Revista Brasileira para Cegos Ano 82, n.o 574, julho/setembro de 2024 Impressão Braille em Volume Único Distribuição Gratuita

Revista Brasileira para Cegos Ano 82, n.o 574, julho/setembro de 2024 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação de Informação e Cultura Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4531 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal Brasil: União e Reconstrução

Diretor-Geral do IBC Mauro Marcos Farias da Conceição Comissão Editorial: Camila Sousa Dutton Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração: Daniele de Souza Pereira Revisão: Marília Estevão Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.~ fmÿpodfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, Youtube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

Revista Brasileira para Cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n.o 1 (1942) -- . Rio de Janeiro : Divisão de Imprensa Braille, 1942 -- . V. Trimestral Impressão em braille ISSN 2595-1009 1. Informação -- Acesso. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista -- Periódico. I. Revista Brasileira para Cegos. II. Ministério da Educação. III. Instituto Benjamin Constant. ¨ CDD-003.#edjahga Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 A mulher de César ou a moral pública :::::::::: 4 Gnomos na gaveta :::::::: 13 Tirinhas :::::::::::::::: 19 O Menino Maluquinho ::: 19 Desafios :::::::::::::::: 24 Pensamentos ::::::::::::: 27 Mundo das artes ::::::::: 30 Amigos se despedem de Ziraldo e lembram seus traços contra a ditadura ::::::::::::::: 30 Maravilhas do mundo ::::: 39 Costa Rica: turismo tropical em meio à preservação natural :::: 39 Nossa casa :::::::::::::: 52 Vida e saúde :::::::::::: 55 Síndrome alcoólica fetal :::::::::::::::::: 55 Culinária ::::::::::::::: 66 Gaspacho Almodóvar ::::: 66 Estrogonofe de carne :::: 68

Mousse vegana de cacau com abacate :::::::::::: 71 Humor ::::::::::::::::::: 73 Piada: que tipo de salário é o seu? ::::::: 73 RBC News :::::::::::::: 75 Do papel à linha braille: os pontos que viram pontes ::::::::::::::::: 75 Editorial Prezado leitor, “Ler é mais importante que estudar”, costumava dizer o cartunista Ziraldo, um dos ícones da literatura infantojuvenil brasileira, falecido em abril desse ano, aos 91 anos de idade. Foi por acreditar na importância da leitura no desenvolvimento da educação que ele focou no leitor em formação, na criança. Nesta edição, em que homenageamos o autor de tantas obras que até hoje encantam os pequenos leitores, vamos reviver, nas seções “Tirinhas” e “Pensamentos” um pouco das aventuras do seu principal personagem, o Menino Maluquinho, e sua turma. Já na seção “Mundo das Artes”, contaremos um pouco da vida do cartunista e jornalista, que através de suas charges e quadrinhos publicados em diferentes jornais e revistas, exercia uma bem-humorada porém afiada crítica às principais figuras políticas de seu tempo. Nas páginas que se seguem também trazemos um pouco de humor e filosofia. Na crônica “Gnomos na gaveta”, o escritor Marcos Rey nos apresenta em seu texto, de um modo bem-humorado e divertido, nossa relação com a superstição. Afinal, somos ou não somos supersticiosos? E a honestidade — esta virtude que tanto valorizamos, mas que muitas vezes nos faz apontar o dedo acusador ao outro precipitadamente? Pois este é o assunto do texto “A mulher de César ou a moral pública”, do filósofo Leandro Karnal, no qual ele explica como o ângulo com que analisamos uma questão pode nos levar a cometer injustiças. Na seção “Vida e Saúde” vamos explicar direitinho o que é a síndrome alcóolica fetal — um problema totalmente evitável mas que continua a causar lesões irreversíveis no cérebro, coração e rins de bebês cujas mães consumiram álcool durante a gravidez. Em “Maravilhas do Mundo”, vamos mostrar o que a Costa Rica, um pequeno porém exuberante país da América Central, tem para oferecer aos turistas que o visitam para conhecer suas exuberantes praias, as selvas tropicais e sua incrível vida silvestre. Na seção “Culinária” trazemos receitas sofisticadas mas fáceis de fazer, que vão valorizar aquele almoço ou jantar especial — da entrada à sobremesa. Falar sobre finanças é um assunto complicado, então, vamos deixar a seriedade e saber os apelidos do nosso salário. Qual é o seu? Em RBC News, Suzi Belarmino relata um pouco de sua experiência com a linha braille, mostrando como a tecnologia pode promover a educação, a inclusão social e, principalmente, o fortalecimento da principal ferramenta para a aquisição e ampliação do conhecimento da pessoa cega — o Sistema Braille de leitura e escrita. Boa leitura! Não se esqueça: braille é cultura, pensamento, identidade. Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo A mulher de César ou a moral pública Leandro Karnal Todas as pessoas deveriam ser honestas. Os políticos são ainda mais cobrados porque lidam com dinheiro alheio. As mulheres, alvo de fiscalização particular na nossa sociedade, deveriam ser imaculadamente éticas. A mulher do político, por fim, deve ser um cristal perfeito, transparência sem *jaça* e luz cristalina. Assim construímos nossos imaginários sociais: tolerantes com o jeitinho cotidiano, irritadiços com o roubo público e violentos no julgamento das mulheres. Dizem que a expressão sobre o cônjuge de César nasceu da segunda esposa do aclamado general. Pompeia Sula deu uma festa só para mulheres. Um patrício atrevido invadiu o rega-bofe. Foi descoberto pela sogra da anfitriã. Júlio César tomou a decisão clássica de uma moral masculina e pública: divorciou-se da esposa e perdoou o invasor. Surgiu o ditado: para uma mulher casada com homem importante não basta ser, mas parecer honesta, estar acima de quaisquer suspeitas. Nossos jornais mostram novos escândalos. Ainda não abarcamos a extensão dos antigos, nem todos os culpados foram punidos e eis que uma safra fresca desponta. Você, minha querida leitora ou você, meu estimado leitor, sabe a regra absoluta e verdadeira. Tudo que se diga de ruim do político ou partido de que eu gosto é perseguição da imprensa e intriga da oposição. Tudo o que for dito do meu inimigo político é pouco diante do muito mais que ele ou o partido tenham roubado. Aqui não se trata de gênero, todavia de afinidade eletiva. Quem eu gosto é honesto. No máximo, como concessão ao humano, meu correligionário fez algo indevido, mas imensamente menor do que aqueles outros, os verdadeiros *ladravazes*. Um argumento brasileiro clássico e estranho: “Sim, ele fez isso, mas os outros fizeram muito mais”. Assim, justifica-se o homicídio diante do nosso imaginário sobre o genocídio. O meu César e a sua esposa devem ser, ao menos, um pouco menos ladrões do que o César e a esposa alheia. Afinal, todos os Césares se parecem, com exceção do meu, que, claro, é melhor por ser o meu. A ética parece flertar com a blague de Bernard Shaw (1856-1925): “O nacionalismo é a crença que um país é melhor que outro pelo simples fato de você ter nascido nele”. Meu político é mais ético simplesmente porque eu acredito nele e, um dia, a imprensa golpista vai entender isso. Ser e parecer é a síntese da modernidade maquiavélica. Os outros julgam pelo que percebem externamente, logo, a propaganda de si como luminar ético é a coisa mais importante. Emil Cioran (1911- -1995) dá o seu inevitável tom pessimista ao pensar as dualidades do mundo: “A inconsciência é uma pátria, a consciência, um exílio”. Podemos tratar de várias formas a ideia do franco-romeno. Mundos bipolares provocam conforto, um gueto mental quente e agradável. O bem ao meu lado e o mal do outro. E quem não pensa assim? Só pode ser um *sofista*, pois todos que não trabalham com o absoluto devem ser sofistas. Como sempre, sofista é uma palavra aprendida em um grupo de WhatsApp. Lá disseram ao membro que era um insulto e o mundo pessimista *helênico* submergiu no pires da internet.

