Revista Brasileira para Cegos Ano 82, n.o 575, outubro/dezembro de 2024 Impressão Braille em Volume Único Distribuição Gratuita

Revista Brasileira para Cegos Ano 82, n.o 575, outubro/dezembro de 2024 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação de Informação e Cultura Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4531 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal Brasil: União e Reconstrução

Diretor-Geral do IBC Mauro Marcos Farias da Conceição Comissão Editorial: Camila Sousa Dutton Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Assis João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Revisão: Marília Estevão Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.~ fmÿpodfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, Youtube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

Revista Brasileira para Cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n.o 1 (1942) -- . Rio de Janeiro: Divisão de Imprensa Braille, 1942 -- . V. Trimestral Impressão em braille ISSN 2595-1009 1. Informação -- Acesso. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista -- Periódico. I. Revista Brasileira para Cegos. II. Ministério da Educação. III. Instituto Benjamin Constant. ¨ CDD-003.#edjahga Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Sumário Editorial :::::::::::::: 1 Biden, política e velhice ::::::::::::::: 3 Guerrilha urbana ::::::: 9 Tirinhas ::::::::::::::: 14 Recruta Zero :::::::::: 14 Desafios ::::::::::::::: 18 Pensamentos :::::::::::: 21 Mundo das artes :::::::: 23 Grafite :::::::::::::::: 23 Maravilhas do mundo :::: 34 Conheça o Quênia :::::: 34 Nossa casa ::::::::::::: 39 10 dicas para ser mais feliz em casa ::::::::: 39 Vida e saúde ::::::::::: 44 7 maneiras de usar a raiva para tornar sua vida mais produtiva ::: 44 Heloísa Noronha ::::::: 44 Culinária :::::::::::::: 55 Salada Waldorf clássica :::::::::::::: 55 Picadinho sofisticado ::::::::::: 57 Pudim fácil de milho ::: 58 Humor :::::::::::::::::: 59 RBC News ::::::::::::: 61 Como a Acessibilidade Atitudinal influencia na visibilidade e autonomia de mulheres com deficiência ::::::: 61 Espaço do Leitor :::::: 70 Editorial Leitor amigo, É sempre bom retornar, principalmente quando o Sistema Braille está perto de completar 200 anos. É no ano que vem. Prepare-se. Por falar em aniversário, a crônica do jornalista, escritor e político Fernando Gabeira também fala de longevidade e do desafio que é envelhecer bem numa sociedade que cultua tanto a juventude. Antigo também parece o posicionamento de Toninho Vernáculo em “Guerrilha Urbana” de Ivan Ângelo. Ou será que nós estamos muito relaxados com a língua? Falando em relaxar, você já pensou em conhecer o Quênia? Sim, a terra dos maiores corredores tem muita coisa interessante para mostrar se o dinheiro permitir. Se a falta dele for um problema, não fique com raiva. Em primeiro lugar, porque isso não vai encher seu bolso; em segundo porque também neste número você vai ver o quanto a raiva é prejudicial para a saúde. Duro e doente?... Desnecessário. Bem, mas existem formas interessantes e mais baratas de relaxar e de dar leveza ao seu ambiente doméstico. Veja nossas dicas e nossas receitas para receber seus amigos com pratos legais. Conheça um pouco mais sobre o grafite, essa arte que enfeita ruas e praças, dê boas risadas com o Recruta Zero e teste seus conhecimentos olímpicos em nossos desafios. Falando em desafios, a acessibilidade atitudinal é um deles na vida dos cegos e dos videntes que com eles convivem. Você já refletiu sobre

isso? O texto da RBC News pode lhe ajudar. Boa leitura! Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Biden, política e velhice Fernando Gabeira A desistência de Joe Biden me fez refletir sobre a velhice. Não preciso dele; afinal, é dois anos mais novo que eu. Usaria o caso num debate sobre o tema de que participei no Museu do Amanhã. A mesa tinha um título atraente: “Quantas vidas há numa vida?”. Sugeria que podemos nos inventar muitas vezes. Comecei me distanciando um pouco do título, pois acho a velhice ativa uma exceção na sociedade moderna. Concordo com as teses básicas do melhor livro escrito sobre o tema: “A velhice”, de Simone de Beauvoir. Num sistema econômico que valoriza o vigor e a beleza, há uma forte tendência a marginalizar os velhos. O vigor se vai com os anos, e nos tornamos fisicamente invisíveis, como se a vida fosse uma longa viagem no metrô de Londres. Biden fez bem em deixar o páreo. A campanha giraria em torno de sua idade e capacidade cognitiva. Agora, isso virou um problema de Trump. O ensaio de Simone fala também de sociedades que valorizam os velhos. Não é nosso caso. De vez em quando, me chamam de velho maluco ou de múmia. Não me importo, pois na vida política sempre me chamavam de “viado” e “maconheiro”. De algo sempre chamarão, pois é inesgotável a lista de preconceitos.

