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Ibama realiza operações para combater captura ilegal de quelônios nos rios Tapajós e Xingu, no PA
Agentes do Ibama e monitores do Programa Quelônios da Amazônia patrulham as margens do rio durante a operação para combater e captura ilegal de quelônios nos rios Tapajós e Xingu, no PA. - Foto: Ibama
Belém (12/09/2024) - A Operação Tabuleiros Tapajós III, realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para combater a captura ilegal de quelônios no rio Tapajós, no Pará, percorreu mais de 800 km entre 19 de agosto e 6 de setembro, resultando na aplicação de R$ 160 mil em multas ambientais e no resgate de 16 tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa), capturadas ilegalmente para venda nos municípios próximos ao Tabuleiro de Monte Cristo. Após pesagem e identificação, os animais foram devolvidos à natureza.
As 20 ações fiscalizatórias realizadas no período foram deflagradas nos municípios de Aveiro, Itaituba e Rurópolis e contaram com o uso de um drone, que sobrevoou 128 km no procedimento de fiscalização remota. Um barco de pesca do tipo rabeta, uma rede de pesca malhadeira e diversos petrechos utilizados na captura ilegal de quelônios foram apreendidos e posteriormente inutilizados pelos agentes. Foram encontrados, ainda, cinco quelônios mortos.
A operação faz parte do Programa Quelônios da Amazônia (PQA), que integra a conservação da biodiversidade com a participação das comunidades ribeirinhas que vivem na Bacia do Rio Tapajós.
Operação Tabuleiros do Xingu
No rio Xingu, a Unidade Técnica do Instituto em Altamira (PA) atua desde julho por meio da Operação Tabuleiros do Xingu, com apoio da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), para coibir a pesca irregular e a captura de quelônios do período migratório de desova até o período de eclosão dos ovos. O patrulhamento ostensivo embarcado, diurno e noturno, tem afastado os caçadores.
Tartaruga-da-amazônia
A espécie popularmente conhecida como tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) é um quelônio de água doce que, durante os períodos de enchente, penetra as florestas inundadas em busca de alimentos. Na vazante, a espécie retorna às calhas dos rios em busca das praias arenosas para nidificação.
Nesse período a ação predatória humana se intensifica, com a caça e comercialização ilegal da espécie, uma vez que a carne e os ovos da tartaruga-da-amazônia são bastante apreciados e constituem a base de diversos pratos da culinária amazônica, além de serem utilizadas como matéria prima para cosméticos e remédios.
Devido à exploração em excesso de fêmeas adultas e ovos, entre os séculos 18 e 19, a espécie quase chegou à beira da extinção. Ao longo dos anos, várias medidas de proteção foram adotadas e, atualmente, todos os quelônios do gênero Podocnemis se encontram no Anexo II da Convenção Cites, assinada por mais de 100 países em todo o mundo, incluindo o Brasil.
A tartaruga-da-amazônia é uma espécie de grande porte, considerada o maior quelônio da América do Sul. Os maiores exemplares podem alcançar mais de 90 cm de comprimento e pesar até 75 kg.
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