alimentos ricos em vitamina D em seu dia a dia. 1. Organize a sua rotina A ansiedade geralmente invade o nosso interior quando olhamos para a pilha de pendências da semana. São tantas obrigações (trabalho, afazeres domésticos, filhos, família, estudo) que parece não sobrar tempo para nada. No entanto, você pode reservar, pelo menos, vinte minutos por dia para ficar no sol. Esses vinte minutos não precisam ser corridos. Você pode dedicar dez minutos de manhã e dez minutos à tarde. Dessa forma, a ansiedade de não conseguir

terminar as tarefas não irá sobrecarregá-lo. 2. Faça um plano alimentar Um plano alimentar pode ajudá-lo a suprir a falta de vitamina D por meio de alimentos nutritivos. Ele é ótimo porque ajuda você a criar o hábito de comer alimentos que não tem o costume. Por exemplo, se você quase não toma leite, pode torná-lo prioridade em seu plano alimentar. O melhor de tudo é que planos alimentares são maleáveis. Ou seja, você pode estabelecer quanto tempo é necessário para criar o hábito de comer determinado alimento e como será a ingestão (refeição, lanche, sobremesa, vitaminas etc.).

3. Crie um espaço bacana para tomar sol Se você não quer ficar parado do lado de fora de casa, pode criar o seu próprio cantinho em um cômodo que receba raios solares constantemente. Assim, você desestressa enquanto aproveita o banho de sol. Esse espaço pode ser uma rede ou poltrona próxima à janela, além de objetos que o entretenham. Deixar as janelas abertas é mais efetivo quando há falta de vitamina D. Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ vittude.comÿblogÿfalta-~ vitamina-d~, õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Culinária Batata Assada com Catupiry Rendimento: 6 porções Ingredientes: 6 batatas médias; meio vidro de requeijão cremoso (catupiry); queijo parmesão ralado a gosto; e sal a gosto. Modo de Preparo: Lave as batatas e com um garfo faça alguns furos ao redor. Coloque-as em um recipiente com tampa e leve ao micro-ondas por aproximadamente 20 minutos (até as batatas ficarem macias). Abra-as ao meio, fazendo uma cavidade com uma colher. Misture o requeijão e o parmesão e tempere com sal. Coloque dentro das batatas. Leve ao forno (preaquecido a 180 graus) por aproximadamente 15 minutos. Retire e sirva. :::::::::::::::::::::::: Pé de moleque Ingredientes: 3 xícaras de chá de amendoim cru; duas xícaras de chá de açúcar; uma xícara de chá de melado a base de milho; e uma colher de chá de bicarbonato de sódio. Modo de Preparo: Em recipiente fundo mistura-se o amendoim, o açúcar e o melado a base de milho, leva-se ao forno micro-ondas por 10 minutos em potência alta, mexendo algumas vezes. Retire do micro-ondas acrescente o bicarbonato, mexa e despeje imediatamente em pedra mármore untada com margarina. Deixe esfriar e quebre em pedaços. ::::::::::::::::::::::::

Yakisoba Rendimento: 3 porções Ingredientes: 300 g de macarrão para yakisoba; uma cebola grande picada em pedaços médios; uma colher (sopa) de óleo; meio maço pequeno de brócolis; meio maço pequeno de couve-flor; 250 ml de molho para yakissoba; seis colheres (sopa) de molho shoyu; 400 g de tirinhas de carne (mignon, patinho ou alca- tra); 100 g de champignon; uma cenoura cortada em diagonal; e quatro folhas de acelga cortadas em diagonal. Modo de Preparo: Passo 1: Cozinhe o macarrão em água salgada e reserve. Passo 2: Em uma panela grande, coloque o óleo e refogue a cebola. Passo 3: Acrescente a carne, o brócolis, a couve- -flor, a cenoura, a acelga, o