A antropóloga brasileira Mirian Goldenberg trabalha há 30 anos com o tema da velhice. Segundo suas pesquisas, em circunstâncias de estabilidade financeira e com saúde, os velhos são tão felizes quanto os mais novos. Parece que o problema é a meia- -idade. Não tenho visão romântica nem pessimista. Um personagem que me impressionou na literatura americana é o velho Santiago, em “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway. Ele pesca um enorme peixe, mas, depois de tantas batalhas, chega à praia apenas com o esqueleto. São felizes os que chegam à praia com filhos e netos queridos. Mas também alguns são alvejados por um sincericídio que assusta suas famílias. Clarice Lispector tem um belo conto chamado “Feliz aniversário”. É uma festa em torno da matriarca de 89 anos. Em determinado momento, ela cospe no chão. Há um constrangimento. Pede um copo de vinho, há certo espanto, e insulta toda a família: -- Cornos e vagabundas. Ezequiel Neves contava em Minas a história de um avô que, no almoço de domingo, com toda a família reunida, disse para a filha: -- Olímpia, quer saber de uma coisa: “Vai tomar …”. Biden fez bem em saltar do barco. Não tanto pelos lapsos que viriam, porque a memória sempre trai os muito velhos. O problema era sua condição de presidente e o poder do sincericídio: -- Putin, quer saber de uma coisa… Ele deixará de ser o homem mais poderoso do mundo. Mas ainda será influente e poderá se dar ao luxo do tempo livre, do contato com os netos. No último debate presidencial de sua vida, afirmou que jogava golfe melhor que Trump. Não veremos uma partida entre os dois nos próximos meses. Mas é bom se preparar, pois Trump já está com 78 anos, tem seus lapsos de memória, e, quem sabe, os dois possam se encontrar em campo neutro para resolver essa grande questão que surgiu no debate presidencial: quem é melhor no golfe? Naquele encontro no Museu do Amanhã, dedicado a professores, enfatizei algumas teses que favorecem uma boa relação com a velhice: exercício físico, alimentação saudável e um bom sono. Não são antídotos contra a monotonia e falta de graça. Nosso grande adversário, por causa dos anos e experiência vivida, é supor que sabemos tudo. A curiosidade pode nos manter vivos, com uma ponta de bom humor indispensável à reta final. Como veem, posso falar algo edificante sobre a velhice que nos abre alguns horizontes no século XXI. Na Holanda, foi criado um bairro para pessoas com demência. Imaginem, enlouquecer daqui a pouco significará apenas mudar de bairro. Ou, se conseguirmos enlouquecer os vizinhos, nem será preciso mudar. Fonte: ~,https:ÿÿoglobo.~ globo.comÿopiniaoÿfernando-~ gabeiraÿcolunaÿ2024ÿ07ÿ~ biden-politica-e-velhice.~ ghtml~, Acesso em: 31/07/2024 ::::::::::::::::::::::::

Guerrilha urbana Ivan Ângelo Algumas atividades entortam as pessoas. Umas entortam o corpo, como as pernas arqueadas dos caubóis, a corcunda dos alfaiates, os braços desiguais dos tenistas, os ombros dos nadadores, a lordose das bailarinas de *tchan music*. Outras atividades -- como a de polícia, agente financeiro, jornalista -- entortam a cabeça. Meu amigo era jornalista. Era. Meio que pirou. Isto já é o meio da história, vamos ao começo. Era *copidesque*, do tempo em que o copidesque tinha poder nas redações: reescrevia, corrigia e titulava as matérias. Não possuía nenhum talento especial, a não ser a intimidade com a gramática. Nem era jornalista formado, havia parado no meio do curso de Direito, fascinado pela oportunidade de trabalhar na “cozinha da redação”. Refogava concordâncias, descascava os *solecismos*. Chama-se Antônio. Por ser baixo, virou Toninho. E pela devoção à gramática, Toninho Vernáculo ficou sendo. Seu talento especial valeu-lhe uma promoção, de copidesque para chefe de revisão. Passou anos e anos corrigindo originais. Novas tecnologias invadiram as redações no final da década de 80. Com os computadores, acabou-se a revisão. Ao leitor, as batatas. Toninho Vernáculo foi deixado num canto, espécie de dicionário vivo. Recorriam a ele quando tinham preguiça de consultar o manual. Irritava- -se. Então, meio que pirou. Achava que alguns tinham questões pessoais com a língua portuguesa, arranca-rabos com a sintaxe. Um não suportava a crase. Aquele tinha *escaramuças* com o infinitivo pessoal. Outro abominava a regência. Toninho não aguentou, aposentou-se. Novos desafetos da língua passaram a provocá-lo pela televisão, em casa. O ator Antônio Fagundes vinha andando para a câmera e atacava de pleonasmo: “há muitos anos atrás investi no boi gordo.”. A repórter da feira dizia que “o” alface encareceu. Lula confiava “de que” o partido sairia fortalecido. O jingle publicitário apelava: “vem” pra Caixa você também! Toninho brigou com a tevê: -- É venha! Venha você! Vem tu! Uma ótica anunciava: faça “seu” óculos... Meu amigo largou a tevê, pegou o jornal: vendas à prazo. Sentia-se acuado, pessoalmente agredido. Um dia, lendo Monteiro Lobato, topou com o conto “O Colocador de Pronomes”, no qual o personagem sai pela cidade corrigindo pronomes mal colocados. Iluminou-se. Era um recado. Hoje, Toninho Vernáculo é um dos dois ou três santos da ortografia que andam por São Paulo corrigindo o português nas placas das padarias, nos cardápios dos restaurantes populares, nos anúncios classificados dos jornais. Telefona para os anunciantes: -- Olha, “vendas a prazo” não tem crase. Não se usa crase antes de palavras masculina. Telefona para as regionais de Prefeitura, exigindo a retirada do acento agudo de placas de ruas e praças: Traipu, Itapicuru, Pacaembu, Barra do Tibagi, Turiassu (“é com ý”cý” cedilhado, implora")... Centenas de casos. Há dias encontrei-o comprando tinta e escada. Anunciantes de cerveja não quiseram mudar um cartaz, tinha rido dele. É um advérbio em ý"menteý" abreviado, disseram, significa redondamente, de modo redondo. Re- trucou: por que não de maneira redonda? Outros opinaram: é locução, como “fala grosso”. Protestou: chuva cai fininha, sol nasce quadrado, lua nasce quadrada. Riram. Resmungou: fiquem com a sua opinião, eu fico com minha. Ia partir para a guerrilha armado de tinta e pincel, atacar os painéis de madrugada: -- Uísque é que desce redondo. Cerveja desce redonda! Fonte: Ivan Ângelo. *In*: O comprador de aventuras. São Paulo: Ática, 2000. Coleção Para gostar de ler, volume 28, p. 1820.

