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Ibama fiscaliza alertas de degradação ambiental, em Minas Gerais
Ibama deflagra Operação ”Mergus” em Minas Gerais
Brasília (30/10/2023) - O Ibama concluiu, na última quinta-feira (26), a Operação Mergus, que fiscalizou alertas de degradação ambiental nas bacias hidrográficas dos rios Galheiros e Espírito Santo, contribuintes da bacia do Rio Paranaíba, em Minas Gerais (MG). Na região, habitam animais ameaçados de extinção como tatu-canastra e o pato mergulhão - que, inclusive, inspirou o nome da ação.
As principais degradações ambientais observadas foram a ocupação irregular de Áreas de Proteção Ambiental (APP), desmatamento e a ocorrência de voçorocas (formação de grandes buracos de erosão causados pela chuva). Tais degradações geram consequências negativas para os cursos de água, especialmente assoreamento do leito e alterações das características físico-químicas da água. Observam-se, também, perdas do solo, que afetam o potencial econômico das lavouras e das pastagens na região.
Segundo o responsável pela Unidade Técnica do Ibama, em Uberlândia, e coordenador da Operação Mergus, Rodrigo Herles, a área degrada é muito vasta. “Em apenas uma das maiores voçorocas fiscalizadas na região, o volume de solo carreado e depositado no rio Galheiros foi estimado em 620 mil metros cúbicos - equivalente a capacidade de transporte de 62 mil caminhões caçamba”, estima.
Foram lavrados dez autos de infração cujos valores chegam a R$ 117 mil, além de 12 notificações e oito propriedades embargadas. Os proprietários foram notificados a adotar medidas para conter os danos verificados, com implementação de Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD).
A operação Mergus, que contou com dez técnicos do Ibama de Minas Gerais, foi realizada nas regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba no período de 23 a 26 de outubro.
Pato Mergulhão
O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) é uma das aves mais ameaçadas das Américas e uma das mais raras do mundo, tendo sido considerada extinta entre 1940 e 1950. Atualmente, a espécie ocorre apenas no Brasil, com registros confirmados em rios de três bacias hidrográficas: São Francisco, Tocantins e Paraná. Em 2002 foi efetuado um registro na Argentina - após quase dez anos sem qualquer relato da presença da espécie. No Paraguai não há registros desde 1984.
Estima-se que a população total da espécie seja inferior a 250 indivíduos. Extinções locais já foram reportadas em diferentes localidades ao longo da distribuição da espécie. As populações remanescentes são extremamente reduzidas e fragmentadas. A construção de empreendimentos - particularmente barragens -, o aumento dos sedimentos em suspensão na água decorrente da remoção da vegetação e a alteração da qualidade físico-química da água por meio de poluentes como defensivos agrícolas, adubos e descargas orgânicas, tais como esgotos residenciais, são os principais fatores que ameaçam a espécie.
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