Revista Brasileira para Cegos Ano LXXX, n.o 564, janeiro/março de 2022 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Informação e Cultura Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1942 pelo Prof. José Espínola Veiga Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4531 E-mail: ~,rbc@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~, Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal: Pátria Amada Brasil

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial: Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração: Carla Maria de Souza Daniele de Souza Pereira Regina Celia Caropreso Revisão Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Arquivo da revista disponível para impressão em Braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.~ fmÿpodfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, Youtube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

Revista Brasileira para Cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n.o 1 (1942) -- . Rio de Janeiro : Divisão de Imprensa Braille, 1942 -- . V. Trimestral Impressão em braile ISSN 2595-1009 1. Informação -- Acesso. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista -- Periódico. I. Revista Brasileira para Cegos. II. Ministério da Educação. III. Instituto Benjamin Constant. ¨ CDD-003.#edjahga Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Sumário Editorial ::::::::::::::: 1 Angústia :::::::::::::::: 5 Expectativa {" realidade :::::::::::::: 11 Presente da Dona Judith :::::::::::::::: 22 Tirinhas :::::::::::::::: 32 Nicolau e os Queridos Vizinhos: criada por Lucas Lima em 2005. ::::::::::::::::: 32 Desafios :::::::::::::::: 36 Pensamentos ::::::::::::: 39 No Mundo das Artes :::: 40 Semana de Arte Moderna ::::::::::::::: 41 Maravilhas do Mundo :::: 51 Patagônia ::::::::::::::: 51 Nossa casa :::::::::::::: 59 Não deixe roupas sujas no banheiro :::::::::::: 59 Guarde bem os produtos químicos e de limpeza :::::::::::::::: 60

Tenha cuidado com a lavagem de roupas :::::: 60 Vida e Saúde ::::::::::: 62 Meningite: Entenda a doença ::::::::::::::::: 62 Culinária ::::::::::::::: 70 Carne de panela com legumes :::::::::::::::: 70 Farofa de banana :::::::: 72 Filé de frango *light* com tomate e manjericão ::::::::::::: 73 Pudim de banana e canela ::::::::::::::::: 75 Humor ::::::::::::::::::: 76 RBC News :::::::::::::: 80 Espaço do leitor :::::::: 80 Editorial Caro leitor, Feliz Ano Novo! É sempre um período de esperanças renovadas. Que não deixemos nunca que as circunstâncias roubem nossas esperanças. Mantendo a esperança, é sempre possível reaver: empregos, condições dignas de vida, amizades, amores, equilíbrio, saúde física e emocional, a felicidade parcial que um dia tivemos. Sem ela, nada mais é possível. Às vezes, não é possível reaver um objeto de estimação e somos obrigados a entender que tudo o que é material, se vai um dia. Alguém já disse que "Tudo o que é sólido se desmancha no ar". No entanto, se aquele objeto é tão estimado, ele deve ter uma história e as recordações dessa história, os bons momentos aos quais o objeto está ligado são o mais importante. Isso será tema do texto Presente da Dona Judith, que está neste número. Nos últimos tempos, fomos visitados por toda sorte de sentimentos. Alguns que nem conhecíamos e achávamos que só faziam parte do universo alheio, ou que eram para os fracos. A angústia é um deles. Dráuzio Varella nos fala sobre essa senhora estranha que a todos já visitou ou visitará, porque somos humanos, e esse tipo de “fraqueza” só nos engrandece. Que calor tem feito, não? Tá com o bolso cheio? Se estiver, pense em uma visita à Patagônia. Há gastos que valem a pena. Se não estiver, pelo menos, leia a matéria e surpreenda-se com um lugar bastante interessante e sonhe com o dia em que poderá fazer

essa viagem. Esperança sempre! O tempo passa, a ciência avança, porém existem coisas que ainda nos assustam. Uma delas é a meningite que "do nada" surge em focos que ame- drontam ou em casos isolados. Saiba como prevenir o agravamento e como reconhecer sinais dela, além dos primeiros cuidados. Falando em sinais, por vezes, os sinais do preconceito são tão sutis que demoramos a nos dar conta de que estamos praticando ou sendo vítimas dele. Nem sempre ele representa ódio ou crueldade e pode até indicar cuidado, afeto. Mas nem por isso deve deixar de ser combatido, e nossa forma de amar e demonstrar preocupação com o outro é que deve ser revista. Joyce Jobis fala sobe isso no texto Expec- tativa {" Realidade. A arte precisa mostrar os desejos do povo. É preciso um incentivo para que entendamos que a arte do outro não é, obrigatoriamente, melhor ou pior do que a nossa. Ela é um caminho para o povo se conhecer. Assim, a Semana de Arte Moderna, que completa cem anos em fevereiro, tentou mostrar aos brasileiros quanto nós mesmos precisávamos descobrir o Brasil. Será que já descobrimos? Exercite seu cérebro nos desafios, aprimore seu talento culinário com nossas receitas, cuide bem de sua casa (ela é o melhor lugar do mundo), divirta-se um pouco com as piadas e curta sempre nossa revista, valorizando o Sistema Braille que faz parte da nossa identidade e, até agora, não encontrou substituto. Escreva para nós. Mande um e-mail, falando sobre o que te agrada, o que não te agrada em nossas publicações, trazendo sugestões. Boa leitura! Comissão Editorial õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Angústia A angústia que surge sem causa aparente é uma das emoções mais difíceis de lidar. Ela chegou sorrateira, quase imperceptível, no fundo da alma. Até fiquei em dúvida se estaria mesmo presente. Tudo bem naquele fim de tarde, nenhum problema familiar, financeiro ou ligado ao trabalho me importunava, nenhum doente passava mal. Na frente do computador, eu escrevia um artigo, atividade

