Revista Brasileira para Cegos Ano 82, n.o 573, abril/junho de 2024 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação trimestral de Informação e Cultura Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4531 E-mail: ~,revistasbraille@~ ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Brasil: União e Reconstrução

Diretor-Geral do IBC Mauro Marcos Farias da Conceição Comissão Editorial: Camila Souza Dutton Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração: Daniele de Souza Pereira Revisão: Marília Estevão Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.~ fmÿpodfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, YouTube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

Revista Brasileira para Cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n.o 1 (1942) -- . Rio de Janeiro : Divisão de Imprensa Braille, 1942 -- . V. Trimestral Impressão em braille ISSN 2595-1009 1. Informação -- Acesso. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista -- Periódico. I. Revista Brasileira para Cegos. II. Ministério da Educação. III. Instituto Benjamin Constant. ¨ CDD-003.#edjahga Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Sumário Editorial :::::::::::::: 1 ONU reconhece Goiânia como ý"Cidade Árvore do Mundoý" ::::::::::: 5 Prato de sopa quente ::: 11 Um gentil ladrão ::::::: 15 Desafios ::::::::::::::: 25 Pensamentos :::::::::::: 30 Algum dia! ::::::::::::: 30 Mundo das artes :::::::: 34 Chico Buarque ::::::::: 34 Maravilhas do mundo :::: 45 Chapada dos Veadeiros :::::::::::: 45 Nossa casa ::::::::::::: 56 Vida e saúde ::::::::::: 60 Herpes-zóster (cobreiro) :::::::::: 60 Culinária :::::::::::::: 66 Salada de beterraba, grapefruit (ou laranja), queijo de cabra e noz-pecã :::::: 66 Lemon posset ::::::::::: 68

Cazuela siciliana de peixe fresco com batata :::::::::::::::: 70 Humor :::::::::::::::::: 74 RBC News ::::::::::::: 77 Veja como funcionam "óculos tecnológicos" que leem textos para cegos ::::::::::::::::: 78 Óculos falantes representam grande risco para aprendizado de crianças e adolescentes com deficiência visual :::: 82 Editorial Prezado leitor, Estamos de volta, certos sempre de sua companhia nessa grande viagem que é a leitura e esperando que tudo o que selecionamos para você seja construtivo, divertido, transformador, traga reflexões e prazer, pois ler deve ser sempre uma satisfação. Neste número, Mia Couto nos levará ao mundo em tempos de pandemia, quando a solidão e a pobreza podem ter confundido as coisas para algumas pessoas. Através de “Um Gentil Ladrão”, poderemos reencontrar um pouco deste universo que não está tão distante assim e talvez seja mais presente do que gostaríamos. Servindo-nos um “Prato de Sopa Quente”, Gabriel Chalita nos levará a emoções mais doces, carinhosas, mostrando que o amor não tem idade, e que pode ser mais belo quando amadurecido. Falando em suavidade e delícia, que tal curtir o prazer que é viver em uma cidade transformada pela arborização? Precisamos pensar sobre a forma de conviver e amar os outros seres da natureza e, quem sabe esta matéria sobre Goiânia nos ajude a pensar no meio ambiente não com foco apenas no turismo. Afinal, como disse o cacique americano Seattle, “as árvores são nossas irmãs”. Logo, que tal nos entendermos com elas como se fossem da nossa família? Já que falamos em “Maravilhas do Mundo”, sem nos afastarmos muito de Goiânia, vamos à Chapada dos Veadeiros curtir ótimos dias com muito banho de cachoeira. Vamos também comemorar os 80 anos do compositor, cantor e escritor Chico Buarque que merece um espaço especial na seção “Mundo das Artes”. Infelizmente, não temos só coisa boa para trazer, mas a informação é a garantia de melhor qualidade de vida. Os cuidados com a prevenção e o tratamento da herpes-zóster também fazem parte deste número. Informe-se. E o OrCan MyEye? Você já ouviu falar nele? Descubra como funciona, quais são as vantagens de possuir um e em que situações não é necessário, nem produtivo possuí-lo. Como toda tecnologia, seus benefícios dependem das reais necessidades do usuário. Afinal, o que pode funcionar para determinadas pessoas pode não fazer sentido para outras. Nesta edição trazemos também receitas finas e bem diferentes, dicas para que sua casa fique cada vez mais agradável, desafios e piadas, além de uma homenagem a uma leitora muito talentosa, na seção “Pensamentos”. Curta bastante nossa revista, pois o contato com leitura através do braille é nossa identificação maior. Ah, e escreva para nós se quiser contribuir com sua opinião. Boa leitura! Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

ONU reconhece Goiânia como ý"Cidade Árvore do Mundoý" Para prefeitura, título foi atribuído graças a programas de manejo arbóreo como o Disque-Árvore, Rearboriza e ArborizaGYN, além da implantação da lei do Plano Diretor de Arborização Urbana. Manoel Messias Rodrigues A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e a Fundação Arbor Day reconheceram Goiânia como “Cidade das Árvores do Mundo”. Goiânia é atualmente a capital mais arborizada da América do Sul e a segunda do planeta, de acordo com o IBGE. Com essa distinção, Goiânia junta-se a cidades renomadas como Paris, Turim, Milão, Madri, Nova York e Toronto. Na avaliação do prefeito Rogério Cruz, as políticas públicas ambientais implantadas nos últimos anos foram determinantes para a conquista do título. “Estamos reorganizando a arborização de Goiânia com planejamento. Além de promover o plantio, a substituição de árvores velhas em final de ciclo de vida tornou-se um hábito essencial da nossa gestão”, diz. A cidade possui mais de 205 áreas verdes, sendo boa parte com nascentes. Dados do IBGE de 2010 apontam que Goiânia possui 94 metros quadrados de área verde por habitante, sendo que o recomendado pelas Nações Unidas é de apenas 12 metros por habitante.

Para o presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Luan Alves, o reconhecimento reflete o trabalho de técnicos do meio ambiente e da participação popular. “É um reconhecimento muito importante, um motivo de orgulho pelo trabalho técnico em pensar e implantar um novo modelo de arborização em Goiânia. A população contribui plantando na sua calçada, com ajuda da Amma e o Disque- -Árvore, mudas apropriadas, e os biólogos e agrônomos se empenham para tornar Goiânia ainda mais sustentável e arborizada”, destaca o presidente. Os mais de 60 parques municipais com algum tipo de estrutura de lazer e contemplação, a arborização urbana e os corredores verdes entre um parque e outro contribuem para a sobrevivência da fauna. “Nossas árvores produzem frutos que servem de alimento para os animais silvestres que vivem em Goiânia. Uma rica diversidade de espécies arbóreas e frutos para os pássaros, micos e todo tipo de animal que vive em nossa Capital”, explica a engenheira agrônoma da Amma, Fabíola Adaianne, responsável pela defesa de Goiânia no “Tree Cities Of the World”. Mais de 380 mil mudas de árvores plantadas em 3 anos Na defesa de Goiânia como “Tree Cities Of the World”, os números de plantio foram fundamentais. Foram plantadas nos últimos três anos mais de 380 mil mudas de árvores, o que representa aumento de 40% do estimado pelo Plano Diretor de Arborização Urbana.