Todos os políticos são iguais? Não. Estou convencido de que há pessoas realmente honestas e há partidos que as concentram mais do que outros. A questão que estou tratando é que a convicção depende de fatos e não de opiniões. Não podemos ter confiança por princípio, porém por fatos. Sempre gostei do exemplo, muito isolado na história do País, do ministro de Itamar Franco: Henrique Hargreaves. Sentado na instável cadeira da Casa Civil, a grande guilhotina da Nova República, foi acusado de procedimentos não éticos. Afastou-se e houve uma investigação. Assumiu Tarcísio Carlos de Almeida Cunha. Feita a devassa, retornou, sem que nada fosse provado. É um modelo interessante. Por quê? Existem máquinas óbvias de denúncias contra quaisquer pessoas que exercem o poder. Faz parte do jogo político. Eu quero o poder que pertence a você, mesmo o legitimamente obtido por votos. Logo, não querendo pagar o ônus de um golpe, eu posso derramar acusações. As acusações podem ser falsas ou verdadeiras, sempre. Para isso, o ideal seria fazer uma investigação e, sempre que possível, sem que o acusado exercesse cargo de poder. Isso evitaria que, caso seja culpado, use a máquina pública a seu favor ou que, enquanto se defende, não se concentre em seus afazeres. Trata-se de duplo e necessário cuidado. Toda mulher de César deveria ser a primeira a exigir investigações amplas. A ela interessa emergir do caso com sua reputação exaltada. Exercer cargo público em democracias tem esse ônus terrível. O palavrão que você lançou no ensino primário volta. A entrevista de 1978 emerge. Reaparece o teste do bafômetro daquela noite fatídica. Seu filho exterior aos laços matrimoniais desponta nas colunas sociais. Seu filho de dentro do casamento terá a vida devassada e, não sendo santo (algum o é?), terá os achados jogados na fogueira inquisitorial da opinião pública. Penso três coisas distintas. Uma já dita: a mulher de César deve querer investigação e sua insistência no procedimento seria uma evidência da sua consciência tranquila. Segunda: devemos buscar a ética e não a ética em uma pessoa ou partido. Devemos cobrar que quem exerça cargos seja exemplar ao lidar com a coisa pública. Terceira: um pecado menor do passado que já tenha sido expiado pela retratação ou que represente um momento de raiva e não uma convicção pessoal deveria ser relevado. Gosto de pessoas reais que têm capacidade de errar, desde que se arrependam e melhorem. Arcanjos costumam ser autoritários. Alguns até traem o plano divino. O mundo político é mais complexo do que uma lista de convidados de Pompeia Sula. A mulher de César deveria ter contratado assessores de imprensa. Vocabulário *Jaça*: s. f. [fig.] Mácula, desdouro. *Ladravaz*: adj. Aumentativo de ladrão. *Helênico*: adj. Relativo à Grécia antiga. *Sofista*: adj. Aquele que utiliza habilidade retórica no intuito de defender argumentos logicamente inconsistentes. :::::::::::::::::::::::: Gnomos na gaveta Marcos Rey Tive um parente que sempre contava ter visto um gnomo ciclista passar por ele, rente ao chão, segurando o guidom da bicicleta com a mão esquerda, enquanto com a direita fez-lhe um dilatado gesto obsceno. “Cafajestinho!” Ouvi-o contar isso dezenas de vezes desde a época em que os gnomos não estavam na moda. Convivência mais longa com esses seres diminutos teve meu amigo Egydio, que me assegurou ter enclausurado um deles na gaveta de sua escrivaninha. -- Com o canto dos olhos eu vi o gnomo espiar a gaveta, alguns centímetros aberta. Não satisfeito, resolve entrar. Pum! Fechei-a com uma só cotovelada. -- Ainda está lá dentro? -- Está. Com um conta-gotas tenho pingado água na gaveta para ele não morrer de sede. E jogo farelos de biscoito para alimentá-lo. -- Vocês conversam? -- Não, porque pelo traje é tirolês ou austríaco. Além do mais, os gnomos só se comunicam com os humanos telepaticamente. -- E agora? O que vai fazer com ele? -- Vou tentar com uma linha transferi-lo para uma garrafa. Como se faz com miniaturas de navios. Com um gnomo engarrafado vou ganhar uma fortuna. Duvida? Mas o gnomo escapou graças a uma empregada que abriu a gaveta, embora advertida para mantê-la fechada. Eles são espertos, sabem *influir* nas pessoas, enviar certas ordens. Essa intenção de ganhar dinheiro com o esotérico, incluindo ou não gnomos, fadas ou duendes, faturar no astral, no invisível, tornou-se ideia fixa para minha mulher. Estávamos numa pior e tínhamos de sair do buraco. — Por que não escreve um livro do tipo Shirley MacLaine? — ela sugeriu. — O povo não está suportando mais essa realidade poluída. Sufoca, pesa, cheira mal. O que se quer é embarcar na fantasia, comunicar-se com extraterrenos e seres lendários. Entende? Argumentei que nasci materialista e com o tempo fui ficando mais ainda. Nunca transei o esotérico. O mundo para mim é justamente esse que está aí, grosseiro, fedido, perigoso.

— Os gnomos não existem! — garanti, *bradando*. — Tudo não passa de mais um jeitinho de ganhar dinheiro. Nada do que se diz sobre eles tem o menor fundamento. É piração. A cara-metade estranhou a veemência. — Você pode provar? — Provar o quê? — Provar que os gnomos não existem? Se puder, pondo tudo num livro, bem explicadinho, ótimo. Escrever contra eles e as ondinas, salamandras e silfos talvez também dê dinheiro. Fazia sentido. Retirei-me para pensar. Minutos depois já tinha o título da obra: “Não acredito em gnomos. E daí?” Ela aprovou o tom agressivo do título. Desafiador. Consultei um editor, que me deu o sinal verde. — Vá em frente. O polêmico sempre vende bem. Antes de começar a escrever, teria de ler tudo sobre a matéria. E não só em português. Minha *consorte* se dispôs a me auxiliar. Depois da leitura geral, registramos as observações em dezenas de fichas. Uma boa organização ajuda. Dividi o livro em partes. Cada uma com dez capítulos. Mostrei a planificação ao editor. Animado, decidiu me dar um adiantamento. Voltei radiante, exibindo o cheque. — Acabe com eles! — disse-me minha mulher. — Com quem? — Com os gnomos. Arrase. Fui à máquina de escrever e bati num meio de página: Não acredito em gnomos. E daí? Estou com o livro todo nas pontas dos dedos. É só escrever uma frase e sai tudo como pisar num tubo de pasta de dente. Mas não está dando. Não está mesmo. Ele dificulta, impede. Olha para mim gozador e com a mão direita faz gestos obscenos. Quem? O maldito homenzinho de cinco centímetros, dando voltas de bicicleta ao redor de minha máquina de escrever. Quer me enlouquecer. Uso o aspirador? Vocabulário *Bradando* (bradar): v. Falar gritando, exigir. *Consorte*: s. Cônjuge. *Enclausurado*: adj. Recluso, recolhido. *Influir*: v. Suscitar sentimentos, pensamentos; inspirar, incutir. *Tirolês*: Pertencente ao Tirol, província da Áustria. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Tirinhas O Menino Maluquinho O Menino Maluquinho é uma série de histórias em quadrinhos, brasileira, criada pelo desenhista e cartunista Ziraldo. A revista foi baseada no livro infantil de mesmo nome publicado em 1980, que se tornou um fenômeno durante os anos de 1990 e 2000. As histórias em quadrinhos foram publicadas pelas editoras Abril e Globo, de 1989 até 2007. Personagens: Maluquinho é um típico alegre e criativo menino de 10 anos de idade que, devido a sua personalidade excêntrica e agitada, adora fazer maluquices, aprontar com as pessoas e causar as maiores confusões, sendo conhecido por todos como um causador de problemas". A marca registrada de Maluquinho é uma panela que ele sempre usa como se fosse um chapéu. Veste-se com uma camiseta amarela, com bermuda preta e tênis. Bocão: gordinho, comilão, simpático, ingênuo, corajoso e fiel ao seu melhor amigo — o Maluquinho — acompanhando-o em seus planos e piadas. Ele também é o mais alto de sua turma e veste camiseta azul- -claro com calça azul-escura e tênis. Junin: outro dos melhores amigos de Maluquinho. Pessimista, desconfiado e mal-humorado, ele é loiro, usa óculos e é o mais baixo da turma, o que o torna alvo de zombaria dos demais. Está sempre de camiseta vermelha listrada com calça marrom e sapatos. Julieta ou "Juju": é a namorada de Maluquinho. É uma menina alegre, falante, energética, esperta e decidida. Para ela, nada é impossível de se fazer. É também a líder de todas as brincadeiras, além de ser a maior fofoqueira da área. Usa uma camiseta vermelha com o desenho de um raio, uma minissaia branca e tênis e possui cabelos pretos e cacheados. Carolina ou "Carol": a melhor amiga de Julieta. Menina idealista, que curte comida vegetariana, se preocupa muito com a natureza e que quer melhorar o mundo. Veste-se como as garotas de antigamente, usando sempre um vestido verde e o cabelo é amarrado em duas tranças. Herman: menino forte, alto, metido a valentão, que sente ciúmes e de vez em quando ameaça dar uns tabefes no amigo Maluquinho por este ser sempre o centro das atenções. Lidera outra turminha de meninos como se fosse um general. Isso é influência do pai e do avô dele, que são militares. _`[Tirinha do “Menino Maluquinho” em 3 quadrinhos: Q1: Menino Maluquinho ao lado de uma mesa e olhando para seu avô em pé, pergunta: “Vô, o que tem nesta caixinha aqui?” Q2: O avô olhando para o menino que está com os olhos arregalados, diz: “ý"A curiosidade matou um gato,ý" Sabia?” Q3: Menino Maluquinho corre para perto de dois amigos e diz: “Acho que meu avô tem um esqueleto de gato guardado numa caixinha!” Junin, olhando para trás, diz: “Uau!” Bocão, olhando para trás, diz: “Abalô!”_`]