para a qual tenho pouco tempo e que me dá muito prazer. Quando percebi, estava melancólico, com os olhos fixos na tela, perdido em pensamentos fragmentados alheios ao texto. Fui até a janela. O centro de São Paulo refletia a luz alaranjada que o pôr do sol projetava na fachada dos prédios. A silhueta da Serra da Cantareira nos confins da zona norte e os jacarandás da calçada desfolhados pela seca compunham a imobilidade solitária e desesperançada dos quadros de Hopper. Procurei reagir. Tentei pôr ordem nas revistas científicas que empilho na mesa à espera de tempo para ler, mas me aborreci e voltei à janela. Pensei em ir para a rua, tomar um café, um copo de cerveja, ligar a TV, assistir a um filme, telefonar para um amigo ou alguém da família, mas faltou ânimo. Ouvir música, nem pensar. Naquele estado, samba do Zeca Pagodinho virava marcha fúnebre. A tristeza paralisa, é areia movediça em que atolamos sem disposição para o esforço de sair. Os anos me ensinaram a enfrentar com racionalidade os desencontros e as frustrações que o dia a dia impõe. Faço de tudo para impedir que a dor de uma perda não me torne amargurado nem descrente do sentido que a duras penas consegui atribuir à existência. A maturidade, conselheira persistente, traz alguma sabedoria para evitar que as adversidades nos roubem a alegria de estarmos vivos. Não tenho experiência, entretanto, em lidar com angústias que invadem o espírito sem razão que as justifique. Muito menos com a sensação de aperto que se instalou meio no peito, meio na garganta. A dor trouxe meu pai à memória. Era um homem dedicado a manter a família e à criação dos filhos, responsabilidades que lhe exigiam trabalhar em dois empregos, das 8 da manhã à meia-noite. Num tempo em que nem aos sábados havia folga, o único dia em casa era o domingo, que ele passava entre dezenas de vasos de flores e o pequeno jardim na frente do sobrado em que morávamos. O prazer silencioso que as plantas lhe davam era contagiante. Eu gostava de sentar no chão para observá-lo nessas horas. No fim da tarde, depois do banho, ele vinha para a poltrona da sala, ensimesmado, com a fisionomia carregada. Era tomado por uma angústia que ele comparava à do momento em que fecham a tampa do caixão de um ente querido. A fim de torturá-lo, o padre da paróquia do bairro colocava a “Ave-Maria”, de Gounod, que anunciava a missa das 6. Meu pai fechava as janelas e as cortinas para abafar a música que associei para sempre à angústia que ele sentia. No frontispício do Pavilhão Dois do antigo Carandiru, havia um alto-falante para dar avisos e convocar presos para audiências, conhecido por todos como Rádio Boca de Ferro. O vai e vem dos presidiários deixa mais descontraídas as manhãs das cadeias. Chegam a dar a impressão de alunos num internato. À medida que a tarde avança, no entanto, o ambiente fica mais pesado, até atingir o auge no horário em que os carcereiros com os molhos de chaves trancam cela por cela. É quando o bater metálico das portas e o estalido dos cadeados ecoam pelas galerias vazias, que o aprisionamento mostra sua face mais impiedosa. Eu entrava na cadeia na hora do almoço e saía à noite. Não é que pontualmente às 6 da tarde, um infeliz colocava na Boca de Ferro um disco com a “Ave-Maria” que me evocava a tristeza da infância. Uma segunda-feira em que terminei mais cedo o atendimento na enfermaria, atravessei o pátio central que dava acesso aos pavilhões no momento exato em que os camburões desembarcavam os presos transferidos das delegacias. Eram cerca de 50, que formaram fila indiana à espera da triagem. Parei para conversar com o funcionário que os vigiava, um homem de cabeça raspada que dava dois de mim na altura e na largura, afamado por impor disciplina com metodologia pouco convencional, quando o alto-falante rachado da Boca de Ferro entoou a “Ave-Maria”. O cair da noite, os recém- -chegados, as muralhas a confiná-los e a “Ave-Maria” angustiaram meu interlocutor: -- Eu nessa fila, doutor, com essa trilha sonora, cortava os pulsos. Meu pai faria o mesmo! Fonte: ~,https:ÿÿdrauziovarella.~ uol.com.brÿdrauzioÿ~ artigosÿangustia-artigoÿ~, :::::::::::::::::::::::: Expectativa {" realidade Joyce Jobis Expectativa: vou entrar no grupo do trabalho e, quem sabe, conhecer melhor as pessoas. Realidade: o grupo do trabalho vive cheio de fotos que ninguém descreve, nem se eu pedir e eu vou ficando mais por fora no dia a dia e acabo saindo. Todo mundo acha legal a inclusão, mas poucos querem mudar seus hábitos. Expectativa: vou me produzir toda e sair pra namorar. Realidade: os carinhas só chegam pra mim pra perguntar onde está minha mãe ou se tem alguém comigo, não de um jeito romântico. Expectativa: passei naquele concurso superconcorrido, e em segundo lugar! Vou trabalhar! Realidade: o médico me diz que sou incapaz, só porque eu não enxergo.

Expectativa: comprei aquele eletrodoméstico que eu tanto queria! Vai facilitar muito a minha vida! Realidade: o troço é cem por cento inacessível e nem com bolinha de silicone dá jeito e acessibilidade não faz parte das regras seguidas pela maioria das empresas. Expectativa: fiz uma palestra sobre deficiência visual. Vou falar no nosso contexto histórico e sociológico para os universitários! Vamos debater a deficiência por um *viés* acadêmico e, quem sabe, melhorar as condições de acesso para os alunos atendidos pelo *NAI*. Quem sabe tenha até professor com deficiência lá, no futuro! Realidade: a palestra acaba e ouço como sou uma gracinha e exemplo de superação. Expectativa: vou pra uma festa! “Yes!” Hoje é meu dia, ou melhor, minha noite! vou encontrar meu *crush* e, quem sabe, não volte pra casa sozinha! Realidade: quando ele me serviu um refrigerante, deram os parabéns e disseram que ele ia ser um bom pai, já que tem muita paciência! Ah, e a noite terminou com ele dizendo que, se fosse assim, como eu, cortava os pulsos. Expectativa: passei o dia arrumando tudo, da casa à minha própria sobrancelha. Hoje eu viro o jogo, senhoras e senhores: eu vou dar uma festa! Realidade: Alguém acha relevante falar que a toalha da mesa estava torta e outra pessoa complementa que eu tenho mania de independência, que não aceito ajuda.

Expectativa: mesmo assim a festa vai ser um sucesso, afinal, eu arrasei! Realidade: ao fim do evento, descobri que roubaram a minha toalha da mesa e 3 ou 4 colherinhas -- o que alguém vai fazer com isso? Expectativa: lembram do meu *crush*? Fui convidada pra ir à casa dele! Agora, vai!!! Realidade: era pra conversar com a avó dele, que tinha ficado cega. Ah, ele disse que eu era muito boazinha. Hora de mudar de *crush*, sim ou sim? Expectativa: ganhei o recurso contra aquela reprovação capacitista no concurso! Vou começar a trabalhar na minha área, finalmente! Realidade: explicam que, considerando o meu problema, é

melhor eu ficar só atendendo telefone, mesmo. Expectativa: conheci uma amiga que anda me pedindo altos conselhos e me convidou para ir a uma festa! Agora que eu vou me divertir! Realidade: ela me deixa sentada a festa inteira e geral só passa pra me dizer oi e colocar mais guaraná no meu copo. E se eu levanto, perguntam se eu quero ir ao banheiro! Expectativa: fui chamada pra uma festa no meu trabalho! Agora que eu vou conhecer o povo e, quem sabe, role algo mais! Realidade: de cara, me sentaram na “área das crianças”, pra “ficar mais fácil me atender”. Agora conheço todas as músicas do fantástico mundo de Bitta. Expectativa: fui chamada para ir a uma igreja! Esse pessoal religioso deve ser mais compreensivo, menos capacitista, afinal, somos todos irmãos e o amor é lindo. Realidade: aparentemente, todo mundo está torcendo pra Jesus me curar logo, pra eu ser uma pessoa normal como eles. Expectativa: numa balada, um carinha pediu pra ficar comigo. Não vou contar o que aconteceu, mas aposto que ele vai pedir meu telefone. Realidade: quando a gente foi lá fora esperar o Uber, ele sacou que eu era cega e me pediu perdão 23 vezes… E não pediu meu telefone, nem perguntou se eu tinha *tinder*.

