Revista Brasileira para Cegos Ano LXXVIII, n.o 559, Outubro/dezembro de 2020 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Informação e Cultura Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4457/3478-4531 ~,revistasbraille@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial: Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hyléa de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração: Carla Maria de Souza Daniele de Souza Pereira Regina Celia Caropreso Revisão: Carla Dawidman Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita.

¨ I Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.~ fmÿpodfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, Spotify: ~,https:ÿÿopen.~ spotify.comÿshowÿ~ 1EA1x0ITAu~ UEUR5GoLU5iy~, Youtube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

¨ III Revista Brasileira para Cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n.o 1 (1942) --. Rio de Janeiro : Divisão de Imprensa Braille, 1942 --. V. Trimestral Impressão em braille ISSN 2595-1009 1. Informação -- Acesso. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista – Periódico. I. Revista Brasileira para Cegos. II. Ministério da Educação. III. Instituto Benjamin Constant. CDD-003.#edjahga Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

¨ V Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 Respeitável internauta ::::::::::::: 3 ~,www.atualizar.com~, :::: 12 Tirinhas As cobras ::::::::::::::: 16 Desafios :::::::::::::::: 20 Pensamentos ::::::::::::: 26 No Mundo das Artes Elza Soares, a história de uma guerreira ::::::: 28 Maravilhas do Mundo Socorro é referência nacional em turismo acessível :::::::::::::: 41 Nossa Casa ::::::::::::: 51 Vida e Saúde Sete benefícios do yoga para a saúde ::::::::::: 56 Culinária Bolo recheado com goiabada ::::::::::::::: 66 Pizza pão de alho ::::::: 68 Torta de batata com presunto e queijo :::::: 69 Humor ::::::::::::::::::: 71 RBC *News* :::::::::::: 76 Espaço do Leitor ::::::: 85 Editorial Caro leitor, Como seria a vida sem celular ou computador? No meio desta pandemia estão sendo ferramentas, que apesar dos mais velhos terem muitas dificuldades em operar, diminuem distâncias e apresentam-se como um “novo normal” dos encontros virtuais, trabalho e estudo. Vamos pensar nas pessoas que nasceram em 1900, viveram 100 anos, passaram por todos os problemas do século XX, duas guerras mundiais e demais dificuldades. Deve ter sido bem complicado. Mas isso é a vida, sempre com obstáculos a serem superados. Até o circo se reinventou. 2020, ano difícil, mas vamos celebrar a vida inspirando-nos em Elza Soares uma guerreira com 90 anos de idade. Além de cuidarmos do corpo, quem sabe praticando yoga, é interessante também exercitarmos a mente com alguns desafios que nos levam a um raciocínio prazeroso. Esta pandemia na qual vivemos atualmente vai ter um fim, em algum momento. Vamos então pensar em viagens, um lugar para sentir a natureza, praticar esportes diferentes, em uma cidade que investe em turismo acessível. Que bom. Esse lugar existe e podemos conhecer. Não descuide de sua alimentação. Às vezes estamos sem ideia sobre o que cozinhar e encontramos uma receita simples que facilita a nossa vida. Essa estranha doença, que assola o século XXI, causa-nos tristeza pelas perdas de tantas vidas. Também perdemos pessoas queridas no nosso núcleo. A saudade é grande, por isso é importante ressaltar como essas pessoas contribuíram com o seu trabalho, com o seu carinho, com sua dedicação. Mas vamos continuar a ter fé. Nossa revista está sempre aqui, pronta para atender a todos. Boa leitura! Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Respeitável internauta Um circo se reinventa com espetáculos online Maurício Frighetto Sob a lona rosa e amarela do Circo Rakmer, os artistas se preparavam para o início do espetáculo, na noite de 4 de abril, sábado. “Vai ser duro se apresentar sem plateia”, disse o proprietário do circo, Jefferson Rakmer, para a trupe atrás das cortinas. “Mas precisamos entrar com garra e devolver com carinho a ajuda que recebemos nos últimos dias.” Pela primeira vez, o show seria transmitido ao vivo pela internet. Há quase dois anos, os artistas do Circo Rakmer estão percorrendo o estado de Santa Catarina. Enquanto se apresentavam em Camboriú, durante os meses de janeiro e fevereiro, começaram a ouvir notícias sobre o cancelamento de eventos por causa da epidemia do novo coronavírus. Mesmo assim, mantiveram os planos e seguiram para São José, na Grande Florianópolis. Por ser uma região metropolitana, o circo investiu alto no aluguel do terreno e em divulgação na mídia. A estreia ocorreu em 6 de março de 2020, sexta-feira. Nos três primeiros dias, pouco mais de mil pessoas assistiram aos sete espetáculos, um bom público para início de temporada. Na semana seguinte, à medida que o novo coronavírus avançava no país, e as medidas para evitar aglomeração aumentavam, a plateia foi minguando. Na segunda-feira, dia 16, o circo – com capacidade para 900 espectadores – teve que interromper as atividades. “Quando paramos, não tínhamos dinheiro nem para a polenta do urso”, disse o proprietário, recorrendo a uma frase antiga do mundo circense, usada para expressar uma situação financeira difícil. Estima-se que existam cerca de dois mil circos no Brasil. Segundo a Associação Brasileira do Circo (Abracirco), devido às medidas de isolamento social, todos pararam. Alguns, que estavam na estrada, não receberam autorização para entrar nas cidades e tiveram que estacionar em postos de combustível ou em terrenos cedidos por solidariedade. O Circo Rakmer tinha pagado o aluguel do terreno até o fim de março. Sem dinheiro para o mês de abril, os artistas acharam que precisariam se mudar – sem ter para onde ir. Mas o Shopping Itaguaçu, dono do estacionamento onde o circo foi montado, os surpre- endeu: deixou de cobrar a locação até que retomem os espetáculos tradicionais. Os artistas também receberam apoio da Prefeitura de São José, de moradores e organizações sociais, que lhes enviaram cestas básicas. Sem o dinheiro da bilheteria, foi necessário buscar outra fonte de renda. Como a estrutura já estava montada, o circo resolveu fazer um espetáculo com transmissão pela internet. Ao divulgar o show nas redes sociais, sugeriu aos espectadores uma doação mínima de 5 reais – os ingressos antes da quarentena custavam entre 10 reais e 50 reais. A *live* do dia 4 de abril foi transmitida via Facebook e Instagram pelos celulares dos artistas, de maneira um tanto improvisada. Mesmo assim, cerca de 12 mil pessoas assistiram ao espetáculo ao vivo, segundo Rakmer. “Ganhamos um bom dinheiro”, disse o proprietário, que não quis revelar o valor arrecadado. Natural de Franca (SP), Jefferson Rakmer, nome artístico de Jeferson Batista Urbano, tem 54 anos. Como seus pais trabalhavam sob a lona, ele “nasceu no circo”. Estudou até a terceira série do Ensino Fundamental, abandonou os estudos e virou o palhaço Fuça. Já foi acrobata, trapezista e adestrador de animais. Aos 35 anos, após ter um problema de coluna, tornou-se apresentador. Trabalhou 22 anos em circos do Beto Carrero e só em 2007 decidiu montar seu próprio negócio. Apesar da longa experiência, Rakmer ficou bastante preocupado com a estreia online. “Eu tremia. Geralmente fico nervoso no início do show, mas