_`[Tirinha do “Menino Maluquinho” em 3 quadrinhos: Q1: Herman, se aproxima de Junin e diz: “Vai lá e diz pro seu *chefe* que eu quero marcar uma ‘pelada’!” Junin, com os olhos arregalados, pergunta: “*Chefe*? Que chefe?” Q2: Junin com os olhos arregalados e os braços abertos, observa Herman, com os olhos fechados e os braços com as palmas das mãos para cima, responder: “O Maluquinho, oras!” Q3: Junin, com a cabeça abaixada e os braços para trás, anda e diz: “É triste descobrir que você é só um *pau-mandado…* pela voz do *inimigo!*”_`] _`[Tirinha do “Menino Maluquinho” em 3 quadrinhos: Q1: A professora em pé, com o dedo indicador apontado para frente, diz: “Pra amanhã vocês vão estudar a tabuada do nove e…”. Q2: Na sala de aula, Julieta sentada na frente, diz: “Devia haver um modo melhor de aprender do que *decorar*!” Bocão atrás dela, levanta com as mãos apoiadas na mesa, e grita: “Epa”! Q3: Bocão senta, com os olhos arregalados e as mãos para cima e diz: “A única coisa que eu consegui aprender até hoje foi *como decorar*! Não vão querer mudar agora, né?”_`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Desafios 1. Qual é o nome completo de Ziraldo? a) Ziraldo Alves Pinto. b) José Alves Cabral.

c) Ziraldo Alves Cabral Pinto. d) Zaqueu Cabral Pinto. 2. Em que cidade de Minas Gerais ele nasceu? a) Governador Valadares. b) Bom Jesus do Galho. c) Caratinga. d) Esmeraldas. 3. Qual dessas obras de Ziraldo virou filme? a) Uma professora muito maluquinha. b) O joelho Juvenal. c) Os dez amigos. d) Jeremias, o bom. 4. Complete: Ziraldo foi um dos fundadores da: a) Banda de Volta Redonda. b) Banda de Governador Valadares. c) Banda de Caratinga. d) Banda de Ipanema. 5. Qual é o livro mais famoso de Ziraldo? a) Menina das estrelas. b) O joelho Juvenal. c) Menino Maluquinho. d) Flicts. 6. Qual é o time de Ziraldo? a) Corinthians. b) Vasco. c) Flamengo. d) América. 7. Em qual revista, Ziraldo começou sua carreira? a) Era uma vez. b) Folha da manhã. c) Folha de minas. d) Folha de São Paulo. 8. O que Menino Maluquinho usa na cabeça? a) panela. b) balde. c) bacia. d) boné. Respostas 1. (a) 2. (c) 3. (a) 4. (d) 5. (c) 6. (c) 7. (c) 8. (a) õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Pensamentos "Conselhos não são para a gente seguir. Conselhos são para a gente pensar." "Não ache que você é mais inteligente do que o outro, que sabe mais coisas do que o outro ou que é melhor do que o outro. Lembre-se de que o outro pode pensar do mesmo

jeito. E, para o outro, você é que é o outro." "Não existe uma lista do que é necessário para a gente ser feliz. Cada um faz a sua lista." "Não faça papel de bobo. Aliás, não faça papel algum, a não ser que esteja brincando de teatro." "Não faça seus deveres com raiva. Se o dever é inevitável, relaxe e capriche." "Não fique apenas no sonho. O tempo que a gente gasta sonhando é o mesmo que a gente gasta fazendo." "Não há mãe melhor do que a mãe da gente."

"Não seja um cara que não sabe perder (pena que não exista curso pra isso).” Fonte: Menino Maluquinho: o livro do não. São Paulo: Melhoramentos, 2014. Ziraldo Alves Pinto (1932-2024) foi um cartunista, chargista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, caricaturista, poeta, cronista, desenhista, apresentador, humorista, advogado e jornalista brasileiro. Sinopse: Vamos combinar uma coisa -- é muito legal ter liberdade, poder fazer o que gosta, poder dizer aquilo que pensa. Mas tem hora que o pessoal exagera. Há momentos em que alguém precisa dar uma cutucada no outro e dizer Não. Também é preciso aprender a ouvir Não. Por isso, o Menino Maluquinho, um garoto que sabe das coisas, dedica este livro àqueles que não têm medo de dizer Não e também aos que não temem ouvir um Não. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Mundo das artes Amigos se despedem de Ziraldo e lembram seus traços contra a ditadura Marcelo Brandão Antes de ser conhecido como o pai do Menino Maluquinho e ícone da literatura infantojuvenil, o cartunista Ziraldo, falecido no sábado, 6 de abril de 2024, aos 91 anos, teve atuação marcante como jornalista em defesa da democracia. Durante a ditadura militar, usou seus traços para combater o regime autoritário