Expectativa: vou ao salão de beleza, dar uma repaginada. Realidade: as cabeleireiras passam duas horas comentando, com pena porque eu sou tão bonita… E cega. Expectativa: faz anos que estudo violino e vou participar de uma apresentação na orquestra sinfônica de minha cidade! Finalmente, num grupo, vou ser vista pelo que sou. Realidade: várias pessoas acham muito relevante me dizerem que eu toco tão bem, que sou melhor que muita gente que enxerga. Expectativa: tem a noite da torta, na integração do pessoal do meu trabalho e eu levo uma torta. Vão dizer que eu cozinho muito bem, é claro. Realidade: “você cozinha tão bem, que nem parece que não enxerga! Fala sério, você não enxerga nada, mesmo?” Expectativa: fui convidada para dar outra palestra sobre superação. Obviamente vou levar esse texto e levar o pessoal a refletir sobre o capacitismo. Com certeza as pessoas vão rir e refletir sobre o que nós passamos. Realidade: dizem que eu sou muito revoltada, que preciso viver a vida com mais leveza e que as pessoas são muito bem-intencionadas. Sempre que alguém precisa lembrar que é bem-intencionado, está fazendo algo de errado e começando a sacar. Mas não fiquem tristes: amanhã eu recomeço tudo de novo! Conclusão: Embora não tenham acontecido às mesmas pessoas, todos esses exemplos foram baseados em fatos e aconteceram, cada um, a mais de uma pessoa. Naturalmente sabemos que os companheiros sem deficiência que *protagonizaram* esses tristes momentos, em geral, são pessoas muito bem-intencionadas. A gente adora boa intenção, mas gosta ainda mais de inclusão. Não dá pra ser inclusivo sem ser anticapacitista. Culturalmente aprendemos o machismo, o racismo, o capacitismo e outros tristes “ismos” que tornam mais difíceis as vidas uns dos outros. Quando pensam em nós como “exemplos de superação”, normalmente esquecem que a maioria dos obstáculos que enfrentamos são atitudinais. Lembrem-se: a crença cristalizada das nossas dificuldades diminui drasticamente nossas possibilidades de ampliar

ou mesmo exercer nossas capacidades. Nota: NAI – Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Vocabulário *Crush*: (Língua inglesa) Paquera, pessoa que desperta o interesse de outra pessoa. Protagonizar: v. Desempenhar ou ocupar o papel de destaque em um acontecimento. *Tinder*: (Língua inglesa) Aplicativo de relacionamento mais popular do mundo. É o lugar certo para conhecer pessoas novas. Viés: s. m. Caminho, trajetória. ::::::::::::::::::::::::

Presente da Dona Judith Carla Maria de Souza -- Não mexa nessa manteigueira! Foi presente da dona Judith -- durante toda a minha infância, ouvi minha tia Lea dizendo essa frase às minhas primas. Lembro-me bem: era verde, de vidro, retangular, bonita mesmo e chamava a atenção das quatro filhas e a minha que, como sobrinha e também menina, fazia o que boa parte das meninas daquela época fazia: sonhava com o dia em que teria uma cristaleira como aquela, cheia de copos, compoteira, poncheira e, quem sabe até uma manteigueira como aquela. Ainda éramos criadas com a ideia de que o objetivo da mulher é casar, mas já migrávamos para uma outra fase e estudávamos para ter outros objetivos somados a esse, se bem que minha mãe mesmo nunca falasse nisso a mim ou à minha irmã. Ela sempre ventilava para nós o futuro profissional, a vida independente, mas não falava no casamento como um caminho, salvo se o assunto fosse puxado por nós mesmas. Envolvidas, porém num contexto social que ainda estimulava bastante essa ideia e, vendo as primas mais velhas casarem-se, a ideia também passava por nossas cabeças, embora sem tornar-se uma ideia fixa. Mas a tal manteigueira me causava curiosidade, mesmo porque, como a maioria dos objetos de minha tia, nunca podia ser retirada da cristaleira. Ciosa de preservar tudo o que ganhava, ela não permitia que as filhas a colocassem sobre a mesa nem mesmo em dia em que recebiam visitas. Gostava sim de exibir os objetos e não de usá-los. Acreditava que assim aqueles que os deram ficariam felizes, sentindo que ela os guardou com zelo. -- Elas são muito estabanadas -- dizia ela. Apesar de minha pouca visão, eu encostava bem o rosto no vidro da cristaleira e ficava olhando o objeto que tinha sido presente de dona Judith, uma senhora a quem ela atendera como costureira por longo tempo. No entanto, uma dúvida me assaltava: Qual seria a utilidade de se ter uma manteigueira tão bonita e nunca usar? Em minha casa, os objetos eram sim cuidados, minha mãe nos orientava a pegar com atenção, sobretudo os muito pesados. Até hoje ainda restam comigo uma tigela funda e um prato para bolo dos que ela ganhou ao se casar há 55 anos, não por falta de uso, mas porque houve cuidado e sorte (o resto já virou caco). É que não temos noção de que não são as coisas que precisam ficar e sim as lembranças, os fatos, os momentos e lá onde eles são guardados não se quebrarão nem se apagarão, nem mesmo com a senilidade. Ela poderá embaralhá-los, confundi-los, mas não os apagar. E, quando isso acontecer, também não terá mais im- portância termos guardado os objetos, porque, então, não saberemos mais quem os deu, nem porque, sequer saberemos para que servem. Como criança, habituada aos apólogos, histórias em que os objetos tinham fala e pensamento, eu ficava imaginando a tristeza daquela manteigueira que nunca era usada. Talvez ela nem soubesse para que servia.

