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Seminário debate causas e consequências da supressão da vegetação nativa no bioma Pampa
Brasília (06/05/2024) - O bioma Pampa, que perdeu mais da metade da sua área de cobertura nativa nos últimos 35 anos, foi tema do I Seminário Técnico-Científico sobre as Causas e Consequências da Supressão da Vegetação Nativa no Pampa.
O evento, promovido em 24 de abril, em Porto Alegre, pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), faz parte do Programa de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas no Brasil (PPCD), que visa reduzir os índices de desmatamento em todos os biomas brasileiros.
A iniciativa, que envolve 19 ministérios e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de outros órgãos convidados, pretende estabelecer Subcomissões Executivas para construção dos Planos de Prevenção e Controle do Desmatamento para cada bioma brasileiro.
O Pampa ocupa apenas 2,1% do território brasileiro, no estado do Rio Grande do Sul (RS), é o segundo menor bioma do Brasil, mas nele são encontrados 9% da biodiversidade do país. De acordo com estudo recente, que reuniu mais de 120 pesquisadores de 70 instituições de pesquisa, são mais de 12.500 espécies conhecidas, entre plantas, animais, fungos e bactérias.Atualmente, no Pampa, 622 espécies estão classificadas como “Criticamente em Perigo de Extinção”, “Em Perigo ou Vulnerável” em pelo menos uma das esferas de avaliação. E um total de 23 espécies já foram consideradas extintas no bioma, a maioria (17) plantas, segundo dados do MapBiomas (iniciativa do Observatório do Clima, rede de entidades ambientalistas da sociedade civil brasileira que discute o aquecimento global).
A maior ameaça tem sido a conversão dos campos nativos em monoculturas de soja e silvicultura (eucalipto e pinus), que vêm ganhando espaço frente à pecuária, atividade econômica tradicional praticada no estado.
De acordo com a superintendente estadual do Ibama, Diara Maria Sartori, a construção do Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento e Supressão da Vegetação Nativa do Pampa é uma ação prioritária, não só para a autarquia como para a sociedade. É fundamental ainda para o equilíbrio dos ecossistemas, uma vez que o Pampa possui os menores índices de unidades de conservação e os maiores percentuais de conversão de campos nativos e perda de remanescentes (área com vegetação nativa em regeneração).
A abertura do evento, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), teve pronunciamentos do secretário executivo do MMA, João Paulo Capobianco, do diretor do Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento e Queimadas do Ministério, Raoni Rajão, da secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do estado, Marjorie Kauffmann, e do vice-diretor do Instituto de Biociências da UFRGS, Luiz Roberto Malabarba.
O Seminário foi dividido em quatro blocos e contou com nove palestrantes, entre eles os analistas ambientais do Ibama Rodrigo Dutra, com o tema “A legislação de proteção e uso da vegetação nativa no Pampa e os recentes desafios”, e Carlos Henrique Dias, que abordou os “Impactos da expansão agrícola nas abelhas nativas do bioma Pampa”.
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