Sady Cardoso de Gusmão
Advogado, jurista, escritor e professor, Sady Cardoso Gusmão nasceu no dia 3 de abril de 1901 na cidade de Lapa, no Paraná, filho de Antônio Cardoso de Gusmão e Emília Sampaio de Gusmão. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, em 1924. Em 1930, foi nomeado diretor do Instituto Benjamin Constant, onde serviu por dois mandatos, até o ano de 1938.
A gestão
Em 1932, mandou instalar aparelhos de rádio com fins educativos e de recreação do Instituto, que contava à época com 141 alunos internos. O material de ensino é todo renovado. É nesse ano que o Instituto começa a oferecer o curso de massagem e de radiotelegrafia.
Em 1933, instala-se o Museu do IBC. São feitas obras de adaptações no jardim de infância passa por adaptações, além de uma grande reforma nas instalações elétricas e hidráulicas.
No dia 18 de junho de 1936 é inaugurado um órgão de fabricação nacional, em madeira, adquirido por sua administração. Montado no Salão de Honra, localizado no 3º pavimento da ala frontal, o instrumento apresenta uma excelente sonoridade, segurança na execução, além de beleza estética.
Em 14 de junho de 1937 o Ministério da Educação e Saúde é autorizado a vender os títulos financeiros pertencentes ao IBC e ao INES para investir os recursos levantados na remodelação se seus prédios. No mês seguinte o Instituto interrompe as atividades escolares por sete anos para realizar as obras de reforma e ampliação do prédio, dobrando a área construída do prédio. Apenas as atividades técnicas e administrativas são mantidas. No dia do aniversário do Instituto, 17 de setembro, são entregues os certificados de conclusão de cursos aos alunos que, nos próximos sete anos, teriam que procurar outras instituições para prosseguirem os estudos, como o Instituto São Rafael, em Minas Gerais, e Padre Chico, em São Paulo.
No dia 10 de fevereiro de 1938, Sady Gusmão passa a direção do IBC ao médico João Alfredo Lopes Braga e ingressa na Justiça do Distrito Federal, por decreto, para ocupar o cargo de juiz da 7ª Pretoria Criminal, onde fica até 1940, quando é transferido a pedido e nomeado juiz da para a 8ª Pretoria Cível. Em 1947 o juiz é removido para a 1ª Vara de Órfãos e Sucessões.
Em 1952 foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, onde viria a ser eleito corregedor para o período de 1959–1960, o mesmo período do seu mandato como primeiro presidente da Associação dos Magistrados do Distrito Federal.
Ao longo de sua vida profissional, Sady Gusmão dedicou-se à escrita de livros de direito que até hoje são referência, em especial na área de sucessões. Dentre suas principais obras estão: Das contravenções penais; Vocação hereditária e descendência; e dos crimes em matéria de falência e seu processo. Faleceu em dezembro de 1965, aos 64 anos de idade.
Em sua homenagem a Travessa Domingos Teodomiro, no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, foi rebatizada em 1969 como Rua Desembargador Sady de Gusmão.
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Referências:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. A magistratura e o cenário urbano carioca. Museu da Justiça do Rio de Janeiro. Rj, 2016.
GUERREIRO, Patrícia (Coord). Instituto Benjamin Constant: 150 anos. Rio de Janeiro: Fundação Cultural Monitor Mercantil, 2007.