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Sócio e gerente de serrarias são presos em fiscalização do Ibama no Maranhão
Imperatriz (26/10/2015) - O trabalho de fiscalização realizado paralelamente à Operação Awá, que combate incêndios florestais na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão, resultou no embargo, neste sábado (24/10), de duas serrarias que usavam madeira de origem ilegal no município de Arame (MA).
Duas pessoas foram presas e encaminhadas à Polícia Federal (PF).
A análise do Documento de Origem Florestal (DOF) levou a equipe de fiscalização do Ibama a concluir que a madeira utilizada pela empresa JCS Laurindo não tinha origem no plano de manejo indicado, que está inativo. O gerente da serraria disse desconhecer a origem da madeira e não apresentou o DOF nem a nota fiscal do produto. Os agentes ambientais federais inutilizaram 24,75 metros cúbicos de madeira (quantidade que encheria dois caminhões) e aplicaram multa no valor de R$ 7.425,00. O gerente da empresa foi conduzido à delegacia da PF em Imperatriz (MA).
Na serraria WR Santos Madeiras, a fiscalização encontrou 57,35 metros cúbicos de toras (cerca de 5 caminhões), também sem DOF. Dez fornos a carvão que já haviam sido embargados pelo Ibama há dois anos estavam em operação e foram destruídos. A madeira apreendida ficará em um depósito até que seja decidida sua destinação final. Os equipamentos da serraria foram lacrados. Um dos sócios da empresa foi conduzido à delegacia da PF em Imperatriz. A WR Santos Madeiras foi multada em R$ 17.205,00 pela madeira ilegal e também recebeu autuação no valor de R$ 61.000,00 pelo uso dos fornos embargados.
Há dez dias, uma equipe de fiscalização do Ibama foi atacada a tiros por criminosos que roubavam madeira da Terra Indígena Arariboia, no município de Arame. O agente ambiental Roberto Cabral, que coordenava a operação, foi baleado no braço direito. A tentativa de homicídio é investigada pela PF. Após o atentado, as ações de combate à extração ilegal de madeira foram intensificadas. Madeireiros são apontados como responsáveis pelo incêndio florestal, que já atingiu cerca de 45% da reserva.
Na última quinta-feira (22/10), a presidente do Ibama, Marilene Ramos, e o diretor de Proteção Ambiental do instituto, Luciano Evaristo, foram à reserva Arariboia e reuniram-se com lideranças indígenas. "As operações de combate aos madeireiros vão continuar. Quem for encontrado no interior da Terra Indígena roubando o patrimônio da União será preso e perderá todos os seus equipamentos", disse Evaristo.
Além das ações de fiscalização, o Ibama atua no combate ao incêndio com 253 pessoas, três helicópteros e duas aeronaves. Neste fim de semana, o governo do Maranhão enviou outros dois helicópteros para auxiliar o trabalho. Coordenada pelo Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), a Operação Awá tem o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Exército, do Ministério da Saúde, do Corpo de Bombeiros e do Grupo Tático Aéreo da Secretaria de Segurança do Estado. O representante da Funai, Renildo Carneiro Santos, destacou os prejuízos ao modo de vida e à organização social do povo Tenetehara, além da ameaça aos grupos Awá-Guajá, que vivem em isolamento voluntário no interior da reserva Arariboia.
O Documento de Origem Florestal (DOF) é uma licença obrigatória para o controle do transporte de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal. Instituído pela Portaria n° 253, de 18 de agosto de 2006, do Ministério do Meio Ambiente, o documento deve acompanhar a madeira e seus eventuais subprodutos, da origem ao destino final.
Tiago Costa
Assessoria de Comunicação do Ibama
(61) 3316-1015