No ano passado, o Disque- -Árvore atingiu 8.623 mudas de árvores plantadas em calçadas de moradores, nos três anos do programa, demonstrando a adesão popular. A solicitação de plantio é realizada pelo WhatsApp (62) 99639-7495 pelo responsável do imóvel. “São consideradas largura da calçada, fiação elétrica, entrada da garagem, e até as instalações hidráulicas e elétricas. Tudo para garantir que essa árvore não precise ser retirada no futuro”, conta Ormando Pires, idealizador do programa e superintendente de gestão Ambiental e Licenciamento da Amma. O Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU), implementado pela Lei Complementar N.o 374, de 24 de janeiro de 2024, foi fundamental para o título. A nova legislação atualiza as regras para intervenções em unidades arbóreas e a arborização no Município. “Ficou mais fácil implementar as políticas referentes à arborização urbana. O principal intuito da legislação foi manter a arborização em equilíbrio com mobiliários urbanos e a população, visando ao aumento de plantio e manutenção de espécies e espécimes adequadas para a cidade”, explica o biólogo Leandro Georges, da Gerência de Arborização Urbana da Amma. Fonte: ~,https:ÿÿ~ portalnoticiasgoias.com.brÿ~ onu-reconhece-goiania-como-~ cidade-arvore-do-mundo~, Acesso em: 13/03/2024 ::::::::::::::::::::::::

Prato de sopa quente Gabriel Chalita Pela vagarosidade dos passos, já sei que é ela. A velha porta range na sonoridade do tempo. Sem solavancos. O taco antigo está acostumado com a ausência da velocidade, conquistada com o passar dos anos. Os altos sapatos já não guardam os seus pés. Ela prefere o conforto ao desfile. Embora desfile, dentro de mim, sem pausas. São 70 anos juntos. Inês ouve pouco e, então, grita quando quer dizer. Eu me perco nos esquecimentos. Tenho a memória dos ontens. Quanto mais distante o tempo, mais eu sei contar. Ontem, a Elaine veio nos visitar. E eu me vi perdido. Cada vez que falava um pedaço da vida, um pedaço da vida escapulia da minha lembrança. E, então, Inês, com as suas mãos desenhadas de tempo, apertava as minhas e perguntava: “Orlando, meu amor, do que você quer se lembrar?”. Inês se oferece generosa para ser minha memória. Não lembro bem o que Elaine queria. Parece que brigaram. Ela e o marido, cujo nome me foge agora. Os olhos marejados explicavam a dor. É difícil deixar de estar. Inês fala alto tentando ouvir a dor de Elaine. É atenciosa. Sabe que ouvir é uma das mais belas expressões de amor. Amor que, por pouco, não se perdeu no barulho das escolhas não pensadas. Eu penso nos dias em que a porta se abriu e quase saímos. Ou ela ou eu. E que ventos de quentura nos convidaram. Eu era jovem, quando me engracei com uma outra mulher. Jovem e inseguro. Gostei de seduzir. E, então, quando olhei no triste olhar de Inês, chorei a dor que causei. Ela disse nada. Sofrendo por dentro, descascava o necessário para preparar um prato de sopa quente. Eu, arrependido, desembrulhava as palavras para entregar o meu pedido de perdão. Ela ouviu. Olhou para fora do que doía e terminou o cozimento. Sentamos nós dois e a noite. E bebemos a esperança de espantar a machucadura. Outra vez, foi ela. Em um cansaço, quis deixar o que tinha. Teve jeito de pensar e, então, permaneceu. Ela nunca disse o que havia lá fora, e eu disse a mim mesmo que não era necessário eu perguntar. Quando hoje nos sentamos, lado a lado, de mãos dadas, depois de 70 anos de amor, eu agradeço as limpezas que fizemos juntos e o gosto bom da permanência. Ontem, antes da chegada de Elaine, ela arrumava os cabelos e perfumava o dia cantando alto uma música religiosa. Não me lembro de qual. Só me lembro que gostei. Sempre gosto. Ela enfeita a minha vida, estando. Já passamos dos 90, os dois. Desisti de pensar no dia em que um ou outro vai partir. Prefiro que seja eu. As mulheres costumam viver mais. Prefiro que seja eu a preparar a casa nova em que continuaremos. Porque disso tenho certeza, continuaremos… Ia me esquecendo de contar um pedaço de ontem. Elaine já estava pronta para se despedir nas inquietudes que têm as gentes que não sabem o que fazer, ainda mais se tratando de paixão, quando Inês pediu a dona Elza, que conosco trabalha há muito, que cozinhasse um jantar. Elaine dizia que estava em dúvida entre permanecer ou tentar esquecer. Não entendi muito bem. Presumo que nem Inês. Só ouvi seu conselho em alto e bom som: “Não decida nada antes de um bom prato de sopa quente”. O tempo vai escapulindo e a vida vai se repetindo. Que bom que a porta da casa está bem fechada e que, nos cômodos de dentro de mim, só há espaço para Inês. “Orlando”, diz ela nos gritos de amor, “Venha dormir, já é noite”. :::::::::::::::::::::::: Um gentil ladrão Mia Couto A minha falecida mulher dizia que a culpa era nossa porque escolhemos viver longe dos lugares onde há hospitais. Ela, coitada, não sabia que era o inverso: os hospitais é que se instalam longe dos pobres. É uma mania deles, dos hospitais. Batem à porta. Bater é uma maneira de dizer. Moro longe de tudo, só a fome e a guerra me vêm visitar. E agora, na eternidade de mais uma tarde, alguém fuzila com os pés a porta da minha casa. Vou a correr. Correr é uma maneira de dizer. Arrasto os pés, os chinelos rangendo no soalho. Com a minha idade, é tudo o que posso. A gente começa a ficar velho quando olha o chão e vê um abismo. Abro a porta. É um homem mascarado. Ao notar a minha presença, ele grita: -- Três metros, fique a três metros!

Se é um assaltante, está com medo. Esse temor inquieta-me. Ladrões medrosos são os mais perigosos. Retira da bolsa uma pistola. Aponta-a na minha direção. É estranha aquela arma: de plástico branco, emitindo um raio de luz verde. Aponta a pistola para o meu rosto e eu fecho os olhos, obediente. É quase uma carícia aquele raio de luz sobre o meu rosto. Morrer assim é um sinal que Deus respondeu às minhas preces. O mascarado tem uma voz doce, um olhar delicado. Não me deixo enganar: os mais cruéis soldados surgiram-me com modos de anjo. Há tanto, porém, que ninguém me faz companhia, que acabo entrando no jogo. Peço ao visitante que baixe a pistola e tome lugar na única cadeira que me resta. Só então reparo que traz uns sacos de plástico envolvendo os sapatos. É óbvia a intenção: não quer deixar pegadas. Peço-lhe para baixar a máscara, asseguro-lhe que pode ter toda a confiança em mim. O homem sorri com tristeza e murmura: -- Nestes dias não se pode confiar, as pessoas não sabem o que trazem dentro delas. Entendo a enigmática mensagem, o homem pensa que, sob a minha aparência desvalida, se esconde um valioso tesouro. Olha em redor e, como não encontra nada para roubar, o homem acaba por se explicar. Diz que vem dos serviços de saúde. E eu sorrio. É um jovem ladrão, não sabe mentir. Diz que os seus chefes estão preocupados com uma doença grave que se espalha rapidamente. Faço de conta que acredito. Há sessenta anos atrás quase morri de varíola. Alguém me veio visitar? A minha esposa morreu de tuberculose, alguém nos veio ver? A malária roubou-me o meu único filho, fui eu que o enterrei sozinho. Os meus vizinhos morreram de *sida*, nunca ninguém quis saber. A minha falecida mulher dizia que a culpa era nossa porque escolhemos viver longe dos lugares onde há hospitais. Ela, coitada, não sabia que era o inverso: os hospitais é que se instalam longe dos pobres. É uma mania deles, dos hospitais. Não os culpo. Sou parecido com eles, os hospitais, sou eu que *albergo* e trato as minhas enfermidades. O mentiroso assaltante não desiste. Apura os métodos, sempre de modo tosco. Quer justificar-se: a pistola que me apontou era para medir a febre. Diz que estou bem, anuncia com um sorriso tonto. E eu finjo respirar de alívio. Quer saber se tenho tosse. Sorrio, condescendente. Tosse foi coisa que me quase levou à cova, depois de ter vindo das minas há vinte anos. Desde então, as minhas costelas quase não se movem, o meu peito é feito apenas de poeira e pedra. No dia que voltar a tossir, será para pedir licença nas portas de São Pedro. -- Não me parece estar doente -- declara o impostor. -- Contudo, o senhor pode ser um portador assintomático. -- Portador? -- pergunto. -- Portador de quê? Por amor de Deus, pode-me revistar a casa, sou um homem sério, quase nunca saio de casa. O visitante sorri e pergunta se sei ler. Encolho os ombros. E ele coloca sobre a mesa um documento com instruções de higiene e uma caixa com barras de sabão, um frasco com aquilo a que ele chama de

