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Ibama participa de missão no Reino Unido sobre eólicas offshore
- Foto: Márcio Schimming - Department for Business and Trade/UK
Brasília (19/10/2023) - A convite do consulado-geral do Reino Unido, no Rio de Janeiro, analistas ambientais do Ibama participaram de visita técnica à Inglaterra e à Escócia. O motivo do encontro foi a abertura de diálogo sobre a geração de energia Eólica Offshore.
O Reino Unido vem se consolidando como a maior potência ocidental no setor, detendo 21,6% das instalações eólicas marítimas no mundo. A missão proporcionou ao Instituto conhecer a experiência britânica em aspectos como: regulamentação técnica e ambiental; centros de pesquisa e inovação; e instalações portuárias essenciais à logística de construção e manutenção dos parques eólicos offshore.
Os representantes do Ibama tiveram a oportunidade de verificar as adequações necessárias aos portos para habilitá-los à instalação de usinas, a exemplo da ampliação do calado e de cais para movimentação de cargas superpesadas, da disponibilização de áreas extensas para armazenamento e eventual pré-montagem dos componentes, bem como a desejável existência de terrenos próximos para unidades fabris."Conhecer projetos já instalados e as soluções desenvolvidas no âmbito do regramento e do licenciamento ambiental amplia o conhecimento técnico das equipes que atuam nesses processos. E aumentam a segurança institucional, fazendo com que a inserção desta fonte de energia no país ocorra com a minimização dos impactos ambientais", afirmou o analista ambiental, Mozar Lauxen.
O Ibama vem se esforçando na capacitação de sua equipe técnica no tema desde 2017. Algumas das ações mais relevantes nesse sentido foram a realização de um workshop internacional, reunindo diversos especialistas europeus e brasileiros, e a produção de um estudo sobre as abordagens regulatórias e ambientais adotadas em diferentes países pioneiros nessa tecnologia.
O setor de eólicas offshore está em plena ascensão no Brasil, onde, segundo informações do Banco Mundial, há um potencial de geração de cerca de 1,2 TW, em águas até 1.000 m de profundidade. A partir da elaboração, em 2020, do Termo de Referência (TR) padrão para os estudos ambientais exigidos pelo Ibama, observou-se um notável aumento na demanda de licenciamento ambiental para a tipologia, com a abertura de 91 processos, cujos projetos somam a potência de aproximadamente 220 GW.
Modelo regulatório do Reino Unido
O modelo regulatório do Reino Unido é baseado em Planejamentos Espaciais Marinhos que orientam aos leilões de áreas viáveis. Nos últimos dois anos, Inglaterra e Escócia realizaram leilões de áreas que podem gerar mais de 40 GW. Depois do Leilão, os proponentes apresentam estudos ambientais detalhados de acordo com as sensibilidades específicas de cada área e lacunas de conhecimento existentes.Os estudos também devem demonstrar a existência de estruturas de apoio suficientes e comprometimento com a cadeia de produção local. Existe uma tendência afastamento das novas usinas eólicas britânicas em relação ao litoral. As conclusões sobre os benefícios ambientais desse recuo em direção oposta à costa foram obtidas a partir de ciclos contínuos de aprendizado e aprimoramento que embasam as recomendações do órgão responsável pelo patrimônio ambiental e paisagístico.
O desenvolvimento tecnológico e a redução de custos das fundações flutuantes têm ampliado sua utilização, viabilizando a instalação em águas mais profundas e com menor impacto relacionado à geração de ruídos subaquáticos durante sua instalação. A participação dos diversos setores e grupos sociais locais no processo de identificação de impactos e desenvolvimento dos projetos desde suas fases iniciais se mostrou uma prática recomendada, facilitando a análise de viabilidade e aceitação dos empreendimentos.
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