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Gabriela Vansan
#Audiodescrição: Card foto de Gabriela Vansan. Na margem superior central, em letras verdes, brancas e amarelas, texto: "Instituto Benjamin Constant, mulheres e meninas na ciência, "Eu sempre tive a intuição da experiência, mas o método científico me deu o embasamento teórico para a prática", Gabriela Vansan, atriz, pedagoga, audiodescritora e pesquisadora". #PraCegoVer #PraTodosVerem
Gabriela Vansan foi aluna da primeira turma do Mestrado Profissional em Ensino na Temática da Deficiência Visual, do Instituto Benjamin Constant. Sob a orientação da professora Fabiana Alvarenga Rangel, defendeu a dissertação “Audiodescrição na prática docente – O papel do(a) educador(a) na leitura do mundo”, em dezembro do ano passado. Atualmente, participa do grupo de pesquisa “Alfabetização, Linguagem e Processos de Aprendizagem na Deficiência Visual”.
Sua relação com a pesquisa surgiu meio por acaso. Depois de se formar em Artes Dramáticas, pelo Senac, integrou a Cia Teatral Boccaccione, de Ribeirão Preto, onde dava aulas de teatro e artes para alunos da periferia. “Por conta dessa experiência, decidi fazer o curso de Pedagogia e me preparar melhor para a sala de aula”, recordou.
Depois, surgiu a oportunidade de gravar livros falados para a Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e Região (Adevirp), pelo Projeto Vozes e Pontos. E lá também atuou como professora de apoio, no contraturno, dando suporte aos estudantes com deficiência visual de várias idades. “Orientando os alunos nas tarefas de biologia, por exemplo, percebi que eles não tinham ideia de como eram os principais órgãos do corpo humano. Passei a descrevê-los, fazendo comparações com objetos que eles conheciam”, explicou.
A partir dali, Gabriela se interessou pela audiodescrição e teve seu primeiro contato com o Instituto Benjamin Constant. “Fiz cursos livres de audiodescrição e uma pós pela PUC Minas. Mas senti que precisava me aprimorar mais e ingressei no programa de mestrado profissional do IBC. Criei, como prática da minha pesquisa, uma oficina de formação de professor em audiodescrição didática que entrou como formação em serviço dos professores estaduais de Ribeirão Preto e Região.”
Hoje, Gabriela trabalha na assistência pedagógica para alunos cegos, no Colégio Marista Champagnat, em Ribeirão Preto, e articula a implementação do primeiro espetáculo teatral com audiodescrição da Companhia Boccaccione. “Fui me aproximando desse universo da pessoa com deficiência visual e me apaixonei. Gosto muito do que faço”.
Questionada sobre a importância da ciência na sua trajetória, ela foi enfática: “Eu sempre tive a intuição da experiência, mas o método científico me deu o embasamento para a prática. Sem o estudo e a pesquisa, não é possível analisar a prática. Com o mestrado e o grupo de pesquisa, pude basear o meu “feeling” em bases mais sólidas, em argumentos conceituais. Enfim, me sinto mais madura e mais segura como profissional”, concluiu.