“uma solução alcoólica”. Coitado, deve imaginar que, como todos os velhos solitários, ando metido na bebida. À despedida, o intruso diz: -- Daqui a uma semana passo por aqui a visitá-lo. Então, me vem à cabeça o nome da doença de que fala o visitante. Conheço bem essa doença. Chama-se indiferença. Era preciso um hospital do tamanho do mundo para tratar essa epidemia. Contrariando as suas instruções, avanço sobre ele e abraço-o. O homem resiste com vigor e escapa-me dos braços. No carro, despede-se apressadamente. Livra-se da roupa como se despisse as vestes da própria peste. Dessa peste chamada miséria. Aceno-lhe sorridente. Depois de anos de tormento, reconcilio-me com a humanidade:

um ladrão tão desajeitado só pode ser um homem bom. Para a semana, quando ele voltar, vou deixar que roube a velha televisão que tenho no quarto. Fonte: ~,https:ÿÿvisao.ptÿ~ opiniaoÿaÿmapeador-de-~ ilhasÿ2020-04-24-um-~ gentil-ladrao~, (Crónica publicada na VISÃO 1415 de 16 de abril) Acesso em: 02/04/2024 Nota: Sida é a sigla de síndrome da imunodeficiência adquirida adotada em Portugal e nos países africanos de língua portuguesa, com letra minúscula, como todo nome de doença deve ser escrito (em Portugal, até mesmo a sigla é escrita toda em letra minúscula, como o autor Mia Couto a escreveu -- sida).

No Brasil, nomes de doença também são escritos com letras minúsculas. A palavra aids foi oficialmente reconhecida como um substantivo comum da língua portuguesa (inspirada na sigla em inglês) pela Academia Brasileira de Letras após a Reforma Ortográfica. Portanto, a não ser que esteja abrindo uma oração ou venha depois de ponto, devemos escrever simplesmente aids. E por que abrimos esta nota escrevendo Sida? Porque no Brasil, a regra para escrever siglas determina que quando as iniciais do nome podem ser lidas como palavra, apenas a primeira letra é escrita em maiúscula (ex: Petrobras, Embrapa e, no caso, Sida). Vocabulário Albergo (albergar): v. Abrigo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Desafios 1) Associe o ano ao fato: a) queda do Muro de Berlim b) morte de Ayrton Senna c) fim da ditadura militar no Brasil d) chegada do homem à lua e) nascimento do primeiro bebê de proveta -- 1969 -- 1985 -- 1978 -- 1989 -- 1994 2) No Brasil, como é popularmente chamado o árbitro assistente de uma partida de futebol, que atua na lateral do campo? a) caneta b) gandula c) bandeirinha d) tapetão 3) Como se chama o brinquedo típico dos parques de diversão em que assentos em forma de cavalinhos giram em torno de um eixo fixo? a) pula-pula b) carrossel c) montanha-russa d) teleférico 4) Qual desses programas é comandado pelo apresentador Serginho Groisman? a) É de casa b) Zero 1 c) Globo Esporte d) Altas Horas 5) Nos computadores, para que servem os populares comandos “CTRL+C” e “CTRL+V”? a) salvar e fechar b) localizar e substituir c) copiar e colar d) abraçar e beijar

6) Em 2012, a dupla sertaneja Munhoz e Mariano emplacou um hit em que o personagem tira onda de um camaro: a) vermelho b) verde c) amarelo d) azul 7) Quantos quilates tem o ouro puro? a) 28 b) 24 c) 18 d) 16 8) Qual é a sigla em inglês utilizada no mundo dos negócios para designar “lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização”? a) EBITDA b) CSLL c) Selic d) CRM 9) Cada face lateral de uma pirâmide tem a forma de um: a) quadrado b) círculo c) triângulo d) retângulo 10) Qual desses profissionais é o encarregado do atendimento nos postos de gasolina? a) frentista b) vidraceiro c) jornaleiro d) ascensorista Respostas: 1) a) 1989 b) 1994 c) 1985 d) 1969 e) 1978 2) c 3) b 4) d 5) c 6) c 7) b 8) a 9) c 10) a õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Pensamentos Algum dia! Algum dia... Algum dia quero olhar para o mundo a meu jeito! Onde todos cabem neste todo, Todos fazem parte deste ciclo, E que ninguém é perfeito! Algum dia... Algum dia quero ver sumir a intolerância, Onde todos se respeitem, Onde todos se amem, E um abraço acabe com qualquer ausência! Algum dia... Algum dia quero ter o direito de ser diferente, Somente ser, e viver, Cada dia intensamente!

Algum dia... Algum dia quero ver brilhar o perdão, Mas não aquele que impõe condições, Aquele que aproxima corações, E que faz de nós todos irmãos. Algum dia... Quero ouvir mais que falar, Quero ser muito mais que estar, Quero amar, amar e amar. Algum dia, Quero estar aqui ou no além, Mas presenciar o mal se transformando no bem, E as pessoas viverem felizes, doar-se sem olhar a quem! Algum dia, Quero rever minha trajetória, E olhar estes dias de Glória,