e defender a liberdade de expressão. O corpo do desenhista foi velado no domingo, 7 de abril, data que marca o Dia do Jornalista. O velório foi no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, cidade onde o mineiro de Caratinga morreu de causas naturais. A Agência Brasil conversou com amigos, ex-colegas de profissão e familiares, que ressaltaram a atuação de Ziraldo nos anos de repressão e censura. O Pasquim A maior representação de Ziraldo nesse ofício está no jornal O Pasquim, que teve o desenhista entre seus fundadores e principais colaboradores. Ao seu lado, nomes como Jaguar, Sérgio Cabral e Tarso de Castro. O veículo de imprensa circulou nas décadas de 70 e 80 e era uma das resistências à ditadura, tendo enfrentado censura, perseguição e rendido aos seus responsáveis prisões durante o regime de exceção. “Era o deboche, a piada, a gozação para afetar o regime ditatorial na base do deboche”, lembra o jornalista Marcelo Auler, hoje conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e que compartilhou a redação de O Pasquim com Ziraldo a partir de 1974. “Era um outro tipo de jornalismo, muito crítico e sempre de oposição”, classifica. Ele conta que, apesar de repórteres fazerem entrevistas que duravam várias horas, os textos mais longos não eram a característica principal da publicação. “O Pasquim era um jornal de piada, de cartum, desenhos. Ziraldo, com suas charges, assim como o [cartunista] Henfil, com o seu [personagem] Fradim, atingiam o pú- blico muito mais do que muitos jornalísticos”. Contra a censura O ex-deputado federal e ex-ministro das Comunicações, Miro Teixeira, acrescentou que, por meio do tabloide, Ziraldo e a equipe conseguiram fazer chegar à população as violações que estavam sendo acobertadas pela censura de Estado. “O Pasquim era censurado também, mas conseguia atravessar com a arte algumas brechas deixadas pela ditadura. Foi útil para levar ao povo o conhecimento do que se passava nos cárceres, porque as pessoas não tinham conhecimento, a classe média não tinha conhecimento. Foi graças a pessoas como o Ziraldo que isso chegou ao conhecimento da população”, conta Miro, que também é jornalista. O cartunista Ricardo Aroeira aponta o legado de Ziraldo em toda a imprensa brasileira. “Como jornalista, ele abriu três, quatro, seis projetos diferentes que, na verdade, mudaram a linguagem jornalística. Nenhum jornal brasileiro é o mesmo depois de O Pasquim. O texto do jornal é diferente, a abordagem da reportagem, um certo senso de humor e leveza, isso tudo é Ziraldo”, diz. Família Irmão mais novo do cartunista, o designer gráfico Gê Pinto lembrou de um momento difícil da trajetória de Ziraldo, a prisão durante a ditadura. Um dos prováveis motivos foi a participação em O Pasquim. “Eu estava na casa dele no dia em que ele foi preso. Ainda menino, levei um susto danado”, rememora. “O Ziraldo sempre teve esse compromisso com a liberdade e com a democracia. A gente sentia em cada gesto dele, em cada atitude e nas charges. Foi um orgulho ver como ele foi resistência”, afirma. Para a cineasta Fabrizia Pinto, filha de Ziraldo, o pai salvou o Brasil do regime militar e enfatizou que Ziraldo não deixou o país no período mais difícil para a imprensa e a sociedade. “Ele ficou no Brasil para lutar contra a ditadura. Ele lutou com a pena, um papel, ideias pequenas e pérolas. Uma pessoa como essa nunca vai se *esvair*, não vai embora”. A diretora do Instituto Ziraldo, Adriana Lins, que também é sobrinha do desenhista, enumera fatores que, na visão dela, forjaram Ziraldo como jornalista. “Ele é um crítico de costumes, um crítico político, um observador curioso desde o dia em que nasceu. Na hora em que você tem todos esses dons, essa sagacidade, essa curiosidade, essa inteligência, acaba virando jornalista”, afirma. “Ele fez todo mundo saber de tudo de uma maneira tão sagaz, minimalista, em épocas que não podia se falar tudo às claras”, ressalta a sobrinha. O Instituto Ziraldo é uma instituição que preserva o trabalho intelectual do artista. Jornais e revistas Ziraldo frequentava redações desde antes do começo da ditadura militar, iniciada por um golpe que completou 60 anos em 2024. Em 1954, começou uma página de humor no jornal A Folha de Minas. Passou também pelo semanário O Cruzeiro — que tinha enorme circulação nacional — e pelo Jornal do Brasil. O mineiro também trabalhou na revista Pif-Paf, dirigida por Millôr Fernandes. Após a redemocratização, Ziraldo acreditou em mais projetos editoriais, como as revistas Palavra e Bundas, as duas em 1999. A segunda ridicularizava o culto a celebridades. Em 2002, lançou O Pasquim 21. Era uma tentativa de reviver os tempos áureos do tabloide de oposição. Mas a iniciativa durou apenas até 2004.

Ziraldo deixou esposa, Marcia Martins da Silva, e três filhos do primeiro casamento: Fabrizia, Daniela e Antônio. Vocabulário *Esvair*: v. Dissipar. Fonte: ~,https:ÿÿagenciabrasil.~ ebc.com.brÿgeralÿnoticiaÿ~ 2024-04ÿamigos-se-~ despedem-de-ziraldo-e-~ lembram-seus-tracos-~ contra-ditadura~, Acesso em: 14/05/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Maravilhas do mundo Costa Rica: turismo tropical em meio à preservação natural O pequeno país guarda maravilhas naturais conservadas e une praias, hotéis sofisticados e até aventuras ao redor de um vulcão. Imagine estar na varanda do seu quarto, se deparar com um mar esmeralda e ser surpreendido por um guaxinim curioso ou um esquilo dócil. Estas são cenas corriqueiras na Costa Rica, país da América Central, em que a conservação é a palavra de ordem. Mas nem sempre foi assim. Trilhando um caminho desenfreado de desmatamento, a população entendeu que a preservação da natureza seria o rumo para a principal força motriz da econômia local: o turismo. Para tanto, uma política ambiental associada à mudança de mentalidade da população colocaram o país entre os mais conservados das Américas. O resultado? Hoje, mais da metade de sua área é coberta por florestas e concentra 5% da biodiversidade do mundo. São cerca de 27 parques nacionais, 11 áreas de conservação, além de refúgios selvagens, reservas e corredores biológicos, com ainda três Patrimônios Naturais Mundiais da UNESCO. Com apenas 5 milhões de habitantes e pouco mais de 51 mil km² de área, o pequeno país nos presenteia com florestas tropicais, vulcões, águas termais e praias divididas entre o Oceano Pacífico e o mar do Caribe. O que mais surpreende na Costa Rica é a integração entre o ecoturismo e a infraestrutura turística, sempre com princípios de conservação no radar. O turismo de preservação deu sinais daquilo que os ambientalistas já sabiam: a floresta vale mais em pé do que deitada. E a fonte de renda do turismo, que já era expressiva, tornou-se uma das mais importantes para a população local. E não para por aí: o país inteiro quer zerar suas emissões de carbono a um curto prazo. Assim, unindo turismo à preservação, não faltam opções do que fazer neste paraíso tropical. Quer deitar-se em uma espreguiçadeira e descansar com um drink na praia, surfar grandes ondas ou mergulhar entre tubarões? A Costa Rica tem ótimas opções. Fazer uma caminhada em um vulcão, *rafting*, tirolesas nas copas das árvores ou relaxar em águas termais? Também tem. E um ponto alto: as crianças são mais que bem-vindas, já que as atrações e acomodações são adaptadas a elas também. É uma infinidade de atividades e passeios que equili- bram muito bem dois opostos: aventura e calmaria. Península Papagayo: praia, sombra e água fresca Praias pitorescas com a cor esmeralda do Oceano Pacífico, drinks à beira-mar, cores do céu que mudam a cada hora, diversão para os pequenos e relaxamento garantido para os adultos. Assim é a Península Papagayo, no canto noroeste da província de Guanacaste, a quatro horas da capital San José. É uma região muito rica em natureza e que abriga um condomínio de veraneio com resorts, residências luxuosas, clube de praia, marina e campo de golfe.