O tempo passou, minha tia partiu desse mundo e uma de minhas primas, depois de ter cuidado dela -- minha tia -- muito bem, herdou, entre ou- tras coisas, a manteigueira. Pouca coisa as irmãs quiseram, mesmo porque, não havia muito para querer. Como era essa prima quem morava com minha tia, a maioria ficou por lá mesmo, na casa. Mantendo o padrão da mãe, Geórgia mantinha intocáveis alguns objetos, incluindo, é claro, a manteigueira que era presente da dona Judith. -- Minha mãe tinha tanto cuidado com essa manteigueira... -- dizia saudosa quando alguém ameaçava querer usá-la. O vento correu a passar, como diz a música de roda da Rosa Juvenil. Os cupins não se importaram com o fato de minha tia e minha prima terem grande estima pela cristaleira, nem as constantes mudanças que fizeram com que, em alguma delas, o vidro da frente se quebrasse. Falta de dinheiro, pessoal não especializado... Mas a manteigueira foi um dos objetos que sobreviveu, intac- ta em todos os sentidos. Esqueci-me dela, mesmo porque tinha mais em que pensar. -- Puxa! Fiquei tão chateada com a Bianca! -- contou-me Geórgia um dia, falando da filha -- Você sabe como ela é. Pede as coisas até a gente ceder. Então ela ficou dizendo que queria aquela manteigueira. Ela curte coisas de casa, colocar uma bela mesa de café quando recebe gente, tudo isso. Sempre achou a manteigueira bonita. Eu dei. Ela andou colocando a manteigueira, algumas vezes, no micro-ondas para amolecer a manteiga e, não sei como, um dia, a manteigueira apareceu trincada. Puxa! A manteigueira tem uma história. Estava muito bem aqui comigo -- lamentava-se ela quase tão sentida quanto ficamos quando do incêndio no Museu Nacional. -- Os vidros daquela época não eram feitos para suportar a forma de aquecimento do micro-ondas. Deve ter sido isso o que aconteceu. Mas pelo menos assim, a filha dela conheceu a manteigueira, ela tirou fotos da mesa bonita enfeitada com ela... -- falei tentando amenizar a situação e dizendo o que, sinceramente achava. -- É, mas de um trincado, logo se quebra e deixa de existir -- protestou Geórgia sentida. Não falei mais nada, porque nesses particulares, é preciso entender o modo de pensar de cada um. Entretanto, reconheço que fiquei feliz pela manteigueira. Ao contrário do que minha prima pensava, até ali, ela não tinha uma história. Era um objeto sem vida, sem nada para contar. Não aparecia em nenhuma foto de mesa de café da manhã, de lanche, nunca havia recebido um sujo de manteiga sequer. Devia andar até meio deprimida, coitada, já se achando inútil e não tem nada pior do que se sentir inútil. Dona Judith, como qualquer pessoa, passara pela vida deixando sua história com parentes e amigos. O mesmo acontecera com minha tia, de quem guardo excelentes recordações. A pobre manteigueira, contudo, se não tivesse sido salva do ostracismo por Bianca, acabaria passando pelo mundo sem que ninguém pudesse lembrar uma tarde feliz, um lan- che em família passado em com- panhia dela. Que vida vazia e triste! Manteigueira, você que povoou os sonhos de casamento da minha infância e viu tantas histórias acontecerem trancafiada na cristaleira e depois no armário da cozinha, o que foi ainda pior, pois este não tinha nem vidro, deve estar realizada agora, porque sabe que quando seus dias acabarem, alguém terá uma doce lembrança de você. Não a lembrança do objeto intocável, quase sagrado que nós, seres impuros, não merecíamos ver sobre a mesa, mas a lembrança de um café cheio de alegria e vida, de lanches apetitosos onde histórias são contadas. Eu mesma consegui participar de um desses no aniversário da própria Geórgia, pois Bianca curte demais essas coisas e também curte família reunida. Quando as fotos dos tempos de reunião fácil encheram o grupo da família por conta do afastamento a que fomos forçados pela pandemia, você estava lá, linda, apreciada, sendo descoberta com cuidado para que seu conteúdo cobrisse torradas e pãezinhos. Nossa história, assim como a dos objetos, só tem sentido se fizermos parte de movimentos, acontecimentos. Tudo passa, mesmo as coisas mais preciosas e o material é efêmero, mas poderá tornar-se eterno se for conhecido de todos, pois então, permanecerá nas memórias dos momentos felizes. Se nunca tivesse saído daquele armário opressor, talvez a manteigueira caísse acidentalmente e se partisse, ficando para sempre relegada a ser um presente da dona Judith que mais ninguém sabia quem era, desaparecendo para sempre sem deixar marca feliz na memória de ninguém. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Tirinhas Nicolau e os Queridos Vizinhos: criada por Lucas Lima em 2005. Personagens: Nicolau é um garoto incrível. Filho de pais separados. Seu melhor amigo é um papagaio de estimação, Marcel, que é louco por pizza. Nicolau vive no Prédio dos Coqueiros, um lugar cheio de tipos engraçados e esquisitos. Sara é a mãe do Nicolau. É uma publicitária moderna e superindependente que trabalha em casa e depende dos homens para apenas uma coisa: abrir vidros de palmito. Potiguá é o porteiro camarada, folgado, com quem todos gostam de conversar. Seu prazer é aproveitar o horário do expediente para jogar sinuca ou tirar cochilos. Potiguá ama azeitonas.

Dona Flora é uma figura! Ninguém sabe sua idade, mas já foi reconhecida numa pintura do tempo do Império, ao lado de Pedro Álvares Ca- bral. Sua impressionante vitalidade deve-se aos litros de cremes antirrugas que passa diariamente. Outros personagens são: Bosco, o pai de Nicolau; o síndico chato; o cachorro Godzilla e demais moradores do prédio que não recebem nomes. _`[{tirinha "Nicolau e os Queridos Vizinhos" em três quadrinhos: Q1: Sara, com olhos arregalados e boca aberta, segura um sanduíche. Marcel, com as asas para trás, diz: "Se você me der seu sanduíche te conto um segredo sacana." Q2: Sara, olhando para Marcel comendo o sanduíche, bate os dedos na mesa e diz: "Conta." Q3: Sara, com a testa franzida, olha para Marcel, que diz com as asas abertas: "Não tem segredo nenhum."_`] :::::::::::::::::::::::: _`[{tirinha "Nicolau e os Queridos Vizinhos" em três quadrinhos: Q1: Potiguá, sentado, diz para um morador do prédio: "Coloquei um acessório no portão que alerta quando chega morador!" Q2: Potiguá e o morador escutam um barulho: "Tum! Crás! Crash! Tim! Póink!" e olham. No portão, outro morador diz: "Ai!" Q3: E ele continua: "Droga! Caiu um monte de latas na minha cabeça!"

O morador diz para Potiguá: "Funciona!"_`] :::::::::::::::::::::::: _`[{tirinha "Nicolau e os Queridos Vizinhos" em três quadrinhos: Q1: Potiguá, sentado, pergunta para um morador do prédio: "Você acha que devemos reprimir nossos desejos?" O morador responde: "Jamais!" Q2: Potiguá segura uma bexiga e diz: "Tô com um desejo enorme de estourar esta bexiga d'água na sua cabeça." O morador arregala os olhos com o dedo na boca. Q3: O morador, todo molhado, diz: "Como é duro ser coerente!"_`] :::::::::::::::::::::::: _`[{tirinha "Nicolau e os Queridos Vizinhos" em três quadrinhos: Q1: Dona Flora grita: "Potiguá!!!" Potiguá interrompe o sonho, com uma imagem de um "Z" partido com nuvens ao redor, e diz: "Hã?" Q2: Potiguá, suando, diz: "Sonhei de novo que era o pior porteiro do mundo." Dona Flora diz: "Preciso de um favor!" Q3: Potiguá, com sobrancelhas franzidas, aponta para Dona Flora e diz: "Me acorda e ainda pede favor! Tem ideia de como isso é desrespeitoso?"_`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Desafios 1) Esporte é meu forte Vamos ver se você é bom de esporte e de desembaralhar letras. Você precisa colocar as letras em ordem para encontrar o nome do esporte e depois associá-lo corretamente ao atleta que o desempenhou. Puxe pela memória e boa sorte! a) Maria Ester Bueno b) Gustavo Borges c) Daiane dos Santos d) Oscar Schmidt e) Aurélio Miguel eqaubset uôjd çtaaonã tciiáasgn ntisê 2) Agora, conhecendo a profissão que deixou nossa personalidade famosa, desembaralhe as letras e descubra de quem estamos falando. Não existem letras maiúsculas, portanto, não há dicas para você. a) Ator – tnnaiôo gasfduen b) Escritor – daerfnon iosban c) Compositor – ccoih qauuber d) Cientista – iaerm rueic e) Pintor – draoelno ad niivc f) Atleta -- trama g) Político – laenag krleme h) Líder religioso – ithamorn etroul i) Radialista – lhdoaor ed aarednd j) Apresentador – losivi nassot Respostas 1) a) Tênis b) Natação c) Ginástica d) Basquete e) Judô

