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Ibama apreende acervo de animais oriundos de caça irregular durante operação
- Foto: Monike Ribeiro Barros - Ibama
Brasília (11/09/2024) - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu, nesta terça-feira (10), o total de 12 troféus de caça irregulares – sendo 11 cabeças de animais e uma ave taxidermizados – em uma residência pertencente a um caçador. A ação integra a Operação Aqua Fortis, realizada em parceria com a Polícia Federal, com foco no combate à lavagem de dinheiro proveniente da extração e do comércio ilegal de ouro em garimpos nos estados do Mato Grosso e do Pará.
Entre os itens encontrados estavam exemplares de espécies como hipopótamo, girafa, búfalo, gnu e leão. Apenas sete peças possuíam documentação regular de importação. O responsável pela residência ainda foi notificado a explicar a ausência de uma pele de zebra mencionada na documentação, mas que não se encontrava no local.
Alguns dos animais, como o leão, possuíam certificação de importação emitida pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites), o que legalizaria sua importação e posse no Brasil. A documentação apontou que o leão foi vítima de "caça enlatada", prática em que os animais são criados em cativeiro até atingirem a idade adulta, sendo então liberados em áreas controladas para serem abatidos por caçadores.
Convenção Cites e o Tráfico
O Brasil é signatário da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites), que regula o comércio de espécies cujo tráfico representa risco à sua sobrevivência. Animais como leões e girafas são protegidos pela Convenção, o que exige que sua importação seja devidamente documentada e aprovada pelos países envolvidos.
No caso da apreensão realizada pelo Ibama aos troféus de caça ilegais, uma cabeça de girafa carecia da licença Cites, configurando importação ilegal. As investigações também buscam esclarecer se o abate desse animal foi realizado de forma lícita no país de origem. Embora alguns troféus estivessem respaldados por documentação, a maioria das peças não cumpria as exigências legais.
Caça no Brasil e a Percepção Pública
A caça de animais silvestres é proibida no Brasil pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), e qualquer atividade relacionada à caça constitui crime ambiental. Pesquisa realizada pelo Ibama, em 2003, mostrou que 90% da população brasileira é contra a prática, índice que se manteve em levantamento feito pelo Datafolha em 2023.
A legislação brasileira, em consonância com a Constituição Federal de 1988, reforça a proibição de atividades de caça no território nacional.
Entretanto, alguns brasileiros continuam a participar de caçadas em países onde a prática é permitida, trazendo como troféus partes dos animais abatidos, como cabeças e patas.
Assessoria de Comunicação do Ibama
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