champignon e tempere com shoyu. Passo 4: Despeje o molho para yakisoba e deixe cozinhar até os legumes ficarem cozidos em ponto *al dente*. Passo 5: Adicione o macarrão, misture bem e sirva logo a seguir. Dica: Caso não encontre o molho para yakisoba, utilize apenas o molho shoyu com um toque de óleo de gergelim. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Humor Relato de um professor... Um aluno meu foi na direção pra reclamar que eu não tratava ele igual aos outros alunos. A diretora perguntou o que exatamente estava acontecendo. Daí ele falou que eu tratava os colegas dele com um certo carinho e com ele eu era normal. Disse que eu chamava a Marcela de Má, a Fernanda de Fê, o Renato de Rê, o Rodrigo de Rô e etc. A diretora disse a ele: -- Volta pra sala Custódio, o professor gosta muiiiiito de você, pode ter certeza disso. Tunico, o pinto O vigário de um vilarejo tinha um pinto (filho de uma galinha) como mascote, chamado Tunico. Certo dia, Tunico, o pinto, desapareceu e, preocupado, resolveu pedir ajuda aos paroquianos. No dia seguinte, na missa, muito agitado com o sumiço do seu mascote, o vigário perguntou à congregação: -- Algum de vocês aqui tem um pinto? Todos os homens se levantaram. -- Não, não, disse o vigário, não foi isso que eu quis dizer. O que eu quero saber é se algum de vocês viu um pinto? Todas as mulheres se levantaram... -- Não, não! O que eu quero dizer é se algum de vocês viu um pinto que não lhes pertence. Metade das mulheres se levantou. -- Não, não. Talvez eu possa formular melhor a pergunta. -- O que eu estou tentando saber é se algum de vocês viu o meu pinto? Todas as freiras se levantaram. -- Deixa pra lá, o Tunico que se dane!

Seu Rodolfo, de 92 anos, e Dona Hermínia, de 89, estão eufóricos com sua decisão de casar. Saíram num passeio para conversar sobre o casamento e passaram por uma farmácia. Seu Rodolfo pede para falar com o farmacêutico, conta sobre os novos planos e pergunta: -- Vocês vendem medicamentos para o coração? -- É claro que sim -- respondeu o farmacêutico. -- Remédio para reumatismo? -- Com certeza -- disse o outro. -- E viagra? -- Obviamente. -- Remédios para problemas de memória, artrite? -- Positivo. -- Vocês vendem cadeiras de rodas e andadores? -- Todos os tamanhos e velocidades. -- Bom -- diz Rodolfo ao farmacêutico. -- Gostaríamos de deixar nossa lista de presentes de casamento aqui. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo RBC News Caros leitores, Em 2022, a Revista Brasileira para Cegos completará 80 anos. Vamos comemorar essa data com uma Edição Especial. Mas, para isso, precisamos da colaboração de vocês. Enviem-nos textos de sua autoria abordando um dos seguintes temas: 1. Redes sociais e seus benefícios; 2. Sua viagem dos sonhos -- Como seria? 3. Tema livre (seja criativo) Cada texto deve ter, no máximo, 2 mil caracteres (cerca de 3 páginas). Coloque no texto seu nome, cidade, estado e país. Mande-nos algum contato: telefone (somente para residentes no Brasil) ou e-mail para possíveis dúvidas. Os textos devem ser enviados até o dia 1º de março de 2022, e os melhores textos serão publicados em uma edição especial da RBC. E-mail: ~,revistasbraille@~ ibc.gov.br~, Endereço: IBC -- Revista Brasileira para Cegos 80 anos. Av. Pasteur, 350/368 -- Urca Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Observação: O concurso é para todos os leitores da revista, brasileiros ou não.

Se você não reside no Brasil, não se esqueça de enviar seu e-mail para contato. õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da obra Transcrição: Thiago Teixeira da Silva Coordenação de revisão: Geni Pinto de Abreu Revisão braille: João Eterno Produção: Instituto Benjamin Constant Ano: 2021