2) a) Antônio Fagundes b) Fernando Sabino c) Chico Buarque d) Marie Curie e) Leonardo da Vinci f) Marta g) Angela Merkel h) Martinho Lutero i) Haroldo de Andrade j) Silvio Santos õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Pensamentos “Livro bom é livro que a gente passa à diante. O prazer da leitura não pode ser restrito.” (Caio Rossan, 1988) “Não venci todas as vezes que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar.” (Cecilia Meireles, 1901- -1964) “O segredo da felicidade e o cúmulo da arte é viver como todo mundo e ser como ninguém.” (Simone de Beauvoir, 1908-1986) “Para conseguir a amizade de uma pessoa digna, é preciso desenvolvermos em nós mesmos a qualidades que nela admiramos.” (Sócrates) “Gosto de dizer ainda que a escrita é para mim um movimento de dança-canto que o meu corpo não executou, é a senha pela qual eu acesso o mundo.” (Conceição Evaristo, 1946) õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo No Mundo das Artes No mês de fevereiro de 2022, comemoremos o centenário da Semana de Arte Moderna. Esse evento trouxe, entre críticas e elogios, aplausos de admiração e acesso de fúrias, um conjunto de transformações, que marcaria para sempre a cultura brasileira. Veja, a seguir, matéria sobre o tema. Semana de Arte Moderna Daniela Diana Professora licenciada em Letras A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras -- pintura e escultura -- e palestras. Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora inspirada nas vanguardas europeias. Juntos, eles visavam uma renovação social e artística no país e que foi *deflagrada* pela "Semana de 22". O evento chocou grande parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte “mais brasileira”. Houve um rompimento com a arte acadêmica, inaugurando assim, uma revolução estética e o Movimento Modernista no Brasil. Mário de Andrade foi uma das figuras centrais e principal articulador da Semana de Arte Moderna de 22. Ele esteve ao lado de outros organizadores: o escritor Oswald de Andrade e o artista plástico Di Cavalcanti. Uma vez que o intuito principal desses artistas era chocar o público e trazer à tona outras maneiras de sentir, ver e *fruir* a arte, as características desse momento foram: ausência de formalismo; ruptura com academicismo e tradicionalismo; crítica ao modelo parnasiano; influência das vanguardas artísticas europeias (futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo, expressionismo); valorização da identidade e cultura brasileira; fusão de influências ex- ternas aos elementos brasileiros; experimentações estéticas; liberdade de expressão; aproximação da linguagem oral, com utilização da linguagem *coloquial* e vulgar; temáticas nacionalistas e cotidianas. No centenário da Independência do país, ocorrido em 1822, o Brasil passava por diversas modificações sociais, políticas e econômicas (*advento* da industrialização, fim da primeira guerra mundial etc.). Surgiu a necessidade de recorrer a uma nova estética, e daí nasceu a "Semana de Arte Moderna". Ela esteve composta por artistas, escritores, músicos e pintores que buscavam inovações estéticas. O intuito era criar uma maneira de romper com os parâmetros que vigoravam nas artes em geral. A maioria dos artistas eram descendentes das *oligarquias* cafeeiras de São Paulo, que junto aos fazendeiros de Minas, formavam uma política que ficou conhecida como “Café com Leite”. Esse fator foi determinante para a realização do evento, uma vez que foi *respaldado* pelo governo de Washington Luís, na época governador do Estado de São Paulo. Além disso, a maioria dos artistas, os quais possuíam possibilidades financeiras para viajar e estudar na Europa, trouxeram para o país diversos modelos artísticos. Assim, unidos à arte brasileira, foi se formando o movimento modernista no Brasil. Com isso, São Paulo demostrava (em confronto com o Rio de Janeiro) novos horizontes e uma figura de protagonismo na cena cultural brasileira. Para Di Cavalcante, a semana de arte: “Seria uma semana de escândalos literários e artísticos, de *meter os estribos* na barriga da burguesiazinha paulista”. Foi assim que durante três dias (13, 15 e 17 de fevereiro) essa manifestação artística, política e cultural reuniu jovens artistas irreverentes e contestadores. O evento foi inaugurado pela palestra do escritor Graça Aranha: “A emoção estética da Arte Moderna”; seguido de apresentações musicais e exposições artísticas. O evento estava cheio e foi uma noite relativamente tranquila. No segundo dia, houve apresentação musical, palestra do escritor e artista plástico Menotti del Picchia, e a leitura do poema “Os Sapos” de Manuel Bandeira. Ronald de Carvalho fez a leitura, pois Bandeira encontrava-se em uma crise de tuberculose. Nesse poema, a crítica à poesia *parnasiana* era severa, o que causou indignação do público, muitas vaias, sons de latidos e relinchos. Por fim, no terceiro dia, o teatro estava mais vazio. Houve uma apresentação musical com mistura de instrumentos, exibida pelo carioca Villa Lobos. Nesse dia, o músico subiu ao palco vestindo casaca e calçando em um pé sapato e no outro um chinelo. O público vaiou pensando que se tratasse de uma atitude afrontosa, mas depois foi explicado que o artista estava com um calo no pé. Alguns artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922: Mário de Andrade (1893-1945); Oswald de Andrade `(1890- -1954`); Graça Aranha (1868-1931); Victor Brecheret (1894-1955); Plínio Salgado `(1895- -1975`); Anita Malfatti (1889-1964); Menotti Del Picchia `(1892-1988`); Ronald de Carvalho `(1893- -1935`); Guilherme de Almeida (1890-1969); Sérgio Milliet (1898-1966); Heitor Villa-Lobos `(1887- -1959`); Tácito de Almeida (1889-1940); Di Cavalcanti (1897-1976).

A crítica ao movimento foi severa, as pessoas ficaram desconfortáveis com tais apresentações e não conseguiram compreender a nova proposta de arte. Os artistas envolvidos chegaram a ser comparados aos doentes mentais e loucos. Com isso, ficou claro que faltava uma preparação da população para receber tais modelos artísticos. Monteiro Lobato foi um dos escritores que atacou com veemência as ações da Semana de 22. Anteriormente, ele já havia publicado um artigo criticando as obras de Anita Malfatti, em uma exposição da pintora realizada em 1917. Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas (...) A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza e inter- pretam-na à luz de teorias *efêmeras*, sob a sugestão *estrábica* de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se deem como novos, *precursores* de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou *teratológica*: nasceu com a paranoia e com a mistificação (...) Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia. Fonte: ~,https:ÿÿwww.todamateria.~ com.brÿsemana-de-arte-~ moderna~,

Vocabulário Advento: s. m. Começo, instauração. Coloquial: adj. Oral, cotidiano, simples. Deflagrar: v. Irromper súbita e intensamente. Efêmeras: adj. Curtas, breves, momentâneas. Estrábica: adj. (fig.) Que tem uma visão ou análise errada ou imperfeita. Meter os estribos: (exp.) Cutucar, incomodar. Fruir: v. Desfrutar, gozar, utilizar. Oligarquias: s. f. Governo em que o poder é exercido por grupo restrito de pessoas, geralmente, do mesmo partido, família, classe. Parnasianismo: s. m. Movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo. Precursores: adj. Pioneiro, iniciadores. Respaldado: s. m. Apoio, assistência. Teratológica: adj. Bisonho, esquisita. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Maravilhas do Mundo Patagônia A Patagônia é uma região que abrange uma vasta área no extremo sul da América do Sul, ocupando partes da Argentina e do Chile. A Cordilheira dos Andes delimita a fronteira entre os dois países. O território argentino apresenta *estepes* áridas, pastagens e desertos, enquanto a parte chilena tem *fiordes* glaciais e uma floresta temperada. A famosa rodovia RN- -40, na Argentina, passa pelos cumes do monte Fitz Roy e pela geleira Perito