E perceber, que ao menos com um tijolinho, Eu fiz parte da construção desta história! Fonte: Seidler, Inês Berlanda. Inclusão em Prosa e Verso (Portuguese Edition) (p. 21). Edição do Kindle. Informações da autora colhidas dentro do livro. Inês é formada em pedagogia, com habilitação em educação especial e especialização em psicopedagogia. Trabalha na Associação Catarinense para Integração do Cego com crianças de 3 a 14 anos. Ela decidiu escrever o livro citado anteriormente para dividir suas poesias e histórias de sua caminhada enquanto mulher cega. Inês conta um pouco sobre sua vida na infância, na escola, na formação profissional, nas atividades físicas e a realização do sonho de ser mãe e as dificuldades, que todos têm com a maternidade, sendo cegos ou não. É casada com Alírio Seidler, também deficiente visual. O casal tem uma filha chamada Alice. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Mundo das artes Chico Buarque Nascido no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944, Francisco Buarque de Hollanda -- o nosso Chico Buarque -- é um dos principais artistas brasileiros. Reverenciado como um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira (MPB), autor de inúmeras canções importantes, muitas delas com críticas e denúncias sociais, Chico Buarque também se destaca como dramaturgo e escritor -- em maio de 2019, ele venceu o Prêmio Camões, um dos maiores reconhecimentos da Literatura em Língua Portuguesa. Aliás, a intensa atividade intelectual é de família. O pai, Sérgio Buarque de Hollanda, era sociólogo, e

sua mãe, Maria Amélia Cesário Alvim, pianista. Quarto de sete irmãos, Chico tinha dois anos quando sua família se mudou para São Paulo, onde o pai, que também era historiador, fora nomeado diretor do Museu do Ipiranga -- na época, o espaço público mais antigo da cidade. Em 1953, nova mudança, dessa vez para a Itália, para que o pai assumisse a cátedra de estudos brasileiros na Universidade de Roma, onde passou a lecionar História. A casa da família era ponto de encontro de artistas e intelectuais, como o poeta Vinícius de Moraes. Até então, o interesse em música, despertado por volta dos cinco anos de idade, se limitava a colecionar recortes sobre cantores e demais músicos brasileiros. Na pré-adolescência, o músico compôs algumas canções no estilo opereta, que eram encenadas por suas irmãs Maria do Carmo, Ana Maria, Cristina e Heloísa (Miúcha). Na adolescência, Chico gostava de ler clássicos da literatura francesa, alemã e russa. Ainda nesse período, participou de um movimento religioso chamado “Ultramontanos”. Depois, fez parte de mais um grupo chamado “Organização Auxílio Fraterno”. Quando jovem, Chico Buarque gostava de música internacional. Tudo mudou quando ele ouviu o disco "Chega de Saudade" (1959), de João Gilberto. De acordo com o que ele contou em uma entrevista, “aí deu o estalo de que queria fazer MPB”. A sua primeira composição foi “Canção dos olhos”, em 1959, quando tinha 15 anos. Especula-se que a primeira vez que uma foto de Chico Buarque saiu em um jornal foi em 1961. A manchete destacava: “Pivetes furtaram um carro: presos”. Na ocasião, o músico e um amigo haviam “puxado” um carro para dar voltas na madrugada. Com isso, foram presos. Chico ficou proibido de sair à noite sozinho até que completasse 18 anos. Chico Buarque na ditadura O músico cursou três anos de arquitetura e urbanismo na Universidade de São Paulo (USP). Nessa época, reunia-se com os colegas para fazer marchinhas e tocar violão. “Marcha para o sol”, de 1964, foi sua primeira música a ser gravada, interpretada por Maricenne Costa. Contudo, segundo o artista, a canção que ele considera como sendo o marco inicial de sua carreira de compositor e cantor seria “Tem mais samba”, gravada no mesmo ano. Chico abandonou o curso em 1964, quando o clima de repressão invadiu as universidades, após o golpe militar, que ocorreu no mesmo ano. Em entrevistas, ele disse que ter cursado arquitetura foi fundamental para aguçar sua sensibilidade e ver a cidade com outro olhar. Tudo isso contribuiu com suas composições. No ano seguinte, ele gravou o seu primeiro compacto em vinil, contendo as músicas “Pedro Pedreiro” e “O sonho de carnaval”. Algumas de suas músicas ganharam repercussão nacional nos festivais de que participou. Em 1966, sua canção “A banda”, interpretada por Nara Leão, ficou em primeiro lugar, junto com a música “Disparada”, no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record; em 1968, em parceria com Tom Jobim, venceu o 3º Festival Internacional da Canção com a música “Sabiá”. Contudo, eles foram vaiados pela plateia, que queria que a canção “Para não dizer que falei de flores”, de Geraldo Vandré, ganhasse. Um dos artistas perseguidos durante a ditadura militar, Chico chegou a ser retirado de sua casa e levado para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Em 1969, participou da “Passeata dos Cem Mil”, no Rio de Janeiro. O evento contou com milhares de estudantes, artistas e intelectuais que eram contra aquele regime, tais como Caetano Veloso e Gilberto Gil, precursores do Tropicalismo. Logo depois, se autoexilou em Roma, na Itália, onde se manteve até março

de 1970, quando resolveu voltar ao Brasil a convite de uma gravadora para produzir um novo disco. Para conseguir compor suas canções e não ser censurado, em 1974, Chico Buarque criou o pseudônimo Julinho da Adelaide, com o qual compôs as músicas “Milagre brasileiro”, "Acorda amor" e "Jorge maravilha". Por essas e outras situações, o artista acabou causando revolução por meio das suas canções. É considerado um dos maiores compositores de músicas de protesto brasileiras. De acordo com suas próprias palavras, Chico Buarque não dá um conteúdo político às suas canções de forma proposital. Ele comentou, em entrevista, que abusa mais da criatividade nas suas composições. Uma das características mais marcantes de suas composições é a crítica aos problemas sociais, econômicos e culturais brasileiros, dominando a Língua Portuguesa com *primazia*, valendo-se da *metáfora* para passar suas mensagens. Isso fica claro em canções como “Apesar de você” e “Cálice”, que contêm críticas veladas à ditadura militar no Brasil e que chegaram a ser censuradas. Na verdade, como compositor de letras memoráveis, poéticas, a escrita sempre fez parte da vida de Chico. Era ainda adolescente quando começou a arriscar-se como escritor. Publicou suas primeiras crônicas no "Verbâmidas", jornal do Colégio Santa Cruz. Depois, colaborou com alguns jornais, como o "Estado de São Paulo" e o jornal satírico "O Pasquim", um dos pioneiros do jornalismo brasileiro. Mas foi somente a partir da década de 1990 que ele se firmou como escritor de romances, com os livros "Estorvo" (vencedor do Prêmio Jabuti de melhor romance em 1992), "Benjamin" (1995), "Budapeste" (Prêmio Jabuti de Livro em 2004) e "Leite Derramado", que também recebe o (Prêmio Jabuti de Livro em 2009). Além dos livros, ele escreveu cinco peças de teatro (Roda Viva, Calabar, Gota d'água, Ópera do Malandro e Grande Circo Místico). Sua colaboração para o cinema também é inestimável: atuou como compositor e diretor musical de filmes brasileiros antológicos, como "Quando o carnaval chegar", "Vai trabalhar vagabundo", "Dona Flor e seus dois maridos" e "Bye Bye Brasil". O legado de Chico Buarque ultrapassa suas próprias produções e alcança um cem número de artistas, entre cantores, compositores, instrumentistas e atores que, por meio de sua arte entraram pela porta da frente da produção cultural brasileira, o que faz dele um dos autores mais férteis do Brasil. Fonte: ~,https:ÿÿ~ brasilescola.uol.com.brÿ~ biografiaÿchico-buarque.~ htm~, Acesso em: 20/03/2024 Vocabulário Icônica: adj. O termo “icônico” é frequentemente usado para descrever algo que é altamente reconhecível, representativo ou simbólico de uma determinada época, cultura ou movimento. Metáfora: s. f. Figura de linguagem em que há uma transferência do significado de uma palavra para outra,