logo depois passa. Na *live* foi uma tensão do começo ao fim”, contou. “Acho que era a necessidade de dar certo e devolver às pessoas o que elas nos deram.” A apresentação foi um desafio para todos os artistas, mas ainda para Fernando Fernandes, de 26 anos, o palhaço Potato, que também atua no Globo da Morte. “Eu fazia piada e ninguém ria, nem aplaudia. Foi uma experiência que vou levar para o resto da vida”, disse. Quando as apresentações foram interrompidas por causa da pandemia, Rakmer perguntou aos trabalhadores se queriam voltar às suas casas ou às de seus parentes. “Ninguém quis. Me disseram que a casa deles é aqui.” O proprietário, assim como muitos artistas, sequer tem residência fixa. Ele mora em um trailer com a mulher e três filhas pequenas – um filho e uma filha adultos também vivem com suas famílias no mesmo circo. Lonas foram estendidas na frente dos 15 trailers estacionados ao lado da tenda do circo. São como varandas com cadeiras, varais para estender roupas e brinquedos para a criançada. A casa da família da trapezista Jéssica Rodrigues, de 28 anos, que mora com o marido e a filha de 6 anos, foi montada dentro da carroceria de um caminhão Volvo. Dispõe de dois quartos, sala, cozinha e banheiro. O cômodo da menina, decorado com papel de parede florido, tem televisão, ar-condicionado, lustre e até uma pequena banheira. Manter o isolamento social no circo significa permanecer no trailer. “Cada um tem sua casa. A gente fica aqui dentro o máximo possível. É como se fosse um condomínio”, com- parou Rodrigues. A quarentena mudou bastante a rotina da sua família: a trapezista deixou de frequentar a academia; o marido parou de fazer reparos em casas da região; a filha não foi mais à escola – as crianças do circo são ma- triculadas em algum colégio próximo quando a trupe chega numa cidade. No domingo de Páscoa, 12 de abril, aconteceu a segunda apresentação online do Circo Rakmer. Dessa vez, de maneira mais profissional, gra- ças ao trabalho da produtora *Live* TV Brasil, que utilizou três câmeras e fez uma boa captação do som. “Transmissão perfeita”, elogiou Luís Pessoa. “Em tempo de quarentena, tem coisa melhor???”, escreveu Geraldo Banas. Os artistas estavam mais adaptados ao espetáculo sem público. “Quero ver todo mundo em casa nas palmas”, pediu Rakmer. As palmas aconteceram, mas na forma de emojis no chat da transmissão. Os palhaços recebiam smiles gargalhando. “Parabéns, lindo show, rimos muito com o Palhaço”, comentou Cristiane Souza. Ao ver Potato contando piadas, dançando e pulando no trapézio, era difícil imaginar a angústia de Fernando Fernandes, que encarna o palhaço. Desde o ensaio para a *live*, uma pergunta sobre o futuro do circo não lhe sai da cabeça: “Será que isso vai virar nossa nova realidade?”. :::::::::::::::::::::::: ~,www.atualizar.com~, A pandemia tornou mais urgente se manter antenado na tecnologia Walcyr Carrasco Imaginem. Eu sou da época da máquina de escrever. Datilografava página por página. Tec, tec, tec. Já não era novinho quando surgiu o computador doméstico. Foi fantástico – os vizinhos não reclamavam mais quando eu escrevia à noite. Eu sei. A vida sem internet parece inacreditável hoje. Juro: já existiu um mundo sem internet e nem faz tanto tempo assim. Os primeiros celulares pareciam tijolos. Se caíssem no pé, podiam machucar. Durante a maior parte do tempo, eles nem davam linha. Hoje, viver sem um celular parece impossível. A pandemia tornou a tecnologia mais obrigatória que nunca. Tenho de aprender aquilo que nunca pensei em saber. Reunião por Zoom, por exemplo. Ou Google Meet. São programas de videoconferência. É assim que se realizam as reuniões de trabalho atualmente. Fui fazer uma por Zoom. Tudo parecia muito simples. Enviaram um link, que acessei. Em um instante, eu estava cercado por autores e diretores. Vi o rostinho de todos eles. Mas de mim só apareciam as orelhas. Tentei erguer a cadeira. Estava que- brada, é obvio. Cadeiras sempre quebram nessas horas. Corri para pegar quatro almofadas e me equilibrei precariamente. Meu rosto apareceu na tela. Verde. Um diretor disse para eu apagar a luz atrás de mim. Apaguei, voltei ao normal e fiquei no escuro como uma coruja. Foi somente a primeira reunião. Tornou-se normal. Estou revendo meu inglês e francês, em aulas semanais por Zoom. Já tive sessão de terapia através de um programa médico, no qual o profissional armazena meus dados. Ainda me assusto com a inteligência artificial. Outro dia recebi dois anexos pelo meu Gmail. Respondi: “Obrigado pelos anexos”. Imediatamente, o computador reclamou: “Você esqueceu de adicionar os dois anexos”. Tive a impressão de que estava sendo espionado! Se quero enviar e-mail para alguém, a inteligência acrescenta dois ou três nomes, para quem já enviei mensagem antes. Se me distraio, vai um texto íntimo para a pessoa errada! Meu celular, de repente, liga para alguém. Às vezes, uma pessoa que não vejo há muito tempo. Tenho de explicar que foi erro, mas que bom voltar a se falar etc., etc. Há peças de teatro apresentadas pelo Instagram. É uma outra linguagem! Todos os dias boto um aplicativo de meditação e relaxo, aprendendo a respirar, descansando... Já escolhi um aplicativo de ioga, para fazer pelo celular. Mas ainda estou ensaiando começar... E cada vez há mais um novo aplicativo para desvendar, uma plataforma para conhecer. Eu, que cheguei a ter aula de caligrafia com caneta tinteiro, vejam só! Tenho uma jaqueira no quintal. Esta semana vou preparar carne de jaca. É só procurar na internet. Tranquilo. Em outros tempos, onde aprenderia? Às vezes, acho que não sou mais um indivíduo, e que me tornei um aplicativo. Estou em *upload*, em contínua transferência de dados. Vivo em modo de atualização. Aceitei esse novo jeito de viver. Este admirável mundo novo já se incorporou à minha rotina diária. As novidades de hoje serão passado amanhã. O mundo acelerou tecnologicamente. Eu e você também temos de seguir o ritmo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Tirinhas As cobras A tira de jornal ou tirinha, como é mais conhecida, é um gênero textual que surgiu nos Estados Unidos devido à falta de espaço nos jornais para a publicação de passatempos. O nome “tirinha” remete ao formato do texto, que parece um “recorte” de jornal. Estrutura-se em enunciados curtos e traz um conteúdo predominantemente crítico, com humor, a modos de comportamento, valores, sentimentos, destacando-se, portanto, nessa com- posição, códigos verbais e não verbais. “As Cobras”, do escritor e cartunista Luís Fernando Veríssimo, é célebre desde os anos de 1970, quando estreou nas páginas do jornal gaúcho “Zero Hora”. As personagens principais, duas cobras sem nome, discutem todos os tipos de assunto, entre política, futebol, economia e até o significado da existência. O clima de humor crítico permitiu que o autor burlasse a temida censura e fizesse comentários inteligentes e contestadores sobre o regime militar e suas opções econômicas. _`[{tirinha “As Cobras” em quatro quadrinhos: Q1: As cobras estão de lado, próximas uma da outra. Q2: A cobra 1 pergunta; “Como é o plural de ‘pôr do sol’?” Q3: As duas cobras permanecem de lado, próximas uma da outra. Q4: Ainda uma ao lado da outra, a cobra 2 responde: “’Crepúsculos’”. A cobra 1 levanta a sobrancelha._`] ::::::::::::::::::::::::

