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RECONHECIMENTO
Projeto de alunos do IBC recebe prêmio Paulo Freire da Alerj
A solenidade de premiação foi realizada nesta segunda-feira (12/12), na Capela Ecumênica da UERJ (Maracanã) e é uma iniciativa da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O trabalho foi desenvolvido com estudantes do oitavo ano do Ensino Fundamental, sendo um com baixa visão e três cegos (dois meninos e uma menina), com idades variando de 14 a 18 anos. Os alunos Pedro Henrique Ribeiro de Almeida Pinto, Mayara Cristina Silva Sanches, Brendhell Renan Rodrigues da Silva Costa e Francisco Ryan Alves Rodrigues produziram 14 telas táteis, que recontam o romance de Graciliano Ramos. O material foi exposto no Teatro do IBC, durante o evento que marcou o Centenário da Semana de Arte Moderna (19/10).
“O objetivo principal foi trabalhar o gênero textual romance, o que traz certa dificuldade em uma turma de oitavo ano, por conta da complexidade característica deste gênero. A complexidade aumenta quando os livros precisam ser lidos em braille ou em tinta ampliada por alunos deficientes visuais”, explicou a professora de Língua Portuguesa, Marcele Lopes, idealizadora e coordenadora do projeto.
O projeto - Iniciado em agosto de 2022, o projeto foi dividido em etapas. Primeiramente, a professora levou os alunos até a sala de artes para pintaram as telas com tinta guache. Em seguida, os alunos foram apresentados ao livro Vidas Secas em audiolivro e foram incentivados a produzir um pequeno texto ampliando um determinado trecho do romance.
Depois de conhecerem o enredo e as principais características das personagens, os alunos foram planejando, juntamente com a professora, o que seria recontado em cada tela – uma para cada um dos 13 capítulos. Para isso, utilizaram materiais como EVA, feltro, linhas, palitos, embalagens, tecidos, brinquedos pequenos etc, permitindo que os alunos tocassem e sentissem as texturas, formatos e tamanhos.
Os alunos acompanhavam todas as atividades recontando a história, falando das personagens, reconhecendo os materiais utilizados, sugerindo ideias de posicionamento dos objetos colados, e conferindo com o tato se o sentido proposto estava atingido em cada tela. Por fim, os alunos subiram ao palco do Teatro Benjamin Constant para apresentar a exposição Vidas Secas em Telas. Eles recontaram a história no microfone para o público, que pode conhecer os quadros expostos no corredor do teatro.
Os quadros serão expostos na biblioteca central do Instituto Benjamin Constant em breve e a turma será convidada a realizar uma atividade de mediação entre o público e as obras expostas na biblioteca. A proposta é que ocorra uma roda de leitura sobre o romance Vidas Secas com a presença da turma que acompanhará outros alunos na interação com os quadros.
O prêmio - Em sua 3ª edição, foram selecionadas 41 iniciativas promovidas por profissionais de educação de escolas e universidades da rede pública de ensino em áreas como Comunicação, Sustentabilidade e Ciências. A iniciativa contempla 11 categorias: Projeto Político Pedagógico, Educação Especial, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Jovens e Adultos, Ensino à Distância, Educação Popular, Ensino Técnico, e Educação do Campo.
A escolha dos projetos ficou a cargo de uma banca plural de avaliação, composta por nove integrantes: três indicados pela comissão; um do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe); um da União de Professores Públicos no Estado do Rio de Janeiro (UPPES), um representante do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN); um indicado pela União Estadual dos Estudantes Secundaristas (UEES); um outro pela Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (AERJ) e um último pela União Nacional de Estudantes (UNE).