Vocabulário Copidesque: s.2g. Redator que revê, corrige, aperfeiçoa, quanto ao conteúdo e à forma, textos literários, científicos, jornalísticos etc. Escaramuça: s.f. Briga, conflito. Solecismo: s.m. Gramática. Erro de sintaxe. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Tirinhas Recruta Zero É um recruta do exército americano lotado no quartel *Camp Swampy*. Sempre cultivando sua preguiça e bom-humor, Zero é implacavelmente perseguido pelo Sargento Tainha, que não admite nenhuma insubordinação. A revista do Recruta Zero foi publicada durante os anos 1960, 1970 e 1980 pela Rio Gráfica Editora, que depois tornou-se Editora Globo. _`[Tirinha 1: “Recruta Zero: Pernas de Ouro”, adaptada em 9 quadrinhos: Q1: Cuca fumando, de frente para o fogão, olha para trás e diz: “Cuidado com esse piso solto, Zero!” Zero carregando uma pilha de pratos, olha para o lado e pergunta: “Onde?” Q2: Cuca, assustado, escuta: “CRÁS!” Q3: Zero esticado no chão, com os pratos quebrados ao seu redor, apoia as mãos, olha para o lado e diz: “Ah… Esse!” Q4: Cuca, furioso, a boca bem aberta, sem deixar o cigarro cair, diz: “Sim! Esse mesmo, seu estabanado!” Q5: Foco na silhueta em preto dos homens. Zero diz: “É melhor consertar antes que alguém se machuque!” Cuca olhando para ele. Sobre a cabeça de Cuca, um balão de pensamento e dentro dele as imagens: estrela, círculo, jogo da velha, raio, espiral e asterisco. Q6: Cuca levanta os braços e fica de boca aberta ao olhar para a fumaça que sobe e para o conteúdo que escorre pelas bordas da panela que está no fogão. Ele diz: “MEU COZIDO!”. Q7: A fumaça ainda está sobre Cuca e Zero. Cuca segurando a panela toda suja e olhando para dentro diz: “ESTRAGOU!”. Zero olhando para Cuca diz: “Devia prestar mais atenção no fogão, Cuca!”. Q8: Cuca gesticula com a mão esquerda e com o dedo indicador para alto, diz na direção de Zero: “Quando você está perto tenho que ficar de olho em você!”. Zero diz: “Pois eu tenho a solução ideal para seu problema!”. Q9: Zero diz: “Peça para o sargento não me escalar mais para a cozinha!”._`] _`[Tirinha 2: “Recruta Zero: umas pedras no meio do caminho”, adaptada em 4 quadrinhos: Q1: Sargento de frente para Zero, aponta para o General às suas costas ao lado do jipe e diz: “Zero, pegue o meu jipe e leve o General para o quartel!”. Q2: Zero está dirigindo o jipe. O General está sentado na parte de trás do carro. O veículo está trepidando pela estrada irregular. Q3: A roda do carro passa por cima de uma pedra. Q4: Zero ainda dirige pela estrada. Sozinho no carro diz: “Segura firme, general! Esta estrada é muito acidentada!”._`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Desafios 1. Qual é o apelido da skatista Rayssa Leal? a) Fadinha b) Feiticeira c) Anjinho d) Bailarina 2. Quantos anéis existem no símbolo olímpico? a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 3. Que continente é representado pela cor vermelha na bandeira olímpica? a) Europa b) América

c) África d) Ásia 4. Em qual edição dos jogos olímpicos o Brasil conquistou mais medalhas? a) Tóquio b) Atlanta c) Rio de Janeiro d) Paris 5. Na história das Olimpíadas, que atleta brasileiro ganhou mais medalhas e em qual esporte? a) Aurélio Miguel -- judô b) Cesar Cielo -- natação c) Robert Scheidt -- vela d) Rebeca Andrade -- ginástica artística. 6. Onde acontecerão os jogos olímpicos de 2028? a) Roma b) Doha c) Los Angeles d) Montreal 7. Em que esporte as atletas brasileiras foram premiadas, pela primeira vez, com a medalha de ouro? a) Futebol b) Vôlei de praia c) Judô d) Natação 8. Na história das olimpíadas, qual foi o esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil? a) Futebol b) Hipismo c) Canoagem d) Judô 1. a 2. d 3. b 4. a 5. d 6. c 7. b 8. d õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Pensamentos “Quando as pessoas falam, ouça completamente. A maioria das pessoas nunca escuta.” “A melhor maneira de descobrir se você pode confiar em alguém é confiar nessa pessoa.” “Sempre faça sóbrio o que você disse que faria bêbado. Isso vai ensiná-lo a manter a boca fechada.” “Não há nada nobre em ser superior ao seu semelhante; a verdadeira nobreza é ser superior ao seu antigo eu.” “Nunca pense que a guerra, por mais necessária ou justificada que seja, não é um crime.”

“Você não pode fugir de si mesmo mudando-se de um lugar para outro.” Esses pensamentos são atribuídos ao escritor norte-americano Ernest Hemingway que nasceu em Illinois no dia 21 de julho de 1899. Tornou-se jornalista e com 17 anos já escrevia para um jornal em Kansas City. Recebeu o Prêmio Pulitzer com o livro "O Velho e o Mar" em 1953 e o Nobel de Literatura em 1954. Com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) alistou-se como voluntário no exército italiano. Foi designado motorista de ambulância, mas feriu-se gravemente e permaneceu longo tempo hospitalizado. Depois de recuperado, casou-se e foi para Paris como correspondente do jornal Toronto Star. Nessa época,

passou por privações e decepções. Em 1925 uma coletânea de seus contos foi publicada em Nova Iorque no livro “Em Nosso Tempo”. Hemingway suicidou-se em Idaho, Estados Unidos, no dia 2 de julho de 1961. Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ ebiografia.comÿernest{-~ hemingway~, Acesso em: 20/08/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Mundo das artes Grafite O grafite é uma manifestação artística que acontece em espaços públicos. A produção é materializada em muros e paredes que compõem o ambiente urbano por meio de tinta em *spray*. Os grafiteiros expressam narrativas da cidade, questões diversas que atravessam a realidade social, propondo críticas e reflexões por meio das formas, cores e traços nos muros. Nas periferias de Nova Iorque, na década de 70, jovens manifestaram suas lutas sociais por meio do grafite e impulsionaram a arte de rua. Ele surgiu em meio ao movimento da contracultura como crítica aos padrões impostos para se fazer arte. Essa manifestação junta-se às danças urbanas e ao rap que compõem a cultura do *hip-hop*. Origem do grafite A palavra grafite vem do italiano *grafito*, que quer dizer em latim e italiano “escritas feitas com carvão” ou “escritas feitas em paredes”. No idioma grego, a palavra vem de *graphéin*, que significa “escrever”. Remonta à pré-história e às manifestações dos romanos antigos feitas nas paredes como forma de protesto. Com a evolução das técnicas de pintura na Idade Média, as igrejas passaram a usar essas práticas em afrescos, uma técnica de pintura feita nas paredes e no teto das igrejas. No século XX, a arte mural obteve reconhecimento, por meio de nomes como Picasso e Miró, que fortaleceram a *expressão cubista*. Há diferentes relatos sobre o surgimento do grafite da forma como é conhecido atualmente. O início e a expansão dessa arte são explicados por alguns como advinda dos movimentos contraculturais de estudantes parisienses em maio de 1968, pois esses jovens

