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I FLI - IBC 170 anos
Ciclo de mesas-redondas fecha com (mais) debate sobre literatura e diversidade
No palco do Teatro Benjamin Constant, os integrantes da mesa-redonda 9 da I FLI: Marlíria Cunha; Mariana Reis (mediadora); Marcelo Natividade e Lúcia Poletti
No transcorrer da I Feira Literária Inclusiva foram formadas nove mesas-redondas, com a participação de 29 especialistas de diferentes assuntos e áreas do conhecimento.
Logo na primeira formação, se fez presente a preocupação com o ensino da ferramenta da Literatura, que é a Língua Portuguesa. Ecoava no Teatro Benjamin Constant as palavras, os termos, as ideias, as questões: Norma Padrão; Língua Culta; Português Arcaico; variações da Língua; processo de letramento oficial; o clítico está sumindo das vozes; o acolhimento do todEs; gramática do cotidiano; linguagem dos Poetas Românticos; intenção de ferir a Língua é estilo; entre outros.
A lição entremeada em tudo que foi dito, está assim no discurso de Conceição Evaristo: “os educadores devem ter o cuidado de não julgar a diversidade como erro, tudo que é diverso não pode ser lido como sinal de menos”. Nesta mesma sessão, foi lida a crônica Duas pontas de um só fio, de Heloisa Seixas, que narra o encontro, no atravessar da rua, da criança dependente da mãe e o senhor idoso que sente os anos no caminhar difícil. “Há naquele encontro qualquer coisa de absoluto, como se os dois fossem as pontas do imenso e intrincado fio que compõe a humanidade inteira. Um fio áspero e suave, a um só tempo feito de seda e sisal”.
Assim como o fio do texto de Seixas, as mesas se tramaram num cordão de informações e experiências construído durante os dias e atividades da I FLI do IBC. Na segunda mesa, o tema abordado foi "Língua portuguesa do Brasil e a Academia Brasileira de Letras: história e perspectivas", que contou com a presença de Ricardo Cavalieri e Domício Proença Filho. Ricardo, é escritor, professor e membro da Academia Brasileira de Filologia. Um dos maiores filólogos do país, apresentou um panorama sobre a cultura da língua e da literatura nacional. "A língua é um fator de integração social e nacional. Serve não apenas como meio de comunicação, mas também como um veículo de cultura, identidade e valores", refletiu. Na sequência, Domício Proença, crítico literário, poeta, romancista, ensaísta, antologista, filólogo e professor, falou sobre a presença do negro na literatura brasileira e seus fenóticos discriminativos, apresentando trechos literários de grandes nomes da literatura brasileira, como Machado de Assis, Jorge de Lima, Luiz Gama, Eduardo de Assis, entre outros.
A Literatura Acessível foi tema da conversa com Luciana Arruda, Hylea Vale, Eduardo Cardoso (UFRGS) e Rachel Maria Moraes. Os palestrantes abordaram questões como livro tátil, adaptação de livros, livro multiformato e a importância do braile para o letramento de pessoas cegas. A literatura indígena, periférica e cigana foi discutida na mesa “Literatura e diversidade”, que contou com a participação de Cristino Wapichana, Ivan Costa e Jucélio Fernandes. Uma outra mesa, formada por Marcelo Natividade, Lúcia Poletti Silva e Marlíria Flávia Cunha, também abordou o mesmo tema, sob a ótica da arte e da representatividade LGBTQIAPN+
Na mesa “Nada sobre nós sem nós”, Carla Maria de Sousa, Xawdrê e Carla Souza falaram sobre representatividade das pessoas com deficiência em todos os espaços. “Ações para inclusão no Brasil contemporâneo” foi o tema do encontro entre Antonio José Ferreira, diretor de Relações Institucionais da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Sônia da Costa, diretora de Tecnologia Social, Economia Solidária e Tecnologia Assistiva do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Milton Filho, coordenador-Geral de Tecnologia Assistiva do MCTI.
As mesas-redondas oferecidas: