Eduardo Pinto de Vasconcellos
Bacharel em direito, que trabalhava como delegado de polícia do 13º distrito policial da Guanabara, então capital federal, da qual não se tem outras informações a não ser as pequenas notas e notícias dos jornais da época. De acordo com o Diário Carioca, que fazia forte oposição ao governo do presidente Arthur Bernardes (1922-1926), Eduardo Pinto Vasconcellos havia sido nomeado diretor do IBC por indicação do então vice-presidente da República, Estácio Coimbra. Sabe-se apenas que fez reformas físicas na instituição e, em 1929, nomeou o filho, Eduardo Pinto Vasconcellos Filho como médico substituto durante o impedimento do profissional da casa, o Dr. João Pedro Costa.
Foi uma gestão tumultuada, marcada por confusões entre o diretor e alguns funcionários da casa. De acordo com os jornais de maio de 1929, em uma delas, Eduardo Vasconcellos teria punido disciplinarmente, com suspensão, dois professores do Instituto - Vicente Cernittiari, violinista de renome, e Luiz Cândido Figueiredo - por ambos terem subido a escada do hall do IBC com os respectivos chapéus na cabeça. Este foi o estopim para que uma série de denúncias contra o diretor viesse à tona. O IBC passou mais de um ano sendo citado nas páginas policiais dos principais jornais do país, com as acusações mais diversas contra o diretor, como desvio de dinheiro, de alimentos destinados aos alunos para si e sua famílias, uso de notas de compras falsas para justificar gastos não feitos. À esta denúncia se somou outra, mais grave, de que o diretor atentaria ao pudor das alunas cegas.
Foi formada uma comissão de sindicância que considerou as denúncias procedentes. O diretor foi exonerado enquanto que a Comissão de Correição Administrativa, já do governo de Getúlio Vargas, examinava o caso para determinar as medidas punitivas. A defesa de Eduardo Pinto argumentou que: o uso de alimentos pelo diretor e sua família, residentes no IBC, apesar de não estar prevista no regimento, era uma praxe em administrações anteriores e que o desvio do dinheiro foi feito para atender a despesas do próprio Instituto que não estavam previstas. Os procuradores que faziam parte da comissão decidiram que a demissão do diretor era punição suficiente, tratando os mal-feitos administrativos como irregularidades. Quanto à denúncia de atentado ao pudor, foi decidido encaminhar o processo à justiça comum (foto à esquerda), cujo desfecho não é conhecido.