Moreno, no Parque Nacional Los *Glaciares*. O extremo sul das Américas é uma das regiões mais interessantes do planeta e um destino cada vez mais procurado por viajantes do mundo todo. A Patagônia, que se estende entre o litoral do Oceano Atlântico, na Argentina e o Pacífico, no Chile, possui paisagens únicas e impressionantes com suas planícies, bosques, *glaciares*, lagos, vulcões, rios de corredeiras, além de um litoral rico em fauna marinha. Para quem gosta de esportes de aventura são muitas opções: *trekking*, escalada, *mountain bike*, *rafting*, canoagem, cavalgadas e esqui. Para quem quer descansar, o lugar também é um ótimo destino: cidades bem estruturadas, hotéis com muito conforto, passeios de barco e paisagens

estonteantes que levam embora o estresse do dia a dia. A melhor época para ir a Patagônia é entre novembro e março, primavera e verão, quando o clima é menos frio e os dias são mais longos. Nesse período, o número de turistas aumenta, os preços sobem, os dias ficam mais longos e a temperatura menos congelante, ideais para as atividades ao ar livre, que é a grande atração da Patagônia. Depois de março, o clima é chuvoso ou com neve e os ventos muito frios. Mas não se iluda, mesmo no verão os ventos são fortes e as temperaturas próximas de zero nas madrugadas. Já durante o inverno o cenário se inverte, inclusive, as paisagens mudam de roupa. A neve começa a encobrir as montanhas, o que as deixa ainda mais deslumbrantes e geladas. A região tem uma excelente infraestrutura para a prática de esqui e divide com Bariloche e Las Lemas os turistas amantes do esporte, com pistas de neve fofas e paisagens belíssimas! Com a chegada da primavera, em setembro e outubro, as nevascas começam a dar uma trégua e aos poucos a temperatura volta a ficar mais agradável. A segunda quinzena de outubro pode ser uma época atraente para quem quer fugir das multidões, dos preços altos, e, ainda assim, correr menos risco com o tempo ruim. Por fim, vale lembrar que o clima na Patagônia pode sur- preender a qualquer momento. Embora as previsões e o histórico dos anos anteriores sirvam para nos nortear, não é garantia de que as mesmas condições climáticas se repetirão. Não há voos diretos para Ushuaia ou El Calafate, do Brasil. Saindo de São Paulo ou outras capitais, sua escala será Buenos Aires, dando uma excelente oportunidade para curtir a capital portenha e suas belezas por um ou dois dias! Se quiser visitar El Calafate, El Chaltén, Ushuaia e toda a região, há trechos que você deve fazer de avião para não perder tempo e há trechos que você deve fazer de carro. De El Cafalate a El Chaltén, se não estiver com tour agendado, alugue um carro e faça o trajeto dirigindo. É belíssimo. Consulte as condições de tempo antes de ir e caia na estrada. Essencial numa viagem à Patagônia é estar preparado para o frio e para o vento forte, por isso um casaco corta-vento (*anorak*) é indispensável, assim como botas de caminhada, roupas resistente ao frio, luvas, gorro, óculos escuro e protetor solar para usar nas caminhadas e passeios ao ar livre. A Terra do Fogo está dividida igualmente entre Chile e Argentina, e a cidade mais importante do lado Argentino é Ushuaia, que também é a última cidade do continente sul- -americano, ficando junto ao Canal de Beagle e ao Rio Grande. Ushuaia Aqui fica o Farol do Fim do Mundo que inspirou o romance homônimo de Júlio Verne. Pequena, mas muito simpática e organizada, a cidade oferece boa comida, passeios lindos e um friozinho de arrepiar! Cerro Frias Cerro Frias, uma estância localizada à 25 km de El Calafate, é um passeio em 4"4 que oferece também opções de *trekking* e cavalgadas. O início da subida da montanha oferece uma linda vista do Valle del Centinela e das Torres del Paine. Chegando ao campo mais alto da colina, a vista do Lago Argentino é espetacular. El Calafate A cidade recebeu esse nome por conta de um pequeno arbusto de frutinhas típico da Patagônia *austral*. Porta de entrada do mundo dos glaciares, a cidade é um importante polo turístico e ponto de partida para quem quer conhecer o Parque Nacional Los Glaciares, que abriga 356 geleiras e foi declarado patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO em 1981, com o objetivo de preservar esta maravilha do período quaternário. A cidade de El Calafate é muito simpática, tem excelentes opções de gastronomia e um artesanato local encantador. Fonte com alteração: ~,https:ÿÿwww.~ passagenspromo.com.brÿ~ blogÿpatagonia-argentinaÿ~, ~,https:ÿÿwww.~ voltologo.netÿpatagonia-~ argentina-viagem-dicasÿ~, Vocabulário Austral: adj. Que tem sua origem no Sul. Estepe: s. f. Nome dado a um tipo de vegetação de regiões temperadas ou subtropicais. Fiordes: s. m. São enormes vales rochosos inundados pelo mar, formações que surgem no litoral de países em geral vizinhos aos polos sul e norte.

Glaciares: s. m. Geleira ou glaciar é uma grande e espessa massa de gelo formada em camadas sucessivas de neve compactada e recristalizada, de várias épocas, em regiões onde a acumulação de neve é superior ao degelo. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Nossa casa Não deixe roupas sujas no banheiro Deixar o cesto de roupas sujas no banheiro pode ser um grande problema mesmo que esteja bem fechado. As roupas no banheiro podem acumular umidade e fungos, bem como bactérias se ficarem por lá por alguns dias. Roupas íntimas, principalmente! É bom