_`[{tirinha “As Cobras” em quatro quadrinhos: Q1: As cobras estão uma ao lado da outra, olhando para o céu, à noite. A cobra 1 diz: “Nossa condição não é tão angustiante assim..." A cobra 2 pergunta: “Como não?” Q2: E a própria cobra 2 diz: “Atravessamos o espaço numa bola que não controlamos, num universo que não entendemos, por uma razão que não sabemos para um fim que não veremos.” Q3: As cobras continuam sentadas lado a lado, olhando para o céu estrelado. Q4: A cobra 1 diz: “Sim, mas fora isso...”. A cobra 2 se vira de frente para a cobra 1 ao ouvir isso._`] ::::::::::::::::::::::::

_`[{tirinha “As Cobras” em três quadrinhos: Q1: As duas cobras estão deitadas lado a lado. A co- bra 1 pergunta: “Nós somos vagabundos?” A cobra 2 responde; “Não, não.” Q2: A cobra 2 continua: “Vagabundo é quem não tem o que fazer. Nós temos!” Q3: A cobra 2 ainda complementa: “Só não fazemos.”_`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Desafios 1. De quem é a famosa frase “Penso, logo existo”? a) Platão b) Galileu Galilei c) Descartes d) Sócrates e) Francis Bacon

2. Qual o menor e o maior país do mundo? a) Vaticano e Rússia b) Nauru e China c) Mônaco e Canadá d) Malta e Estados Unidos e) São Marino e Índia 3. Qual o nome do presidente do Brasil que ficou conhecido como Jango? a) Jânio Quadros b) Jacinto Anjos c) Getúlio Vargas d) João Figueiredo e) João Goulart 4. Quantas casas decimais tem o número ^p? a) Duas b) Centenas c) Infinitas d) Vinte e) Milhares

5. Quais as duas datas que são comemoradas em novembro? a) Independência do Brasil e Dia da Bandeira b) Proclamação da República e Dia Nacional da Consciência Negra c) Dia do Médico e Dia de São Lucas d) Dia de Finados e Dia Nacional do Livro e) *Black Friday* e Dia da Árvore 6. Qual a montanha mais alta do Brasil? a) Pico da Neblina b) Pico Paraná c) Monte Roraima d) Pico Maior de Friburgo e) Pico da Bandeira 7. Este é um exercício para ativar a mente e passar o ócio da quarentena. Em cada palavra tem um nome de homem ou de mulher. Não

sobram letras e não faltam. Vamos mover os neurônios. Eu começo com a letra i) Marcelo. a) tablero b) faldero c) galena d) lacra e) deudora f) reglado g) arido h) bailes i) reclamo j) trama k) meatus l) oscilan m) corrida n) saunas o) aretes p) invocare q) riesgo r) ebanistas Respostas 1. Letra c. René Descartes (1596-1650) 2. Letra a. O Vaticano, sede da igreja católica, tem apenas 44 hectares (0,44 kmâ2). A Rússia, localizada em dois continentes (Ásia e Europa), tem 17 milhões de kmâ2. 3. Letra e. João Belchior Marques Goulart `(1919- -1976`) foi o 24º presidente do Brasil, cujo período de governo compreende os anos de 1961 a 1964. João Goulart abandonou a presidência por ocasião do golpe militar. 4. Letra c. Ao longo dos tempos, vários estudiosos têm se dedicado a calcular o número ^p e já chegaram ao número de 5 bilhões de casas. 5. Letra b. A Proclamação da República é comemorada no dia 15 de novembro, data em que Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a república em 1889. O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado no dia 20 de novembro, data em que Zumbi dos Palmares morreu, em 1695. 6. Letra a. O Pico da Neblina é o ponto mais elevado do Brasil, contando com 2.995 metros de altura. Localiza-se no Amazonas, na fronteira com a Venezuela e a Colômbia. 7. Respostas: a) Alberto b) Alfredo c) Angela d) Carla e) Eduardo f) Geraldo g) Dario h) Isabel i) Marcelo j) Marta k) Mateus l) Nicolas m) Ricardo n) Susana o) Teresa p) Veronica q) Sergio r) Sebastian õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Pensamentos “Cada coisa tem sua hora e cada hora o seu cuidado.” (Rachel de Queiroz, 1910-2003) A vida é como jogar uma bola na parede: Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul; Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde; Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca; Se a bola for jogada com força, ela voltará com força. Por isso, nunca "jogue uma bola na vida" de forma que

você não esteja pronto a recebê-la. A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos. (Albert Einsten, 1859-1955) "Nem sempre somos honestos na busca da verdade. Nós a procuramos não é porque queremos honestamente conhecê-la. O que nos move é bem menos nobre. O que almejamos é confirmar o que já supomos saber." (Padre Fábio de Melo, 1971) “O ser humano é o mesmo em qualquer lugar, em qualquer tempo, em qualquer que seja a sua condição. Você pode ser rico ou pobre, mas os problemas que afetam verdadeiramente o ser humano são os mesmos.” (Ariano Suassuna, 1927-2014) “O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós.” (Irmã Dulce, 1914-1992) “Uma fé pequena leva as almas até o céu, mas uma grande fé traz o céu até as almas.” (Charles H. Spurgeon, 1834-1892) õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo No Mundo das Artes Elza Soares, a história de uma guerreira No ano em que Elza completa 90 anos, nada mais justo do que contar a história dessa mulher que é muito mais do que uma cantora. É uma sobrevivente! O nome de Elza Soares é reconhecido nacionalmente há muitas décadas. Dona de uma voz potente, começou a cantar com o pai aos cinco anos, e o talento para a música foi reconhecido desde cedo. Aos 13 anos, ela deixou Ary Barroso de queixo caído, no consagrado programa de calouros da Rádio Tupi – era a primeira vez que cantava em público. “Senhoras e senhores, nesse exato momento acaba de nascer uma estrela”, disse o apresentador na época, minutos depois de ter zombado de Elza por causa da maneira como estava vestida. Olhando para aquela garota pobre de tudo, Ary perguntou de que planeta Elza havia vindo. A plateia gargalhou imediatamente, mas calou-se assim que ouviu a resposta: “Vim do planeta fome”. Infelizmente, Ary estava enganado ao dizer que uma estrela nascia naquele dia. Isso porque a família de Elza foi contra sua carreira artística, mesmo que isso pudesse *aplacar* a pobreza em que viviam. E era pobreza de verdade! Ela nasceu na favela carioca de Moça Bonita (atual Vila Vintém), em 23 de junho de 1930. Aos 12 anos foi forçada a se casar e aos 13 já era mãe. Apresentou-se na Rádio Tupi escondida, na esperança de conseguir dinheiro para salvar o filho doente, que veio a falecer logo depois. Com meros 21 anos, Elza já havia velado dois filhos e também o primeiro marido. Nessa época o desespero foi grande, pois ela tinha cinco crianças para criar e não trabalhava fora. Mas em meio à tragédia, surgia uma luz: ao ficar viúva, Elza finalmente conseguiu aventurar-se no meio artístico. E, como sabemos, essa *empreitada* acabou dando certo. A rouquidão característica transformou Elza em uma artista singular no cenário nacional. Seu *legado* é tão *notório* que a BBC de Londres a elegeu como a cantora do milênio, em 2000. Só que, infelizmente, o imaginário popular não faz jus à história dessa grande guerreira. Durante décadas, Elza precisou viver sob o rótulo de “a amante que acabou com o casamento de Garrincha” e, mais recentemente, passou a ser conhecida como uma mulher que fez plásticas demais. Quanto à história com Garrincha, a cantora viveu um verdadeiro pesadelo. O jogador era endeusado nos anos 1960, quando o relacionamento dos dois começou e ele ainda estava casado. Elza, por sua vez, estava em início de carreira. Aí não é preciso ser um gênio para imaginar quem a sociedade crucificou na época. A cantora chegou a ser ameaçada de morte, sofria ataques na rua e era hostilizada também pelos amigos do atleta. Mesmo assim, os dois se casaram, tiveram um filho e ficaram juntos por mais de 15 anos. E a razão do término representou um novo drama na vida de Elza: longe dos gramados, Garrincha tornou-se alcoólatra e violento com a esposa. Ela apanhou diversas vezes e chegou a ter os dentes quebrados numa ocasião. Na época, sofreu calada. Somente em 2015 conseguiu *exorcizar* a dor de ter sido vítima de violência doméstica e, por meio da música *Maria da Vila Matilde*, vocifera: “cê vai se arrepender de levantar a mão para mim”. A canção rapidamente tornou-se um hino no movimento feminista e, sempre que a interpreta em shows e programas de TV, Elza convoca vítimas a denunciarem seus agressores. *Maria da Vila Matilde* faz parte de um álbum poderoso que, não por acaso, se chama *A Mulher do Fim do Mundo*. A obra é um verdadeiro manifesto autobiográfico que se propõe a dizer: “senhoras e senhores, vocês estão diante de uma sobrevivente”. E não há palavra melhor para definir Elza Soares: sobrevivente. Essa é uma senhora de 90 anos, castigada pela vida de todas as formas. Encarou de frente a fome, a pobreza, o casamento na infância, o ódio