A Península Papagayo é um dos cantos mais exclusivos e intocados da Costa Rica, cercado por grandes rochedos e natureza. O golfo acomoda o Four Seasons Resort, que fica bem na ponta da península, no topo de uma colina, com duas praias: uma voltada para as águas do Pacífico, a Playa Virador, com mar mais agitado; e outra para a baía, mais indicada para a criançada brincar no raso. Os quartos tradicionais são virados para a praia, mas há vilas mais completas — com cozinha e piscinas privativas — debruçadas na encosta, com uma vista linda. Falando de estrutura, o diferencial do hotel também se dá pelas boas opções para os pequenos: tem *kids club*, aulas de ciência, de *slime*, recreadores, atividades ao ar livre — ou seja, vários programas para entretê-los o dia todo e deixar os pais despreocupados neste paraíso. Bem perto dali, no distrito de Nacascolo, fica a Playa Prieta, praia de areia negra que possui origem vulcânica e que contrasta com o mar esmeralda. É bem interessante e mais quente que a areia normal. O local é lar do Prieta Beach Club, clube de praia com piscinas e restaurantes, uma delícia para passar o dia tomando bons drinks e relaxando perto da água em bangalôs confortáveis de frente para o mar. A Península Papagayo é como um retiro tropical: tem esquilo e guaxinim passando pelas árvores – com sorte, até macaquinhos e muitos pássaros. O verde exuberante da floresta tropical muitas vezes lembra o nosso Brasil, com a diferença de estarmos em uma ilha vulcânica, em que os paredões de rocha preta e fragmentos na areia contrastam com as cores do mar. Como dizem por lá: pura vida! La Fortuna: vulcão e águas termais Além de praias exuberantes, a Costa Rica é conhecida por seus parques nacionais e vulcões, em especial o Arenal, que fica no parque nacional de mesmo nome. Adormecido há mais de 400 anos, o gigante de 1670 metros de altura foi acordado por uma erupção em 1868. Todo o distrito de La Fortuna, que abriga mais de 20 hotéis e toda a infraestrutura turística local nasceu em torno do vulcão. Sua última erupção ocorreu em 2010. Mas, não se preocupe: sensores foram instalados para ob- servarem as atividades vulcânicas e, desde então, a lava não é mais vista. Apenas a fumaça no topo nos lembra que há um vulcão pelas redondezas. Além da história e da riqueza geológica, a montanha pontiaguda, onipresente no horizonte, possui uma paisagem estonteante. Situada no interior da Costa Rica, a cerca de 3 horas de carro da capital, La Fortuna é encravada em florestas tropicais. Logo, estar na região que leva o nome do vulcão é ficar em meio a um clima que muda o tempo todo: chove, faz sol, fica nublado, o sol aparece novamente… Então a dica é programar os passeios logo pela manhã, para evitar eventuais imprevistos. O destino é muito procurado pelos ecoturistas, o que faz com que as inúmeras atividades da região sejam feitas em meio à abundante selva, como tirolesas, trilhas, banhos em cachoeiras e em águas termais. São vários passeios, todos privados, feitos por meio de agências. O turista escolhe o que quer fazer, a agência ou o hotel ajudam na missão. Vale ressaltar que muitas das atrações são adaptadas para as crianças — mais um ponto importante para a Costa Rica! Um programa que merece destaque e pode ser feito por toda família é o das tirolesas no meio da selva. As árvores parecem verdadeiros arranha- -céus naturais interligadas por cabos de até meio quilômetro de extensão. É especialmente radical passar na altura da copa das árvores e apreciar, de cima, a flora e a fauna da região. E que tal se banhar numa linda cachoeira de 70 metros no meio da floresta? A Catarata do Rio Fortuna é uma área natural administrada por uma entidade sem fins lucrativos. Sua cachoeira está localizada em uma reserva biológica de 210 hectares de floresta úmida tropical, parte do Parque Nacional do Vulcão Arenal. Para chegar até a paisagem exuberante é preciso enfrentar mais de 500 degraus para descer — e depois subir, lembre-se — em meio por um caminho dentro da mata. A água é geladíssima, mas os visuais são incríveis. E é claro que o Arenal teria seus próprios passeios: uma trilha de pouco mais de 3 km em volta do vulcão, no místico Arenal Hanging Bridges, reúne 16 pontes, 6 delas suspensas, em meio à floresta. É possível se deparar com macaquinhos logo no começo da aventura e presenciar sapos exóticos — e venenosos! — ao longo do caminho, assim como outras várias

espécies, que dão indícios da conservação da região. Como chegar e melhor época para ir As fronteiras da Costa Rica estão abertas para turistas de todos os países do mundo. O único controle sanitário exigido é o “Passe de Saúde”, um formulário que deve ser preenchido por cada visitante pelo menos 72 horas antes da entrada no território costa-riquenho. Além disso, turistas brasileiros não precisam de um visto para entrar no pequeno país — o passaporte já basta. A Costa Rica aceita a chegada de brasileiros por dois principais aeroportos internacionais, o Juan Santamaría, pertinho da capital San José, e o Libéria, que fica na província de Guanacaste. Não há voos diretos do Brasil para a Costa Rica, sendo necessário fazer escala em países próximos da América Central ou do Sul. Uma vez no país, seja para ir para La Fortuna, Península Papagayo ou qualquer outra região, a locomoção de carro é a mais recomendada e mais popular entre os turistas. E detalhe importante sobre os melhores períodos para se viajar: o país é tropical, com temperaturas bem convidativas, assim é dividido basicamente em duas grandes estações, a seca e a chuvosa. A seca compreende o verão e segue aproximadamente de meados de dezembro até abril, sendo a mais indicada para aqueles que

querem praias e sol. Já a chuvosa segue de maio a novembro. Fonte: ~,https:ÿÿwww.cnnbrasil.~ com.brÿviagemegastronomiaÿ~ viagemÿcosta-rica-turismo-~ tropical-em-meio-a-~ preservacao-naturalÿ~ #:~:text=A%20Costa%~ 20Rica%20tem%20%~ C3%B3timas,s%C3%~ A3o%20adaptadas%~ 20aos%20pequenos%~ 20tamb%C3%A9m~, Acesso em: 08/05/24 Vocabulário *Força motriz(es)*: s.f. O que move ou provê de movimento. *Rafting*: É um esporte radical praticado em rios com corredeiras, em que os participantes descem a bordo de