lavar tudo o quanto antes e não deixar acumular. :::::::::::::::::::::::: Guarde bem os produtos químicos e de limpeza Outro cuidado importante para termos em casa é saber guardar adequadamente os produtos de limpeza e químicos. É recomendado que esses materiais químicos fiquem em local seco, arejado e bem longe do alcance de bebês, crianças ou animais. Evite também fazer essa armazenagem perto de alimentos. A mesma regra ainda vale para medicamentos! :::::::::::::::::::::::: Tenha cuidado com a lavagem de roupas Quando for lavar roupa, separe a pilha de roupa suja em três partes: roupas claras ou brancas, coloridas e roupas que mancham. Lave-as separadamente! É importante fazer isso para evitar que peças claras manchem ou roupas mais escuras se encham de pelos, por exemplo. Se a roupa for nova, é bom lavá-la até mesmo separadamente na primeira vez, para testar se ela solta tinta ou não. Também é importante ressaltar que é bom ter um lugar em casa para secar tudo à sombra. Cuidados com a casa são essenciais para vivermos bem e como foi possível perceber, não tem nada de difícil. É possível manter a casa limpa, bem cuidada, longe de perigos e sempre confortável, não é mesmo? õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Vida e Saúde Meningite: Entenda a doença Suely Amarante (IFF/Fiocruz) A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e pode ser desencadeada por vários tipos de agentes, sendo os principais, vírus e bactérias. No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, ou seja, casos do pro- blema são esperados ao longo de todo o ano, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais, no verão. A vacinação é a principal ferramenta na prevenção da doença bacteriana. Para falar sobre os principais tipos de meningite, suas causas, sintomas e tratamento, o infectologista pediá- trico do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/ /Fiocruz), Leonardo Menezes, responde às principais dúvidas sobre a doença. Quais são os sintomas? Os sintomas variam de acordo com a faixa etária. As crianças maiores de dois anos apresentam, na maioria das vezes, cefaleia (dor de cabeça), vômitos, febre, dor, rigidez de nuca com ou sem man- chas na pele. Nas crianças menores, os sintomas se apresentam de uma forma mais inespecífica, como: sonolência ou irritabilidade intensa, choro inconsolável, recusa em mamar, febre alta, abaulamento de fontanela (moleira alta). Como se transmite? Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. A transmissão fecal-oral (ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes) é de grande importância para a meningite viral, em infecções por *enterovírus*. Como é feito o diagnóstico da doença? E o tratamento? O diagnóstico é feito a partir da suspeita clínica e confirmado através da análise do líquido *cefalorraquidiano* obtido, na maioria das vezes, por meio de uma *punção lom- bar*. O tratamento das formas virais se dá apenas com medidas de suporte e sintomáticos, enquanto que a doença bacteriana necessita do uso de antibióticos, além das medidas adotadas nas formas virais. Destaca-se que o uso dos antibióticos deve acontecer, idealmente, o mais precoce possível. Existe alguma forma de prevenção? A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção. O calendário vacinal oficial brasileiro oferece vacinas contra meningococo do tipo C, Haemophilus Influenzae do tipo B, Pneumococo e Tuberculose. O serviço público oferece também a vacina para meningococo do tipo A, porém essa opção só é utilizada em casos de surtos e epidemias por esse sorotipo. Existem as vacinas para meningococo dos tipos A, B, Y e W 135, contudo só estão disponíveis na rede privada. Existe também a possibilidade de prevenção com uso de antibióticos para os contac- tantes de casos de meningite por meningococo e por Haemophilus Influenzae. No entanto, esse tipo de abordagem deve ser dirigido e realizado pelas autoridades de saúde ou pelos serviços de saúde responsáveis pelos casos de meningite. Para as meningites virais, ainda não existem formas eficazes de prevenção. Existe algum grupo que esteja mais vulnerável à doença, ou qualquer pessoa, em qualquer idade está sujeita a contraí-la? Qualquer pessoa está sujeita a ter a doença, porém as pessoas que não foram vacinadas, crianças menores de um ano de vida, os adolescentes e os idosos apresentam maiores chances de se infectar. A meningite pode ter relação com algum quadro de infecção, como gastroenterite ou otite? A meningite infecciosa está relacionada a qualquer infec- ção que possa acarretar uma invasão da corrente sanguínea por agentes infecciosos. Normalmente, o agente ganha a corrente sanguínea e atinge o sistema nervoso central, causando a inflamação das membranas meníngeas. Crianças de creches, berçários e escolas estão mais suscetíveis à doença? Crianças de creches ou em fase de escolaridade são mais acometidas do ponto de vista epidemiológico. Isso pode se dar por vários motivos, desde um sistema imunológico ainda em formação e exposto aos novos agentes infecciosos de maneira mais *prevalente* do que o resto da população, até a convivência com outras crianças com as mesmas características em locais fechados e aglomerados. Em estações como outono e inverno, em que os ambientes tendem a ficar fechados, a incidência de contaminação é ainda maior. Medidas simples, como lavar as mãos, não com- partilhar talheres e alimentos, manter o ambiente limpo e os brinquedos higienizados, podem evitar o contágio, não só da meningite, mas também de outras doenças. Outra orientação importante é manter o cartão de vacinação das crianças atualizado. O diagnóstico precoce reduz o agravamento da doença? Explique. Sim, sobretudo nas formas bacterianas, onde a administração do antibiótico de forma precoce pode diminuir as complicações e a mortalidade. Além dos antibióticos, a adoção de medidas de suporte (controle de dor, febre, náuseas/vômitos e suporte das condições vitais), de maneira precoce e intensa também atuam em conjunto com os antibióticos para o mesmo objetivo. A doença causada por vírus, habitualmente, possui um melhor prognóstico e menos complicações. Fonte: ~,http:ÿÿwww.iff.~ fiocruz.brÿindex.phpÿ8-~ noticiasÿ357-meningite~, Vocabulário Cefalorraquidiano: adj. Relativo a ou próprio do encéfalo ou da medula espinhal. Enterovírus: s. m. Vírus comuns no intestino que podem causar doenças respiratórias ou no sistema nervoso. Prevalente: adj. Que sobre sai em relação aos demais. Punção lombar: exp. Consiste na coleta do líquido cefalorraquiano na medula

espinhal, através da utilização de uma agulha, para exame. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Culinária Carne de panela com legumes Ingredientes: 1 kg de acém em pedaços médios (ou qualquer outra carne que desfie); 1 litro de água fervente; 3 colheres de óleo; 4 dentes de alho grandes bem amassados; 1 cebola média em cubos; 6 batatas médias; 2 cenouras grandes; 2 tomates maduros picadinhos; meio pimentão verde picado; 2 colheres de cheiro verde; 1 colher de sopa de sal (ou ao gosto); pimenta-do-reino a gosto. Modo de preparo: Aqueça o óleo em uma panela de pressão, fritando o alho até que fique dourado. Refogue a carne,

adicione a ela o sal e a pimenta, mexendo de vez em quando, até que ela adquira a coloração do caldo (importante: não deixe que ela frite). Adicione metade da água fervente, tampe a panela de pressão e deixe cozinhar por aproximadamente 30 minutos. Enquanto a carne cozinha, descasque as batatas (corte- -as ao meio), as cenouras (corte-as em tiras ou rodelas), a cebola, o pimentão e os tomates e reserve. Passado tempo de cozimento da carne, retire a pressão da panela, abra, junte todos os legumes, o restante da água, feche a panela novamente e deixe cozinhar por mais 5 minutos na pressão. Retire a pressão, abra a panela, e deixe apurar o caldo por mais 5 minutos. Finalize

com as 2 colheres de cheiro verde. :::::::::::::::::::::::: Farofa de banana Ingredientes: uma xícara e meia (chá) de farinha de mandioca torrada; 2 bananas- -prata; meia cebola roxa; 1 dente de alho; 2 colheres (sopa) de manteiga; sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto. Modo de preparo: Descasque as bananas, a cebola e o alho. Corte as bananas em meias- -luas médias, a cebola em cubos pequenos e pique fino o alho. Coloque a manteiga numa panela média e leve ao fogo médio. Quando derreter, junte a cebola, tempere com uma pitada de sal e refogue até murchar. Acrescente o alho e refogue por mais 1 minuto para perfumar. Adicione os pedaços de banana, tempere com sal e pimenta a gosto e misture delicadamente por 1 minuto -- cuidado para não desmanchar demais os pedaços. Por último, junte a farinha de mandioca, aos poucos, misturando com a espátula para incorporar. Deixe cozinhar por mais 5 minutos para ficar crocante, mexendo de vez em quando. Prove e acerte o sal e a pimenta. Sirva a seguir. :::::::::::::::::::::::: Filé de frango *light* com tomate e manjericão Ingredientes: 4 filés de peito de frango; Sal e pimenta-do-reino a gosto; 3 colheres (sopa) de azeite; 3 dentes de alho picados; 8 tomates em cubos; 2 colheres (chá) de folhas de manjericão fresco picado para polvilhar. Modo de preparo: Tempere os filés com sal e pimenta. Em uma frigideira, em fogo médio, aqueça metade do azeite, frite o frango, retire e coloque em um refratário. Aqueça o restante do azeite e frite o alho até começar a dourar. Adicione os tomates e frite por 3 minutos. Transfira para o liquidificador e bata por 2 minutos ou até homogeneizar. Tempere com sal e pimenta. Coloque sobre o frango e asse em forno médio, preaquecido, por 15 minutos ou até dourar. Retire do forno, coloque em um prato e polvilhe com o manjericão. Sirva em seguida. ::::::::::::::::::::::::