das massas, a ditadura (ela e Garrincha exilaram-se na Europa por anos), a morte de quatro dos seus sete filhos, a violência doméstica e – como se não bastasse –, um terrível problema de coluna na velhice. Só o fato de estar viva já é notável e mais impressionante ainda é ver que Elza se recusa a parar quieta. No palco, precisa ficar sentadinha e o fôlego às vezes lhe falta. Mesmo assim, a voz ainda é poderosa – tal qual o espírito dessa mulher inacreditavelmente forte. Como ela diz na canção que batiza seu disco mais recente: “Eu quero cantar até o fim. Me deixem cantar até o fim”. E a gente responde: não precisa pedir permissão, rainha. É um privilégio enorme continuar ouvindo a sua voz!

No dia 23 de junho de 2020 Elza completou 90 anos. Fonte com alteração: ~,https:ÿÿmdemulher.abril.~ com.brÿfamosos-e-tvÿelza-~ soares-voce-precisa-~ conhecer-a-historia-~ dessa-guerreiraÿ~, Músicas de Elza Soares Maria da Vila Matilde Douglas Germano Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar

¨ Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: Péguixguixguixguix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: Péguixguixguixguix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim

¨ E quando o samango chegar Eu mostro o roxo no meu braço Entrego teu baralho Teu bloco de pule Teu dado chumbado Ponho água no bule Passo e ainda ofereço um cafezinho Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: Péguixguixguixguix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizin Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim E quando tua mãe ligar Eu capricho no esculacho Digo que é mimado Que é cheio de dengo Mal acostumado Tem nada no quengo Deita, vira e dorme rapidinho Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Mão, cheia de dedo Dedo, cheio de unha suja E pra cima de mim? Pra cima de moa? Jamé, mané!

Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Fonte: ~,https:ÿÿwww.letras.~ mus.brÿelza-soaresÿmaria-~ da-vila-matildeÿ~ Se Acaso Você Chegasse Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins Se acaso você chegasse No meu chateau e encontrasse Aquela mulher que você gostou Será que tinha coragem De trocar nossa amizade Por ela que já lhe abandonou? Se acaso você chegasse No meu chateau e encontrasse Aquela mulher que você gostou Será que tinha coragem De trocar nossa amizade Por ela que já lhe abandonou?

¨ Eu falo porque essa dona Já mora no meu barraco À beira de um regato E de um bosque em flor De dia me lava a roupa De noite me beija a boca E assim nós vamos vivendo de amor Fonte: ~,https:ÿÿwww.letras.~ mus.brÿelza-soaresÿ~ 281255ÿ~, Nota: Ary Barroso: (1903-1964) foi um compositor brasileiro, autor de "Aquarela do Brasil", música que consolidou o estilo samba-exaltação. Vocabulário Aplacar: v. Fazer diminuir; extinguir(-se).