um bote inflável remando em equipe. *Slimes*: É uma substância pegajosa e maleável, que se tornou uma verdadeira febre entre as crianças e jovens. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Nossa casa Evite deixar água acumulada: todo o cuidado com essa questão é pouco! Hoje, muito mais do que um cuidado, evitar água acumulada em casa é um dever de todos. O *aedes aegypti* tem causado muito estrago por aí e todos precisamos nos conscientizar. Como sua reprodução acontece em água limpa e parada, algumas medidas precisam ser tomadas sempre: • deixar tonéis e caixas d'água tampadas; • fazer a limpeza constante das calhas; • não deixar garrafas vazias com o bocal virado para cima, a fim de evitar o acúmulo de água; • manter as lixeiras fechadas; • fazer a limpeza dos ralos e colocar uma tela de proteção; • preencher com areia os pratinhos de vasos de plantas e fazer a limpeza semanalmente; • limpar os potes de água dos animais de estimação com escova e produtos adequados; • retirar a água que pode acumular atrás da máquina de lavar roupa e na bandeja atrás da geladeira. Não deixe roupas sujas no banheiro: deixar o cesto de roupas sujas no banheiro pode ser um grande problema mesmo que esteja bem fechado. As roupas no banheiro podem acumular umidade e fungos, bem como bactérias se ficarem por lá por alguns dias. Roupas íntimas, principalmente! É bom lavar tudo o quanto antes e não deixar acumular. Guarde bem os produtos químicos e de limpeza: outro cuidado importante para termos em casa é saber guardar adequadamente os produtos de limpeza e químicos. É recomendado que esses materiais químicos fiquem em local seco, arejado e bem longe do alcance de bebês, crianças ou animais. Evite também fazer essa armazenagem perto de alimentos. A mesma regra ainda vale para medicamentos. Tenha cuidado com a lavagem de roupas: quando for lavar roupa, separe a pilha de roupa suja em três partes: roupas claras ou brancas, coloridas e roupas que mancham. Lave-as separadamente. É importante fazer isso para evitar que peças claras manchem ou roupas mais escuras se encham de pelos, por exemplo. Se a roupa for nova, é bom lavá-la até mesmo separadamente na primeira vez, para testar se ela solta tinta ou não. Também é importante ressaltar que é bom ter um lugar em casa para secar tudo à sombra. Fonte: ~,https:ÿÿmeuprecon.~ com.brÿ12-cuidados-com-~ a-casa-muito-importantesÿ~, Acesso em: 19/02/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vida e saúde Síndrome alcoólica fetal A síndrome alcoólica fetal é um distúrbio que afeta o desenvolvimento do feto e é causado pela exposição dele ao álcool durante a gravidez. Maria Helena Varella Bruna Entende-se por síndrome alcoólica fetal (SAF) o conjunto de sinais e sintomas de uma condição clínica prevenível, porém a cada dia mais frequente entre mulheres jovens. O distúrbio é determinado pela exposição do bebê ao álcool ainda dentro do útero materno, o que pode afetar o seu desenvolvimento físico, comportamental, cognitivo e neurológico. A SAF é a forma mais grave de um espectro de transtornos relacionados ao uso do álcool (FASD), que também inclui: a síndrome alcoólica fetal parcial, alterações do neurodesenvolvimento e malformações congênitas dos bebês de mulheres que consomem bebidas alcóolicas durante a gravidez. Nos últimos anos, a quantidade de estudos a respeito das consequências da exposição fetal ao álcool tem crescido consideravelmente. Entretanto, definir a taxa de incidência do distúrbio é sempre arriscado, em razão do número de subnotificações que, certamente, existe. De qualquer forma, a estimativa é que ocorram de 0,5 a 2 casos em cada 1000 nascidos vivos. De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, no Brasil, 1 a cada 1000 bebês nascidos vivos apresenta a síndrome. Mulheres com idade acima de 25 anos, que entraram em contato com o álcool muito cedo ou mantiveram o consumo durante a gravidez ou, ainda, com história de partos prematuros ou de natimortos em gestações anteriores, compõem um grupo de alto risco para a SAF. Os estudos já mostraram que o álcool é uma substância *teratogênica*, capaz de produzir danos irreversíveis no embrião e no feto durante a gestação da mulher. Não importa o teor alcoólico da bebida, se proveniente de destilados, cerveja ou vinho. O álcool penetra na corrente sanguínea da gestante, atravessa a placenta e alcança o feto pelo cordão umbilical. Como seu fígado ainda não está preparado para metabolizar essa substância, seu corpo fica exposto por mais tempo à mesma quantidade de álcool que circula no organismo da mãe. Nessas situações, os estragos permanentes que provoca vão desde alterações mais leves, às vezes imperceptíveis no momento do parto, até a forma grave dessa síndrome, que afeta principalmente o cérebro e o sistema nervoso central. Não existe quantidade de álcool, por menor que seja, que possa ser considerada absolutamente segura para consumo durante a gravidez. Ao contrário, já se sabe que se trata de uma droga potencialmente tóxica para o feto em formação e que seus efeitos *deletérios* irreversíveis podem atingir também a mãe durante a gestação em curso. Daí, o risco maior de partos prematuros, abortos espontâneos e morte fetal na história de vida dessas mulheres. O fato é que não existe consenso, nem mesmo entre os especialistas no assunto, so- bre os limites de segurança quanto ao consumo de álcool, no período em que a mulher está tentando engravidar ou, depois, durante toda a gestação. Há os que consideram o álcool responsável pelos efeitos nocivos que acometem o embrião e o feto quando a mãe bebe, e são a favor da abstinência total pela gestante. Na falta de estudos conclusivos, porém, há os que autorizam o consumo leve, ocasional e esporádico de uma taça de vinho ou de um copo de cerveja, porque estimam ser baixo o risco que essas quantidades oferecem. Ninguém discorda, entretanto, que a SAF é a única causa conhecida de retardo mental inteiramente prevenível desde que a mulher suspenda completamente o consumo do álcool durante a gravidez. Existem vários sinais e sintomas da síndrome alcoólica fetal evidentes na criança desde o nascimento. Outros só aparecem mais tarde. A intensidade das alterações causadas pela ingestão do álcool durante a gravidez varia também de uma criança para outra, dependendo da quantidade de álcool que a mãe ingeriu durante a gravidez. Entre todas, vale destacar, além da microcefalia (cabeça e crânio pequenos), algumas dismorfias faciais típicas do transtorno, tais como olhos pequenos, lábio superior fino, fácies plana, fissuras palpebrais curtas. Além disso, fazem parte do quadro o crescimento lento dentro e fora do útero, depois do nascimento, além de deformidades nas articulações, problemas cardíacos, nos rins e nos ossos, dificuldades de visão e audição. Pessoas com a síndrome podem apresentar, ainda, distúrbios de aprendizagem, comprometimento da memória e da atenção, dificuldades socioemocionais e comportamentais. O diagnóstico leva em conta o resultado de um exame físico criterioso, os sinais e sintomas apresentados (deficiência de crescimento e malformações faciais, por exemplo) e a história materna de consumo de álcool durante a gestação. Trata-se de uma síndrome de difícil diagnóstico, porque não existem critérios pré-estabelecidos, nem exames laboratoriais que ajudem a orientar a avaliação do quadro. Estabelecer o diagnóstico diferencial da síndrome com outras patologias é fundamental para nortear o tratamento. A síndrome alcoólica fetal é uma condição irreversível que não tem cura nem tratamento específico. A abordagem é sempre multidisciplinar (obstetras, ginecologistas, pediatras, psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas comportamentais, entre outros profissionais envolvidos) e pode pressupor o uso de medicamentos para aliviar os sintomas. Introduzido antes dos 6 anos de idade, ajuda a reduzir o impacto negativo da condição sobre o desenvolvimento global da criança. O apoio intensivo a pais e filhos num ambiente acolhedor é fundamental para contornar as dificuldades e promover melhor prognóstico. Como já foi dito, a única forma conhecida para prevenir a manifestação da SAF é a mulher interromper o consumo de álcool durante a gravidez. O ideal seria que ela agisse assim, desde o instante em que decidiu engravidar. Se pensarmos que a ocorrência da gravidez leva, em média, de quatro a seis semanas para ser confirmada, o cérebro do feto estará exposto à ação deletéria do álcool muito antes do que ousamos imaginar. Segundo a *OMS*, em diversos países, incluindo o Brasil, a exposição pré-natal ao álcool é a principal causa evitável de defeitos congênitos e deficiências de desenvolvimento, que podem atingir o embrião e o feto. Não vale a pena arriscar. Durante muito tempo imaginou-se que a exposição excessiva ao álcool atingia especialmente as mulheres de padrão socioeconômico menos favorecido e menor acesso à informação, que escondiam a gravidez e não faziam o acom- panhamento pré-natal. Hoje, a realidade é outra. Meninas estão começando a beber cada vez mais cedo e muitas engravidam precocemente. Por ser o alcoolismo uma doença que as pessoas custam a admitir, é possível que muitas sequer mencionem o consumo do álcool nas consultas do atendimento pré-natal. O resultado é que os casos de síndrome alcoólica fetal podem tornar-se um pro- blema de saúde pública. Preocupada com a situação, a Sociedade Brasileira de Pediatria criou um grupo com o objetivo de divulgar esclarecimentos sobre as características da síndrome e, em benefício do feto e da própria gestante, defendem a importância de suspender completamente o consumo de álcool durante a gravidez. Fonte: ~,https:ÿÿdrauziovarella.~ uol.com.brÿdoencas-e-~ sintomasÿsindrome-~ alcoolica-fetalÿ~, Acesso em: 25/06/2024 Nota OMS: Organização Mundial da Saúde Vocabulário *Deletério*: adj. Insalubre; que é capaz de prejudicar a saúde.

