Ophélia Guimarães
A primeira mulher a dirigir o IBC foi a engenheira e psiquiatra Ophélia Guimarães, estudiosa das questões neurológicas ligadas à pedagogia. Era também servidora do MEC, onde trabalhou como assistente da Direção de Ensino Secundário.
Ficou menos de dois anos no cargo. Durante sua gestão foram criadas as Seções de Cursos e de Radiodifusão, esta última subordinada ao Curso Profissional.
Foram regulamentados também os cursos de formação de professores e o de inspetores de alunos. Contando com a coorperação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), os cursos são abertos a professores de todas as regiões do Brasil com o objetivo de formar multiplicadores dos conhecimentos passados na formação sobre a educação de pessoas com deficiência visual.
Em 1953 é fundado o Grêmio Estudantil Benjamin Constant, sendo o seu primeiro presidente o aluno Jessé Ambrósio dos Santos.
Foi na sua gestão que o Parecer do Conselho Nacional de Educaão, exarado no Processo de Nº 11.580/52, autorizou o ingresso de estudantes cegos no ensino superior, recomendando que os exames vestibulares e as provas, durante o ano letivo fossem feitos em máquinas de datilografia. Edison Ribeiro Lemos, ex-aluno do ginásio do IBC e um dos três cegos a concluir o ensino médio no Brasil, ingressa então no curso de Geografia e História da Universidade Federal Fluminense, concluindo-o com êxito em 1956, como o primeiro cego a cursar o ensino superior no Brasil.
Outro fato histórico ocorrido na curta gestão da diretora foi a visita ao IBC de uma das personalidades mais eminentes do mundo na época, a escritora surdocega Helen Adams Keller. No dia 4 de maio de 1953 ela fez uma conferência no auditório do Instituto, com tradução simultânea do prof. José Espínola Veiga.
Em 25 de novembro, Ophélia Guimarães deixou o cargo a pedido, segundo ela por problemas de saúde, sendo substituída por Henrique Fraenkel Beviláqua.