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Dia Mundial da Vida Selvagem: Ibama combate o tráfico de animais e apreende 1.342 armadilhas de captura
Brasília (03/03/2016) – Na semana do Dia Mundial da Vida Selvagem, o Ibama apreendeu 1.342 armadilhas e redes de neblina em seis Estados, com a aplicação de R$ 286,6 mil em multas.
De uso restrito por pesquisadores, as redes de neblina são vendidas em lojas e na internet. Com este tipo de armadilha, os traficantes capturam os pássaros com facilidade em quantidade maior. O objetivo da operação Boca de Lobo era reprimir a venda de redes de neblina e outras armadilhas.
Entre os alvos, foram autuados dois criadores cadastrados no Sispass, o Sistema de Gestão dos Criadores Amadoristas de Passeriformes. Com os infratores foram encontradas redes de neblina. A aquisição de anilhas adulteradas permitiria a inserção das aves no Sispass com aparência de legalidade.
“As redes de neblina, que sempre foram usadas para fins científicos, têm se disseminado como instrumento do tráfico na captura de animais silvestres. O Ibama vai estender a operação a todos os Estados" disse o coordenador de Operações de Fiscalização, Roberto Cabral. O Ibama também coibiu o comércio de redes pela internet. A venda é proibida pelo Código de Fauna (Lei 5.197/67), em seu artigo 3°. “É proibido o comércio de espécies da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha”, diz o texto legal.
O Dia Mundial da Vida Selvagem (3/3) foi criado em assembleia da ONU para promover a reflexão sobre a relação do homem com espécies silvestres e a sua conservação. No Brasil, as Listas Nacionais Oficiais de Espécies Ameaçadas de Extinção mostram que 1.173 espécies da fauna e 2.113 da flora correm o risco de desaparecer.
No período de 2010 a 2014, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama receberam 261.091 animais. Em média, 52.218 por ano. A maioria, aves (79,3%). Os Cetas são responsáveis por receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e dar destinação aos animais silvestres.
Dados do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) apontam que 475 milhões de animais silvestres morrem, por ano, atropelados nas rodovias do País, cerca de 15 por segundo. Pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves de menor porte aparecem à frente nas estatísticas, somando 90% dos atropelamentos. O restante se divide em animais de médio porte, como macacos e gambás (cerca de 40 milhões), e de grande porte, como antas, lobos e onças, (5 milhões).
O Ministério do Meio Ambiente publica nesta semana uma série de reportagens relacionadas ao Dia Mundial da Vida Selvagem. Uma delas conta a história dos irmãos Sinvaldo e Sandovaldo, servidores do Ibama no Piauí que usam educação ambiental no combate ao tráfico de animais silvestres. Outra aborda a inauguração de uma trilha para ciclistas no Parque Nacional de Brasília, com duchas especiais para atletas no fim do percurso. Recentemente, uma onça fotografada no local conseguiu cerca de 100 mil visualizações nas redes sociais em apenas dois dias, fato que também foi noticiado pelo MMA.
Fotos: Banco de Imagens do Ibama
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