realizaram protestos políticos por meio de pinturas em muros. Mas foi nos Estados Unidos, mais precisamente nas periferias de Nova York, que ele ganhou *propulsão* para ocupar ruas e becos de todo o mundo. Na década de 70, em meio à negligência, falta de planejamento urbano e expansão da criminalidade, jovens de bairros da periferia nova-iorquina passam a difundir uma nova linguagem artística. Dessa forma, a manifestação artística nascente, desde o início, se deparou com a necessidade de transgredir um sistema opressor. Trata-se, portanto, de um movimento contra a cultura dominante nas cidades. Não é possível identificar com precisão quem foram os pioneiros do grafite nos EUA, devido aos sentidos de marginalidade que caracterizam essa arte desde seu início.

O grafite é formado por diferentes estilos e técnicas que possuem características específicas: • *3D style*: pinturas em três dimensões que utilizam efeitos de preenchimento de luzes, sombras, contornos e profundidade, materializando na imagem a ideia de movimento e realidade; • *throw up* ou *bombs*: usado em pinturas rápidas, com formato arredondado e letras gordas, engraçadas ou deformadas; • *wild style*: estilo sem definição, com letras entrelaçadas e uso de muita cor, o que dificulta a leitura; • *free style*: estilo livre, feito da forma que o grafiteiro preferir. Conheça os principais termos e gírias utilizadas na arte do grafite: • grafiteiro/*writer*: o artista que pinta; • *bite*: imitar o estilo de outro grafiteiro; • *crew*: conjunto de grafiteiros que se reúne para pintar; • *tag*: assinatura de grafiteiro; • *toy*: grafiteiro iniciante; • *spot*: lugar onde é praticada a arte do grafite. Artistas mundiais de destaque Jean Michel-Basquiat: o artista nova-iorquino começou suas produções com inscrições feitas em edifícios abandonados de Manhattan e se tornou destaque na arte contemporânea pelo mundo. Bansky: com uma estética única, o artista inglês é considerado como um dos mais famosos grafiteiros no mundo. Suas obras são feitas pela técnica do estêncil, caracterizada pelo desenho feito inicialmente em um suporte, como o papelão, e posteriormente colado à parede. Edgar Müller: o artista alemão ficou conhecido por seus desenhos tridimensionais impressionantes, marcados pelos efeitos de óptica e qualidade artística. Grafite no Brasil A contracultura se expressou também no Brasil por meio da arte, principalmente no *movimento tropicalista*. A cidade de São Paulo se tornou cenário de ascensão do grafite em meio à urgência de produzir diferentes expressões que falavam sobre opressões e mazelas sociais. Um dos primeiros trabalhos dessa arte feitos em locais públicos da capital paulista foi do artista etíope, radi- cado no Brasil, Alex Vallauri. A obra intitulada “Boca de alfinete” (1973) evidenciou a censura da ditadura militar. Foi pelo seu pioneirismo e sua influência que o dia de sua morte, 27 de março, tornou-se a data comemorativa ao Dia do Grafite no Brasil. O período da ditadura militar evidenciou o desafio de fazer arte também pelos grafiteiros, já que a prática era considerada ilegal. A busca por expressar as aflições sociais sempre esteve associada a esta forma de expressão. Artistas brasileiros em destaque Eduardo Kobra: da periferia de São Paulo para o mundo, o artista é reconhecido por suas obras em muros que podem ser vistas nos cinco continentes. Kobra grafitou a obra Etnias, lançada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, que se tornou o maior mural grafitado do planeta. O artista quebrou, em 2017, o seu próprio recorde, ao homenagear o chocolate na obra Cacau, em um paredão de 5.742 metros quadrados às margens da rodovia Castello Branco, em São Paulo. Crânio: da zona norte de São Paulo, Fabio de Oliveira Parnaíba, conhecido como Crânio, iniciou no grafite em 1998. Os índios com tons de azul são registros evidentes do artista, que buscou, por meio deles, a representação do Brasil. Suas obras tratam de questões contemporâneas e abordam temas como consumismo, identidade e questões ambientais. Os Gêmeos: Gustavo e Otávio Pandolfo compõem uma dupla de grafiteiros que iniciou seu trabalho no bairro do Cambuci, em São Paulo. Atualmente, suas obras lúdicas fazem parte de mostras por todo o mundo. Diferença entre grafite e pichação Por apresentarem algumas características em comum, o grafite é facilmente confundido com a pichação. Entretanto, a pichação é caracterizada pela escrita em locais públicos sem autorização, muitas vezes com o objetivo de insultar alguém ou protestar contra algo. O grafite se refere a uma manifestação artística, que envolve um processo de criação feito com autorização. Já a pichação é uma intervenção

agressiva associada a atos de vandalismo. Fonte: ~,https:ÿÿbrasilescola.~ uol.com.brÿartesÿgrafite.~ htm~, Acesso em: 13/08/2024 Nota: 1. Expressão cubista (cubismo): é um movimento artístico que trabalha com formas geométricas com a função de observar a realidade de diferentes maneiras. 2. Movimento tropicalista: movimento cultural brasileiro que se desenvolveu na década de 1960 e marcou a música, o cinema, o teatro, a poesia e as artes plásticas. Vocabulário Propulsão: s.f. Geração da força por qualquer

