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Ibama apreende 1,6 tonelada de pescado da espécie piracatinga no AM
- Foto: Katie Mähler - ONG Sea Shepherd Brasil
Manaus (31/03/2023) – Operação de combate à pesca e comercialização ilegal da piracatinga ( Calophysus macropterus ) realizada pelo Ibama, com apoio da Organização Não-Governamental (ONG) Sea Shepherd Brasil, resultou na apreensão de 1,6 tonelada de pescado na região de Manacapuru (AM). Agentes ambientais aplicaram multas que totalizam R$ 94,5 mil a estabelecimento que funcionava sem autorização e realizava beneficiamento de espécimes procedentes de pesca proibida.
O empreendimento autuado armazenava o peixe filetado, com aproveitamento de aproximadamente 40% de cada animal. Isso significa que cerca de 4 toneladas da espécie teriam sido pescadas ilegalmente nas semanas que antecederam a operação.
Documentação apreendida no local evidencia a entrada de grande quantidade de piracatinga no estabelecimento e a saída (atestada por notas fiscais), em peso equivalente, de filés de mapará e piramutaba. De acordo com a investigação, o pescado seria vendido na região metropolitana de Manaus (AM).
Proibição
A pesca, retenção, bordo, transbordo, desembarque, armazenamento, transporte, beneficiamento e comercialização da piracatinga são proibidos no Brasil desde janeiro de 2015. A restrição continuará vigente ao menos até junho de 2023.
A medida foi adotada para proteção do boto cor-de-rosa ou boto vermelho ( Inia geoffrensis ), cuja carne é utilizada como isca para captura da piracatinga. Partes de jacaré também são usadas com a mesma finalidade.
“A manutenção e o fortalecimento das ações de fiscalização da captura e comércio da piracatinga são necessários para garantir o cumprimento da proibição e garantir que jacarés e, principalmente, botos, não sejam mortos criminosamente para servir de isca”, disse Luiz Louzada, agente ambiental que coordenou a operação.
A piracatinga é apelidada de “urubu d’água”, por se alimentar de carniças de outros animais e peixes. A espécie possui altas concentrações de mercúrio e outras substâncias tóxicas danosas em razão de contaminação por poluentes produzidos pelo homem. Estudos apontam que o mercúrio encontrado na espécie supera em até três vezes o limite de 0,5 mg/kg recomendado pela Organização Mundial de Saúde, o que torna a piracatinga imprópria para o consumo.
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