Notícias
ANIVERSÁRIO
Hoje é o Dia Nacional do Braille
Recém-chegado da França, onde havia aprendido o código braille no Instituto dos Meninos Cegos de Paris, José Álvares chamou para si o desafio de alfabetizar o maior número de cegos que conseguisse. Foi assim que, aos 16 anos, ele se tornou o primeiro professor de braille do Brasil.
Além de ensinar, o jovem passou a escrever artigos para jornais e a fazer um verdadeiro lobby entre as elites política e intelectual do Rio de Janeiro, então capital federal, para a implantação de uma instituição semelhante àquela em que estudou.
Por intermédio do pai de uma aluna, o médico Xavier Sigaud, José Álvares conseguiu ser recebido pelo Imperador D. Pedro II, que ficou impressionado com a apresentação do rapaz, a ponto de mandar providenciar os estudos para a construção da escola. "O resto é história; uma história muito bonita da qual, nós, do Instituto Benjamin Constant, nos sentimos honrados de fazer parte", disse o diretor-geral do IBC, João Ricardo Melo Figueiredo.
De 1854, ano de fundação do IBC, até hoje, muita coisa mudou no mundo e no Brasil. "Hoje, as pessoas com deficiência visual têm toda uma tecnologia à disposição para tornar o mundo mais acessível; mas especificamente para os cegos, o braille é e sempre será a base sem a qual ele não conseguirá progredir na vida acadêmica e se inserir na sociedade", completou o diretor.
O Programa Nacional do Livro Didático Acessível
Da última comemoração à data até hoje, a disponibilização de livros didáticos em braille para os estudantes cegos brasileiros foi ampliada de forma expressiva por meio do Programa Nacional do Livro Didático Acessível (PNLD/Acessível), do Ministério da Educação.
Só no ano passado foram distribuídos 28.743 exemplares de 362 obras produzidos em braille e também com caracteres em tinta ampliados, para serem usados por cegos e pessoas com baixa visão. Esta foi a primeira vez que alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental tiveram acesso a este material adaptado.
Os livros em braille-tinta do PNLD Acessível permitem que tanto as famílias como os professores possam acompanhar o que o estudante que utiliza o braille está lendo, além de garantirem que os alunos cegos tenham acesso ao mesmo conteúdo do material didático utilizado pelos colegas videntes. A distribuição dos exemplares é feita tendo como base o número de matrículas que consta no Censo Escolar do ano anterior. Os livros acessíveis não são consumíveis, portanto podem ser utilizados por outro estudante no ano seguinte.
Neste ano, o MEC ampliou a oferta para todas as séries do ensino fundamental e está trabalhando na avaliação e entrega de 10.776 livros (em 286 obras) para estudantes do sexto ao nono ano. "O Instituto Benjamin Constant foi chamado a participar da avaliação das obras produzidas e impressas pelas editoras, juntamente com os Centros de Apoio Pedagógico para Atendimentos às Pessoas com Deficiência Visual (CAPS), para que a qualidade do material disponibilizados aos alunos cegos e com baixa visão melhore a cada edição".