combinação de empurrar ou puxar. Impulso. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Maravilhas do mundo Conheça o Quênia Situado na costa leste da África, banhado pelo Oceano Índico, o Quênia é um destino de férias fascinante com diversos atrativos: paisagens deslumbrantes, diversidade cultural, esportes de aventura, belas praias e animais selvagens. Antiga colônia britânica, tornou-se independente em 1963 e ainda hoje conserva a riqueza cultural das raízes milenares dos povos tribais. Famoso pelas suas savanas, os safáris de observação são a atração principal do Quênia. Seus parques e reservas

nacionais são belos e impressionantes cenários de cinema, repletos de animais selvagens em constante movimento, incluindo os *Big Five*: leões, búfalos, rinocerontes, elefantes e leopardos. A experiência de conhecer o Quênia não se limita aos safáris. Este é um país de contrastes: desertos e neve, florestas e planícies, recifes de coral e lagos de água doce são alguns dos destinos a serem explorados nas paradisíacas paisagens quenianas. Pontos turísticos Nairóbi Lar de zebras, búfalos, girafas e leões, o Nairobi National Park é o único parque nacional dentro de uma cidade, localizado a apenas 20 minutos do centro de Nairóbi. Aqui o safári é completo com a possibilidade de avistar os *Big Five*. Nakuru/Naivasha Circundados por uma paisagem pitoresca, os lagos Nakuru e Naivasha incluem áreas de pântano e campos alternados com penhascos rochosos e florestas de acácias. Nos lagos, milhões de flamingos passeiam em suas águas rasas, juntamente com outras espécies de pássaros, hipopótamos e rinocerontes. Melhor época para ir ao Quênia A estação de chuva é característica dos meses de março, abril e maio. Portanto, recomenda-se a viagem entre junho e fevereiro. A época da seca, de julho a setembro, é a ideal para visitar a região. Nesse período, os animais se concentram ao redor das poucas reservas de água facilitando a sua localização e observação. As expedições ao Monte Quênia também são feitas nessa época. A grande migração de animais do Serengeti (Tanzânia) para o Masai Mara (Quênia) acontece de julho até outubro ou meados de novembro. Esse movimento dos animais depende do período e quantidade de chuvas, sendo difícil definir com precisão. Entre dezembro e março, o sentido da migração é inverso -- do Masai Mara (Quênia) para o Serengeti (Tanzânia); portanto, também uma boa época para os safáris. Apesar de estar localizado na altura da linha do Equador, o clima não é tão quente. Isto acontece devido à sua altitude média de mais de 1.000 metros acima do nível do mar. Pode ficar bastante frio no início da manhã e à noite, por isso não deixe de levar agasalho. A temperatura varia de 12°C a 27°C nas partes mais altas. Querendo visitar o Quênia, não deixe de fazer contato com uma empresa de turismo local para ter à sua disposição um guia que conheça todas as características do país e possa orientar você com relação à cultura, à alimentação e às normas vigentes. Você encontrará bons hotéis e transporte adequado para percorrer toda a região, se desejar. Boa viagem! Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ kangaroo.com.brÿdestinosÿ~ quenia~, Acesso em: 30/07/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Nossa casa 8 dicas para ser mais feliz em casa Dar à casa uma atmosfera feliz é um processo simples. Basta adotar pequenos hábitos e ajustar algumas características da sua habitação. Eis alguns exemplos: 1. Acrescente plantas: é importante ter espaços verdes em casa. As plantas ajudam não só a aumentar o bem-estar, como também a captar carbono, o que é um benefício para o planeta. Se não tiver um jardim ou uma varanda, não há problema. Pode sempre ocupar uma prateleira com vasos e plantas coloridas. Algumas das melhores plantas para se ter em casa são: feto azul, camedórea-elegante, zamioculcas e figueira-lira. 2. Um toque de personalidade: pode sempre encontrar novas peças de decoração para as várias divisões da casa. Certifique-se de que a decoração corresponde à sua personalidade. Procure misturar diferentes estilos de *design* e não se esqueça de ter várias molduras com fotografias da sua família e memórias. 3. Espalhe novas fragrâncias: o olfato, além de ser o nosso sentido mais apurado, tem a capacidade de despertar emoções positivas. Existem determinados cheiros que nos ajudam a acalmar e a tornar o ambiente mais leve. Um dos exemplos mais conhecidos é o uso de alfazema debaixo da almofada. Aposte igualmente em velas aromáticas ou incenso. 4. Limpeza e organização. Procure fazer a cama logo de manhã. É uma atividade rápida que nos ajuda a começar o dia com mais energia, alegria e serenidade, contribuindo para acalmar a mente -- fatores essenciais para cuidar da sua saúde mental. Aliás, manter a sua casa limpa e organizada não só é mais saudável como lhe permite sentir conforto. Também as rotinas de higienização e arrumação do seu espaço pessoal tornam mais fácil convidar amigos para socializar em casa. 5. Deixe a luz entrar: abra as persianas ou cortinas. Se tiver poucas janelas, use espelhos e coloque-os perto da janela, criando um ângulo perpendicular. Este método faz com que a luz solar reflita mais intensamente em toda a divisão. Assim, você torna o seu lar eficiente do ponto de vista energético. 6. Adote um estilo mais clean. Mantenha as superfícies com poucos objetos. Quando temos muitos elementos ou papéis em cima destes espaços, a casa fica desarrumada e desorganizada, o que cria a ilusão de um ambiente estressante e negativo. 7. Beneficie-se de atividades em conjunto: se vive perto da família ou amigos, faça atividades em conjunto. Reúnam-se para atividades como jogos de tabuleiro ou montar quebra-cabeças. Este tipo de atividade proporciona momentos de união e faz com que as pessoas se aproximem. É importante que haja um espírito de harmonia e serenidade em sua casa. 8. Crie uma parede de gratidão: tirar alguns minutos da sua rotina para pensar naquilo pelo qual está grato é muito importante para a sua saúde mental. Isto porque a gratidão leva-nos a pensar no que nos faz mais felizes. E se for relembrado de manhã ou ao final do dia, ainda melhor. Para tal, pode criar uma parede de gratidão. É simples! Escolha um local da sua casa e comece a escrever os temas em relação aos quais está grato em *post-its* ou outro tipo de papel. Posteriormente, cole-os num quadro ou na porta da geladeira. Fonte: https:ÿÿwww.zurich.~ com.ptÿpt-ptÿmundo-zÿ~ articlesÿ10-dicas-para-~ ser-feliz-em-casa~, Acesso em: 14/08/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Vida e saúde 7 maneiras de usar a raiva para tornar sua vida mais produtiva Heloísa Noronha A raiva é uma das emoções mais básicas do ser humano. Trata-se de uma reação fisiológica que ocorre em resposta a uma situação que nosso cérebro interpreta como um ataque ou uma ameaça à nossa sobrevivência. Diante de algo perigoso ou prejudicial, somos impelidos a lutar ou a fugir. Esse sistema de luta e fuga, segundo especialistas, está relacionado tanto ao estresse, que envolve o sentimento de medo, quanto à raiva. Essa percepção faz com que o cérebro secrete hormônios que instruem o sistema nervoso a preparar o corpo para tomar

