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Ibama reintroduz lagartos à natureza após operação contra o tráfico internacional em SP
Brasília (21/01/2021) - Mais de 40 lagartos Enyalius iheringii, espécie nativa da mata Atlântica, em breve, ganharão um novo lar. Os animais foram resgatados nesta quarta-feira (20) em uma operação conjunta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da
Receita Federal do Brasil (RFB) e da Polícia Federal (PF) que apreendeu quase 300 exemplares entre répteis e anfíbios que estavam em poder de um conhecido traficante de animais, o biólogo russo Kyrill Kravchenko, de 35 anos, detido no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Em virtude do pouco tempo da retirada de seu habitat natural, os lagartos precisarão ser reinseridos rapidamente como garantia de sobrevivência, uma vez que não sabem viver ou se alimentar em cativeiro, os animais foram avaliados pelo Instituto Butantan e a soltura da espécie será realizada com apoio do Zoológico de São Paulo.
Kravchenko foi flagrado quando se submeteu ao Raio X para embarcar rumo a São Petersburgo, na Rússia. Na bagagem, ele levava as espécies para comercialização no mercado ilegal de animais de estimação na Europa. Em 2017, o biólogo já havia sido preso em Amsterdã, na Holanda, transportando animais silvestres brasileiros. Desde então, Ibama e RFB monitoravam as atividades dorusso.
Além dos lagartos, foram encontrados sapos, aracnídeos e animais invertebrados de diferentes espécies, coletados em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Após o flagrante, agentes da PF e do Ibama encaminharam os indivíduos resgatados para avaliação, quantificação e categorização no Butantan e para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres do Parque Ecológico Tietê (PET). Aqueles que tiverem condições serão soltos gradativamente e os animais que não puderem serão encaminhados para zoológicos ou outros empreendimentos cadastrados no Sistema Nacional de Gestão de Fauna Silvestre (Sisfauna).
Ibama e RFB encaminharam Kyrill Kravchenko para a Delegacia da PF de Guarulhos, onde foi detido e responderá por crime ambiental - transporte internacional de fauna nativa brasileira sem autorização -, conforme a Lei 9605/1998. Caso condenado, poderá cumprir de seis meses a um ano de prisão, além da aplicação de multa que pode chegar a R$ 500, 00 por animal.
Assessoria de Comunicação do Ibama
Foto banner: João P. Burini (CC BY-SA 4.0)
Fotos matéria: Daniel Carvalho/ UT Guarulhos/ Ibama