Comunidade do IBC perde atleta premiada na natação

Durante aproximadamente 10 anos, Eliane treinou na piscina do Instituto Benjamin Constant, com o acompanhamento dos professores Ramon Pereira de Souza, Regina Katia Cerqueira Ribeiro, Soraia Cabral. Representando o IBC, ela competiu em diversos torneios para pessoas com deficiência, inclusive tendo carregado a tocha nos Jogos Parapan-Americanos do Rio, realizados em 2007. Nos últimos anos, longe das piscinas, Eliane participava das atividades do Centro de Convivência, na Reabilitação do IBC.

Sua trajetória no esporte teve início quando ainda era criança e vidente. Incentivada pelo avô, que não queria deixar os netos à toa nas ruas da Barreira do Vasco, onde moravam, eles passaram a nadar no Clube de Regatas Vasco da Gama. Aos onze anos, tornou-se campeã carioca e brasileira. Mais tarde, competindo pelo Vasco da Gama, foi a primeira mulher negra a vencer o campeonato sul-americano.

Como integrante da seleção brasileira de natação, participou dos Jogos Pan-Americanos de 1967, realizados em Winnipeg (Canadá), onde ganhou medalha de bronze, e dos Jogos Pan-Americanos de 1971, em Cáli (Colômbia), nos 100 m nado de peito.

Formou-se em Educação Física pela UERJ, foi professora no Parque Aquático Júlio Delamare e competiu durante anos, em torneios estaduais, nacionais e mundiais, tendo como especialidade o nado peito. Em 2004, aos 52 anos, foi atropelada por uma bicicleta e sofreu descolamento de retina. Com o quadro agravado por diabetes, Eliane perdeu a visão, mas logo depois voltou às piscinas. Em 2006, aos 54 anos, disputou o seu terceiro Pan nas provas de B1.

No último sábado (1/7), a carioca Eliane completou 70 anos. A festa para comemorar a data foi adiada devido a problemas de saúde. O IBC se solidariza com familiares - três filhos e três netos - e amigos dessa atleta e mulher que superou preconceitos e barreiras.