Pudim de banana e canela Ingredientes: 1 lata de leite condensado; meia xícara de chá de água; 2 latas de leite (use a lata de leite condensado vazia) para medir; 3 ovos; 1 colher de chá de canela em pó; 3 bananas nanicas amassadas; 1 banana em rodelas para decorar. Calda: uma xícara e meia de chá de açúcar. Modo de preparo: Em uma panela dissolva o açúcar na água e leve ao fogo baixo por 12 minutos, sem mexer, ou até obter um caramelo dourado. Despeje em uma forma de buraco no meio, de 22 cm de diâmetro, e gire para untar por igual. Reserve. Bata no liquidificador o leite condensado, o leite, os ovos, a banana amassada e a canela até homogeneizar. Despeje na forma e leve ao forno médio, preaquecido, em banho- -maria, por 40 minutos, ou até firmar. Deixe esfriar e leve à geladeira por 6 horas. Desenforme, decore com as rodelas de banana e sirva. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Humor Eu estava andando pelo supermercado outro dia, quando vi um avô andando com seu neto de 2 anos no carrinho. Era óbvio que o dia do vovô não estava sendo nada fácil, com a voz do seu amado menino parecendo uma sirene que aumentava de volume cada vez que passavam por um doce, salgadinho ou brinquedo nas prateleiras. O avô, no entanto, parecia estar sempre mantendo a calma e, quando passei do seu lado, ouvi que ele estava falando baixinho para a criança:

-- João, relaxe, não vai demorar muito. Quando os gritos não pararam, o vovô respirou fundo e continuou: -- João, não precisa ficar com raiva, tente aproveitar o passeio e logo estaremos em casa, você vai ver. Quando saí do mercado, eu os vi no estacionamento, a criança gritando e o senhor ainda falando suave e calmamente. Eu não pude me aguentar, fui até ele. -- Com licença, eu disse. Eu tenho que dizer que o senhor é um avô incrível! A maneira como fala com esse menino e mantém a calma apesar dos gritos é impressionante. O João é uma criança de sorte por ter um avô como o senhor! -- Obrigado, disse o avô, mas João sou eu. O nome desse mala é Antônio! Chegam 5 bêbados na estação ferroviária, um pior que o outro. Quando chega o trem, quatro deles entram e um deles, de tão bêbado, fica para trás. Daí o guarda vendo aquilo foi lá e disse: -- Ficou tão bêbado que não conseguiu pegar o trem com seus colegas heim? O bêbado então responde: -- Pro cê ver, seu guarda, e eu era o único que ia viajar... o resto veio só se despedir de mim... O que é uma idosa sem relógio? Uma sem hora. Como transformar o giz em uma cobra? É só colocar ele na água o gizboia.

Terminado o velório, os agentes da funerária começam a fechar o caixão. Desesperada, a viúva se atira sobre o corpo do falecido marido e começa a soluçar: -- Ai, meu querido!!! Eles vão te levar para onde não há luz!!! Não há comida!!! Não há bebida!!! Não há nada!!! Ao que um bêbado encostado na soleira da porta resmunga: -- Não é que vão levar esse desgraçado lá pra casa!!! A esposa entra no escritório do marido com a mãe ao lado e diz: -- Querido, é verdade que seu sócio acaba de morrer? -- É sim, por quê? -- Você pode colocar a mamãe no lugar dele? -- Fale com o coveiro, por mim tudo bem!!! õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo RBC News Atenção, assinantes! A assinatura das revistas em braille, Pontinhos e RBC, publicações do Instituto Benjamin Constant, é totalmente gratuita. Cobrança de taxas, pedidos de doação ou qualquer solicitação de natureza financeira devem ser desconsiderados. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Espaço do leitor Olá a todos! Me chamo Karen Cristina, tenho 41 anos e estou cega desde os 11. Moro em São José dos Campos, interior de São Paulo. Quero divulgar dois projetos que tenho:

1. Aprendendo Espanhol -- Estou ministrando aulas de espanhol para pessoas cegas ou não. São aulas individuais e por um preço superacessível. 2. Trabalho com produção de audionovelas e audiocontos -- Eu atuo, edito e adapto textos. Quem se interessar e quiser, meus contatos são: E-mail: ~,karen.~ kcm0501@gmail.com~, Celular/WhatsApp: (12) 98813-4710 Agradeço desde já a oportunidade. Karen Cristina Moreira (por e-mail) :::::::::::::::::::::::: Quero parabenizar por mais um aniversário. Que Deus ilumine os passos de todos vocês! Que vocês sempre continuem prestando relevantes serviços para todos nós. Obrigado por vocês existirem. Me sinto feliz em poder falar com vocês e tenho muita vontade de conhecer vocês pessoalmente, assim que tiver uma oportunidade e quero também fazer cursos, uma vez que vocês acolhem com muito carinho e amor. Aguardo um retorno das cartas. Anne Caroline Santana Guimarães (Aracaju -- SE) Resposta da comissão: Ficamos muito contentes em receber sua carta. Agradecemos seus votos de vida longa ao nosso trabalho e desejamos poder conhecê-la, pessoalmente, em breve, quando a pandemia estiver controlada. Esperamos que nossas revistas tragam a você diversão, informação e muitas leituras interessantes. ::::::::::::::::::::::::

Agradeço pelas revistas que já recebi, pelos calendários e alfabetos, para ajudar alguém que talvez queira aprender um pouco da nossa escrita. Nesta pandemia, voltar a ter contato com o braille é uma ótima forma de não deixar o tédio tomar conta; pois acredito que nem sempre é legal viver só de celular, *notebook* e TV. Por isto mando e-mail agora, para reconhecer que o trabalho de vocês é muito lindo, e espero que nunca acabe! Abraços *on-line* a todos da equipe. Dri Kantista (por e-mail) Reposta da comissão: Que bom que nossas revistas estão ajudando a você. Acreditamos também que o contato permanente com o Sistema Braille permite à pessoa cega não apenas uma escrita melhor, mas também maior concentração, por isso fazemos nosso trabalho com o maior carinho. Se você tiver a oportunidade de ensinar esse sistema a alguém que enxerga ou a outro cego, faça isso. Será bom para ele e para você também. :::::::::::::::::::::::: Gostaria de trocar *e-mails* em português ou espanhol. E-mail: ~,apatalona@yahoo.~ com.br~, José António Patalona (por *e-mail*) õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da obra

Transcrição: Diogo Silva Müller Dunley Coordenação de revisão: Geni Pinto de Abreu Revisão: Sebastiana Ramos