medidas de proteção: a respiração fica curta, o organismo inunda seus músculos com sangue, a frequência cardíaca aumenta e a visão periférica desaparece. O que difere algumas pessoas das outras é a maneira com que lidam com a emoção. Enquanto algumas xingam ou tomam atitudes de que depois irão se arrepender, outras se esforçam para manter o controle e não se tornarem reféns da cólera. O que difere aquelas que lidam bem com a raiva das que não conseguem fazer isso é a capacidade de elaborar racionalmente sua elevação. Há muita gente que, embora no auge da irritação, é capaz de refletir sobre o que sente, avaliar o contexto e analisar a real necessidade ou não de expressar ou de agir em função da raiva.

É importante entender que ela costuma se autoalimentar: é equivocada a ideia de que extravasar a ira de modo intempestivo a diminui. Quanto mais impulsiva a reação, maior a descarga *adrenérgica* e a intensificação da raiva. Por outro lado, quando bem empregada, ela pode ser um estímulo para que qualquer um consiga fazer mudanças significativas na vida, superando suas dificuldades de maneira construtiva. Em vez de revidar uma provocação, por exemplo, a pessoa avalia a situação e responde de uma forma coerente, sem apelar para a agressividade. E mais: até converte a irritação em algo positivo. Só de tomar consciência de que sente raiva -- ou que volta e meia vivencia episódios bem marcantes de ira -- já é meio caminho andado para começar a transformá-la em algo produtivo. Isso porque essa análise é um exercício benéfico de autoconhecimento. Veja outras vantagens: 1. A raiva estimula a ação: ela aciona a dopamina, neurotransmissor que é importante para nos levar a agir diante de uma contrariedade e não desabar perante as adversidades da vida. Nesse sentido, a raiva é positiva para evitar que as pessoas se curvem diante dos problemas. Porém, vale lembrar que sozinha, ela não dá conta do serviço: se não conseguirmos acionar outros recursos, como a inteligência emocional e a resiliência, ela se torna disfuncional. 2. Você compreende que agir é muito diferente de reagir: no agir, a ação não depende do que alguém fez ou deixou de fazer, necessariamente. Depende somente de você, de suas escolhas e de como decide se posicionar diante das circunstâncias. 3. Entender que a emoção é normal nos leva a refletir: por quê? Porque se sentimos culpa ao nos irritarmos com algo, ficamos paralisados. Ter um olhar mais complacente sobre nossas emoções ajuda a acalmar. Não é errado sentir raiva, mas talvez seja equivocada a forma como a pessoa a expressa. Assim, esse sentimento passa a ser válido quando nos leva a pensar sobre o modo como a manifestamos. 4. Ela encoraja a sair da zona de conforto: quando alguém duvida da nossa capacidade, por exemplo, a raiva pode ajudar a tirar um projeto que há tempos está na gaveta por pura insegurança e a colocá-lo em prática para provar -- nem que seja a si mesmo -- o próprio valor. Receber o cartão vermelho num relacionamento amoroso serve, em muitos casos, para que as pessoas se olhem mais elevando sua autoestima, colocando-se em primeiro lugar após muito tempo de negligência. 5. A raiva transforma a indignação em atitude: aceitá-la como um sinal de inconformidade possibilita planejar uma resposta assertiva, rever aspectos insatisfatórios da vida e desenhar novos propósitos. A raiva possibilita lutar por direitos, defender a sua posição ou opinião, exigir melhor tratamento e condições ambientais, lutar por causas pessoais e sociais, desistir de empreendimentos e relacionamentos tóxicos e inviáveis. Ela também pode dar substância ao desejo de justiça, à empatia, à luta pela

diminuição das desigualdades, produzindo mudanças importantes. 6. Com argumentos, é capaz de destruir situações abusivas: em alguns casos, a raiva pode se reverter numa intimidação para não deixar mais os outros pisarem em você. Ela produz força para fazer com que seus limites sejam respeitados e mobiliza energia, principalmente para se defender. 7. Ela ajuda a exercitar a paciência e o perdão: se você, em meio à uma crise de raiva, conseguir respirar fundo e analisar a situação, talvez consiga perceber que provavelmente a culpa pelo ocorrido não é de terceiros ou da vida -- mas, sim, de suas expectativas ilusórias. Ao racionalizar e relativizar o contexto, vai pensar em condições para ter mais paciência no dia a dia. Além, é claro, de pelo menos começar a refletir sobre perdoar quem lhe fez algum mal, algo que vai se provar bastante libertador. Veja 6 dicas para ajudar no exercício do controle da raiva: • Respire: mais do que contar até 100 (ou até mil, dependendo do caso!) para se acalmar, prestar atenção no modo como respira ajuda muito. Respire profundamente pelo nariz e expire lentamente pela boca 5 vezes seguidas: isso oxigena o cérebro; • Mexa-se: a prática de exercícios físicos libera neurotransmissores como a endorfina e a serotonina, substâncias químicas que promovem prazer e bem-estar imediatos, nos acalmando para lidar melhor com as nossas emoções. O esporte ajuda a canalizar a energia em competições, por exemplo, em vez de brigar; • Distraia-se: ocupe-se com outras atividades para sair do foco daquilo que produz irritação. Exemplos: cozinhar, ler, fazer palavras cruzadas, pintar, desenhar, ver um episódio da sua série favorita etc.; • Escreva sobre seus sentimentos: ao colocar o que sente no papel, você consegue pensar melhor a respeito dele e tomar decisões baseadas na razão e não na emoção; • Tente acalmar o cérebro: meditação, técnica *mindfulness*, yoga e *tai- -chi-chuan* são algumas práticas que relaxam a mente. Um banho morno também surte o mesmo efeito; • Procure manter uma rotina regrada: geralmente existem situações que nos deixam à beira do limite, como o cansaço e a fome. Então, evitar o que pode lhe desagradar ajuda a não sair do controle. Casos patológicos Atirar coisas longe, jogar algo no chão, xingar com palavras de baixo calão, esmurrar a parede ou o computador... Algumas pessoas têm atitudes violentas na hora da raiva porque não conseguem tolerar o aumento da emoção dentro de si. Isso pode ser um traço de personalidade -- sabe quando comentamos, por exemplo, que fulano é “esquentadinho”? Porém, existe um diagnóstico chamado Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), também conhecido por “Síndrome do Pavio Curto”. Nesse caso, o indivíduo tem com frequência rompantes de raiva desproporcionais ao evento desencadeante e com consequências negativas. Após esses rompantes, é comum que os que sofrem de TEI se arrependam, pois percebem que a reação foi inadequada. Essas crises levam a prejuízos na vida da pessoa e trazem um sofrimento emocional grande. A maior parte dos casos, no entanto, responde muito bem a tratamentos psicoterápicos e medicamentosos. Fonte: ~,https:ÿÿwww.uol.~ com.brÿvivabemÿnoticiasÿ~ redacaoÿ2020ÿ06ÿ22ÿ7-~ maneiras-de-usar-a-raiva-~ para-tornar-sua-vida-mais-~ produtiva.htm?cmpid=~ copiaecola~, Acesso em: 13/08/2024