*Teratogênica*: adj. Substância capaz de produzir anomalias em um feto. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Culinária Gaspacho Almodóvar Tempo de preparo: 15 minutos Rendimento: 3 porções Ingredientes: 3 tomates bem maduros; 1 pepino (japonês); meia pimenta dedo de moça; meio pimentão vermelho cru; meia cebola branca picada; azeite de oliva a gosto; sal a gosto; aproximadamente 1 xícara de chá de pão amanhecido (quantidade suficiente para dar cremosidade, vai depender do pão escolhido); 3 colheres de sopa de vinagre da sua preferência; 50 mL de água fria; gelo e tomatinhos cereja para finalizar (opcional); orégano fresco para finalizar (opcional). Modo de preparo: pique grosseiramente os tomates e coloque-os no liquidificador. Acrescente o pepino descascado e picado, o pimentão vermelho sem sementes picado, a cebola picada, a pimenta dedo de moça sem sementes, o vinagre, a água, o azeite e o sal a gosto. Bata tudo. Aos poucos, acrescente nas batidas o pão. A mistura precisa ficar uniforme e cremosa. Prove e corrija o tempero se necessário. Transfira para uma tigela ou jarra e mantenha na geladeira até a hora de servir. Sirva em copos ou tigelinhas. Finalize com um tomate cereja cortado ao meio, um fio de azeite de oliva e orégano fresco a gosto (opcional). :::::::::::::::::::::::: Estrogonofe de carne Tempo de preparo do estrogonofe: 30 minutos Rendimento: 4 porções Ingredientes: 100 mL de azeite de oliva; 3 colheres de sopa de manteiga; 2 cebolas grandes picadas; 300 gramas de cogumelos-paris; 600 gramas de filé mignon cortado em cubos; 1 colher de chá de páprica defumada; 1 colher de chá de pimenta- -calabresa; 40 mL de conhaque; 1 folha de louro fresco; 1 colher de sopa de tomilho desfolhado ou 4 talos; 2 dentes de alho picados ou laminados; 1 colher de sopa de mostarda; 150 mL de creme de leite fresco (aprox. 1 xícara de chá); folhas de salsinha. Modo de preparo: escolha a carne de sua preferência, contanto que seja bem macia. Corte em cubos. Tempere a carne com sal e pimenta e deixe descansar por, aproximadamente, 10 minutos. A carne pode ser temperada por mais tempo, no dia anterior. Isso permitirá que ela fique ainda mais saborosa. Aqueça uma panela em fogo alto, coloque 2 colheres de sopa manteiga e 2 colheres de sopa azeite de oliva. Deixe as gorduras ficarem bem quentes. Coloque a carne aos poucos na panela e deixe dourar, sem mexer a carne. Quando a parte que está em contato com o fundo da panela dourar, vire os cubos de carne para dourar o outro lado. Certifique-se de que todas as partes da carne dourem. Em seguida, adicione a páprica defumada e deixe mais um pouco no fogo. Retire a carne da panela, coloque-a em um recipiente e reserve. Na mesma panela em que dourou a carne e com o fogo ligado, acrescente mais uma colher de sopa de manteiga e um fio de azeite. Adicione a cebola, a folha de louro, um pouco de sal, o tomilho fresco e o alho. Quando a cebola começar a dourar, coloque os cogumelos fatiados aos poucos. Para que eles dourem, é muito importante que a panela tenha espaço para acomodá-los lado a lado, assim eles não soltam muita água. Assim que os cogumelos estiverem dourados, volte a carne para a panela.

Em seguida, adicione a pimenta-calabresa e o conhaque. Deixe flambar ou espere que o álcool evapore. Se não quiser usar o conhaque, é possível substituí-lo por um pouco de água ou molho inglês. Em seguida, coloque a mostarda e o creme de leite fresco. Abaixe o fogo e deixe cozinhar por 5 minutos. Finalizados os 5 minutos, verifique o sabor. Finalize com salsinha picada. :::::::::::::::::::::::: Mousse vegana de cacau com abacate Tempo de preparo: 20 minutos Rendimento: 4 a 6 porções Ingredientes: 2 xícaras de chá de abacate maduro; 2 a 3 colheres de sopa de açúcar mascavo; 2 colheres de sopa de cacau amargo em pó; 1 colher de café de essência de baunilha; 2 colheres de sopa de leite de aveia ou outro leite vegetal; raspas de uma laranja; uma pitada de sal; amêndoas em lascas a gosto; raspas de chocolate a gosto. Modo de preparo: coloque no processador as duas xícaras de chá de abacate, a essência de baunilha, o cacau em pó, o açúcar mascavo, o leite vegetal, as raspas de laranja e uma pitada de sal. Processe por um minuto até emulsionar. Divida em porções individuais ou leve a mistura para uma travessa. Deixe na geladeira por 2 horas. Sirva com raspas de chocolate, raspas de laranja e lascas de amêndoas tostadas. Finalize polvilhando um pouco de açúcar mascavo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Humor Piada: Que tipo de salário é o seu? A seguir apresentamos os principais tipos de salários de uma forma divertida, mas bastante precisa. Qual é o seu? • salário cebola: você vê, você toca... e começa a chorar; • salário cafajeste: isso não te ajuda em nada, só te faz sofrer, mas você não consegue viver sem ele; • salário dietético: faz você comer cada vez menos;

• salário ateu: você já duvida de sua existência; • salário mágico: você faz alguns movimentos e... ele desaparece; • salário tempestade: você não sabe quando vai acontecer ou quanto tempo vai durar; • salário humor negro: você ri para não chorar; • salário preservativo: corta sua inspiração e tira seu desejo; • salário impotente: quando você mais precisa dele, ele te abandona; • salário menstruação: acontece uma vez por mês e dura 3 dias; • salário Walt Disney: está congelado há 30 anos;

