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Cetas em Porto Seguro/BA completa 10 anos
Brasília (07/12/2020) - Localizado no Sul da Bahia, região pródiga no tráfico de animais selvagens, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Porto Seguro (BA) completa este ano dez anos de atividade. A unidade é uma das 23 integrantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) responsável pelo manejo dos animais silvestres, fruto das ações fiscalizatórias, resgates ou entregas voluntárias de particulares.
Com quase 30 mil atendimentos, o Ibama comemorou a primeira década do centro apresentando um balanço dos trabalhos da equipe na manhã desta segunda-feira, dia 07. O presidente do instituto, Eduardo Bim, e a secretária de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Beatriz Milliet, prestigiaram o evento e reforçaram o compromisso do Governo Federal com a política de tolerância zero com o tráfico da fauna brasileira.
Inicialmente, ao chegarem ao centro, os animais passam por um período de quarentena, são avaliados por veterinário, biólogo, analisados quanto ao seu comportamento, recebem os cuidados necessários e, quando possível, passam por um período de fortalecimento e preparação para reinserção na natureza.
Tolerância Zero
A presença do Ibama, por meio do Cetas, em Porto Seguro, tem o papel de não só receber as espécies, como coibir o tráfico na região, além de intensificar as atividades com centros de pesquisas locais.
O presidente do Ibama Eduardo Bim parabenizou o esforço e dedicação dos servidores e colaboradores da unidade e afirmou que esses dez anos consolidam um trabalho de excelência. “Infelizmente ainda há uma crença de que quaisquer animais silvestres podem ser criados como pets e o trabalho que realizamos é de acolhimento, reinserção e de educação para população, que precisa entender os riscos dessa prática, tanto para biodiversidade da região, como para a saúde de quem convive de maneira inadequada com esses animais”, explicou.
Um dos exemplos mais conhecidos dos danos que o tráfico pode trazer a região, foi a extinção das araras vermelhas. Hoje, o Cetas recebe os exemplares resgatados e desenvolve uma metodologia para a reintegração dessa espécie na mata atlântica do Sul Bahia. Para Beatriz Milliet esse trabalho é fundamental: “A nossa biodiversidade é riquíssima, por isso mantemos o foco na tolerância zero ao tráfico de animais e na educação ambiental como forma de prevenção aos maus tratos".
Números do Sucesso
Dos animais já recebidos, cerca de 85% foram reintegrados à natureza. Só de primatas ameaçados de extinção, como é o caso do Alouatta guariba guariba , 25 passaram por reabilitação e soltura. No caso de aves, 700 papagaios-do-mangue foram atendidos por meio do projeto “De volta para casa”. Além disso, o Cetas firmou parceria para cuidar de felinos silvestres ameaçados de extinção, como o gato do mato ( Leopardus tigrinu s) e o gato-maracajá ( Leopardus wiedii ), esses com a utilização de técnicas inovadoras para treinamento.
O centro também participou da reabilitação e soltura de harpias ( Harpia harpyja ) - espécie ameaçada de extinção, em parcerias com o Projeto Harpia na Mata Atlântica – e atua no Projeto de reintrodução de araras vermelhas, a Ara chloropterus , na Mata Atlântica do sul da Bahia.
Outra importante frente de atuação foi o recolhimento e destinação de animais utilizados ilegalmente em circos, como tigre-de-Bengala ( Panthera tigris tigris ) e urso americano ( Ursus americanus ). Como a maior quantidade de animais silvestres resgatados na Bahia acontece justamente na região do extremo sul da Bahia, a unidade de Porto Seguro fortalece o “braço” operacional do instituto para o tratamento da fauna silvestre ameaçada.
Assessoria de Comunicação do Ibama
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