Vocabulário Adrenérgica: adj. Aquilo que libera adrenalina ou substância análoga. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Culinária Salada Waldorf clássica Ingredientes: uma xícara e meia de maionese; 3 colheres de sopa de açúcar; 3 colheres de sopa de suco de limão; 1 pitada de sal; 5 maçãs vermelhas médias; 2 ramos de aipo (salsão) com folhas; uma xícara e meia de nozes. Modo de fazer: Para começar a fazer essa salada, você deve lavar muito bem as folhas e o talo do aipo e cortar as maçãs em pedaços pequenos. Reserve o aipo picado e suas folhas, que serão usadas para decorar a salada. Pegue as maçãs bem lavadas e corte-as em cubinhos. Adicione 1 colher de sopa de suco de limão para evitar que escureçam. Reserve e, em seguida, pegue as nozes e pique-as em pedacinhos. Dica: Se você quiser se arriscar nos sabores pode adicionar também manga, peras ou cerejas, essas frutas darão um toque adocicado a essa deliciosa salada. Numa tigela misture a maionese com o restante do suco de limão, o açúcar e o sal. Mexa bem até obter um molho com a textura desejada (mais consistente ou mais ralinho). Em seguida coloque todos os ingredientes numa tigela e acrescente o molho de salada. Mexa bem para misturar todos os ingredientes e coloque a salada na geladeira por alguns minutos antes de servir. :::::::::::::::::::::::: Picadinho sofisticado Rende 4 porções -- Tempo: 45 minutos Ingredientes: 4 colheres (sopa) de manteiga; 2 cebolas médias picadas; 1 kg de acém em tiras; 1 lata de milho verde escorrido; 2 colheres (chá) de sal; 1 lata de ervilha escorrida; 1 a 2 cenouras cortada em rodelas; 1 xícara de polpa de tomate; meia xícara de vinho do porto; sal e pimenta a gosto; 4 colheres (sopa) de creme de leite. Modo de fazer: derreta a manteiga e refogue a cebola. Junte a carne e frite até mudar de cor. Acrescente o milho, a ervilha, a cenoura e o vinho. Misture bem, adicione a polpa de tomate e água até cobrir, tampe e deixe cozinhar em fogo baixo até que a carne esteja macia. Junte o creme de leite, misture e retire do fogo. :::::::::::::::::::::::: Pudim fácil de milho Ingredientes: 1 lata de milho escorrido; 4 ovos; 1 lata de leite condensado; 1 lata (a mesma medida da lata de leite condensado) de leite; 1 caixinha de creme de leite; 1 colher (sopa) de amido de milho. Modo de Preparo: bata o milho com o leite no liquidificador até triturar bem. Acrescente os demais ingredientes e continue batendo até ficar uniforme. Despeje em uma forma de cone central caramelizada e leve ao forno médio pré- -aquecido (200°C), em banho-maria, por cerca de 40 minutos ou até firmar (faça o teste do palito). Desenforme morno e sirva em temperatura ambiente ou gelado. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Humor Por que os químicos são ótimos em resolver problemas? Porque eles têm todas as soluções! Por que o desenvolvedor faliu? Porque ele usou todo o seu cache.

Você já ouviu falar do cara que roubou o calendário? Ele pegou 12 meses! O que ganha o melhor dentista do mundo? Uma pequena placa. Minha memória ficou tão ruim que realmente me fez perder o emprego. Ainda estou empregado. Só não consigo lembrar onde. Quando em uma candidatura a emprego perguntam quem deve ser notificado em caso de emergência, sempre escrevo: “Um médico muito bom”. Fonte: ~,https:ÿÿdelas.ig.~ com.brÿparceirosÿselecoesÿ~ 2024-04-30ÿaprenda-as-~ melhores-piadas-para-~ contar-para-os-amigos.html~, Acesso em: 14/08/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

