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Ibama utiliza tecnologia de satélites para realizar rastreamento inédito de quelônios
Brasília (08/10/2024) – Em busca de aperfeiçoamento na conservação e no monitoramento de espécies da fauna brasileira, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do Programa Quelônios da Amazônia (PQA), iniciou o rastreamento da tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) com uso de satélites, para observar, com mais precisão, os hábitos migratórios desses animais.
Trata-se de uma alternativa já utilizada em pesquisas desenvolvidas nos tabuleiros do Embaubal, no Pará, e no rio Juruá, no estado do Amazonas, além do Projeto Tamar, que realiza o mesmo rastreamento em tartarugas-marinhas para acompanhar o ciclo de vida desses animais. No rastreamento, agora adotado no âmbito do PQA, as equipes utilizam transmissores, acoplados à carapaça dos animais, que emitem sinais captados por uma rede de satélites. Esses dados são enviados em tempo real para uma base terrestre, onde são processados e analisados, permitindo uma contínua observação das rotas migratórias.
Os transmissores usados são leves, representando menos de 5% do peso corporal do quelônio, o que garante que sua movimentação não seja prejudicada. “O uso desse dispositivo é justificado pela necessidade de se conhecer hábitos e deslocamento dos animais, para entendermos melhor as áreas com as quais os quelônios se relacionam e poder planejar ações de conservação e fiscalização”, explica Edelin Ribas, coordenadora nacional do PQA.
Dispersores de sementes
Pesquisas realizadas por especialistas acadêmicos de universidades parceiras do PQA mostram que a fêmea de tartaruga-da-amazônia pode percorrer até 400 km durante sua rota migratória entre suas áreas de alimentação e de reprodução. Durante a estação chuvosa, esses animais invadem florestas alagadas, onde se alimentam de frutos e sementes que caem na água. Já no período de seca, buscam os rios e, consequentemente, praias arenosas para desovar.
Para esse estudo, o programa do Ibama estima que o dispositivo mande os apontamentos pelo período de pelo menos um ano. Nessa primeira fase, fêmeas estão sendo rastreadas pelo satélite. A ação é essencial não apenas para a preservação das tartarugas-da-amazônia, mas também para a manutenção da biodiversidade na região da Amazônia, uma vez que a espécie desempenha um papel fundamental na dispersão de sementes e no equilíbrio dos ecossistemas aquáticos.
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