por meio de uma comparação não explícita. Primazia: s. f. Que ocupa o primeiro lugar ou o lugar mais importante. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Maravilhas do mundo Chapada dos Veadeiros A Chapada dos Veadeiros está localizada no noroeste do estado de Goiás, distante 230 km de Brasília. É o destino certo para quem busca dias de descanso, contato intenso com a natureza e pouca complicação. Em meio ao cerrado do estado de Goiás, o lugar é um paraíso cercado de cachoeiras e cânions, onde a força das quedas d'água presenteia os viajantes com revigorantes banhos de energia. A região -- que tem como principais cidades de apoio Alto Paraíso de Goiás, a Vila de São Jorge e Cavalcante -- se tornou mais cobiçada entre os turistas depois que as águas azuis da Cachoeira Santa Bárbara passaram a

ilustrar muitas fotos nas redes sociais. Ainda que a Cachoeira Santa Bárbara seja mesmo maravilhosa, ela não é o único cenário dos sonhos e outros destinos esperam por você, ao visitar a Chapada. Além dela há dezenas de outras quedas d'água espetaculares na região e cada uma delas é especial. Há cachoeiras com mais de cem metros de altura e outras que agradam pelas cascatas em sequências sem fim. Têm cachoeiras com incríveis poços em tons de azul claro e outras com intenso verde esmeralda. Têm até cachoeiras com poços que parecem extraterrestres ou, para sermos mais exatos, saídos da Lua. É importante dizer que a água por lá é quase sempre bem gelada, porém, com o clima geralmente quente, o mergulho é um grande prazer.

Visitar todas elas em uma mesma viagem é tarefa impossível. O importante mesmo é não abrir mão de um banho revigorante e aproveitar cada minuto. Ao montar o roteiro do passeio pela Chapada para visitar diversas cachoeiras é preciso ficar ligado na localização de cada uma delas. Muitas vezes a distância impede que várias sejam visitadas em um mesmo dia. Além dos revigorantes banhos gelados, o lugar reserva ainda aos viajantes outras experiências espetaculares, como um final de tarde no Jardim de Maytrea, banhos nas piscinas naturais de águas termais, e, para os mais alternativos, uma grande variedade de tratamentos místicos e holísticos. Outro programa gostoso é curtir a noite nos bares, restaurantes e nas feirinhas da Vila de São Jorge e de Alto Paraíso, ou ainda a vida pacata e tranquila de Cavalcante e do território Kalunga -- um lugar para curtir sem pressa e onde a boa troca de energia é sempre bem-vinda. Alto Paraíso Esta é a cidade mais famosa e movimentada de toda a Chapada dos Veadeiros. É lá também onde está a melhor infraestrutura turística. Há grande oferta de pousadas, restaurantes e agências de turismo que oferecem passeios. Uma voltinha pela cidade é uma delícia e uma dica é caminhar pela Av. Ary Valadão Filho, ver as lojinhas de artesanatos nos arredores da Praça do Artesão e visitar a Feira do Produtor Rural. Outra boa pedida é conhecer alguns dos centros de tratamento alternativo que existem por lá. Há diversas vertentes e, se estiver no clima, você encontrará uma que combine mais com você. Vila de São Jorge A apenas 37 km de Alto Paraíso, esta pequena vila possui um ar mais rústico e alternativo, ruas de terra e pousadas charmosas, atraindo quem busca um pouco mais de sossego em meio à Chapada. É lá que está localizada a entrada oficial do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, onde está a Trilha dos Santos, com passagem pelo Salto de 120 e o Salto de 80; a Trilha dos Cânions, com passagem pelos cânions e Cachoeira da Carioca; a Travessia das Sete Quedas, com pernoite em camping dentro do parque; e a recém-inaugurada Trilha Carrossel, que leva a diversos mirantes e à Cachoeira Carrossel. Além do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, a Vila de São Jorge conta com diversas outras atrações e algumas delas estão entre as mais famosas da região, a espetacular trilha da Cachoeira do Segredo, as cachoeiras Almécegas I e II, São Bento, Raizama e Morada do Sol. Com um pouco de disposição, vale investir também na trilha que leva ao Mirante da Janela, com visita à Cachoeira do Abismo (com água apenas no período de chuva). Para relaxar, uma ótima pedida é o banho nos parques de águas termais, como o Eden, ou um percurso de boia cross no Vale Dourado. Mas, dentre as muitas atrações maravilhosas da região, é preciso destacar o Vale da Lua. Ele está entre as

paisagens mais famosas da Chapada dos Veadeiros. O lugar já foi cenário de seriados e filmes e todos os dias serve de pano de fundo para fotos espetaculares. Difícil não se encantar com as pedras lapidadas pela água do rio São Miguel, que desce desenhando as formas inusitadas do Vale. Com uma grande sequência de corredeiras e caldeirões, torna-se um lugar delicioso para curtir durante o período da seca, pois ele se transforma em uma grande piscina, com prainhas à beira das corredeiras que são um convite para o banhista. Já na temporada de chuvas, o Vale se torna um bocado arriscado para banhos e o espaço fica com diversos pontos inacessíveis ao turismo. Quando ocorre cabeça d'água, o risco de acidentes é grande e os

caldeirões formam grandes liquidificadores. É preciso atenção redobrada ao visitar o local nessa época. Nos arredores de São Jorge, vale subir até o mirante conhecido como Aeroporto de Discos Voadores para apreciar o belo pôr do Sol. O aeroporto, como é conhecido, marca o início da trilha que leva até o Mirante da Janela. Um dos pontos altos da Chapada dos Veadeiros para quem busca uma boa foto. Cavalcante É nesta cidadezinha, localizada a 120 km de Alto Paraíso, que fica outra grande atração da Chapada: a Cachoeira Santa Bárbara, a queridinha dos turistas, com água de intensos tons de azul claro que dá um certo ar de Caribe ao lugar. Ela nem é muito alta, com apenas 30 metros, entretanto a beleza do poço que cerca a queda d'água é mesmo de apaixonar. Em dias de água perfeita, a transparência é capaz de causar comoção entre os amantes do mergulho e, claro, de fotografias. Chegar à Cachoeira Santa Bárbara não está entre as tarefas mais fáceis da Chapada dos Veadeiros. Exige dos visitantes tempo e resistência aos solavancos dos carros provocados pelas estradas de terra de péssima qualidade que levam até o povoado Kalunga Engenho II, porta de entrada para quem deseja visitar as cachoeiras Santa Bárbara, Capivara e Candaru. Por isso, é bem oportuno dar uma paradinha na Cachoeira Santa Barbarinha, que antecede à grande estrela do programa e que dá uma ideia do que está por vir. A água tem

tons semelhantes, mas o poço e a queda d'água são bem menores. Logística Brasília é a cidade com aeroporto mais próximo para quem está em outros estados, já que não há aeroportos nos arredores da Chapada dos Veadeiros. A partir do Aeroporto Internacional será fácil alugar um carro para pegar a estrada ou ir de ônibus até Alto Paraíso de Goiás. A partir de Alto Paraíso, serão mais 36 km até a vila de São Jorge e 90 km até Cavalcante. Outra opção de aeroporto, esse já não tão próximo, é o de Goiânia, localizado a 425 km de Alto Paraíso e com passagem via terrestre por Brasília. Podemos adiantar que um carro será bem útil na Chapada dos Veadeiros para