Empreitada: s. f. Tarefa, serviço, trabalho. Exorcizar: v. Afastar, afugentar. Legado: s. m. Conhecimento que se transmite a geração seguinte. Notório: adj. Amplamente conhecido. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Maravilhas do Mundo Socorro é referência nacional em turismo acessível Socorro é uma encantadora e quase bicentenária Estância Turística do Estado de São Paulo, localizada no Circuito das Águas Paulista, aos pés da Serra da Mantiqueira, na divisa com a região Sul de Minas. Colonizada em sua maioria por imigrantes italianos, Socorro possui diversas fazendas cafeeiras, muitas delas ainda em atividade. A cidade *sediou* batalhões da resistência paulista na Revolução Constitucionalista de 1932. Os belos casarões centenários embelezam o centro da cidade. Com sua topografia montanhosa e repleta de verde, Socorro reserva belas paisagens, ar puro e muita luz. A cidade de Socorro é conhecida como “Cidade Aventura” pela grande quantidade de atividades que oferece, considerada um dos melhores lugares do Brasil para a prática do *rafting*, ainda possui uma das maiores tirolesas do país, com mais de 1 km de extensão, a única que atravessa dois estados: São Paulo e Minas Gerais. Além de todos estes títulos, a cidade também é referência nacional em turismo acessível. Entre as mais de 20 atividades de aventura que oferece hoje, dez já foram adaptadas e podem ser praticadas até mesmo por cadeirantes. O principal diferencial de Socorro é esse cuidado com a cidade e a atenção com a acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, inclusive, com os idosos, crianças e gestantes. Praticamente todos os pontos e equipamentos turísticos foram ou estão sendo adaptados para permitir o acesso de pessoas que, usualmente, não poderiam participar das atividades ou visitar os atrativos. O esforço de adaptação tornou Socorro um dos dez Destinos Referência em Segmentos Turísticos do Ministério do Turismo e, como reconhecimento internacional, recebeu, em 2014, na Espanha, o Prêmio Rainha Sofia de Acessibilidade, *outorgado* pelo Conselho Real para Deficiência, do governo espanhol. Socorro é tão especial que faz com que todos os visitantes se sintam especiais tam- bém. A proposta de inclusão, que teve início com as atividades de aventura, logo se estendeu para a cidade, para os serviços urbanos, públicos e privados. Dessa forma, os turistas com deficiência podem se sentir mais livres e autônomos para circular na cidade e para fazer as atividades radicais, que estimulam a autossuperação, o trabalho em equipe, a coordenação e a coragem, num desafio saudável e seguro tanto para o corpo quanto para a mente. No Horto Municipal, por exemplo, onde na época das festas de final de ano fica a Casa do Papai Noel, há um jardim aromático com sinalização tátil (pisos alerta e direcional, mapas táteis e placas em braille) para deficientes visuais, rampas de acesso, além de banheiros adaptados. Três exemplos de locais adaptados são o Parque dos Sonhos, o Portal do Sol Hotel Fazenda e o Parque de Aventura Monjolinho. O primeiro, localizado no Vale do Rio Cachoeirinha, é o que mais oferece atividades adap- tadas, que dependendo do grau de deficiência, pode chegar a 14 possibilidades. Outro destaque é a sinalização em volta do Parque dos Sonhos, e *banners* que indicam os tipos de deficiência que podem praticar cada atividade, além de destacar o grau de dificuldade. Como exemplo de aventura acessível, está a modalidade do *rafting*, que todos podem fazer, sem exceção. Os deficientes visuais também realizam todas as atividades, mas o parque oferece adaptações para outras deficiências. A Tirolesa do Pânico é uma boa para quem quer sentir a adrenalina de perto, com os 160 metros de altura e 1 km de extensão. Além dessas, ou- tras atividades estão disponíveis nos parques, como trilha, *arvorismo*, *boia-cross*, canoagem, cavalgada, *rapel*, escalada, e até mesmo passeios de motos e quadriciclos e pulos adaptado de asa delta e *parapente*. Socorro é exemplo para ou- tras cidades em diversas ações, tanto para ampliarem seu espaço mais acessível, tornando comum a participação de todos, como no cuidado com o meio ambiente e no projeto de aproveitamento de reciclagem. Aproveite a época do final do ano, para conferir Socorro toda iluminada e decorada no “Luzes de Natal”, com lindos enfeites reciclados feitos de pets. Flores, guirlandas, sinos, velas, anjos, bengalas, botas, harpas, estrelas e bolas, produzidas com criatividade, estão decorando vários pontos da cidade. Na Casa do Papai Noel também foram utilizados pneus, que viraram bichos e xícaras no jardim. Dessa forma, os moradores têm contribuído para que a cidade tenha o Natal mais iluminado e sustentável do interior de São Paulo. Os turistas ainda poderão percorrer todos os pontos iluminados da cidade a bordo de um charmoso trenzinho. De manhã, é possível fazer as atividades nos parques de aventura e à noite, curtir esse clima de Natal. A produção têxtil é um dos pilares da economia socorrense. É possível adquirir malhas diretamente dos mais de 100 fabricantes locais na Feira Permanente de Malhas, no Moda Lojas de Fábrica, e no comércio das ruas do centro. São diversas opções para hospedagem, cultura, atividades esportivas e lazer. Seu povo é muito acolhedor e hospitaleiro. É o destino ideal tanto para quem busca tranquilidade, como para quem busca se aventurar em meio à natureza. Fontes: ~,http:ÿÿg1.globo.comÿspÿ~ campinas-regiaoÿespecial-~ publicitarioÿace-socorroÿ~ luzes-de-natal-socorroÿ~ noticiaÿ2015ÿ12ÿsocorro-~ e-referencia-nacional-em-~ turismo-acessivel.html~, ~,http:ÿÿwww.socorro~ luzesdenatal.com.brÿ~ a-cidade~, Vocabulário Arvorismo: s. m. Prática esportiva de aventura. Consiste na travessia de um percurso suspenso entre plataformas montadas nas copas das árvores. Esse percurso é preparado de maneira estratégica, utilizando cabos de aço e cordas, com o objetivo maior de aumentar o desafio e a adrenalina dos aventureiros. Pode ser necessárias tirolesas ou ou- tras formas de superar os obstáculos que podem ser naturais ou não. Boia-cross: s. f. É a prática esportiva, que tem como finalidade descer em grandes boias redondas (pneus de tratores ou caminhões) pelo leito dos rios em níveis de corredeiras leves e moderados, podendo ser praticado por todas as pessoas de acordo com a dose de emoção desejada. Outorgado: adj. Concedido. *Rafting*: s. m. Esporte de aventura; baseia-se na prática de descida em corredeiras, rio com correntes rápidas e percursos acidentados, em equipes utilizando botes infláveis e equipamentos de segurança. Rapel: s. m. Esporte de aventura, que consiste no processo de descida de um paredão na vertical com a ajuda de uma corda dupla passada sob uma coxa e sobre o ombro oposto a ela, ou por meio de um dispositivo especial que desliza controladamente pelo cabo. Revolução Constitucionalista de 1932: Também conhecida como Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, entre julho e outubro de 1932, que tinha por objetivo derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e convocar uma Assembleia Nacional Constituinte. Parapente: s. m. Aparelho esportivo idealizado de uma mistura de asa-delta e paraquedas, com o qual se salta de uma elevação para descer planando. Sediou: v. Serviu de sede a um evento. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Nossa casa Limpando o forno Esta é uma das tarefas mais complicadas em uma cozinha, portanto é preciso tomar o máximo cuidado. Para começar, é preciso evitar na limpeza materiais ásperos como esponjas de aço. Usar facas para raspar crostas de sujeira também não é nada recomendável. A melhor dica é aquecer o forno por alguns segundos e, em seguida, remover os resíduos com um pano úmido ou com a face mais macia da esponja para louças. Cuidado para não deixar o forno quente demais. Quando ele esfriar totalmente, faça uma segunda limpeza para retirar os últimos detritos. Janelas de alumínio A limpeza de janelas e esquadrias de alumínio é bastante delicada. Não se deve repetir os mesmos procedimentos utilizados em outros materiais, como madeira ou ferro, pois há risco de danificá-las. A forma correta de limpar essas peças é misturando óleo de cozinha e álcool, em porções iguais. Em seguida, basta passar um pano macio, de preferência flanela, sobre a região. Esse tipo de medida deve ser feita apenas uma vez por mês. É o suficiente para que o brilho seja mantido. Para limpar os vidros, o ideal é uma solução de vinagre ou limão, misturados à água. Perfumando o ambiente Vários produtos para perfumar o ambiente, hoje em dia, podem ser encontrados em supermercados. No entanto, ainda há quem prefira os métodos naturais. Experimente encher um recipiente com grãos de café e colocar uma vela em cima. Adicione algumas gotas de essência de baunilha. Outra tática é criar um perfumador caseiro: junte pedaços de limão, alecrim, óleos essenciais e paus de canela, e coloque em água para ferver. O cheiro vai se espalhar pelos cômodos da casa. No banheiro, a dica é colocar óleo essencial no interior do rolo de papel higiênico. Toda vez que for usado, ele irá liberar bons odores. Passando camisas Passar roupas é uma tarefa relativamente simples, mas algumas peças exigem cuidados especiais. Com as camisas, por exemplo, é preciso seguir um pequeno ritual para que não fiquem com vincos comprometedores. A primeira parte da peça a ser passada é o colarinho. Faça-o de fora para dentro, assim, não há riscos de o tecido ficar enrugado. Coloque a parte dos ombros na ponta mais estreita da tábua antes de passar. Em seguida, faça o mesmo com a parte superior das costas. Passe os punhos e as mangas, as duas metades da frente e, por fim, a parte de trás. Armário embolorado Quartos muito úmidos são um grande problema na hora de guardar as roupas. As peças guardadas por muito tempo correm o risco de ficar emboloradas. Sem falar nos males para a respiração que um ambiente mofado pode provocar. Uma maneira prática de evitar a proliferação dos fungos no guarda-roupas é utilizar uma mistura de água, vinagre e água sanitária na hora de fazer a limpeza. Não borrife perfumes no interior do móvel: eles só ajudam a proliferar ainda mais o mofo, sem falar nos riscos de manchar as roupas. Guarde as

