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Ibama inicia programa-piloto de Enriquecimento Ambiental (EA) para animais silvestres no DF
Foto: Ibama/Cetas
Brasília (29/05/2024) – O Centro de Triagem de Animais Silvestres do Distrito Federal (Cetas/DF) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciou, no mês de maio, um programa-piloto de Enriquecimento Ambiental (EA) com um grupo de cachorros-do-mato (Cerdocyon thous) e de um caititu (Pecari tajacu).
O EA é um conjunto de atividades que visam atender às necessidades etológicas (de comportamento) e psicológicas dos animais, proporcionando alterações nos recintos onde estão ou em suas rotinas.
Em animais mantidos em cativeiro, o desafio ambiental é limitado ao recinto que serve de abrigo, podendo comprometer o seu desenvolvimento físico e psicológico, explicam os biólogos do Ibama Clara Costa e Júlio César Montanha, que dão suporte técnico-científico ao Cetas no programa. O confinamento, segundo eles, pode gerar modificações tanto anatômicas quanto fisiológicas, uma vez que o organismo do animal não recebe as condições necessárias para seu desenvolvimento.
O Enriquecimento Ambiental tem justamente o objetivo de reduzir os efeitos do estresse do confinamento e ajudar no desenvolvimento psicológico mais adequado de cada espécie. O EA retira o animal da rotina de cativeiro, pois são criadas situações para que ele possa desenvolver comportamentos originais, ou seja, fique próximo do modo de agir que apresentaria se estivesse em vida livre.
Os biólogos explicam que, de forma lúdica, o programa inclui atividades que vão requerer do animal que explore o recinto e tome decisões, interagindo com o aparato colocado no cativeiro. O que se pretende é despertar a capacidade cognitiva do animal (adquirir conhecimento por meio, entre outros, da percepção, associação, memória e raciocínio) para enfrentar situações-problema que lhe são apresentadas.
Experiência replicada
No caso do Cetas/DF, a experiência pode se tornar uma referência que permita trocar experiências com as outras unidades do país. “Assim, num futuro próximo, podemos gerar um protocolo de Enriquecimento Ambiental, que será moldado de forma a atender a todas as unidades Cetas e envolver a maior parte das espécies que são recebidas.”, conclui Júlio César.
Para dar suporte às atividades, é necessária a presença de um técnico ou analista ambiental, que fica responsável pela montagem e aplicação do EA, além de um tratador, que cuida do manejo correto dos animais. O cronograma das atividades é desenvolvido uma vez por semana.
Por ser um programa-piloto, foram estabelecidos dias e horários fixos, cujo intuito é entender as dinâmicas das atividades e conseguir conciliar com as atividades do Cetas. Após essa avaliação, as rotinas de EA se tornarão fixas.
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