Notícias
Ibama solta um milhão de filhotes de quelônios no rio Tapajós
- Foto: Paulo Lopes - Ibama
Brasília (07/02/2023) - Cerca de 5 mil filhotes de quelônios foram soltos no rio Tapajós na comunidade Monte Cristo, em Aveiro (PA), no dia 2 de fevereiro. Mas, em doze meses, um milhão de espécimes nasceram e foram introduzidos na natureza graças ao Programa Quelônios da Amazônia (PQA).
Organizada pelo Ibama, a soltura foi feita pela equipe da Superintendência do Ibama no Pará, responsável pelo Programa no estado. A comunidade também foi convidada para o momento em que os filhotes ganharam o mundo.O local é considerado um berçário de tartarugas que, nos meses de outubro e novembro, se aglomeram para fazer seus ninhos.
Segundo os pesquisadores do PQA, estima-se que 15 mil fêmeas frequentam o local. Cada animal deposita na areia cerca de 100 ovos, em covas de até 1,5m de profundidade. A região é a maior área de preservação de quelônios do Pará.
Como as eclosões levam em média dois meses, os nascimentos já eram esperados para o início do ano, mas surpreenderam pela dimensão. Até os ovos eclodirem, a vigilância é realizada pelos comunitários em conjunto com agentes do Ibama.
A tartaruga-da-amazônia é a principal espécie da região, que desova apenas em locais específicos como é o caso do tabuleiro de Monte Cristo.
Uma estrutura foi montada pelo Instituto, com redes de proteção, para contenção dos filhotes para possibilitar sua contagem assim que saíssem dos ninhos. Após o procedimento, servidores do Ibama e comunidade catalogaram e soltaram os animais na beira do rio.
Cadeia alimentar
O superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza, afirma que a tartaruga é um animal importantíssimo por fazer parte de uma grande cadeia alimentar. “Ela faz dispersão de sementes, se alimenta de frutos da várzea e os peixes se alimentam dela, assim como outros predadores. Essa cadeia ecológica tem que ser preservada em todas as suas etapas”, enfatizou.
A diretora de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo), do Ibama, Lívia Karina Martins, diz se sentir orgulhosa pelo fato de o PQA reposicionar o Brasil como protagonista da biodiversidade no mundo. “Esse projeto faz parte disso e o apoio da comunidade tem sido fundamental para que seja preservado.” O Instituto adotou a iniciativa e deve à comunidade do entorno grande parte do seu sucesso, destaca a diretora do Ibama. O programa tem 45 anos, mais antigo, portanto, do que o próprio Ibama, que faz 35 em 2024, destaca Lívia Martins.
O que é o PQA?
O PQA é um Programa Governamental que promove, através da pesquisa e do
manejo, processos de conservação das espécies de quelônios de água doce na Amazônia. Fazem parte de suas premissas básicas a fixação do homem no campo, a geração de emprego e renda e a melhoria do bem-estar socioeconômico-ambiental das comunidades.
Mais informações
#Ibama35anos
Assessoria de Comunicação do Ibama
imprensa@ibama.gov.br
61 3316-1015
fotos: Paulo Lopes e Roberto Vector - Ibama/Pará