chegar às principais cachoeiras do roteiro. Sendo assim, essa é a melhor maneira de viajar até lá. Mergulhe fundo nas águas geladas do centro- -oeste e aproveite cada minuto dessa fantástica viagem! Fonte com alteração: ~,https:ÿÿwww.~ melhoresdestinos.com.brÿ~ chapada-dos-veadeiros.html~, Acesso em: 03/04/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Nossa casa Todo mundo gosta de viver em um ambiente confortável, seguro, onde se possa relaxar e ter tudo à mão, por isso trouxemos mais dicas para que o ambiente de sua casa fique sempre melhor e mais agradável para você e sua família. Aproveite aquelas que mais se encaixarem com o seu perfil. Tenha plantas em casa: outros agentes também podem contaminar a sua casa, como é o caso da fumaça ou do pó. Pessoas que fumam ou que têm lareira em casa, geralmente, têm esse problema que faz muito mal à saúde: mofo, fungos, poeira, bactérias e outros microrganismos que atacam, principalmente, em épocas de clima mais seco. Uma solução prática para combater esses agentes nocivos, além da limpeza, é a manutenção de plantas ou até mesmo hortas em casa. Elas funcionam como um filtro que absorvem poluentes. Portanto, quanto mais verde em casa, melhor! Desligue as coisas quando houver chuvas fortes: sempre que surgir um sinal de chuva forte, você já precisa estar atento para desligar a luz, equipamentos elétricos e eletrônicos. Isso evita que as suas coisas se queimem com as descargas elétricas! Mas alguns outros cuidados também precisam ser tomados. É bom deixar seus móveis e eletrodomésticos sempre fora do alcance da água, fechar os registros de água e gás e ter sempre pilhas e lanternas em condições de uso em casa. Prefira as lanternas em vez de velas, lamparinas e similares, pois elas podem causar acidentes.

Tome alguns cuidados quando for viajar: não comente com estranhos que vai ficar fora o dia todo ou vai viajar. Pode ser um chamariz para furtos. Quando for necessário, comunique a um vizinho do bairro ou parente de confiança e combine com ele visitas frequentes para saber se está tudo bem com a sua casa. Isso também demonstra que há circulação de pessoas no local e a casa não está vazia. Se for ficar fora por um período mais longo, opte por suspender a entrega de correspondências, pois quando acumuladas na caixa de correios, pode dar sinal de que não há ninguém na residência. Evite também deixar dinheiro e jóias em casa, para não ter surpresas indesejáveis no caso de sua casa ser invadida quando você estiver fora. É importante ainda evitar exposições sobre viagens nas redes sociais, principalmente se as viagens forem da família toda. Não é necessário que todos saibam que sua casa ficou vazia ou quando você chegará, trazendo presentes e coisas de valor. Mantenha a cozinha sempre limpa: a cozinha assim como o banheiro, é um ambiente muito utilizado na casa e requer bastante cuidado e limpeza. Portanto, limpe periodicamente os azulejos, a pia e os armários, principalmente os que armazenam alimentos. Com relação aos alimentos, lave sempre as mãos para prepará-los, a fim de evitar contaminação. Muitas pessoas gostam de usar luvas de limpeza, mas é importante também trocá-las com certa frequência. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Vida e saúde Herpes-zóster (cobreiro) O herpes-zóster, conhecida como cobreiro, é uma infecção que pode permanecer latente ou inativa na coluna espinhal e ser reativada em casos de queda da imunidade. Maria Helena Varella Bruna O herpes-zóster, conhecido popularmente como cobreiro, é uma infecção viral provocada pelo mesmo vírus da catapora, o Varicela-zóster, que pode permanecer em estado latente ou inativo na coluna espinhal e ser reativado em pessoas depois dos 50 anos de idade, se houver queda expressiva da imunidade, durante os tratamentos de quimioterapia e radioterapia, doenças debili- tantes ou nos períodos de estresse intenso. Na maioria dos casos, a doença se manifesta uma única vez e desaparece depois de algumas semanas. Qualquer pessoa que tenha tido catapora pode desenvolver um episódio de herpes- -zóster. Os principais sintomas são: dor nevrálgica muito forte que segue o trajeto do nervo e pode persistir depois que as lesões cutâneas desaparecem, o que caracteriza a neuralgia pós-herpética; surgimento de vesículas na pele semelhantes às da infecção pelo herpes humano simples. Cheias de líquido que contém o vírus, elas aparecem de um lado só do corpo e abrangem uma faixa bem demarcada nas costas ou no rosto seguindo o feixe de enervação. Quando acometem o rosto, atingem o nervo trigêmeo e, nos casos mais graves, podem provocar cegueira e

surdez, coceira, formigamento, dor de cabeça, febre, distúrbios gastrointestinais. Em grande parte dos casos, o herpes-zóster evolui para a cura espontânea. Analgésicos e medicamentos antivirais são importantes para combater a dor, reduzir a duração das lesões e evitar complicações. Depois que as vesículas secam, elas não representam mais riscos, porque os vírus já se recolheram nas raízes nervosas. Por isso, quanto antes for iniciado o uso de antivirais, melhor será o prognóstico. No Brasil, desde abril de 2014, está disponível, na rede privada de vacinação, uma vacina em dose única por via subcutânea, específica contra o herpes-zóster feita com vírus atenuado. Chama-se Zostavax, e tem aprovação da

Anvisa para ser ministrada a partir dos 50 anos, fase em que as pessoas apresentam maior risco de desenvolver a doença. Além de reduzir em parte a possibilidade de reativação do vírus, essa vacina previne a incidência da nevralgia pós-herpética e seus quadros dolorosos. A partir de 2023, também na rede privada, passamos a contar com a vacina, em duas doses, feita com vírus vivo, o que aumenta sua eficácia embora esta seja mais cara do que a primeira. Recomendações: lave as mãos com bastante água e sabão antes e depois de tocar nas vesículas. Se elas arrebentarem, cubra com gaze para impedir que o líquido vaze e espalhe a infecção; evite aproximar-se de crianças ou adultos que não tenham tido catapora, pois o risco de contrair essa

doença aumenta quando entram em contato com o vírus do herpes-zóster; procure um oftalmologista sem demora, se surgirem lesões herpéticas na testa, nariz ou ao redor dos olhos. O herpes-zóster oftálmico pode comprometer seriamente a visão; consulte imediatamente um médico se notar algum sintoma que possa caracterizar herpes-zóster. Quanto mais cedo começar o tratamento, melhores serão os resultados; se tem mais de 50 anos, está debilitado por algum motivo ou com uma carga muito grande de estresse, não se automedique se reconhecer os sintomas da doença. Procure atendimento médico imediatamente. Observação importante: A vacina contra o herpes-zóster atenuada não só é contraindicada para gestantes, como a

gravidez deve ser evitada durante os três meses após a vacinação. Fonte: ~,https:ÿÿ~ drauziovarella.uol.com.brÿ~ doencas-e-sintomasÿherpes-~ zoster-cobreiro~, Acesso em: 13/03/2024 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Culinária Salada de beterraba, grapefruit (ou laranja), queijo de cabra e noz-pecã Tempo de preparo: 35 minutos Rendimento: 3 porções Ingredientes: 4 beterrabas pequenas, 1 grapefruit (ou laranja), 2 colheres de sopa de queijo de cabra boursin, 100 gramas de noz-pecã torradas (também pode ser avelã, castanha-de- -caju ou castanha-do-pará), um fio de azeite de oliva, 20 mL de vinagre balsâmico, 1 xícara de chá de rúcula picada bem fina (corte chiffonade).