peças em plásticos, pois eles retêm a umidade. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vida e Saúde Sete benefícios do yoga para a saúde O Yoga é uma prática que tem como objetivo trabalhar o corpo e a mente de forma interligada, com exercícios que auxiliam para o controle do estresse, ansiedade, dores no corpo e na coluna, além de melhorar o equilíbrio e promover a sensação de bem-estar e a disposição, podendo ser praticada por homens, mulheres, crianças e idosos. Para ter todos os benefícios do Yoga, são necessários pelo menos três meses de prática, pois à medida que a pessoa vai praticando a atividade, consegue ter maior consciência corporal e passa a controlar melhor a mente para que ela influencie o corpo e, assim, todo o organismo trabalhe de forma harmônica e equilibrada. 1. Diminui o estresse e ansiedade: A meditação praticada no Yoga faz com que a pessoa se concentre no presente, desocupando a mente de problemas do passado ou futuro, o que proporciona equilíbrio emocional, sensação de paz interior, bem-estar e equilíbrio da mente para as situações do dia a dia. Além disto, também ajuda no tratamento da depressão, devido à sensação de relaxamento, com aumento da autoconfiança, otimismo, concentração, diminuição da irritabilidade e melhora das relações interpessoais. 2. Promove condicionamento físico: Os exercícios, técnicas e posturas desta atividade podem melhorar a resistência e fortalecimento dos músculos, de forma mais ou menos intensa, a depender do estilo e modalidade do Yoga praticado. Isto ajuda a melhorar o desempenho do corpo para atividades físicas e tarefas diárias, aumenta a massa magra e deixa o corpo em forma, com maior definição e músculos *tonificados*. 3. Facilita o emagrecimento: Um dos principais motivos que a prática do Yoga causa perda de peso é devido ao controle da ansiedade e vontade de comer, diminuindo a quantidade de calorias consumidas no dia. Os exercícios e posições realizados também auxiliam na perda de gordura, mas isto varia de acordo com o estilo praticado, menos nos mais tranquilos, como Iyengar ou Tantra Yoga, ou mais nos dinâmicos, como Ashtanga ou Power Yoga, por exemplo. 4. Alivia dores corporais: Com o Yoga, a pessoa passa a ter maior consciência corporal, o que significa que ela terá maior percepção da postura, da forma como anda, como senta e sinais de tensão muscular. Dessa forma, é possível corrigir alterações, como *contraturas*, para que qualquer alteração seja resolvida e a estrutura muscular fique relaxada, sem causar danos à coluna e articulações do corpo. Os exercícios de postura e alongamento também ajudam a liberar a tensão e dar flexibilidade aos músculos, aliviando dores causadas por *escoliose*, *hérnia de disco*, *fibromialgia* e contraturas musculares, por exemplo. 5. Controla a pressão e os batimentos cardíacos: O Yoga proporciona melhora do funcionamento do coração e pulmões, pois regula o sistema nervoso e melhora a circulação sanguínea, batimentos do coração, pressão arterial, além de equilibrar o sistema *endócrino*, controlando os níveis de hormônios do estresse, como cortisol e adrenalina. A capacidade respiratória também melhora, devido aos exercícios de expansão dos pulmões e controle da respiração. Dessa forma, o Yoga melhora o condicionamento físico, mas de forma diferente dos exercícios físicos convencionais, como musculação ou esportes. 6. Melhora o sono: Além de causar relaxamento e tranquilidade, facilitando uma boa noite de sono, o Yoga aumenta a produção de melatonina, hormônio que regula o ciclo do sono, deixando-o com mais qualidade e profundidade. Ter o corpo mais relaxado também faz com que o descanso seja melhor à noite, proporcionando mais energia e disposição no dia seguinte. 7. Melhora o prazer no contato íntimo: O desempenho sexual também pode melhorar com o Yoga, pois o casal passa a ter maior sensibilidade durante o contato íntimo, devido a maior capacidade de relaxar e ter melhor receptividade ao parceiro. Além disso, com o controle da concentração e alívio da ansiedade, problemas como dificuldade para atingir o orgasmo, disfunção erétil, ejaculação precoce podem ser controlados. Benefícios na saúde dos idosos Pessoas da terceira idade podem se beneficiar muito com a prática desta atividade, pois fortalece os músculos, alivia de dores pelo corpo, melhora o equilíbrio, flexibilidade e atenção. O controle da pressão, dos batimentos cardíacos e da respiração, também são efeitos do Yoga, que podem trazer melhor qualidade de vida e bem-estar aos idosos, além de ajudar a controlar doenças como pressão alta, diabetes e colesterol alto. É importante lembrar que os exercícios praticados nesta atividade devem ser adaptados às condições e necessidades de cada pessoa, para que sejam feitos de forma natural e de acordo com os benefícios que a pessoa procura, evitando, assim, lesões, torções ou sensação de desestímulo. Benefícios para as gestantes Além de ser benéfico para qualquer mulher, o Yoga tam- bém pode trazer grandes benefícios durante a gravidez, pois melhora a flexibilidade e facilita a adaptação às mudanças do corpo nesse período, tonificando os músculos, alongando articulações, e tornando a gestação menos dolorosa e tensa. Além disto, os movimentos respiratórios também ficam mais sincronizados, diminuindo a sensação de falta de ar que acontece nos períodos finais da gestação. Já o relaxamento proporcionado por esta atividade também pode diminuir a ansiedade e a preocupação, muito comuns em gestantes, fazendo com que a mulher esteja mais tranquila, e facilitando o desenvolvimento do bebê de forma saudável. Nesse período, a prática de exercícios físicos deve ser orientada por um profissional de saúde e liberada pelo obstetra, devendo ser, de prefe-

rência, de forma leve e relaxante. Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ tuasaude.comÿbeneficios-~ do-yogaÿ~, Vocabulário Contratura: s. f. Ocorre quando o músculo se contrai de maneira incorreta e não volta ao seu estado normal de relaxamento, em resposta a uma sobrecarga de esforço continuado exercido sobre um músculo ou tendão, ao qual os mesmos não estão acostumados. Endócrino: adj. Relacionado com as glândulas de secreção interna. Escoliose: s. f. Doença diagnosticada através de testes clínicos e da análise

