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INCLUSÃO
Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual
Card, fundo homem negro com bengala longa na cor vermelha, caminha em rua. Texto "Instituto Benjamin Constant, 13 de dezembro, dia nacional da pessoa com deficiência visual,
O Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, celebrado em 13 de dezembro, foi criado em 1961 pelo então presidente Jânio Quadros, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre os direitos e as necessidades das pessoas com deficiência visual. Inicialmente, a data era chamada de Dia do Cego, mas, com o tempo, o termo foi ampliado para Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, de modo a incluir também aqueles que enfrentam dificuldades relacionadas à baixa visão, e não apenas a cegueira completa. Atualmente, no dia 13 de dezembro, é importante pensarmos também no grupo de pessoas com deficiência múltipla sensorial visual e grupo de pessoas com surdocegueira; esses grupos nos últimos anos, vêm crescendo bastante; cotidianamente apresentam especificidades que precisam ser respeitadas e muito bem trabalhadas.
Esse dia não é apenas uma celebração, mas também um momento importante para a reflexão sobre a inclusão, acessibilidade e os desafios que nós enfrentamos no dia a dia. A deficiência visual é uma condição que atinge milhões de brasileiros, e o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual serve para lembrar a importância da eliminação de barreiras físicas, sociais e culturais que dificultam a nossa plena participação em todos os ambientes da sociedade.
Ao longo dos anos, o país tem avançado em termos de políticas públicas para garantir o direito à acessibilidade, educação, saúde e empregabilidade de pessoas com deficiência visual. A criação de leis, como a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015), tem sido fundamental para garantir que possamos viver, de maneira independente, autônoma e com maior dignidade.
Entretanto, ainda existem muitos desafios a serem superados. A falta de recursos humanos, bem preparados, visando maior qualidade nas formações necessárias, independentemente de faixa etária, etapa escolar, formação profissional ou condição financeira; a escassez de tecnologia assistiva, acessível financeiramente a pessoas com deficiência visual mais pobres, já que importar praticamente tudo, é extremamente caro; ausência de incentivos governamentais a produção brasileira de equipamentos acessíveis, com intuito de oportunizar a um número bem maior de brasileiros, acesso a produtos tecnológicos cada vez mais modernos; e o preconceito social são alguns dos obstáculos enfrentados. A conscientização sobre as diferentes formas de deficiência visual, é essencial para que possamos trabalhar em um futuro mais inclusivo.
Portanto, o 13 de dezembro é uma data de comemoração, mas também de reflexão. É uma oportunidade para todos nós pensarmos em como podemos contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e acessível onde as pessoas com deficiência visual tenham a possibilidade de viver de forma plena e com igualdade de oportunidades, seja no trabalho, no lazer, na saúde, na educação ou em quaisquer outros movimentos sociais.
O Dia Nacional de Luta da Pessoa com deficiência visual é um tributo à força, à resiliência e ao brilho de quem ressignificou a história da pessoa cega e a pessoa com baixa visão; trouxe representatividade aos que chegaram e, abriram espaços para aqueles que ainda estão por vir. Nós, pessoas com deficiência visual transformamos, atuamos, protagonizamos! Estamos em todos os ambientes, fazendo acontecer, lembramos que somos pessoas, portanto, é fundamental que sejamos ouvidos sempre.
Famílias, amigos, cuidadores e organizações são fundamentais nessa jornada. Juntos:
Construímos um mundo mais plural.
- Garantimos direitos.
- Promovemos acessibilidade.
- Abraçamos a diversidade.
Homenagem a todas as pessoas com deficiência visual, que trabalham incansavelmente pelo direito a terem suas vozes ouvidas.
João Eterno de Castro Nascimento (Licenciado em História, desempenha função de Revisor de Textos Braille no IBC desde 2017).
Geni P. de Abreu (Professora do Sistema Braille no IBC desde 2014, coordenadora da Revisão de Textos Braille desde 2016).