Modo de preparo Cozinhe as beterrabas em água com sal até que fiquem macias. Descasque em seguida. Espere esfriar um pouco e corte-as em 4 gomos. Reserve. Descasque o grapefruit retirando toda a parte branca (pele) da fruta. Em seguida, corte-o em gomos. Em uma tigela rasa para montagem, coloque os gomos de beterraba, adicione uma colher de café de queijo de cabra por cima de cada pedaço e, por último, acrescente os gomos de grapefruit. Salpique a rúcula por cima. Tempere com vinagre balsâmico, um fio de azeite, uma pitada de sal, um fio de melado de cana e finalize com o parmesão ralado e as nozes picadas.

Nota: Corte chiffonade é um tipo de corte específico para verduras, em tiras longas e bem finas. Enrole as folhas fazendo um charutinho bem apertado e, com uma faca afiada, corte em tiras finas. :::::::::::::::::::::::: Lemon posset Tempo de preparo: 15 minutos, mais 4 horas para resfriar Rendimento: 8 a 10 porções Ingredientes: 4 limões sicilianos grandes (cerca de 175 mL de suco), 750 mL de creme de leite fresco; 250 gramas de açúcar e mais um pouco para polvilhar as framboesas (aproximadamente 1 colher de café), 15 framboesas, 1 colher de chá

de essência ou pasta de baunilha. Modo de preparo Esprema os 4 limões reservando a casca de 2 deles. Você precisa de, aproximadamente, 175 mL de suco de limão. Reserve. Em uma panela, aqueça o creme de leite, acrescente a baunilha e as cascas dos 2 limões. Misture com uma colher de pau e deixe cozinhar até começar a ferver. Quando começar a ferver, adicione o açúcar de uma vez e misture até dissolver por, aproximadamente, 2 a 3 minutos. Em seguida, desligue o fogo e acrescente o suco de limão de uma só vez. Misture até ficar cremoso.

Passe o creme por uma peneira e coloque em tigelinhas de sua preferência. Deixe descansar por 4 horas na geladeira. Coloque as framboesas em uma tigela com uma colher de café de açúcar e esmague com um garfo. Reserve. Na hora de servir, coloque cerca de uma colher de chá das framboesas em cima de cada tigelinha. Sirva frio. :::::::::::::::::::::::: Cazuela siciliana de peixe fresco com batata Tempo de preparo: 30 minutos Rendimento: 4 porções Ingredientes: 600 gramas de tomates frescos ou em lata (se for fresco, sem pele e cortados em cubos), 1 xícara de chá de erva-doce fresca picada ou laminada, 1 cebola branca cortada em plumas (fatias finas), 1 dente de alho picado ou em lâminas, azeite de oliva extra virgem (quanto basta), meia colher de café de sementes de erva-doce, 1 xícara de chá de vinho branco seco, 4 postas de peixe fresco de 200 gramas cada (na receita foi robalo), sal refinado a gosto, meia colher de café de pimenta- -calabresa (ou use mais, a gosto), pimenta-do-reino branca moída na hora a gosto, suco de meio limão-siciliano, 8 mexilhões crus, limpos e frescos na concha, salsinha para finalizar, 1 punhado de manjericão fresco. Para acompanhar: 3 batatas

Modo de preparo Lave e descasque as batatas. Corte-as em rodelas e cozinhe em uma panela com água e sal até ficarem macias. Reserve. Em uma frigideira de paredes altas, coloque o azeite, a cebola, a erva-doce fresca picada, o sal, o alho picado, as sementes de erva-doce e o vinho branco seco. Cozinhe tudo até que o álcool evapore e, em seguida, acrescente os tomates, uma colher de azeite de oliva para dar sabor e mais uma pitada de sal (experimente antes para ver se precisa, de acordo com o seu gosto). Adicione a pimenta-calabresa e o manjericão fresco. Tampe a panela e deixe cozinhar por 10 minutos em fogo baixo. Após esse tempo, acrescente os mexilhões e as postas de peixe temperadas previamente com sal, pimenta-do-reino branca e um pouquinho do suco de limão. Cozinhe por mais 10 minutos, sempre observando para que o peixe não desmanche. As postas devem ficar inteiras. Nos últimos 5 minutos restantes, coloque as batatas já cozidas e macias. Verifique o sabor, ajuste os temperos e tampe a panela novamente. Deixe cozinhar por mais 5 minutos em fogo baixo. Retire do fogo e finalize com salsinha fresca picada. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Humor Joãozinho chega atrasado à escola. Quando ele entra na sala de aula, a professora diz: -- De novo atrasado, Joãozinho? -- Ué, professora! Não é a senhora que diz que nunca é tarde para aprender? Professora: -- Feche a janela, Joãozinho, está frio lá fora. Joãozinho: -- Vai continuar frio lá fora mesmo se eu fechar a janela. Um navio, ao passar por uma ilha distante, avista um homem que naufragou ali muitos anos atrás. O comandante desembarca para resgatá-lo e vê três cabanas.

-- O que é aquela primeira cabana? -- pergunta. -- É minha casa -- diz o náufrago. -- E a segunda cabana? -- É minha igreja. -- E a terceira? -- Ah, aquela? -- diz o náufrago com desdém. -- Aquela é a igreja que eu frequentava antes. Mesmo numa ilha deserta, religião é um tema complicado. O marido chega para a esposa e pergunta: -- Amor, quando eu morrer você vai chorar muito no meu velório? Então, ela responde: -- Claro, amor. Você sabe que eu choro por qualquer bobeira. A mulher chega para o atendente da farmácia e pergunta:

-- Você tem algo contra a tosse? -- Não, pode tossir à vontade. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

RBC News Poucas tecnologias têm trazido tanta esperança e ansiedade a pessoas com deficiências severas na visão, como um aparelhinho ajustado aos óculos, capaz de dizer o que está à frente delas... ou no livro ou qualquer outro material em tinta aberto em suas mãos. Estamos falando do OrCam MyEye, que vem sendo também recebido com muita preocupação com os especialistas na educação especializada para pessoas cegas e com baixa visão. Para contribuir com o debate, selecionamos dois textos sobre o assunto: o primeiro, noticioso, publicado no Portal Terra; o segundo, divulgado pela Organização Nacional dos Cegos do Brasil. Veja como funcionam "óculos tecnológicos" que leem textos para cegos Chamado de OrCam MyEye, aparelho usa inteligência artificial para converter textos em áudios. Thaisi Carvalho Portal Terra Discreto e leve, o OrCam MyEye é um aparelho acoplado aos óculos que transforma textos em áudios, permitindo que deficientes visuais possam lê-los. Ele usa uma tecnologia de inteligência artificial para converter textos de maneira instantânea, seja de um livro, tela de um celular ou de outra superfície. O aparelho usa um sensor ótico avançado, que captura uma imagem e comunica as