de Raio-X, no qual se verifica uma curvatura da coluna vertebral em pelo menos 10 graus. Fibromialgia: s. f. Dor intensa nos tecidos muscular e fibroso, de origem incerta, em diversas partes do corpo, ocorrendo principalmente em mulheres. Hérnia de disco: Deslocamento de um disco interverte- bral. Em caso de um esforço muito grande e de má postura, que pode aparecer quando a pressão é muito grande. Em geral, é ao nível dos discos 4 e 5 das vértebras lombares. Tonificar (tonificado): v. Fortificado, fortalecido. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Culinária Bolo recheado com goiabada Ingredientes: Cinco ovos, uma xícara (chá) de açúcar, quatro colheres (sopa) de margarina, duas xícaras (chá) de farinha de trigo, uma xícara (chá) de fécula de batata, uma xícara (chá) de leite de coco, uma colher (sopa) rasa de fermento em pó, margarina e farinha de trigo para untar, coco ralado para decorar. Creme para recheio e cobertura: um envelope de gelatina em pó incolor sem sabor e três xícaras (chá) de goiabada cremosa. Modo de preparo: Bata os ovos com o açúcar na batedeira por 10 minutos ou até dobrar de volume. Adicione a margarina e bata por 3 minutos. Intercale a farinha e a fécula peneiradas com o leite de coco e continue batendo até homogeneizar. Acrescente o fermento e misture com uma colher. Despeje em uma fôrma redonda de 24 cm untada e enfarinhada e leve ao forno médio, preaquecido, por 35 minutos ou até que ao enfiar um palito no centro, este saia limpo. Deixe esfriar e desenforme. Em uma panela, dissolva a gelatina conforme as instruções da embalagem e leve ao fogo baixo para dissolver, sem deixar ferver. Misture com a goiabada e mantenha na geladeira. Corte o bolo ao meio e recheie com 1ÿ3 do creme. Espalhe o restante do creme alisando com uma espátula e leve à geladeira por no mínimo 4 horas. Decore com o coco ralado e sirva. ::::::::::::::::::::::::

Pizza pão de alho Ingredientes: Dois pães sírios médios abertos ao meio (pode usar rapi10, piadina também ou a massa de pizza na frigideira), dois dentes de alho picados, quatro colheres (sopa) de maionese (ou requeijão), muçarela a gosto, tomate em rodelas a gosto, azeitonas a gosto, pimenta do reino, orégano a gosto e parmesão ralado a gosto. Modo de preparo: Em um recipiente misture o alho picado, a maionese e um pouco de pimenta do reino até que fique homogêneo. Em seguida espalhe este creme sobre as fatias de pão sírio e disponha em uma fôrma levemente untada com óleo ou azeite. Por cima coloque a muçarela, seguida do tomate e tempere com orégano a gosto. Com todas as pizzas montadas, leve-as ao forno preaquecido a 200}C por cerca de 10 minutos ou até que o queijo tenha derretido e o pão esteja crocante. Depois disso é só servir. :::::::::::::::::::::::: Torta de batata com presunto e queijo Ingredientes: Uma batata, duas colheres de sopa de azeite, dois ovos, uma xícara de creme de leite, meia xícara de leite, uma colher pequena de noz-moscada, presunto fatiado, cheddar ralado, sal e pimenta-do-reino a gosto. Modo de preparo: Corte a batata em rodelas finas e as distribua em uma fôrma, com uma pequena distância entre cada uma delas. Tempere com as duas colheres de azeite, sal e pimenta-do-reino a gosto. Leve ao forno a 180}C por 10 minutos. Enquanto isso, misture os ovos, o creme de leite, o leite, a noz-moscada, o sal e a pimenta-do-reino a gosto e mexa bem. Reserve para adicionar na montagem da torta. Após retirar a batata do forno, coloque as rodelas em uma fôrma untada e enfarinhada, cobrindo o fundo e as laterais do recipiente. Por cima, faça uma camada de fatias de presunto e uma de cheddar ralado. Repita esta etapa (batata, presunto e cheddar, respectivamente) e, em seguida, adicione a mistura líquida por cima. Finalize com mais uma camada de batatas e leve ao forno a 180}C por 40 minutos. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Humor A senha do *wi-fi* Há pouco tempo entrei em um bar no aeroporto e perguntei ao barman qual era a senha do *wi-fi* local. Barman disse: — Você precisa comprar uma bebida primeiro. Então falei: — Ok, vou tomar uma Coca. Barman pergunta: — Uma Pepsi, está bem? Eu respondi: — Claro. Quanto custa? Barman: — R$3,00 — Aqui está. Então, qual é a senha do *wi-fi*? — pergunto. — Você precisa comprar uma bebida primeiro. Sem espaços, tudo em minúsculas. :::::::::::::::::::::::: Classificados econômicos Jovelina e Arneldo foram casados por 25 anos. Eles eram famosos por suas constantes brigas e desavenças. Mas seguiam juntos. No 26º ano, Arneldo teve um ataque cardíaco e morreu. Alguns dias depois, Jovelina entra no escritório do jornal local e pede para publicar um obituário. O Editor de anúncios informa: "Podemos fazer quatro linhas com no máximo 80 palavras por R$100". "Não." Ela diz: "Isso é muito dinheiro e ele não valia muito. O que mais você tem?". "Ok", diz o editor sem jeito. "Podemos fazer 3 linhas e no máximo 25 palavras por R$35". "Não, ainda é muito caro..." Ela faz uma careta. "O que mais você tem?". Confuso, o publicitário quer vê-la pelas costas e diz: "Temos as opções econômicas - 2 linhas, 5 palavras no máximo, R$5". Ela concorda. Então ele preenche o pedido e pergunta: "muito bem, o que você quer anunciar?" Ela pensa por um momento e depois diz: "Arneldo morreu. Vende-se caminhonete." :::::::::::::::::::::::: Como ser discreto e eficaz Seis aposentados da Flórida jogam pôquer de apostas altas no clube do condomínio. Um membro do grupo, Meier, perde 5 mil dólares em uma única mão, aperta o peito e cai morto à mesa. Mostrando respeito pelo camarada caído, os outros cinco terminam de jogar aquela rodada em pé. Finkelstein olha em volta e pergunta: "Então, quem vai contar à esposa?" Eles cortam as cartas e Goldberg "ganha" a ingrata missão. Eles dizem para ele ser discreto, ser gentil, para não piorar uma situação que já é ruim. "Discreto? Eu sou a pessoa mais discreta que vocês já conheceram. Discrição é o meu nome do meio", diz ele. “Deixem comigo." Goldberg vai até o apartamento dos Meiers e bate à porta. A Sra. Meier atente à porta e pergunta o que ele quer. Goldberg declara: "Seu marido acabou de perder 5 mil dólares jogando pôquer e tem medo de voltar para casa". "Diga a ele para cair morto!" diz a esposa.

