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QUALIFICAÇÃO
IBC capacita profissionais de todo o Brasil
Professora Geni de Abreu ministra o curso de Braille para profissionais da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), campus de Barreiras
Além de ser referência na educação de pessoas cegas e de baixa visão, o Instituto Benjamin Constant também é reconhecido como modelo na formação de educadores que irão lidar com esse público. Não à toa, os cursos institucionais externos, promovidos pela Divisão de Extensão e Aperfeiçoamento (DEA), do Departamento de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão (DPPE), são procurados por universidades, institutos federais de educação, secretarias municipais e estaduais de educação de Norte a Sul do país.
Além da formação individual do participante, os cursos visam ainda promover o debate interno sobre a inclusão educacional e/ou social da pessoa com deficiência visual, estimulando mudanças positivas na cultura organizacional. O fator econômico também é determinante: “No caso dos cursos presenciais, pode ser mais vantajoso financeiramente arcar com as despesas de deslocamento do profissional do IBC até a instituição, para formar no mínimo dez pessoas, do que arcar com o deslocamento de um único profissional até o Rio de Janeiro. Atualmente, o Instituto disponibiliza também cursos nos formatos remoto e híbrido, oferecendo outras opções para as organizações”, explica Jeane Gameiro Miragaya, da Divisão de Extensão e Aperfeiçoamento.
Qualquer instituição pode participar do processo seletivo. No entanto, instituições públicas de ensino terão prioridade no atendimento, sendo observada ainda a ordem de chegada do formulário de inscrição. É importante leitura atenta das Orientações Gerais para Instituições - ano 2024
Nesses primeiros seis meses, o IBC esteve presente em Goiás, na Bahia, além de cidades fluminenses, como Nova Iguaçu, Cabo Frio e Caxias. Em junho, profissionais da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), campus de Barreiras, receberam o curso do Sistema Braille. A atividade foi organizada pela Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assuntos Estudantis e reuniu servidores da Universidade e do Instituto Federal. Na opinião do vice-reitor, responsável pela pasta, professor Antonio Oliveira, a iniciativa teve como proposta promover e fortalecer as ações da universidade na perspectiva da educação inclusiva.
Tamila Marques, professora da UFOB e uma das participantes do curso, ressaltou a importância da capacitação: “Ser docente inclusivo é mais do que um desafio profissional, é ter sensibilidade para realizar estratégias didáticas e auxiliar nossos estudantes”. Para Janinne Pires Farias, aluna do mestrado da UFOB, o curso teve um significado ainda maior. “Para mim, que sou surdocega, a capacitação foi uma demonstração de que a universidade está se movimentando em prol da inclusão. Me sinto mais acolhida e com um sentimento de pertencimento”, afirmou.
A experiência também é muito rica para os professores do IBC. Geni Pinto de Abreu, por exemplo, é professora veterana e admite que atuar na formação profissional é duplamente especial: primeiro, por levar o Sistema Braille ao máximo de cidades e profissionais, visando escolarização, independência, socialização, inclusão, profissionalização das pessoas cegas em todos os espaços. E, segundo, por permitir conhecer melhor as realidades vivenciadas por cada instituição, e sempre que possível, buscar encontrar soluções viáveis.
“Os cursos me trazem uma renovação profissional. E, independentemente de onde ocorram, sejam nas dependências do IBC ou em qualquer outra cidade, a alegria e a satisfação são sempre as mesmas. Tenho sempre a impressão de contribuir um pouco, mesmo que de longe, com essas pessoas cegas que vão, em algum momento, receber os ensinamentos que transmiti a seus professores e demais profissionais do local onde frequentam”, concluiu.