Portaria N.º 115, de 11 de agosto de 2006
PORTARIA N.º 115, DE 11 DE AGOSTO DE 2006
Revogado pela Portaria nº 10, de 25 de maio de 2021 Vigência
A DIRETORA-GERAL DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 25, inciso VII, do Regimento Interno, aprovado pela Portaria Ministerial n.º 325, de 17 de abril de 1998, resolve:
Art. 1º Publicar o Projeto da Brinquedoteca Infantil do Instituto Benjamin Constant, vinculada ao Departamento de Educação.
Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
ÉRICA DESLANDES MAGNO OLIVEIRA
PROJETO DA BRINQUEDOTECA INFANTIL
NO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT
1. INTRODUÇÃO
O papel na escola é preparar os alunos para desempenhar ações que determinarão, as suas competências e, para tanto, é necessário oferecer-lhes a oportunidade de vivenciar experiências concretas que os tornarão aptos a agir com independência e autonomia. (Perrenoud – 1999).
Sabemos que o indivíduo forma a sua personalidade ainda na infância, época que, segundo Vigotsky, Piaget, Kishimoto, dentre outros, é fundamental vivenciar experiências concretas, das quais devem fazer parte as brincadeiras, os jogos e os brinquedos. Portanto, torna-se imprescindível oferecer às crianças deficientes visuais todas as oportunidades que são oferecidas às crianças que enxergam, uma vez que aquelas passam pelas mesmas etapas do desenvolvimento que estas.
Em minha sala de aula, nas Classes de Alfabetização do IBC, sempre oportunizei aos meus alunos o brincar: brincar com bonecas, com carrinhos, de casinha, jogos, etc. Isto contribuiu muitíssimo para o crescimento cognitivo e ao mesmo tempo para o desenvolvimento psicomotor e emocional das crianças, pois leva à catarse.
O ano passado, 2004, ao receber a Coordenação das Classes de Alfabetização, ampliei a todas as turmas estas atividades que vinham sendo desenvolvidas em minha sala de aula, obtendo muito sucesso. As crianças ficaram mais atentas, concentradas, interessadas, felizes e ocupadas durante à tarde por participarem de experiências concretas.
No que diz respeito à Psicomotricidade, os estudos comprovam que a mesma influencia o comportamento global da criança, contribuindo diretamente para o seu desempenho escolar, na medida que age na globalidade psicossomática da criança.
2. JUSTIFICATIVA
Sabemos que a pessoa deficiente enfrenta muitas barreiras físicas, sociais e políticas que, na maioria das vezes, dificultam o seu crescimento, impossibilitando-a de exercer plenamente os seus direitos e deveres. No caso da pessoa cega, por exemplo, aquela que é totalmente desprovida do sentido da visão ou que tem somente percepção de luz sem projeção (BARRAGA – 1985), faz-se necessário criar um aporte especial para que ela tenha condições de desenvolver suas competências, mesmo a despeito das suas limitações.
Ressaltamos que experiências concretas são facilitadoras de aprendizagem nos seus diferentes âmbitos. O indivíduo (seja ele deficiente ou não) precisa participar, vivenciar o máximo de atividades que lhe oportunizem a aquisição de conhecimento, sem estar alijado do sistema. Isto é válido para qualquer tipo de inserção social, seja ela escolar ou não. Conforme Morin (2000 p.39) “o desenvolvimento de aptidões gerais da mente permite um melhor desenvolvimento das competências particulares ou especializadas”. E tais competências, os deficientes também possuem, precisando apenas de serem percebidas e trabalhadas de forma diferenciada, sendo a Brinquedoteca o espaço diversificado e apropriado para este fim.
Assim uma pedagogia que esteja realmente comprometida com as diferenças deverá abranger esta totalidade, tornando o deficiente visual um indivíduo apto para solucionar com clareza e determinação os problemas específicos que lhe surgirem, dando-lhes maiores oportunidades de desenvolver suas potencialidades e agir com desenvoltura diante das questões a serem solucionadas na vida cotidiana, tornando-o apto para acompanhar as evoluções do mundo moderno.
3. OBJETIVO
3.1 OBJETIVO GERAL
Implantar um espaço modelo onde se possa brincar, jogar, dançar, pular corda, aprender as cantigas de roda, etc, de forma especifica, organizando as atividades que vinham sendo desenvolvidas de maneira rudimentar, desde o início do ano passado, nas Classes de Alfabetização, utilizando o espaço físico da sala 252 do Departamento de Educação.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Oportunizar a utilização deste espaço aos alunos das Classes de Alfabetização e aos da 1ª Fase do Ensino Fundamental que tenham de 7 a 14 anos.
As crianças de desenvolvimento físico maior que não estão aptas a usarem os brinquedos dos parquinhos (por serem para crianças de até 9 anos), terão atendimentos específicos em atividades com sua faixa etária, por exemplo: videoteca, sala de jogos, aulas de artes direcionadas à profissionalização e outros.
Esclareço que todas as crianças das Classes de Alfabetização serão atendidas em artes, na sala de artes da brinquedoteca, pela manhã.
2. Organizar o espaço físico de forma específica, oportunizando experiências diversas em ambiente adequado para a realização de cada uma delas.
3. Propiciar o aprimoramento acadêmico, através de atividades lúdicas.
4. Favorecer a socialização e desenvolver as aptidões individuais das crianças.
5. Propiciar conhecimento e informações aos profissionais das possibilidades de desempenho de cada criança, oportunizando melhor atuação de trabalho.
6. Colaborar para implementação efetiva e organizada de trabalho voluntário e estágios.
7. Propiciar às crianças um espaço de atividades de lazer.
8. Abrir a pista sensorial à visitação do alunado, em geral, seguindo os seguintes critérios:
a) marcação antecipada de horário;
b) os alunos deverão vir acompanhados do professor de turma;
c) cada visitação será permitida o máximo de 06 (seis) alunos por horário,
d) um profissional da brinquedoteca acompanhará a turma e o seu professor, orientando-os nos objetivos propostos da pista.
4. METODOLOGIA DO TRABALHO
A brinquedoteca funcionará sob a coordenação de um profissional idealizador do projeto, visando, desta forma, a garantir o cumprimento dos objetivos norteadores deste trabalho. O coordenador formará sua equipe com profissionais e voluntários habilitados e selecionados pelo mesmo.
Será imprescindível a presença de um inspetor no corredor da brinquedoteca para levar as crianças menores ao banheiro, quando se fizer necessário, bem como trazê-las no início das atividades e buscá-las no final das mesmas.
Projeto idealizado, elaborado, implantado e executado por:
HULDA RACHEL ROCHAEL - Professora do IBC
MARIA MONTEIRO DRUMOND POYARES - Fonoaudióloga do IBC