"Vou dar o recado", diz ele. :::::::::::::::::::::::: Uma florista confusa Um novo negócio foi aberto e um amigo do proprietário queria enviar algumas flores para a ocasião. As flores chegaram ao novo local da empresa e o proprietário leu o cartão que veio com as flores, que dizia: "Descanse em paz". Chateado, o proprietário ligou para o amigo para descobrir por que ele havia lhe enviado aquele cartão. O amigo pediu desculpas e disse que certamente era um erro da floricultura, e ele ligaria imediatamente para fazer uma re- clamação. O homem ficou muito incomodado e chamou a floricultura para reclamar. Foi atendido por uma florista, que disse: “Senhor, sinto muito, foi um erro meu, mas, em vez de ficar com raiva, procure imaginar assim: em algum lugar, um funeral está ocorrendo hoje, e as flores enviadas têm um cartão que diz: Parabéns pelo seu novo endereço!”. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo RBC *News* Em homenagem a Kate de Queiroz Costa, que faleceu em 28 de maio de 2020, será republicado um texto referente a ela, pessoa que contribuiu muito com as Revistas Pontinhos e RBC, tanto na propagação do braille quanto na divulgação da cultura e informação. Registra-se também o falecimento da Professora Rosane de Menezes Pereira, em 17 de agosto de 2020. Sua morte se deu por complicações da covid-19, após ficar internada por mais de um mês. Para a comunidade do IBC, fica a saudade e os momentos felizes de alguém tão atuante, que contribuiu com o crescimento de nossa instituição. Kate: sua vida, "suas" revistas João Batista Alvarenga e Daniele de Souza Pereira Kate de Queiroz Costa nasceu a 09/12/1941, na cidade de São Luís-MA. Filha de Nilamont Rocha da Costa e Waldemira de Queiroz Costa, é a caçula de três irmãos. Como seu pai era fiscal do imposto de renda e, à época, não havia muitos destes profissionais, era comum serem transferidos de tempos em tem- pos. Assim, entre uma mudança e outra, a família seguiu para a cidade de Manaus-AM, tendo Kate seis anos. Aos dez anos, já residindo em Uberlândia-MG, sofreu o primeiro descolamento de retina. Em busca de tratamento, seus pais a levaram para Campinas-SP, onde foi sub- metida a uma infrutífera cirurgia, que só lhe trouxe dois meses de total imobilidade num leito. Assim, Kate perdia a visão do olho esquerdo. A causa do descolamento? Disto ela não se recorda. Lembra-se apenas de ter coçado bastante o olho, o que pode ter acelerado o processo da perda. Em 1952, seu pai foi transferido para Taubaté- -SP; sua mãe, contudo, optou por residir no município do Rio de Janeiro-RJ, para que ela pudesse estudar no Instituto Benjamin Constant. Um ano depois, foi matriculada na Classe de Conservação da Visão (CCV), serviço destinado às turmas com visão reduzida. Após conhecer o Sistema Braille, Kate gostou tanto dele que resolveu aprendê-lo com colegas das séries mais adiantadas, simultaneamente com o sistema comum. Dessa forma, não teve dificuldade nas séries do ginásio, obrigatoriamente cursadas em braille, completando-o em 1961. No ano seguinte, prestou exame de Madureza (o supletivo de então), previsto no parágrafo único do artigo 99 da Lei n.o 4.024, de 20 de dezembro de 1961, para conclusão do curso secundário. Posteriormente, inscreveu-se no vestibular para o curso de Filosofia, da atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que acabou abandonando por julgar as aulas improdutivas. Kate iniciou sua trajetória profissional no IBC, em 1966, como prestadora de serviços na área de transcrição braille, e nela permaneceu durante quatro anos, sendo aprovada em concurso interno logo em seguida. Em 1972, após um casamento que durou cerca de um ano, nasceu Leonardo de Queiroz Costa Bruno da Silva, seu único filho. Em 1974, agora transcritora efetiva, Kate forçava muito a vista a fim de enxergar os caracteres em alto-relevo, então transcritos, com máquina apropriada, em placas de alumínio a serem utilizadas como matrizes para impressão em papel. Os reflexos luminosos provindos destes clichês acabaram por provocar o descolamento da outra retina, com perda irreversível da visão. Após o trauma, ficou por aproximadamente um ano em casa para se recuperar; quis retornar, embora houvesse resistência dos médicos. Afinal, sua teimosia prevaleceu, porque o desejo de trabalhar com o braille era mais forte e, assim, ela seguiu como revisora de textos. Mais tarde, coordenou um estágio/treinamento para revisores, aliás de muito boa qualidade. Em março de 1992, apoia- da pela chefe da imprensa Braille, Anivan Pinto Martins, "abraçou" a coordenação de RBC e Pontinhos, contando, inicialmente, com o auxílio de Alfredo Rangel, que permaneceu ao seu lado por breve tempo. Foi um momento difícil para as publicações, por não haver quem as assumisse. Kate não foi indicada; mas, ante a necessidade, ela mesma se designou. Eis suas palavras: "Eu sabia que era feita para as revistas." Mulher objetiva, Kate declarou: "Levar entretenimento, informação e cultura a esta clientela é uma obrigação, um dever." E não apenas isto. Preocupada com o uso do Sistema Braille como fator indispensável e/ou complementar à solidificação do conhecimento na pessoa com deficiência visual, acrescentou: "A palavra escrita é indispensável à formação intelectual do cego, pois quem não lê jamais poderá grafar corretamente as palavras." Apaixonada pelas "suas" revistas e por amor aos "seus" leitores, Kate era capaz de se indispor com qualquer um, a qualquer momento, por eles!

Auxiliada por seus ledores voluntários, cuja fidelidade sempre exaltou e a cuja dedicação ainda hoje se mostra profundamente agradecida, sempre trabalhou com honestidade, esforçando-se por oferecer o melhor de si. Por tudo isso, essa empreendedora manteve-se na coordenação das revistas por quase 20 anos, dela se afastando em 09/12/2011. Mas, apesar de afastada desta atribuição, sua paixão permanece: "Não gostaria que as revistas morressem jamais, pois são as únicas do Brasil." A seguir, um soneto em sua homenagem, escrito por Silvio Souza, um de seus amigos, em que foi preservada a redação do autor:

"RBC e Pontinhos À Kate de Queiroz Costa Dos Cegos a Revista Brasileira Para bem longe leva informação Pontinhos não fica atrás é a companheira Dedos deslizam e brota emoção Dia após dia estás na sua lida Para as revistas matérias prepara Ao teu trabalho dedicas a vida Rindo ou chorando com zelo não para E aos teus ledores que os olhos te emprestam Teus leitores gratidão manifestam Muito prazer dá fazer sempre o bem

¨ Na poesia continuo falando Para os cegos estarei divulgando Minha poesia levam também." Fonte: Suplemento da RBC 534 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do leitor Prezados Senhores, Eu gostaria de saber se é possível, em braille, fazer palavras cruzadas? Quando minha mãe era viva, ela fazia comigo. Ela lia o enunciado e dizia-me quantas letras tinha e, assim, eu gostava muito. Eu sei que na revista Pontinhos tem o caça-palavras, que eu também gosto e faço. Aliás, gosto muito de desafios e quebra-cuca. Eu gostaria de dar uma sugestão para a Revista Brasileira. É na parte de Nossos Escritores. Contar a vida dos nossos escritores antigos do século XIX e XX, e, também, algumas poesias dos Poetas antigos, como por exemplo, Castro Alves, Álvares de Azevedo, Cruz e Sousa e tantos outros mais. E, também, alguns contos rápidos de alguns escritores na revista Pontinhos. A sugestão é que voltasse o assunto sobre animais. Acho muito legal de que nas duas revistas tenha textos sobre saúde. É muito esclarecedor. Desculpe-me o incômodo e desde já agradeço pela atenção. Ursula Horch São Paulo -- SP

Resp.: Cara Ursula, é possível fazer palavras cruzadas em braille. Em breve serão publicados os assuntos que você mencionou. Obrigado por sua participação. õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Transcrição: Diogo Silva Müller Dunley Coordenação de revisão: Geni Pinto de Abreu Revisão braille: João Eterno Nascimento Produção: Instituto Benjamin Constant Ano: 2020