RBC News Como a Acessibilidade Atitudinal influencia na visibilidade e autonomia de mulheres com deficiência Anicler Santana Balbino Natália da Cunha Medeiros Que a deficiência em nada nos defina, em nada nos aprisione e em nada nos cale. Que não seja a deficiência fator impeditivo de exercer nossa sexualidade, que não seja ela a limitar nossos acessos à tecnologia, ao lazer e a arte. Muito se fala sobre as múltiplas formas de fazer acessibilidade, mas o que se sabe sobre acessibilidade atitudinal? Faz-se necessário conceituar que a acessibilidade atitudinal é um conjunto de atitudes, práticas e comportamentos a fim de promover a plena participação de pessoas com deficiência na sociedade, e isso vai desde oferecer ajuda e pensar em uma transcrição em texto de vídeos, até providenciar um lugar adequadamente adaptado a elas. Na prática, significa dizer que é preciso enxergar pessoas com deficiência como pessoas, com seus potenciais e dificuldades, com suas demandas, gostos, especificidades e com suas personalidades com o objetivo de construir plataformas acessíveis e inclusivas. É fundamental considerar pessoas com deficiência como consumidoras, economicamente ativas. Em um mundo feito para pessoas sem deficiência ou necessidades específicas, dar voz, visibilidade e acolhimento responsável a essas pessoas auxilia na construção de uma sociedade mais equitativa. Respeitar as decisões do ou- tro que esteja impossibilitado de vestir-se, por exemplo, não quer dizer escolher a roupa que ele vai usar, mas sim ajudá-lo a concretizar sua decisão. A tomada de decisão para pessoas com deficiência é muito importante, pois impacta no desenvolvimento de sua autonomia e de sua capacidade em dizer não, detectar abusos ou qualquer tipo de violência. Mulheres com deficiência e a busca pela visibilidade Com toda essa luta em prol da (rexistência), o questionamento sobre onde estão as mulheres com deficiência nos faz refletir. No censo de 2010, apenas 0,35% dessas mulheres estavam inseridas no mercado de trabalho, mesmo com a capacitação acadêmica desse grupo crescendo continuamente. São elas também as mais vulneráveis à violência doméstica, ao sexismo e ao capacitismo, atrelados à alienação parental e ao patriarcado. Caso não tenham acesso à educação, à saúde e ao lazer, seus corpos se tornam mais sujeitos à dominação e à determinação do outro sobre o que fazer, como se vestir e como agir, além de serem corpos sexualizados ou infantilizados. Em muitos casos, a sexualização do corpo da mulher com deficiência transforma-o em um corpo passível de diversos abusos, um fantoche, para ser “usado” para satisfazer todo tipo de capricho; os chamados *devotees*, pessoas que manifestam interesses sexuais unicamente por corpos com deficiência, têm a visão deste corpo como algo a ser objetificado. Por outro lado, há também o entendimento de que corpos assim não devem ser maculados, pois são angélicos. Logo, mulheres com deficiência não poderiam ser capazes de gerar filhos ou de exercerem plenamente sua sexualidade. Os relacionamentos amorosos de mulheres com deficiência podem ser impactados pela crença que elas mesmas adotam de que não são merecedoras de relações saudáveis, colocando-se em risco moral e físico, desenvolvendo uma forte baixa autoestima. O sentimento de descrença ou invalidação perante a mulher com deficiência acarreta, muitas vezes, a invisibilidade de identidade, sobretudo quando se olha para outros recortes minoritários, como questões de sexualidade e gêne- ro. Há invalidação de seus relacionamentos perante a sociedade, quando estes não estão em padrões pré-estabelecidos. Há, ainda, o questionamento constante por parte de mulheres com deficiência, quando estas não estão dentro do contexto *cisgênero*, por exemplo, dentre outras vivências e sentimentos opressores diante dessa busca pelo pertencimento. Há uma busca constante por ocupar espaços tanto físicos como digitais, já que os grupos minoritários geralmente se pautam nas especificidades que pretendem discutir, esquecendo-se que o indivíduo não pode ser partido e todas as suas características emergiram automaticamente, ainda que uma seja mais destacada. É preciso, portanto, levar em conta a superposição de outros grupos aos quais a mulher com deficiência possa pertencer, o que chamamos de

interseccionalidade, considerando diversos recortes que essa situação possa vir a trazer. O acesso pleno a tecnologias assistivas, bem como o acesso a informação de maneira acessível é direito de todos, e tem impacto positivo na vida de pessoas, e ainda mais mulheres com deficiência. O poder de consumo, a inserção social e a possibilidade de descobrir e exercer sua sexualidade precisam ser incentivados. Meios de fazer uma *web* acessível já existem e podem ser consultados. Uma *web* acessível transforma e muda vidas. Anicler Santana Balbino: Pessoa com deficiência, formada em letras, QA (*Quality Assurance*,

termo em inglês que significa “Garantia de Qualidade") de Acessibilidade. Natália da Cunha Medeiros: Pessoa com deficiência, mãe, formada em psicologia, QA (*Quality Assurance*, termo em inglês que significa “Garantia de Qualidade") de Acessibilidade. Nota: Alienação parental: É um fenômeno delicado que geralmente ocorre quando um dos genitores, de maneira consciente ou inconsciente, utiliza estratégias psicológicas para afastar emocionalmente a criança ou o adolescente do outro genitor. Vocabulário Cisgênero: adj. É o termo usado para designar a pessoa que se identifica com o gênero com o qual nasceu. Sexismo: s.m. Trata-se de uma atitude discriminatória que define quais usos e costumes devem ser respeitados por cada sexo, desde o modo de vestir até o comportamento social adequado. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Espaço do Leitor Eu parabenizo vocês pelo trabalho bonito constante de disponibilizar leitura gratuita para os cegos. Sou admiradora da revista porque ela contém sempre artigos leves e descontraídos. Eu gostaria de receber se possível publicações das revistas anteriores à década de 90. Essas revistas visam atender uma pessoa surda e cega que tem muito desejo de obtê-las. Desde já fico muito agradecida, Conceição Natalina Silva Villela (Uberaba -- MG) Resposta Ficamos muito felizes em saber que nosso trabalho instrui e traz prazer a muitas pessoas. Isso é o que nos move. Quanto ao seu pedido, no momento, estamos em fase de digitalização das revistas mais antigas. Pedimos que você aguarde para verificarmos a possibilidade de impressão desses números em braille, a fim de atender a essa pessoa. Estamos sempre à disposição para os comentários e observações que você julgar interessante. Comissão Editorial õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Produzido e distribuído pela Divisão de Imprensa Braille do Instituto Benjamin Constant ::::::::::::::::::::::::

Distribuição gratuita de acordo com a Lei n.o 9.610, de 19/02/1998, art. 46, inciso I, alínea *d*.