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Ibama intercepta contrabando de Pau-Brasil no aeroporto de Guarulhos/SP
Brasília (03/05/2022) - Agentes da Unidade Técnica do Ibama, no Aeroporto Internacional de Guarulhos/SP, interceptaram, no último mês, um passageiro que embarcaria para a Europa com 114 arcos de instrumentos musicais confeccionados com madeira Pau-Brasil, além de outras 120 varetas. A carga ilegal, avaliada em mais de R$ 300 mil reais, não possuía documento de origem e foi apreendida. O responsável recebeu uma multa no valor de R$ 105 mil reais e foi indiciado pela Polícia Federal por contrabando.
O Pau-Brasil está em perigo de extinção e, desde 1992, consta na lista oficial de espécies da flora ameaçadas. O autuado é um arqueiro conhecido internacionalmente, que levaria o material contrabandeado até Londres, na Inglaterra, para revender às lojas especializadas em instrumentos musicais e aos profissionais que trabalham com arquearias na Europa.
Em setembro do ano passado, o mesmo passageiro havia sido flagrado embarcando para a Suíça com 208 arcos na mala. Desde 2018, o Ibama realiza a Operação Dó-Ré-Mi, por meio da qual tem desvendado dezenas de crimes ambientais e infrações administrativas envolvendo os produtores de arcos de instrumentos musicais que têm suas atividades concentradas nas regiões de Aracruz, João Neiva, Santa Teresa, Linhares e Domingos Martins - no Espírito Santo.
Nesses locais, mais de 30 arqueiros e empresas foram autuados por produzirem o instrumento com madeira de origem ilegal, que tem sido extraída principalmente dos remanescentes florestais no sul da Bahia.
Sobre a espécie
O Pau-Brasil foi inserido no anexo II da Convenção Sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna em Perigo de Extinção – Cites. A exploração da espécie, endêmica da Mata Atlântica, no litoral brasileiro, somente pode ocorrer a partir de um plano de manejo. E a exportação de varetas, apenas mediante a emissão de uma licença Cites - o que constitui a garantia de que o material passou pela avaliação do órgão ambiental e tem suas origens em material pré-convenção ou em árvores de plantios comerciais.
Há mais de 200 anos a espécie é considerada a melhor madeira para a produção de instrumentos. Assim, a comercialização dos arcos de violino, viola, contrabaixo e cello, feitos de Pau-Brasil, deverá ser acompanhada de licença emitida pelos Sistemas Integrados de Comércio Exterior (Siscomex).
Assessoria de Comunicação Social do Ibama