informações por um pequeno alto-falante localizado próximo ao ouvido. O OrCam MyEye é versátil e pode ser colocado na armação dos óculos: basta encaixá-lo em uma das laterais. Segundo a empresa, ele serve para todos os tipos de problemas oculares e níveis de perda de visão, melhorando a autonomia dessas pessoas. É necessário, no entanto, que o cliente tenha controle sobre os movimentos da sua cabeça e das mãos. É bom deixar claro que o aparelho não recupera ou melhora a visão de uma pessoa, apenas traz mais independência para suas ações. Um grande destaque é que o OrCam MyEye não precisa de internet para funcionar, o que permite seu uso em qualquer lugar longe do sinal de Wi-Fi, 4G ou 5G. Ele se baseia no gesto de apontar o

dedo ou direcionar o olhar para algo. Além de ler textos, o OrCam MyEye ajuda a reconhecer rostos, identificar produtos, cores, notas de dinheiro e fazer outros tipos de reconhecimento visual. De acordo com a empresa, atualmente o aparelho é usado por milhares de pessoas, com faixa etária que vai dos 6 aos 100 anos de idade, em mais de 40 países. Com a leitura inteligente, a pessoa pode pedir para que o aparelho leia determinada parte de um texto. “Leia as manchetes”, “Leia as quantias” ou “Comece por” uma seção específica são algumas alternativas que esse recurso proporciona. Para ajudar na mobilidade e na identificação, a função de

orientação identifica os objetos que estão ao redor, como portas, cadeiras e muito mais. A tecnologia permite simplesmente perguntar "O que está na minha frente?", facilitando a interação com o mundo. Embora a tecnologia da marca possa contribuir para a independência das pessoas cegas ou com algum problema de visão, o custo para ter os óculos é bastante alto e infelizmente pouco acessível para o grande público. De acordo com o site da Orcam, os produtos fabricados pela empresa custam a partir de 1.800 euros, aproximadamente R$9.500. Fonte com alteração: ~,https:ÿÿwww.terra.com.brÿ~ byteÿveja-como-funcionam-~ oculos-tecnologicos-que-~ leem-textos-para-cegos,~ a34d23d63261fa8c2~ ca2ca95c14e67194~ fyeywgu.html?utm{-source=~ clipboard~, Acesso em: 17/04/2024 :::::::::::::::::::::::: Óculos falantes representam grande risco para aprendizado de crianças e adolescentes com deficiência visual Organização Nacional de Cegos do Brasil A Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB) alerta: Compra de equipamentos inadequados, como os “óculos falantes” OrCam MyEye para crianças e adolescentes cegos e com baixa visão, representa um grande risco ao processo de alfabetização, inclusão e acessibilidade escolar de pessoas desse segmento. No Brasil, enquanto estudantes cegos e com baixa visão

continuam sem acesso a recursos básicos e urgentes para a verdadeira inclusão educacional, alguns estados e municípios têm comprado equipamentos caros e ineficazes para a escolarização de estudantes com essas características. Faz algum tempo que a ONCB, tem observado um movimento estranho por parte de algumas secretarias municipais e estaduais de educação de várias regiões do Brasil, que adquirem recursos inadequados por valores exorbitantes. Recursos como, por exemplo, os “óculos falantes” OrCam MyEye. Sabemos que existem aplicativos mais avançados e gratuitos para os sistemas Android e iOS, como o “Seeing AI”, “Sullivan +”, “Be My Eyes”, dentre outros. Estranhamente, as compras inadequadas ocorrem ao mesmo

tempo em que materiais didáticos em braille, para crianças e adolescentes cegos, e ampliados e adaptados, para os alunos com baixa visão, não são entregues. Essas mesmas crianças, em regra, têm enfrentado dificuldades para acessar recursos de extrema necessidade como bengalas, óculos de grau, lupas, próteses, regletes, máquinas de datilografia Braille, medicamentos, dentre outros. A ausência desses recursos imprescindíveis representa uma agressão a essas crianças e adolescentes. Qualquer dificuldade que essas pessoas enfrentam no acesso e na inclusão deixa uma lacuna complexa para ser reparada na fase adulta. É importante destacar que somente os materiais em braille oferecem aos estudantes cegos acesso direto à estrutura da gramática e da grafia, além dos símbolos matemáticos, químicos, entre outros. A eficiência na leitura em braille só virá através de exercícios contínuos e constantes, devendo ser incentivado ao máximo. Já os materiais ampliados e adaptados atendem às necessidades dos estudantes com baixa visão e, inclusive, são indispensáveis para que essas crianças e adolescentes exercitem o pouco que enxergam. Portanto, submeter esses estudantes a qualquer recurso sem uma avaliação criteriosa pode inclusive representar um risco ocular a médio prazo. É determinante que os gestores entendam que as pessoas cegas, com baixa visão e qualquer outra deficiência precisam participar da decisão pela compra ou não de recursos de tecnologia assistiva, juntamente com suas famílias, especialistas e entidades especializadas em habilitação, reabilitação e defesa de direitos, porque são elas as mais interessadas. Somente dessa forma é possível garantir o uso adequado dos recursos públicos e a efetiva inclusão e acessibilidade das pessoas com deficiência, exatamente como preconizam o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão -- LBI. O OrCam jamais deveria ser comercializado com a promessa de ser a grande solução para acessibilidade e inclusão escolar. Dentre tantas limitações, não efetua leitura de símbolos como os de matemática, química, física e os musicais. Além disso, não realiza leitura de planilhas, tabelas e de algumas estruturas de textos e não reconhece figuras e gráficos, que são utilizados comumente em materiais educacionais. Sua bateria não dura o tempo suficiente para cobrir uma jornada escolar. Outro limitador do aparelho é que não permite que o usuário salve o texto para ler em outro momento ou compartilhar com outras pessoas. Além de todos esses aspectos, é fundamental que os estudantes tenham contato direto com as estruturas linguísticas e de símbolos durante toda a etapa escolar, da alfabetização até o ensino médio, de acordo com o conhecimento científico mais atual. Esse aprendizado, em sua plenitude, apenas o braille e os materiais adaptados possibilitam. Imaginemos uma criança sem deficiência estudando apenas ouvindo os conteúdos, sem ter qualquer contato visual com as letras, as palavras e os símbolos. É a mesma situação quando um estudante cego ou com baixa visão utiliza esses “óculos falantes” como o principal recurso. É preciso que, primeiramente, os órgãos de controle da união, dos estados e municípios efetuem uma apuração aprofundada sobre qual é o motivo das compras de recursos inadequados e a sua eficácia, ao mesmo tempo que existem aplicativos gratuitos e mais avançados. Aqui, não se trata de demonizar os “óculos falantes” Orcam MyEye, que têm seu valor enquanto tecnologia em alguns casos. Nosso objetivo é reafirmar que existem aplicativos gratuitos que fazem muito mais, que esse produto não é recomendado para ser utilizado por crianças e adolescentes em fase escolar e que, em nenhuma hipótese, substitui os materiais em Braille, adaptados e ampliados. Fonte com alteração: ~,https:ÿÿwww.oncb.org.brÿ~ oculos-falantes-~ representam-grande-risco-~ para-aprendizado-de-~ criancas-e-adolescentes-~ com-deficiencia-visual~, Acesso em: 27/04/2024 õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra

Produzido e distribuído pela Divisão de Imprensa Braille do Instituto Benjamin Constant :::::::::::::::::::::::: Distribuição gratuita de acordo com a Lei n.o 9.610, de 19/02/1998, art. 46, inciso I, alínea *d*.