• salário ejaculação precoce: assim que entra... acaba! Fonte: ~,https:ÿÿwww.tudoporemail.~ com.brÿcontent.aspx?~ emailid=17774~, Acesso em: 10/06/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo RBC News Do papel à linha braille: os pontos que viram pontes Suzi Belarmino Eu sou a filha mais nova de uma família de muitos cegos. Por isso, fui alfabetizada no Sistema Braille aos cinco anos de idade. Usei todas as ferramentas possíveis para ler e escrever, como a reglete, a máquina braille e, a partir dos anos 2000, a impressora braille, quando fui servidora do Centro de Apoio Pedagógico da Paraíba – CAP/ /PB. Também trabalhei em um setor no Instituto dos Cegos da Paraíba, onde escaneava os capítulos dos livros didáticos que os alunos cegos usavam nas escolas e os imprimia em braille. A partir de 2011, adquiri uma impressora portátil, onde produzia os cardápios acessíveis a pessoas cegas de bares, hotéis e restaurantes de João Pessoa. Ou seja, a produção braille sempre fez parte da minha vida pessoal e profissional. O advento da linha Braille As linhas braille chegaram no Brasil no início dos anos 2000 e, em 2011, adquiri minha primeira. Era uma linha da Focus, que me permitia ler e escrever, porém ela não tinha *slot* para cartão de memória nem memória interna. Eu podia ler também os livros salvos no computador ou no *smartphone*, porque a linha funcionava via *bluetooth* e por meio de cabo USB. Ela possuía 40 células. Eu já havia tido contato com uma linha braille de 80 células no CAP, mas esta era minha e fui a primeira a ter este equipamento aqui na Paraíba. Muitos leitores devem estar se perguntando: o que é uma linha braille? E porque o nome linha braille? A linha braille é uma ferramenta essencial para pessoas cegas ou com baixa visão que desejam acessar informações de maneira independente e eficiente. Esse dispositivo é um equipamento eletromecânico, que exibe os textos por meio de pinos com pontas arredondadas, que são elevados através de furos em uma superfície plana. Leitura e navegação Ao posicionar os dedos sobre a linha braille, os usuários podem ler o conteúdo exibido, seja ele um documento de texto, uma planilha ou uma página da *web*. Cada célula é composta por oito pinos que, quando elevados em diferentes combinações, representam os caracteres do alfabeto, números e símbolos. Ao deslizar os dedos sobre a linha, os usuários podem navegar pelo conteúdo, linha por linha ou caractere por caractere. Muitas linhas integram um teclado braille puro na base, permitindo que os usuários insiram informações diretamente no dispositivo. Esse teclado é semelhante ao Perkins Braille, com dois conjuntos de quatro teclas de cada lado, possibilitando a entrada de caracteres nesse código. Essa funcionalidade é especialmente útil para a digitação de anotações, envio de e-mails ou preenchimento de formulários. As linhas têm cursores na mesma quantidade das células braille, que permitem que o usuário interaja com os caracteres apresentados e em conjunto com o teclado Perkins. São muito úteis na revisão de textos, pois permitem a edição do que está sendo lido, caso seja esta a opção do leitor. Sobretudo as linhas de 20, 32 ou 40 células, são equipamentos retangulares, que quando estão sendo usados, apresentam o texto lido linha por linha. O usuário faz a leitura de uma linha e ao acionar a seta, imediatamente a próxima linha do texto é exibida. Trata-se de um braille digital, de excelente qualidade, que permite à pessoa cega ler qualquer livro nesse código, que pode está armazenado no computador ou no *smartphone*, sem a necessidade da impressão em papel. Tive experiências bastante exitosas na alfabetização de adultos com o uso da linha braille para leitura. Eles relatavam que percebiam muito melhor os pontos, já que alguns têm a coordenação motora fina menos desenvolvida. Também é um equipamento que se presta ao estudo de idiomas, interagindo com aplicativos para o estudo de línguas e é bastante útil para o estudo da língua portuguesa para concursos. As pessoas com surdocegueira também podem se beneficiar, acessando textos e se comunicando por mensagens com o uso da linha. No ano de 2018, adquiri uma linha braille da Hims, a Qbraille, também com 40 células, que é um modelo bem robusto e apresenta um braille de muita qualidade. Esta linha é autônoma, pois vem com um cartão de memória, que permite armazenar milhares de livros e também todas as anotações do usuário. As linhas braille autônomas permitem que o usuário leve seus livros e arquivos para qualquer lugar, pois elas têm o armazenamento no cartão e os arquivos podem ser acessados sem a necessidade de um computador ou *smartphone*. A bateria dessas linhas tem uma boa autonomia, cerca de nove horas de duração em uso contínuo e, por serem autônomas e silenciosas, podem ser usadas em ônibus, metrô, avião e até para uma leitura antes de dormir. Em 2023, fui fisgada pela Braille Sense Mini ou computador braille — uma linha de 20 células, bem portátil, que cabe na bolsa feminina do dia a dia. Essa linha, em tempos de ascensão tecnológica, revolucionou nossas expectativas no que diz respeito ao uso do braille digital. Vejamos do que ela é capaz. A linha Braille Sense Mini é um dispositivo compacto e poderoso projetado para atender às necessidades de pessoas cegas ou com baixa visão, oferecendo uma gama de recursos que facilitam a comunicação e a interação com a tecnologia. Com 20 células braille, sistema operacional Android, 128 GB de armazenamento, 6 GB de memória RAM, CPU Octa-core e um teclado estilo Perkins, a Braille Sense Mini combina funcionalidade e portabilidade para proporcionar uma

experiência de uso eficiente e acessível. Este dispositivo permite aos usuários criar documentos, ler e editar textos em braille, além de ser compatível com formatos de arquivos como HBL, RTF, DOCX, PDF, EPUB entre outros. Com recursos de conectividade Wi-Fi e *Bluetooth*, o Braille Sense Mini oferece acesso à internet e a possibilidade de interagir com outros dispositivos e serviços online, nuvens como Google Drive, Onedrive e Dropbox, ampliando as opções de comunicação e acesso à informação. A escolha de uma linha braille é crucial para atender às necessidades individuais de cada usuário, proporcionando autonomia e produtividade. A Braille Sense Mini destaca-se por sua combinação de recursos avançados e design compacto, tornando-a uma opção versátil e eficaz para aqueles que buscam uma solução tecnológica acessível e de alta qualidade para facilitar a leitura, escrita e interação digital. Costumamos dizer que com a linha Braille Sense Mini “o céu é o limite”. Oferece a leitura em braille e por voz. São diversas vozes com velocidade, volume e tonalidade. Além de ela ter memória interna, também podem ser usados pendrive, cartão de memória ou hd externo. O usuário pode configurar todas as suas contas de e-mail, fazer pesquisas na web e navegar entre arquivos, pois ela é multitarefas. Já vem com diversos aplicativos nativos, word, excel, mídia, podcasts, chatgpt, gravador, rádio fm, agenda, alarme, calculadora, cronômetro e até jogos, entre outros. Conta também com bíblias completas que você pode ler, navegando por livros, capítulos e marcar a posição desejada. O usuário também pode instalar aplicativos do Android, adquirir e ler livros via Kindle e, sempre que necessário, a fim de corrigir erros de sistema e acompanhar os avanços tecnológicos, a Hims envia atualizações via tecnovisão, que é a empresa que comercializa esta linha no Brasil. O fato de a Braille Sense Mini ter o word embutido, me possibilita usá-la bastante no meu trabalho junto ao Tribunal de Justiça da Paraíba, onde eu elaboro relatórios e pareceres de visitas, faço as anotações dos círculos da Justiça Restaurativa e já posso enviar os documentos diretamente para o outro profissional, já que o braille de oito pontos me permite criar o braille informático que pode ser lido por qualquer pessoa em arquivo do word. Também o uso em reuniões e em shows musicais para ler a letra das músicas. Gosto de ler livros mais complexos, pois entendo que a leitura tátil me traz maior compreensão do que ouvir um livro em qualquer outro meio. Enfim, a versatilidade da Braille Sense Mini me permite selecionar a letra de uma música na web e colar no processador de textos e já sair cantando. Gosto de ler um pouco antes de dormir e mais uma vez a linha braille me serve como farmácia literária. É impossível abarcar todas as possibilidades que a Braille Sense Mini permite, pois cada usuário vai ter as suas necessidades individuais. Devido à complexidade de produzir um display confiável que suporte o desgaste diário, essas linhas são geralmente caras, importadas. Porém, é possível adquirir este equipamento por meio de financiamentos junto ao Banco do Brasil ou Caixa Econômica, visto que trata-se de uma ferramenta essencial para pessoas cegas ou com baixa visão que desejam acessar informações de maneira independente e eficiente. Uma ferramenta que surgiu para fortalecer o braille como o único sistema de leitura tátil que garante o acesso à leitura e escrita, à alfabetização, ao domínio da ortografia e ao livro didático nas escolas. Com o avanço da tecnologia, espera-se que os custos diminuam e a compatibilidade com outras tecnologias assistivas melhore, tornando a linha braille ainda mais acessível e

útil para a comunidade de pessoas com deficiência visual. Suzi Belarmino, pedagoga, mestra em educação, analista judiciária/pedagoga do Tribunal de Justiça da Paraíba e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Paraíba. Nota: *slot* é um termo em inglês para designar ranhura, fenda, conector, encaixe ou espaço. õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Produzido e distribuído pela Divisão de Imprensa Braille do Instituto Benjamin Constant :::::::::::::::::::::::: Distribuição gratuita de acordo com a Lei n.o 9.610, de 19/02/1998, art. 46, inciso I, alínea *d*.