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Ibama mantém força-tarefa para combater incêndios no Pantanal
Equipe do Prevfogo no combate aos incêndios no Pantanal - Foto: Augusto Dauster - Prevfogo/Ibama
Brasília (02/09/2024) – Em meio a uma temporada de incêndios que já consumiram o equivalente a quase cinco vezes o tamanho do Distrito Federal no Pantanal, o Centro de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), tem liderado uma força-tarefa desde o último mês de junho nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Dos 112 incêndios registrados até o momento no bioma, 71 foram extintos, 18 estão ativos e 23 estão controlados. Nesse sentido, foi empregada uma logística para garantir acesso a áreas remotas e implementar estratégias eficazes, como o lançamento de água por aeronaves e a abertura de aceiros por equipes terrestres. Atualmente, 18 aeronaves e 48 embarcações do governo federal estão mobilizadas na força-tarefa. Somam-se às ações diretas de combate também as iniciativas de prevenção e conscientização realizadas por meio de Educação Ambiental da população, para mitigação de novos incêndios e a promoção da sustentabilidade.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 1º de setembro de 2024, foram registrados 9.175 focos de calor no Pantanal, com 72,6% concentrados no Mato Grosso do Sul. A estimativa do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) é que cerca de 17% da área total do bioma já tenha sido queimada, ou o equivalente a 2,5 milhões de hectares.
A situação torna-se mais crítica com o adiantamento da temporada de queimadas, que normalmente começaria em agosto, mas neste ano teve início em junho. O período de julho de 2023 a junho de 2024 também foi o mais quente já registrado no planeta. A combinação de condições climáticas adversas, como a seca histórica agravada por fenômenos como El Niño e La Niña, junto a práticas humanas insustentáveis, como queimadas descontroladas para atividades agropecuárias, está acelerando a propagação do fogo e ameaçando a biodiversidade da região, assim como as comunidades que dela dependem. Não foram identificados incêndios causados por raios nos meses de maio e junho, o que evidencia a influência humana no desastre ambiental. Somente o município de Corumbá (MS), que é o epicentro dessa crise, já contabilizou 4.336 focos de calor.
Desafios das condições climáticas
Um fator que dificulta a avaliação precisa da extensão dos incêndios são os dias nublados, que podem atuar como uma cobertura térmica, ocultando os focos de calor dos satélites. Essa limitação pode comprometer as operações de combate, dificultando a identificação e a priorização das áreas mais críticas. Em dias nublados, por exemplo, é comum que o satélite não consiga detectar um foco de calor, enquanto os brigadistas em campo o identificam.
O perigo da turfa
O fogo de turfa, que consome a matéria orgânica acumulada no solo, representa uma ameaça adicional devido à sua propagação subterrânea e à liberação de gases tóxicos. A prevenção e o monitoramento constante são essenciais para evitar a formação de focos de turfa e proteger a saúde pública e o meio ambiente.
Fases do combate aos incêndios
O combate aos incêndios florestais envolve cinco fases: reconhecimento, primeiro ataque, controle, extinção e vigilância. A extinção consiste em eliminar todos os focos de fogo na área afetada, enquanto a vigilância assegura que não haja reignição (novo início de incêndio). No Pantanal, devido à presença de fogo subterrâneo (que consome a turfa no subsolo), a extinção de um incêndio requer vigilância por dez dias com atenção total dos brigadistas, de forma a garantir que o fogo não irá reacender.
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